Exile 3: O Renascer escrita por Melehad
Herobrine, sério, franze sua testa e fecha seus olhos intimidando seu adversário em um gesto de demonstrar sua concentração constante e paciente. Enquanto o ser de olhos brancos mantinha a raiva aprisionada dentro de si e se concentrava para não exagerar no poder, Absolen exalava sua confiança que era de se detestar. Nunca vi uma criatura tão crédula quanto Absolen, ele exagerava nesse quesito.
— Fique atrás de mim, Alan — Diz o Guardião segurando com força seu cetro na espera de algum desses diabólicos entes tentarem me atacar ou me capturar novamente. Estava nervoso, o suor escorria de minha testa e meus braços trêmulos não ajudavam em nada. Eu tinha coragem, tinha, mas o olhar ameaçador deles era de arrepiar e eles estavam olhando diretamente para mim como se me desejassem para seu mestre.
— Eu não sou poderoso, mas sou forte — Respondo olhando o Guardião lutar contra os seres infernais. Os relâmpagos e trovões que vinham da batalha entre Zalgo e o SCP-001 me aterrorizava e me preocupava, tinha medo do anjo falhar e acabar morrendo. Os barulhos também não ajudavam nada, gritos assustadores eram ouvidos e em minha mente imaginava a batalha e a destruição que estava aquele lugar, pois até pequenos terremotos estavam presentes nos fazendo imaginar o que poderia restar depois de um dos dois perecer...
— Esses barulhos estão me estressando e me chateando... Vamos melhorar um pouco esse clima para algo mais divertido e heroico, quero lembrar dessa batalha como algo interessante e não chato — Absolen ergue sua mão em direção ao Jukebox rústico e interiorano e ele começa a ligar, após, ele puxa um disco de vinil ao lado do aparelho e o som vai vagarosamente saindo dos alto-falantes. Era uma música calma e tocada em um piano de maneira bem antiga, se não fosse alguém que gostasse de clássicos não conseguiria dizer que era a Für Elise, de Beethoven, uma música que não tinha nada a ver com o momento caótico, mas mesmo assim ele quis colocar.
Herobrine estava tentando entender o motivo da escolha de Absolen, porém, ele – como demônio- era muito sacana e isso já era uma boa explicação.
Herobrine avança e Absolen também, os dois começam a lutar com suas espadas extremamente diferentes em forma e poder. Os servos de Absolen também atacam Fritz e Jeff que estavam na frente do Guardião que me protegia. Jeff esfaqueia o pescoço do primeiro demônio e em seguia enfia a faca em seu coração transforando o ser em névoa e cinzas, após, grita um grande: "Matei um!" Para Fritz só que o homem púrpura já tinha matado dois. Mais seres infernais chegam para nos atrapalhar e enquanto gritos de dor e de euforia eram ouvidos, a tranquilizante música tocava inspirando Absolen e com a mistura dessa música com a batalha terrível, era até um pouco cômico.
Mesas e cadeiras misturadas com escombros do teto e das paredes eram arremessadas no ar por razão dos impactos dos corpos de Herobrine e Absolen sobre eles.
O ser de olhos brancos atacava mais que defendia porque estava com mais resistência a ataque do que o seu rival que estava fraco e utilizava mais sua defesa. A montante Infernus por ser grande e larga facilitava a defesa de Absolen, mas era pesada e dificultava o ataque contra a espada de Herobrine, que era menor e mais leve.
— Cinco... — Jeff estava ficando cansado. — Sete! — Só que Fritz estava completamente revigorado porque fazia muito tempo que não lutava e sua força se resguardou nele. Smile também ajudava mordendo e utilizando seu pequeno poder de telecinese contra os demônios que cada vez iam chegando mais e mais.
O Guardião utilizava seu cetro como arma mágica e usava uma espada que ele pegou "emprestado" de um dos corpos dos demônios no chão para facilitar seu ataque. Com duas armas, magia e força, era mais fácil de se proteger e atacar os inimigos. — Fique aí, Alan! — Ele grita. Eu estava atrás dele junto com o SCP-011 observando a briga acontecer sem fazer nada. Ele estava quase forte o suficiente para entrar na batalha, no entanto, queria guardar sua força para mais tarde já que viu que estava fácil para ganharmos sem a ajuda de mais alguém.
A música calma para de tocar... O vinil deve ter se soltado ou a máquina deve ter sido destruída por algum escombro que estavam voando por todo o local. Do antigo restaurante só sobrara apenas o bar e algumas mesas, as paredes foram arruinadas, as janelas despedaçadas e os móveis totalmente destruídos.
