Insidious escrita por Bah


Capítulo 7
Adam Mitchell




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/650661/chapter/7

Resolvi ligar para casa no dia seguinte. Ouvir a voz de qualquer um dos meus familiares seria o suficiente para que eu pudesse carregar o peso do dia em meus ombros. Tudo estava confuso dentro de mim, porém de um jeito consideravelmente bom. Agora eu sabia, tinha certeza da reciprocidade de Oliver, o que me deixava mais calma, com menos medo de pisar em falso.

Tomei meu banho demorado e peguei o telefone. Hesitei por alguns minutos e não entendi o por quê ao certo no começo. Era como se eu não pertencesse mais àquele mundo, como se estivesse traindo Oliver. Sentia que ele poderia desaparecer, virar pó bem em frente aos meus olhos se meus laços com o mundo exterior se fortalecessem novamente. Mas dessa vez, só dessa vez, eu precisava desse combustível. Estava vulnerável demais, cansada demais para me afogar nas profundezas daquela mansão sem nenhum tipo de fortaleza. Uma folha seca amarrada ao meu tornozelo seria o suficiente para me fazer mergulhar cada vez mais fundo na estranheza, no desconhecido intrigante e desgastante daquela gente.

_Alô? _ Uma voz sonolenta e masculina atendeu.

_Pai?

_Alicia! _ Ele pareceu se animar _ Quanto tempo, minha querida! Parece que se mudou da cidade, não liga mais e...

_Como estão as coisas, pai? As crianças? _ Perguntei para interromper a ladainha.

_Bom, você ligou em um bom momento, Alicia...sua mãe foi fazer compras, o dinheiro que tem ganhado está nos mantendo com segurança, mas Peter não está nada bem sem você aqui.

_Peter? O que tem ele?

_Ele não quer mais tomar banho, não deixa que ninguém o toque e chora por horas enquanto chama seu nome. Está agindo como um bicho às vezes, querida, não sabemos mais o que fazer.

_E eu vou consertar isso, pai. Logo ele vai poder ser tratado como merece.

_E como pretende fazer isso?

_A minha patroa vai pagar o tratamento.

_Ela vai...pagar? Por que?

_Isso não importa. Ele vai ficar bem, vou para casa amanhã.

_Para ficar? Vai largar o emprego?

_Não, pai, é que tenho direito a uma visita e...

Margareth bateu na porta já aberta e me olhou com olhar de reprovação, apontando para o pulso sem relógio, me dizendo que eu estava atrasada com minhas tarefas. Me despedi rapidamente ao telefone, prendi meus fios em um coque alto e deixei que meu coração me guiasse.

Que Deus me ajude.

Me aproximava do quarto de Oliver quando alguém me puxou pelo braço.

_Mas o que foi? Me solte!

Percebi tarde de mais que havia sido mais brusca que o necessário ao encarar a feição assustada de Margareth.

_Me desculpe, Margareth, é que depois de tudo o que aconteceu vivo atenta ao mínimo movimento ao meu redor.

_Está tudo bem, não quis te alarmar. Mas devo avisar que haverá uma festa esta noite e a senhora Kimberly quer a presença de todos.

_Por que ela iria querer a presença dos empregados? Ou pior, a minha presença?

_Vamos trabalhar, bobinha. Ela não quer que enfeiemos o salão, por isso devemos estar de acordo.

_Bom, mas não tenho nada adequado. Não consigo nem imaginar uma roupa para essa ocasião.

_Venha comigo. _ Disse estendendo uma das mãos.

_Bom, e se eu ficar no quarto com Oliver? Eu odeio festas, prometo não fazer nem menção de aparecer, vou fazer o que faço de melhor: ser invisível. E olha, eu vivo muito bem assim, e...

Eu falava rápido para acompanhar seus passos. A mulher me arrastava para seu quarto com um sorriso no rosto, ignorando meus protestos.

_Muito bem, mocinha, acho que tenho algo para você.

Fez sinal para que eu me sentasse em sua cama e assim o fiz. Analisei sua saia, que balançava de lá para cá enquanto procurava algo em seu guarda-roupa.

_Perfeito! _ Exclamou enquanto segurava uma peça preta nas mãos. _ Vista isso e me mostre.

O vestido marcou bem meus seios pequenos e me fez parecer mais acinturada. Gostei.

_Não está muito curto?

