Exile 3: O Renascer escrita por Melehad


Capítulo 13
Capítulo 12: A Aparição...




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Herobrine atordoou-se. Sua face havia mudado para uma pura expressão de medo e horror. Jeff veio até seu amigo socorrê-lo, pois o mesmo estava quase caindo no chão, SCP-011 segurou o braço esquerdo de Herobrine enquanto Jeff segurava o outro. Ambos puseram o ser de olhos brancos sentado em uma raiz e preocupados perguntaram a ele sobre o que viu.

O que você viu? Nos diga! — Jeff continuava impaciente, mas isto era de sua tamanha preocupação em relação ao amigo estar quase desmaiando de medo ou coisa pior.

Eu vi apenas um lugar escuro e o livro repousado em um pedestal, o problema é que alguma coisa estava nas sombras me vigiando. E-Eu não sei o que era... Eu não me lembro direito, mas vou tentar contar para vocês...

No momento que ele repousou o cetro para invocar o poder da visão, sua mente viajou até a morada do livro das creepypastas. O que ele viu foi os campos secos e mortos, logo, o Monte Vater Unser. Ao chegar na montanha mais alta do Exile, ele conseguiu ver ao horizonte as ruínas da Lavender Town e logo depois, o que sobrou da cidade de Ben Drowned. Também a mansão de Ao Oni, na hora ele se perguntou onde o ser roxo estaria, pois ele desapareceu no ataque de Absolen... Mas onde repousava o livro era bem depois da floresta sombria e amaldiçoada, onde morava o Slender Man... No final da cadeia de montanhas – onde também interligava o Monte Vater Unser – estava uma estupenda e gloriosa árvore. Havia também escombros como pedras polidas e madeiras bem velhas, ele reconheceu os escombros mais antigos como sua antiga mansão. A árvore crescia sobre o antigo Templo de Doppelgänger, onde ocorreu "A batalha para um novo começo", quando o ser maligno denominado Ancestral foi derrotado e mandado para sua tortura eterna.

Maior que a árvore de Croatoan, parecida com um tipo de salgueiro, sua raiz mestra ficava onde foi enterrado o corpo do Detetive James. Ele era a fonte de energia da planta que conseguiu, mesmo que pouco, transformar esse mundo em uma irmã legítima da Terra.

Sua aparência estava acabada, as folhas estavam caindo no chão e evaporando ao tocar com o solo infértil. Seus galhos e seu imenso tronco estavam descascando e várias ervas-daninhas cresciam e sugavam sua força vital. O "Coração do Exile" estava morrendo e levando o mundo junto com ele.

Na visão, Herobrine entrou dentro da árvore e no seu interior havia um salão oco com colunas de madeira e raízes que se entrelaçavam para dar a sustentação para o enorme peso da árvore. No seu centro havia o tão cobiçado livro em um pedestal de madeira mais escura e bem mais velha, detalhado com desenhos celtas e um certo toque de algo mais rústico.

Herobrine ficava em um campo de visão que dava para pegar a sala inteira, mas o que o deixou tão perturbado foi a presença de mais um ser dentro do cubículo junto com ele... O ser saia um pouco da escuridão deixando um pouco da iluminação bater em seu rosto fino e sua vestimenta rasgada. Ele era magro, muito magro mesmo, o que impedia de ver sua tamanha magreza em seu corpo era seu longo roupão que se esticava até o chão. De aparência bem degastada, o roupão vermelho que continha desenhos detalhados em fios de ouro mostrava que ele outrora fora um poderoso ser. Ele mantinha as mãos dentro da capa cor de vinho e muito mais desgastada que a roupa em si, mas dava para ver que estas eram bem magras e continham unhas afiadas e assustadoras.

Ele não tinha cabelo, apenas poucos fios brancos espalhados ao redor da cabeça, ao todo quatro fios. Sua face era tão magra que o formato de seu crânio aparecia, principalmente em volta de seus olhos e na bochecha, seus lábios eram bem finos e secos e seus dentes estavam podres e afiados... Seus olhos eram da cor de sangue e ardente por uma chama de morte, em volta deles uma expressa e grande olheira os destacava. E o que chamou a atenção de Herobrine realmente foi uma cicatriz familiar em sua testa... Sua pele estava queimada em um formato de pentagrama, algo bem conhecido para ele e principalmente, para Alan.