Herobrine baixa a guarda por um momento e é atingido de raspão em seu peito pelas garras afiadas da manopla da armadura rubra de Absolen. Ele aproveita que o minecraftiano se feriu, segura seu pescoço e o arremessa em direção à parede de tijolos fazendo-o bater a cabeça e arruinar totalmente a edificação. Os tijolos caíram sobre ele lhe causando dor, porém, ele ainda não havia desistido. O demônio pega do chão a espada de diamante e a empunha apontando para Herobrine como se ele estivesse o avisando que sua morte estava bem próxima e a arma que irá lhe destruir será a sua própria espada.
— Este é seu fim... — Fala Absolen abrindo um enorme sorriso. Herobrine cospe o sangue que estava em sua boca e olha para a criatura infernal abrindo um sorrisinho irônico e um olhar surpreso, mas um surpreso por Absolen ainda não ter percebido. — Olhe em volta... — O ser observa o seu redor e começa a tremer... Todos os seus servos estavam destruídos e todos (Jeff, Fritz, Guardião e Smile) estavam apontando suas armas em sua direção na espera de sua rendição. — Este é o seu fim, Absolen... — Falo olhando em seus olhos preocupados e aturdidos.
Herobrine levanta calmamente e toma sua espada da mão do que se dizia absoluto, mas sempre perdia de nós. Ele coloca sua espada no pescoço de Absolen e o manda largar a sua espada gigante, ele aceita. Desarmado e assustado, o gato caiu na ratoeira, irônico.
— Mate-o logo antes que algo aconteça! — Grita Jeff desesperado e inseguro. Tantas vezes Absolen estava definitivamente derrotado e algo sempre acontecia para ele fugir, entendo a preocupação do assassino.
— Não tem coragem, sua bondade o enfraquece... — Fala Absolen rindo.
— Tem razão, eu sou bom e não posso matar meu inimigo, mas para você eu abro uma exceção... — Absolen se espanta e Herobrine ergue sua espada para fincá-la certeiramente no coração pútrido e maligno do demônio que causou esse mal todo. — Espere, espere... — Ele une toda sua força concentrando-a em sua mão direita para terminar com isso de uma vez por todas. Ele enfia a espada e algo acontece...
— Se eu fosse você largava esse infeliz... — Minha alma gela. Me arrepio todo a ouvir aquela voz rouca e grossa novamente. Recusava-me a olhar para trás mesmo sabendo quem era o ser que surgira naquele momento.
— Não... — Purple Man se espanta ao reencontrar com ele. Doppelgänger estava atrás de nós e só pelo espanto geral e por sua fala tradicional de vilão já imaginava o que ele trazia consigo... O Ancestral trazia consigo na ponta de uma adaga o anjo que estava lutando do lado de fora contra Zalgo - que estava logo atrás dele. O ser celestial estava totalmente machucado e mal se aguentava em pé, ver aquilo me desesperava e me entristecia. Era como se meu coração estivesse sendo despedaçado.
— Vai mesmo me salvar? — Pergunta Absolen sério e com a espada em seu pescoço. Ancestral dá uma gargalhada mostrando seus dentes podres e nos encara com seus olhos mortos e temerosos: — Você é um fraco e incompetente. Sua burrice me espanta, tenho vergonha de você como nunca senti de criatura nenhuma nessa terra, nem mesmo o pior de meus discípulos é tão horrível como você, Absolen. Ver a desgraça que se tornou me constrange diante o clero infernal, mas tenho que admitir que você ainda é um demônio e eu tenho a lei de não matar família — Absolen mesmo extremamente irritado e louco para arrancar a cabeça de Doppelgänger fora aceita ser livre e também os insultos. Cheguei até ficar com um pouco de pena dele...
— Vamos melhorar o acordo, solte o anjo e eu liberto Absolen, todos ganham — Herobrine propõe — Fraco ainda, entregue-me Absolen e Alan e liberto o seu amigo lá de cima sem nenhum arranhão — Ele estava sem saída, Ancestral não perderia nada se Absolen morresse, mas já nós sim e essa dor e culpa iria nos perseguir eternamente. — Vamos lá Herobrine, esse brilho dele está me cegando, aceite logo!