_Está magnífico! _ Disse eufórica, olhando para mim com orgulho, como se aprontasse sua filha para o primeiro baile do colegial. _Agora os saltos e...

_Não, Margareth. Não estou acostumada com essa...extravagância. Se vou usá-lo, tem que ser com minhas sapatilhas pretas.

Ela pareceu desapontada.

_Sapatilhas? Mas...

_É isso ou nada.

_Tudo bem, calce as malditas sapatilhas.

_Obrigada, de verdade.

Ela apenas sorriu.

...

Não passava das oito quando Margareth bateu em minha porta, ainda com a roupa de empregada.

_Ah, meu Deus, estou me arrumando muito cedo?

_Não, está bem na hora. E está tão linda...

Encarei-me no espelho. Eu realmente me sentia bonita dessa vez. Os cabelos presos somente nas laterais, sem vestígios de sardas, graças ao milagre da base, um risco fino de delineador e um gloss rosa nos lábios. Discreta, mas não invisível.

_Bom, acho que meu trabalho por aqui terminou... _ Disse Margareth cheia de orgulho.

_E você, fada madrinha? Não vai se arrumar?

_Daqui a pouco. Agora vá até o quarto de Oliver, ele está à sua espera.

...

Quando cheguei ao quarto, algo estava diferente no ar, na iluminação. Uma música tocava no fundo, em um volume agradável, diferente do barulho infernal habitual. Ele não estava na cama impecavelmente arrumada.

_Oliver?

_Aqui.

Sua voz rouca e doce me levou para atrás da estante de livros, mas ao colar a cabeça na parede, percebi que não havia espaço para uma formiga sequer.

_Ache "Alice No País Das Maravilhas." _ Disse a voz abafada.

_Você está me assustando...

_Só ache o livro na estante e puxe-o, Cici.

Não sabia se havia sido proposital, mas aquele apelido me trouxe serenidade. Era Oliver quem estava ali, eu estava segura. Puxei o livro de capa bege na terceira prateleira, uma das primeiras edições, desgastado com o tempo. Como mágica, a estante partiu-se ao meio, revelando uma pequena sala com paredes cobertas de desenhos surrealistas. Não identifiquei de primeira a figura em pé iluminada à meia luz, mas vi facilmente uma pequena mesa redonda, um jarrinho com apenas um Gérbera alaranjada em seu centro. Tentei perguntar do que se tratava, mas meus lábios pararam entreabertos. Oliver se aproximou revelando um smoking preto não tão alinhado, o que só contribuiu para que ficasse mais sexy. Seus cabelos estavam penteados para trás, deixando à mostra o queixo anguloso. O olhar expressivo me engolia por trás da fumaça do cigarro que pendia em seus lábios.

_Típico, não? Uma mansão sempre tem suas passagens secretas. Me desculpe pelo cigarro, não consigo evitar quando estou nervoso. _ Disse jogando-o no chão e pisando em cima em seguida. Ele não parecia nada nervoso e nem demostrava metade da minha insegurança.

_Qua-qual é a oca-ocasião?_ perguntei pateticamente.

_Você é a ocasião. _ Disse puxando uma das cadeiras para que eu me sentasse.

_Não entendo... Margareth me disse que sua mãe daria uma festa e...

_Kimberly não sonha com nada disso. Margareth só me deu uma força.

Ele pegou o vinho com destreza e abriu a garrafa como quem nasceu fazendo isso. Serviu duas taças e se sentou bem à minha frente.

_Gosto das suas sardas. _ Disse após um gole. _ Não devia escondê-las.

_Você não é a pessoa mais indicada, Oliver.

_Indicada para quê?_ Havia sarcasmo em sua voz, um sorriso brincava em seus lábios.

_Seus cabelos. Pode pintá-los o quanto quiser, os fios de sua raiz ainda são loiros. Todos temos algo a esconder, alguns bem mais do que sardas...

_Você está coberta de razão, razão e maquiagem. E está absolutamente linda.

Revirei os olhos, mas acho que enrubesci com o elogio.

_Podemos aproveitar essa noite e fazer disso um encontro de verdade?_ Tentei mudar de assunto_ Você me fala dos seus interesses, do que gosta e do que não gosta, suas aspirações e...

_Meus interesses se concentram em você, agora. Gosto de quando você chega, não gosto de quando se vai. Gosto do teu cheiro, não gosto de quando te machuco. Minha aspiração é te ter por perto enquanto eu sobreviver.

