Exile 3: O Renascer escrita por Melehad


Capítulo 24
Capítulo 23: A Batalha contra Absolen...




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Herobrine, sério, franze sua testa e fecha seus olhos intimidando seu adversário em um gesto de demonstrar sua concentração constante e paciente. Enquanto o ser de olhos brancos mantinha a raiva aprisionada dentro de si e se concentrava para não exagerar no poder, Absolen exalava sua confiança que era de se detestar. Nunca vi uma criatura tão crédula quanto Absolen, ele exagerava nesse quesito.

Fique atrás de mim, Alan — Diz o Guardião segurando com força seu cetro na espera de algum desses diabólicos entes tentarem me atacar ou me capturar novamente. Estava nervoso, o suor escorria de minha testa e meus braços trêmulos não ajudavam em nada. Eu tinha coragem, tinha, mas o olhar ameaçador deles era de arrepiar e eles estavam olhando diretamente para mim como se me desejassem para seu mestre.

— Eu não sou poderoso, mas sou forte — Respondo olhando o Guardião lutar contra os seres infernais. Os relâmpagos e trovões que vinham da batalha entre Zalgo e o SCP-001 me aterrorizava e me preocupava, tinha medo do anjo falhar e acabar morrendo. Os barulhos também não ajudavam nada, gritos assustadores eram ouvidos e em minha mente imaginava a batalha e a destruição que estava aquele lugar, pois até pequenos terremotos estavam presentes nos fazendo imaginar o que poderia restar depois de um dos dois perecer...

Esses barulhos estão me estressando e me chateando... Vamos melhorar um pouco esse clima para algo mais divertido e heroico, quero lembrar dessa batalha como algo interessante e não chato — Absolen ergue sua mão em direção ao Jukebox rústico e interiorano e ele começa a ligar, após, ele puxa um disco de vinil ao lado do aparelho e o som vai vagarosamente saindo dos alto-falantes. Era uma música calma e tocada em um piano de maneira bem antiga, se não fosse alguém que gostasse de clássicos não conseguiria dizer que era a Für Elise, de Beethoven, uma música que não tinha nada a ver com o momento caótico, mas mesmo assim ele quis colocar.

Herobrine estava tentando entender o motivo da escolha de Absolen, porém, ele – como demônio- era muito sacana e isso já era uma boa explicação.

Herobrine avança e Absolen também, os dois começam a lutar com suas espadas extremamente diferentes em forma e poder. Os servos de Absolen também atacam Fritz e Jeff que estavam na frente do Guardião que me protegia. Jeff esfaqueia o pescoço do primeiro demônio e em seguia enfia a faca em seu coração transforando o ser em névoa e cinzas, após, grita um grande: "Matei um!" Para Fritz só que o homem púrpura já tinha matado dois. Mais seres infernais chegam para nos atrapalhar e enquanto gritos de dor e de euforia eram ouvidos, a tranquilizante música tocava inspirando Absolen e com a mistura dessa música com a batalha terrível, era até um pouco cômico.

Mesas e cadeiras misturadas com escombros do teto e das paredes eram arremessadas no ar por razão dos impactos dos corpos de Herobrine e Absolen sobre eles.

O ser de olhos brancos atacava mais que defendia porque estava com mais resistência a ataque do que o seu rival que estava fraco e utilizava mais sua defesa. A montante Infernus por ser grande e larga facilitava a defesa de Absolen, mas era pesada e dificultava o ataque contra a espada de Herobrine, que era menor e mais leve.

Cinco... — Jeff estava ficando cansado. — Sete! — Só que Fritz estava completamente revigorado porque fazia muito tempo que não lutava e sua força se resguardou nele. Smile também ajudava mordendo e utilizando seu pequeno poder de telecinese contra os demônios que cada vez iam chegando mais e mais.

O Guardião utilizava seu cetro como arma mágica e usava uma espada que ele pegou "emprestado" de um dos corpos dos demônios no chão para facilitar seu ataque. Com duas armas, magia e força, era mais fácil de se proteger e atacar os inimigos. — Fique aí, Alan! — Ele grita. Eu estava atrás dele junto com o SCP-011 observando a briga acontecer sem fazer nada. Ele estava quase forte o suficiente para entrar na batalha, no entanto, queria guardar sua força para mais tarde já que viu que estava fácil para ganharmos sem a ajuda de mais alguém.

A música calma para de tocar... O vinil deve ter se soltado ou a máquina deve ter sido destruída por algum escombro que estavam voando por todo o local. Do antigo restaurante só sobrara apenas o bar e algumas mesas, as paredes foram arruinadas, as janelas despedaçadas e os móveis totalmente destruídos.

