O Brilho sob a Chuva escrita por _theliar


Capítulo 1
~ Ele chamou apenas um nome.


Notas iniciais do capítulo

Miyavi e Maya não me pertecem... ainda /parei
 



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 O brilho sob a chuva.

 

 

 Um trago no cigarro e depois o olhar que ainda não se fixava em qualquer ponto ou pessoa que passava diante dele. Encostava o corpo na entrada do bar e admirou a fumaça que soltava pelo nariz. Na cabeça, o capuz o protegia dos pingos da forte chuva e o cabelo muito loiro escorria sobre os olhos numa franja totalmente despenteada em sinal do seu óbvio desleixo. Calça jeans velha e desbotada, tênis all star desgastado e a blusa preta sob a de capuz não eram suficientes para esquentar um corpo tão frio.

 

“ I'm dying to catch my breath. Oh why don't I ever learn? ”

(Estou tentando prender minha respiração. Oh, porque eu nunca aprendo? )

 

Shows, cigarros, bebidas… Vejamos, esqueço de mencionar algo mais caro leitor? Sua agenda tornou-se mais volumosa, os papéis mal cabiam dentro desta. Então vinham as anotações, anotações e anotações. O excesso perturbava sua cabeça com freqüência. E no fim das contas, como ficava? Sozinho. Largado no apartamento bebendo um uísque qualquer e assistindo um canal que mal prestava atenção sobre quais produtos eram vendidos.

 

“I've lost all my trust though I've surely tried to turn it around.”

(Eu perdi toda minha confiança. Eu certamente tentei mudar tudo ao redor. )

 

Shhh… Melhor esquecer. Silêncio. Deixasse que o som dos carros e os gritos ou risadas escandalosas daqueles homens bêbados fizessem sua noite valer a pena. Correr de nada adiantaria quando as pernas ainda trêmulas o petrificavam naquele lugar mais isolado de todos – A porta do bar.

 

- Miyavi...

 

A voz saiu falha, ainda sem ânimo algum para ao menos ser potente a ponto de ecoar pela rua quase vazia. Aqueles mesmos olhos tristonhos um dia brilharam com tanta alegria, mas ali, em um lugar tão quieto, ele retornava ao marco zero onde tudo e nada tinham o mesmo sinônimo.

 

“ Can you still see the heart of me ?”

( Você ainda pode ver um coração em mim? )

 

Deu aquele último trago e chegou a sentir a nicotina que circulava em si. Aquele mesmo sabor do beijo com aroma do cigarro dele fora uma das primeiras lembranças quando finalmente saiu daquele canto e pôs-se a caminhar pelas ruas alagadas e sem nenhum sobrevivente. Resguardou as mãos nos bolsos do jeans velho enquanto caminhava cabisbaixo mesmo que a visão do caminho estivesse um pouco turva graças à chuva forte.

 

Concentrado, via quando o tênis era molhado pela água de algumas poças de lama. Maya olhava em volta conferindo se alguém o observava, então agachou. Encarava o seu reflexo na água trêmula até que a chuva parou. Parou? Não, não... Ele via que aquela poça ainda recebia alguns respingos, porém, sobre sua cabeça nada mais o molhava então só podia haver uma solução para isso: alguém com guarda-chuva.

 

“All my agony fades away . When you hold me in your embrace. “

(Toda minha agonia desaparece. Quando você me envolve em seu abraço.)

 

- Hey Maya, que tal ir para casa?

 

Era ele, reconheceria aquela voz a quilômetros! Ergueu um pouco a cabeça para olhá-lo e lá estava sempre tão deslumbrante como a última vez que o assistiu cantar. Pigarreou para manter a postura. Que postura? Tsc, piada. Ereto, deixou o capuz onde estava e com todo cuidado a mão do moreno veio de encontro ao seu rosto para limpar aquela água que pingava de seus cílios e consequentemente arrumou-lhe a franja bagunçada. Sentiu, naquele instante, o oposto do que a chuva lhe proporcionava momentos antes daquele encontro... Estava febril, o rosto muito pálido e a busca por qualquer distração era o ponto principal para não encontrar aqueles mesmos olhos.

 

- Vem, deixa eu esquentar você.

 

“Don't tear me down for all I need. Make my heart a better place.  

(Não arranque de mim tudo o que eu preciso. Faça do meu coração um lugar melhor. )

 

O caminho era longo, as palavras sumiam conforme os passos se desfizeram pelo caminho não marcado. E aquele mesmo silêncio movia um único sentimento que ardia em seu peito: o amor. O braço de Miyavi laçava o corpo do loiro e assim o confortava no próprio corpo, aquecia de um modo único mesmo que a chuva fosse forte... Maya o amava apesar de não poder ser dele. 

 

Então, isso é o amor. Essa constante troca de olhares bobos, palavras falhas e vozes chorosas nas manhãs de domingo. É disso que eu falo, desse estranho sentimento de querer, não ter e ainda assim desejar aquele certo alguém. Somente aquele alguém.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Dedicada para uma certa pessoinha, é.



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