— Faça Herobrine, salve-o, eu me viro com ele... — Digo — Eu nunca me perdoaria se fizesse isso, eu não seria digno de ser escolhido para liderar essa causa se eu trocasse vidas inocentes assim. Eu não sou um monstro como vocês... — Certo... — Doppelgänger enfia a sua adaga infernal no ombro do anjo acarretando em um grito horrível e ensurdecedor que explodia todos os vidros do local. — Não! — Jeff e Fritz tentam atacar, mas em apenas um olhar ele os arremessa pela janela quebrada do estabelecimento. Herobrine não podia atacar porque estava segurando Absolen e o Guardião estava sendo imprensado na parede pelo mesmo poder que derrotara os dois. — Aceite ou verá seu amigo morrer... — O ser de olhos brancos só tinha uma única opção, me entregar para ele. Não o culpo e nunca o culparei, Absolen estava certo, sua fraqueza é sua bondade. Se ele não me entregasse o anjo iria morrer e se concordasse ele entregaria o resto do poder que Doppelgänger necessitava para ficar poderoso. — Estou impaciente... — O maligno ser copiador começa a arrastar a arma até o coração do anjo guardião rasgando sua pele e o fazendo gritar mais ainda.
Essa era a hora...
Olho para o céu que outrora estava ensolarado e agora estava nublado. Eu tinha que fazer algo e o único poder que tinha era exatamente o que eu prometi nunca mais usar... Lentamente começo a me aproximar do Ancestral forçando sua magia de proteção onde arremessava qualquer um que chegava perto dele. — Quer mesmo tentar? Haha, tolo — A cada passo que dava era algo de mim que mudava. Meus olhos ficaram pretos, minha pele se tornava pálida como a neve mais pura e as minhas veias se elevaram em meu rosto exibindo um líquido escuro dentro delas. A batalha agora era entre mim e o Ancestral. Lutava para ultrapassar seu poder, mas era muito forte... — Tenho que admitir que fiquei espantado, Alan, você conseguiu capturar grande poder meu depois que o possui... — Você ainda não viu nada... — Ergo minha mão e uma força sai de mim fazendo a adaga dele voar longe e o espanto toma conta de sua face, mas logo fora substituída por ambição. — Tudo bem, então... Terei outros momentos para lhe capturar, meu velho amigo, por hora pode ficar com seu amigo anjo aqui... Mas saiba que agora que vi o poder que você tem guardado em seu ser abriu a minha cobiça, hahaha...
Ele desaparece em uma fumaça rubra enquanto suas gargalhadas eram o som de fundo. Absolen desaparece na mesma fumaça indicando que Ancestral o levou consigo. O anjo foi liberto, mas a dor que ele sentiu foi forte demais até para ele...
Ele lentamente vai indo em direção ao chão desnorteado. Sentia que sua áurea de bondade havia sumido do ar e seu coração estava fraco, sentia também que ele já não aguentava mais. Herobrine se aproximou junto ao Guardião e foram tentar socorrê-lo.
— Nós vamos te ajudar, aguente... — Fala o minecraftiano desesperado.
— Não há mais jeito... E..eu estou sentindo a presença do perecedouro perto de mim... Eu ajudei vocês e completei minha missão, vou em paz e feliz, amigos. Tirem essa culpa dos corações d...de... vocês, é ela que impede o vosso progresso — A palidez o tomara lentamente.
— Eu não vou deixar mais um morrer, chega de mortes! — Herobrine estava arrasado. — Herobrine, quando um anjo reconhece sua morte é porque não há nada que se possa fazer para ajudá-lo — Avisa o Guardião. O anjo coloca a mão em seu peito e uma luz forte aparece como ele estivesse segurando algo, talvez sua alma.
— É seu, Guardião, meu poder... Eu confio em você para retomar meu legado de protetor do céu. Você será literalmente o "guardião"... — Ele segura a mão do anjo e logo após isso seus olhos fecham indicando sua morte.
As nuvens a cima dele se abriram mostrando um céu azul e de seu corpo subiu uma luz onde o que se podia ver eram apenas suas asas brilhantes e belas... Era o fim para ele...
Herobrine levanta de cabeça baixa apertando algo em seu bolso com muita força. Seus olhos estavam cheios de raiva e um ódio ardente pelo Doppelgänger que nunca vi em nenhuma criatura pelo mundo afora.
— Ele vai pagar... — Jeff ao ver Herobrine assim corre em sua direção gritando "Não faça isso!", mas o ser de olho brancos não deu ouvidos à ele e de repente desaparece misteriosamente... O que poderia indicar o que aconteceu com o minecraftiano era uma risada fina e assustadora que demonstrava que uma nova ameaça estava se aproximando...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acontecerá com todos? Quem é a "nova ameaça"?...
Até...