Soldado 4 estrelas escrita por Theodor Martin


Capítulo 2
Um lugar




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Eu não queria, mas era necessário.

Eu teria que dormir essa noite.

Não estava nem um pouco nervosa com o fato de os exames para entrar para o exercito começarem amanhã, mesmo porque, se eu não conseguisse.

Os nômades do ar sempre estiveram em seus templos para acolher foragidos...

...Menina fraca!!!

Você está dependendo da bondade de estranhos? Isso não é algo que uma moradora da Nação do Fogo faria. Principalmente depois de visitar e passar um bom tempo no reino da terra.

Eu estava jogada em uma cama de um hotel pago com AQUELE tipo de serviço sabe? Aquele... lavar a louça, cozinhar, arrumar os quartos. Encarando o teto cinza descascado, não acredito que: A melhor lutadora do reino da terra se rebaixou a esse ponto.

Me levanto da cama vestindo a roupa que eu iria para o exame e vou para o banheiro para me olhar no espelho e ver aquele cabelo preto repicado e olhos cansados que não viram a escuridão por muito tempo.

Se bem que eu achava que nunca mais dormiria depois do que eu fiz.

Lembranças daquele dia passavam na minha mente como um flash, eu achava que era um pesadelo e me forçava para acordar, depois de derrubar as duas almas que me criaram, eu acabei por acordar minha irmã.

Eu nunca me preocupara com meus pais, eles me fizeram passar pelo inferno na terra só para ser a melhor em uma área que eu nunca gostei, mas minha irmã... eu não sei o que faria sem ela. Ela era dois anos mais nova que eu, sempre cozinhava o almoço e o jantar era minha vez, ela costumava dormir na beliche de baixo até que EU a fiz dormir embaixo de uma lápide.

Isso me fez apoiar a cabeça nas mãos e segurar as lágrimas quando eu lembro de uma frase do Coronel. Você merece um final feliz. Depois de tudo o que eu fiz, Ana Lorene, a menina que matou a sangue frio sua família, essa pessoa merece um final feliz?

Tento me esquecer disso, mas é impossível, todas as nações me expulsaram e eu vim parar em um país em que minha projeção não fosse tratada como aberração.

Me cubro depois de passar os dedos em cada bordado dos elementos que eu já dominava, a maioria já foi, mesmo eu tendo uma afinidade maior com alguns do que com outros, mas eu disse maioria...

Fricção.

Eu estava tendo um tempo horrível tentando dominar isso. Caso, em algum dia distante eu consiga fazer isso, nunca mais vou me machucar com objetos cortantes, posso anular o atrito, por outro lado, posso fazer o contrário.

Mas parece que eu fiz alguma coisa que esses elementos me protegem.

Que saco.

***

– Me explique só uma única coisa besta: Por que eu tenho que fazer prova escrita se eu não sou uma alquimista????- pergunto irritada para Roy.

Ele deu de ombros.

– Eu não sei NADA disso. Como eu vou passar??

– Cole, nas fileira, tem alguns caras com as respostas. Não posso falar mais.

Not Bad, not bad. Agora eu tenho uma mínima chance minúscula de passar.

Pego um lugar nas fileiras de trás e quase tenho um treco quando vejo ninguém menos, ninguém mais do que AS MESMAS PESSOAS QUE EU ESBARREI NO CORREDOR.

Tento não prestar atenção neles, o cara do lado do anão vermelho estava tendo alguns problemas para 60tar (desculpa, não deu para resistir) ( daí eu fui e falei, 80, 20 ajudar.) Eu quis rir daquilo. Que coisa ridícula. Ele devia estar em uma condição física melhor que eu, não como um velho.

Com a risada abafada que eu dei, acabei atraindo sua atenção. Quando fiz contato visual, eu pude ver que ele parecia o homem de lata do Mágico de Oz. Eu realmente ODEIO ter meditado por tanto tempo. Eu não via mais as pessoas como o Homem de lata como latas de sardinha, mas como a pessoa que ela seria sem a armadura.

Sorte 1 Ana -1 Depois desse mico, -1, nem 0.

Por sorte, não ficou mais do que isso, a não ser alguns olhares desconfiados de ambos. Minha roupa não deveria ajudar muito, um capuz preto, uma roupa que parecia ser uma versão mais da roupa de um assassino. É, não estou muito bem.

Quando o exame começou, tentei procurar pelos batimentos nos dois polos, muito calmos ou preocupados.

Mas então, duas palavrinhas mágicas me veem na cabeça:

Edward Elric.

Pronto, gabaritei o teste.

Tentei, por curiosidade, ler a primeira pergunta, mas o que li foi: Decomponha em três níveis nitrato de ferro e então evolua com os componentes presentes no ar de uma caverna rica em sódio em quinto nível da matéria.

(Produção, já tá avisado que terão palavrões? OKay)

Fuck that Shit!!!

Movi meus pés o mais discretamente possível para pegar o lápis dos irmãos na parte em que eu ainda conseguia pegar, caso contrário, eu não conseguiria mais.

Por sorte, o anão vermelho ainda estava tentando descobrir que dia era hoje. Ou... ele sabe que eu estou colando... não , isso é impossível, ele não é um dominador.

Anoto palavras chave que consigo entender para modificar depois.

No final da prova, eu quis chorar.

Com certeza eu falhei de novo, mas teríamos uma convocação para o caso contrário.

Quando eu estava prestes a sair da sala, os supervisores me pararam, dizendo que a prova seria corrigida e entregue na hora.

Um dos alquimista de grau alto colocou minha folha no centro de um circulo de minha tão querida folha virou um treco.

– Meus parabéns, você não passou.- ele riu.

– Posso conviver com isso.

Tento forjar um sorriso.

Afinal, já forjei a prova inteira mesmo.


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