Herobrine baixa a guarda por um momento e é atingido de raspão em seu peito pelas garras afiadas da manopla da armadura rubra de Absolen. Ele aproveita que o minecraftiano se feriu, segura seu pescoço e o arremessa em direção à parede de tijolos fazendo-o bater a cabeça e arruinar totalmente a edificação. Os tijolos caíram sobre ele lhe causando dor, porém, ele ainda não havia desistido. O demônio pega do chão a espada de diamante e a empunha apontando para Herobrine como se ele estivesse o avisando que sua morte estava bem próxima e a arma que irá lhe destruir será a sua própria espada.

Este é seu fim... — Fala Absolen abrindo um enorme sorriso. Herobrine cospe o sangue que estava em sua boca e olha para a criatura infernal abrindo um sorrisinho irônico e um olhar surpreso, mas um surpreso por Absolen ainda não ter percebido. — Olhe em volta... — O ser observa o seu redor e começa a tremer... Todos os seus servos estavam destruídos e todos (Jeff, Fritz, Guardião e Smile) estavam apontando suas armas em sua direção na espera de sua rendição. — Este é o seu fim, Absolen... — Falo olhando em seus olhos preocupados e aturdidos.

Herobrine levanta calmamente e toma sua espada da mão do que se dizia absoluto, mas sempre perdia de nós. Ele coloca sua espada no pescoço de Absolen e o manda largar a sua espada gigante, ele aceita. Desarmado e assustado, o gato caiu na ratoeira, irônico.

Mate-o logo antes que algo aconteça! — Grita Jeff desesperado e inseguro. Tantas vezes Absolen estava definitivamente derrotado e algo sempre acontecia para ele fugir, entendo a preocupação do assassino.

Não tem coragem, sua bondade o enfraquece... — Fala Absolen rindo.

Tem razão, eu sou bom e não posso matar meu inimigo, mas para você eu abro uma exceção... — Absolen se espanta e Herobrine ergue sua espada para fincá-la certeiramente no coração pútrido e maligno do demônio que causou esse mal todo. — Espere, espere... — Ele une toda sua força concentrando-a em sua mão direita para terminar com isso de uma vez por todas. Ele enfia a espada e algo acontece...

Se eu fosse você largava esse infeliz... — Minha alma gela. Me arrepio todo a ouvir aquela voz rouca e grossa novamente. Recusava-me a olhar para trás mesmo sabendo quem era o ser que surgira naquele momento.

Não... — Purple Man se espanta ao reencontrar com ele. Doppelgänger estava atrás de nós e só pelo espanto geral e por sua fala tradicional de vilão já imaginava o que ele trazia consigo... O Ancestral trazia consigo na ponta de uma adaga o anjo que estava lutando do lado de fora contra Zalgo - que estava logo atrás dele. O ser celestial estava totalmente machucado e mal se aguentava em pé, ver aquilo me desesperava e me entristecia. Era como se meu coração estivesse sendo despedaçado.

Vai mesmo me salvar? — Pergunta Absolen sério e com a espada em seu pescoço. Ancestral dá uma gargalhada mostrando seus dentes podres e nos encara com seus olhos mortos e temerosos: — Você é um fraco e incompetente. Sua burrice me espanta, tenho vergonha de você como nunca senti de criatura nenhuma nessa terra, nem mesmo o pior de meus discípulos é tão horrível como você, Absolen. Ver a desgraça que se tornou me constrange diante o clero infernal, mas tenho que admitir que você ainda é um demônio e eu tenho a lei de não matar família — Absolen mesmo extremamente irritado e louco para arrancar a cabeça de Doppelgänger fora aceita ser livre e também os insultos. Cheguei até ficar com um pouco de pena dele...

Vamos melhorar o acordo, solte o anjo e eu liberto Absolen, todos ganham — Herobrine propõe — Fraco ainda, entregue-me Absolen e Alan e liberto o seu amigo lá de cima sem nenhum arranhão — Ele estava sem saída, Ancestral não perderia nada se Absolen morresse, mas já nós sim e essa dor e culpa iria nos perseguir eternamente. — Vamos lá Herobrine, esse brilho dele está me cegando, aceite logo!