Um “não pode ser” era o que o ser de olhos brancos queria falar. O submundano que o encarava bufava de raiva ao encontrar Herobrine... Ele começou a andar lentamente em sua direção e sua postura mostrava que ele estava um pouco corcunda por ainda sentir falta de suas longas asas que o sustentava em pé.

Velho amigo... — Suspirou ele sorrindo e mostrando seus dentes afiados e pútridos. O ser maligno estendeu sua mão direita para Herobrine o chamando para se aproximar dele, porém, ele não aceitou e continuou parado onde estava.

Não vai cumprimentar uma pessoa tão próxima a você? Hahaha... Pensei que tinha educação...

Isso não é real, eu estou em uma visão, você não pode estar aqui! — Ele soltou aquela gargalhada sinistra e assustadora que sempre pôs medo em Alan e Jake.

Claro que estou preso seu tolo! Eu sou apenas uma parte de seu subconsciente que está aqui para atormentá-lo... Porque você sabe que não irá conseguir vencer o Absolen, ele está mais poderoso que eu já fui e olha que eu não minto... — Ele se aproximou mais um pouco até Herobrine e olhando em seus olhos continuou:

Tão tolo, sempre se achando o herói, mas na verdade sempre será o segundo no patamar... Hahaha... Seu coração está calejado porque você nunca ganha os créditos de salvar o mundo, ora, lembre-se do estúpido detetive, ele foi chamado de herói, contudo, se você não tivesse dado um empurrão ele nem teria entrado nessa guerra... O garoto Alan que agora é a única esperança da Terra, onde ele está? Capturado e que tem que salvar ele? Você! — Ele desapareceu em uma fumaça e quando Herobrine reparou, ele também havia sido teletransportado para fora da árvore.

Eu sei que você não é real, não adianta tentar me atormentar — Ele começou a rodear Herobrine, o circulando de cabeça baixa e sorrindo por sentir que estava realmente atormentando a alma dele. Com seus braços cruzados para trás e mesmo com uma postura mais fraca, ele ainda tentava ficar com sua postura mais firme e elegante, porém, não conseguia. Parecia que o rei perdeu sua majestade.

Você sente ódio de mim, não é? O vosso coração está se remoendo a me encarar novamente. Está louco para me acertar um soco, ou até mesmo alguma coisa nessa sala que poderia ser usado como arma branca, mas sabe que se me atacar não irá surtir efeito nenhum, pois isso é apenas uma visão causada pelo cetro magnífico e poderoso do Guardião. Não preciso usar magia para isso, apenas olhar para seus olhos e sua face raivosa ao me olhar novamente... — Em seu coração, Herobrine, sentia que aquilo era impossível de estar acontecendo, já que o Ancestral estava trancafiado em sua prisão de dor. Ele via em volta sinais que mostravam que realmente aquilo era uma visão, era um sonho. A iluminação dentro da sala que entrava por pequenos basculantes era como de um sol normal, não o sol sombrio do Exile; a árvore estava menos destruída como realmente era, ela estava mais preservada que a original; mesmo que ele soubesse que estava lá, ele não conseguia se ver, apenas olhar para frente era o que Herobrine poderia fazer. Mas ele sentia também que isso era muito real para ser apenas uma visão... Como ele poderia ter uma visão com o Ancestral nessa aparência se ele nunca o viu assim? Ele nunca soube que as asas do submundano foram arrancadas, como ele pode vê-lo assim? Tantas perguntas, muitas teorias, poucas respostas...

Pare de me atormentar demônio!

Como quiser, mas não pode mentir sobre isso... No fundo você queria ser sim recompensado e glorificado pelas suas atitudes, no fundo você quer ser chamado de herói pelos imperfeitos seres que você chama de amigos...

Você nunca irá sair daquele inferno, Doppelgänger... Não adianta tentar me fazer delirar e enlouquecer, porque eu nunca irei ficar ao seu lado e de ninguém de sua raça amaldiçoada!

