Recomeço escrita por Supernatural Girl


Capítulo 14
Seria eu uma ameaça?




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Volto para meu quarto logo após a execução. Alec ameaça me seguir, mas desiste. Não queria ficar lá mais nenhum minuto. Quero saber o que os Volturi falarão de mim e, para isso, não posso estar por perto.

Deito em minha cama e começo a escutar a conversa.

— ... podíamos tê-lo interrogado mais – diz Caius.

— Ele não ia falar nada – diz Marcus – Dava para notar. Ele estava disposto a morrer pela causa.

— E morreu – completa Demetri.

— O fato de Claire ter autorizado a morte dele não importa – diz Aro seriamente – Ele não ficaria vivo por muito tempo. O que me preocupa é o motivo de eu não ter conseguido ler a mente dele por completo. O que será que ele quis dizer com “deu certo”?

— Não sei, mas sei que precisaremos descobrir logo. O alvo principal é a Claire – diz Alec.

— Talvez, possamos usar ela como isca – sugere Jane – Assim, pegamos outro e podemos interrogá-lo sem que a humana atrapalhe e ver se a mente dele também está bloqueada.

— Não podemos arriscá-la – diz Alec – Se eles, seja quem for, sabem sobre Claire, significa que estão nos observando.

— Alguma chance dos romenos estarem por trás disso? – pergunta Demetri.

— Podemos ir lá novamente e perguntar – diz Jane.

— Iremos organizar uma ida até a Romênia – informa Aro – Irei junto para garantir que eles não estão por trás disso. Quanto a pegar outro, ainda não. Claire precisará treinar com mais intensidade. Precisamos transformá-la logo para começar as aulas de luta. Só quando ela for capaz de se proteger sozinha, poderemos usá-la como isca.

— E quanto à segurança dela agora? – pergunta Alec – Ela pode ser atacada novamente.

— Se ela quiser sair, alguém irá acompanhá-la – responde Aro.

— Acho que a preocupação maior não é com a segurança dela – diz Jane -, mas a nossa. Quem garante que ela não se voltará contra nós?

— Jane tem razão – concorda Caius – O vampiro pode ter mexido com a cabeça dela. Como saberemos que ela não está planejando seguir os conselhos dele? Ela sabe proteger a mente e nos manipular. Estamos construindo uma arma que não poderemos conter caso se volte contra nós. Talvez, a melhor estratégia seja garantir que ela ficará do nosso lado antes de deixá-la mais indestrutível. Ou pelo menos, descobrir uma forma de detê-la caso ela não fique.

— Não acho que ela seria tão burra a ponto de se virar contra nós – diz Demetri.

— Burra? – pergunta Jane – Por que ela seria burra? Ela já chegou aqui lutando contra nós e se fortalece ainda mais a cada aula. Não temos chance contra ela caso ela se volte contra nós. Voto por matá-la antes que seja tarde demais.

— Não podemos matá-la se não soubermos quem é o inimigo e o plano dele – diz Marcus – Ela pode ser útil contra eles...

— Caso fique do nosso lado – completa Demetri

— Ela pode ser o alvo principal – continua Marcus – ou podem ter mudado o plano quando ela chegou.

— Marcus tem razão – diz Aro – Não sabemos com quem estamos lidando. Claire pode ser útil. Ficaremos de olho nela por enquanto.

A conversa chega ao fim com a decisão de Aro de me manter viva e por perto. Apesar dos Volturi terem três líderes, Aro é sempre quem dá a palavra final e, felizmente, ele está do meu lado.

A porta do meu quarto se abre e Alec entra segurando uma bolsa térmica.

— Você tem algum problema com bater na porta? – pergunto. Apesar de ter sido apenas um sussurro, sei que ele ouviu.

Alec sorri.

— Não, mas se eu o fizer você não irá escutar de qualquer maneira – vendo minha cara de confusão, ele continua – Os quartos abafam os sons. Nos garante um pouco de privacidade já que temos uma ótima audição.

— Mas, quando... – sussurro.

— Por que você não fala comigo pela mente? Não deve ser bom para sua garganta ficar forçando desse jeito.

“Quando eu estava treinando com Demetri, fomos até o seu quarto e ele bateu na porta. Você escutou porque abriu logo em seguida” faço como ele me sugeriu.

Alec me entrega a bolsa térmica gelada e a coloco em meu dolorido pescoço. Ele senta na ponta da minha cama, sorri e responde:

— Eu não atendi a porta porque ouvi a batida. Eu vi a porta se mexendo – diz ele calmamente – Nós vampiros temos nossos sentidos mais aguçados, como você já sabe, então eu só precisei ver a porta se mexendo um pouquinho para saber que tinha alguém batendo.

Isso é muito estranho. Saber que quando me tornar vampira, poderei ver coisas que sempre jurei serem inúteis. O que mais poderei enxergar? Poeiras caindo nos móveis?

Alec continua me observando. Talvez ele esteja esperando uma resposta, mas não sei bem o que falar depois dessa bizarra informação.

— Por que você me chamou? – pergunta ele enfim me afastando de meus pensamentos.

Dou de ombros sem saber a resposta.

— Você poderia ter chamado Demetri que te encontraria facilmente, mas ao me chamar, você correu o risco de eu não saber onde você estava.

“Você foi a primeira pessoa que eu pensei”— digo em sua mente.

 - De qualquer forma, isso não irá acontecer novamente. Aro não quer que você saia mais sozinha. Ele irá lhe explicar tudo melhor amanhã, mas seria bom não desobedecer. Para sua própria segurança.

Alec deixa o quarto antes que eu possa tentar dizer mais alguma coisa.

Sei que ele tem razão quanto a minha segurança e sei os argumentos sobre isso, mas não me agrada ser vigiada 24 horas por dia. Tudo o que eu faço aqui, ele escutam ou leem na minha mente. Não existe privacidade alguma, a não ser nos quartos, mas não quero ficar entre quatro paredes até terminar o treinamento. Não sei quando irá acontecer. E considerando as desconfianças, nem sei se irá acontecer.

No dia seguinte, Aro explica a decisão de não me deixarem sair sozinha, deixando de fora a discussão sobre uma possível traição minha e as investigações da origem do ataque. Ele me diz que meus treinamentos terão uma pequena pausa pois Alec irá acompanhá-los em uma viagem, mas que quando ele retornar, os treinos serão ainda mais intensos.

Volto para meu quarto sem ter o que fazer e com medo de sair.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Claire fez certo ao ouvir escondido? Me contem nos comentários =^.^=



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