— Faça Herobrine, salve-o, eu me viro com ele... — Digo — Eu nunca me perdoaria se fizesse isso, eu não seria digno de ser escolhido para liderar essa causa se eu trocasse vidas inocentes assim. Eu não sou um monstro como vocês... Certo... — Doppelgänger enfia a sua adaga infernal no ombro do anjo acarretando em um grito horrível e ensurdecedor que explodia todos os vidros do local. — Não! — Jeff e Fritz tentam atacar, mas em apenas um olhar ele os arremessa pela janela quebrada do estabelecimento. Herobrine não podia atacar porque estava segurando Absolen e o Guardião estava sendo imprensado na parede pelo mesmo poder que derrotara os dois. — Aceite ou verá seu amigo morrer... — O ser de olhos brancos só tinha uma única opção, me entregar para ele. Não o culpo e nunca o culparei, Absolen estava certo, sua fraqueza é sua bondade. Se ele não me entregasse o anjo iria morrer e se concordasse ele entregaria o resto do poder que Doppelgänger necessitava para ficar poderoso. — Estou impaciente... — O maligno ser copiador começa a arrastar a arma até o coração do anjo guardião rasgando sua pele e o fazendo gritar mais ainda.

Essa era a hora...

Olho para o céu que outrora estava ensolarado e agora estava nublado. Eu tinha que fazer algo e o único poder que tinha era exatamente o que eu prometi nunca mais usar... Lentamente começo a me aproximar do Ancestral forçando sua magia de proteção onde arremessava qualquer um que chegava perto dele. — Quer mesmo tentar? Haha, tolo — A cada passo que dava era algo de mim que mudava. Meus olhos ficaram pretos, minha pele se tornava pálida como a neve mais pura e as minhas veias se elevaram em meu rosto exibindo um líquido escuro dentro delas. A batalha agora era entre mim e o Ancestral. Lutava para ultrapassar seu poder, mas era muito forte... — Tenho que admitir que fiquei espantado, Alan, você conseguiu capturar grande poder meu depois que o possui... — Você ainda não viu nada... — Ergo minha mão e uma força sai de mim fazendo a adaga dele voar longe e o espanto toma conta de sua face, mas logo fora substituída por ambição. — Tudo bem, então... Terei outros momentos para lhe capturar, meu velho amigo, por hora pode ficar com seu amigo anjo aqui... Mas saiba que agora que vi o poder que você tem guardado em seu ser abriu a minha cobiça, hahaha...

Ele desaparece em uma fumaça rubra enquanto suas gargalhadas eram o som de fundo. Absolen desaparece na mesma fumaça indicando que Ancestral o levou consigo. O anjo foi liberto, mas a dor que ele sentiu foi forte demais até para ele...

Ele lentamente vai indo em direção ao chão desnorteado. Sentia que sua áurea de bondade havia sumido do ar e seu coração estava fraco, sentia também que ele já não aguentava mais. Herobrine se aproximou junto ao Guardião e foram tentar socorrê-lo.

Nós vamos te ajudar, aguente... — Fala o minecraftiano desesperado.

— Não há mais jeito... E..eu estou sentindo a presença do perecedouro perto de mim... Eu ajudei vocês e completei minha missão, vou em paz e feliz, amigos. Tirem essa culpa dos corações d...de... vocês, é ela que impede o vosso progresso — A palidez o tomara lentamente.

Eu não vou deixar mais um morrer, chega de mortes! — Herobrine estava arrasado. — Herobrine, quando um anjo reconhece sua morte é porque não há nada que se possa fazer para ajudá-lo — Avisa o Guardião. O anjo coloca a mão em seu peito e uma luz forte aparece como ele estivesse segurando algo, talvez sua alma.

— É seu, Guardião, meu poder... Eu confio em você para retomar meu legado de protetor do céu. Você será literalmente o "guardião"... — Ele segura a mão do anjo e logo após isso seus olhos fecham indicando sua morte.

As nuvens a cima dele se abriram mostrando um céu azul e de seu corpo subiu uma luz onde o que se podia ver eram apenas suas asas brilhantes e belas... Era o fim para ele...

Herobrine levanta de cabeça baixa apertando algo em seu bolso com muita força. Seus olhos estavam cheios de raiva e um ódio ardente pelo Doppelgänger que nunca vi em nenhuma criatura pelo mundo afora.

Ele vai pagar... — Jeff ao ver Herobrine assim corre em sua direção gritando "Não faça isso!", mas o ser de olho brancos não deu ouvidos à ele e de repente desaparece misteriosamente... O que poderia indicar o que aconteceu com o minecraftiano era uma risada fina e assustadora que demonstrava que uma nova ameaça estava se aproximando...


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Notas finais do capítulo

O que acontecerá com todos? Quem é a "nova ameaça"?...
Até...