Algum dia as paredes de pedras daquele lugar irá cair e eu serei livre para transformar tudo em meu mundo e quando esse dia chegar eu irei primeiro atrás de você, irei fazer você sofrer as piores dores que existem e quando você estiver para morrer eu irei ressuscitá-lo e torturá-lo novamente até que eu me enjoe de brincar com você... Hahaha!!!

Se você fugir eu irei atrás de você, fiz a mesma promessa a Zalgo, mas vou dar crédito a você primeiro. Algum dia eu irei te destruir monstro maldito...

Isso... Agora sim você está se mostrando uma verdadeira creepypasta, você está mostrando o verdadeiro monstro que há em sua alma. Continue assim e em breve você irá se juntar a minha causa...

O ser maligno começou a ficar invisível a ponto de desaparecer completamente. Mas antes de desaparecer, ele olhou para os olhos de Herobrine e dando uma risada arrogante, falou:

Será mesmo que sou sua imaginação? — Logo após isso, Herobrine despertou de sua visão e ilusão completamente pasmo e louco por culpa dessa experiência traumática.

Tem certeza que era mesmo uma parte de seu subconsciente? Por que eu já estou satisfeito em enfrentar apenas o Absolen. Enfrentar o Ancestral novamente e agora com o Absolen seria o fim de nós — Retrucou Jeff.

Eu não sei... Parecia bem real, mas tinha também traços que mostrava que ainda estava na visão, estou completamente confuso e pela primeira vez, estou com medo. Enfrentar o Ancestral novamente, como você disse, seria o fim de nós e o fim de nossos mundos. Eu não quero nem imaginar o tamanho poder que ele terá se sair daquele lugar

É melhor irmos atrás do livro, senhor, antes que alguém o pegue, não sabemos quantos sabem sobre a existência desse tão precioso e perigoso artefato. — Herobrine levantou-se ainda com um pouco de dificuldade, mas conseguiu erguer-se. Com o cetro em mãos e sua espada também, agora ele tem que prosseguir um longo caminho até sua velha casa.

Alan, aguente mais um pouco... Nós iremos te ajudar e juntos iremos cumprir nossa missão, você não está sozinho...

...

Alan desperta.

Olha em volta assustado e extremamente nervoso. Ele sente as correntes balançarem as algemas presas ao seu pulso, sua face estava cercada de puro terror ao ver onde estava... Ele começa a se lembrar do que aconteceu... Lembrou de Absolen ter o capturado quando estava indefeso, quando foi abandonado por seus aliados. Ele sente-se sozinho agora...

— Sinto... dor... — Foram as únicas palavras que ele conseguiu falar. Seus olhos estavam arregalados ao encará-lo, sua face estava pálida e fraca por culpa de ter usado muito sua energia ao lutar contra Lost Silver.

Ele sentia a respiração ofegante bater em seu rosto.

O ser à sua frente o encarava com seus olhos bizarros em fúria e loucura...

Alan estava tentando respirar, mas o ar poluído do local estava o impossibilitando. O ar pútrido entrava por seu nariz e queimava ao chegar em seu pulmão. Ele imaginou estar ainda no Exile.

Ele encarava um dos seus maiores medos, o ser estava à sua frente o observando, pois seu superior o mandou ficar de guarda.

Ambos se entreolham, Alan tenta miseravelmente balançar as correntes grossas na espera de elas se soltarem, porém, em vão.

A porta de ferro corroída e enferrujada abre...

Passos pequenos e abafados por seu longo roupão seguem até onde estava o herói das dimensões. Com os braços cruzados para trás e seus olhos malignos, ele se aproxima do humano, mas fica atrás dele o impossibilitando de ver quem havia chegado. Mas Alan sente a sua presença, sente a presença familiar de sua contraparte.

Seus olhos arregalam ao descobrir quem é a presença poderosa naquela pequena sala e de longe uma estrondosa e assustadora gargalhada anuncia o retorno do inimigo, o retorno do mal... O retorno do derrotado...


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Notas finais do capítulo

...
Até...