_Você quer dizer "viver", certo?

_Sei bem o que eu disse. Eu sobrevivo. É por isso que não podemos e nunca teremos um encontro normal. As pessoas fazem isso para falar de coisas banais, algumas até mentem. Por que falar sobre seu filme preferido, da banda que mais gosta quando já sei até a temperatura do seu hálito? Por que fazer pose quando seus olhos já me viram desmontado, sub humano, nas condições mais humilhantes possíveis? Todos os nossos dias foram encontros, Alicia. Queria poder te mostrar o melhor de mim e causar a melhor impressão hoje, mas se eu o fizesse estaria mentindo. Eu não tenho um melhor lado, só esse.

_Eu não entendo...por que fez isso tudo se se recusa a ter um encontro comigo?

Ele sorriu.

_Não me recuso a ter encontros, me recuso a sentar aqui para aliviar o peso do que sou nos outros dias. Me recuso a vestir uma máscara para que você se agarre a ela sempre que minha real personalidade vier à tona. Esse sou eu, com ou sem smoking.

_Eu jamais te pediria para mudar. _ Disse segurando uma de suas mãos sobre a mesa.

_Pois devia. Eu me sentiria menos culpado sendo um hipócrita com seu consentimento.

E então arqueou uma das sobrancelhas, a íris dilatada correndo pelos meus lábios. Meus dedos apertavam os seus com mais força, quando de repente ele se esquivou.

_Vou buscar o jantar.

Pigarreei.

_O cheiro está ótimo.

_Não sei se já provou deste prato_ dizia trazendo uma bandeja de metal coberta_é uma iguaria refinada, bastante valorizada na Itália. Existem recheios diversos, mas optei pelo tradicional.

Começou a puxar a tampa vagarosamente para aumentar o suspense.

_Aqui vamos nós e...voilà!

Comecei a rir ao ver a pizza de calabresa.

_Acredite, você não poderia ter escolhido iguaria melhor!

Ele riu também e serviu uma fatia em meu prato. Deixou a espátula cair quando pegava outro pedaço. Era como se algo o tivesse atingido com força, como um tiro em sua cintura. Seu rosto se contorceu enquanto a mão pousava urgente no local dolorido.

_Oliver!

Corri para dar apoio às suas costas, ele havia perdido a cor, era como se fosse desmaiar a qualquer instante.

_Eu estou bem, estou bem, juro.

Tentava a todo custo manter a compostura e até arriscou sorrir, mas a estabilidade forjada desmontou-se com outra pontada.

_Eu...eu vou chamar um médico!

Pegava o celular quando ele pousou a mão fria sobre a minha.

_Não, por favor, foi só um mal estar.

_Mas...

_Não.

Guardei o aparelho e me sentei. Enxuguei o suor da testa com um guardanapo, ele fez o mesmo. Engoliu alguns comprimidos e respirou fundo.

_Bom, vamos comer? _Disse em um tom animado que não me pareceu nada natural.

Apenas assenti. Os minutos que se seguiram foram constrangedores. Não conseguia formar uma frase coerente para abafar o silêncio, ele também parecia muito ocupado concentrando-se em não deixar transparecer a dor que claramente sentia.

_Me diga, Oliver, o que esta noite representa para você? Por que a comemoração? _ Perguntei aleatoriamente.

_Eu acordei bem. Achei que seria um bom dia para uma conversa digna.

_Sobre o quê?

_Sobre o que quisermos. Por que não me fala sobre o Peter? Você chamou pelo nome dele quando cochilou ao meu lado essa noite.

Fiquei levemente envergonhada. Seu semblante era sério.

_Sinto muita falta dele. De Lilith também, mas sei que ela pode se virar sozinha, que entende o por quê de eu não estar ao seu lado, mas Peter...ele deve estar pensando que o abandonei. É por isso que vou visitá-los amanhã.

_Por que não o traz aqui um dia? Ele é muito importante para você, gostaria de conhecê-lo.

_Eu...posso?

_Que tal amanhã mesmo? Ele pode dormir aqui com você uma noite, se se adaptar bem.

Eu sorri, mas uma lágrima traiçoeira rolou em meu rosto.

_Obrigada.

Ele cochichou um "de nada".

Pensei então que talvez fosse a hora de falar sobre Adam. Eu não poderia fugir de sua existência para sempre.

_Sabe, Oliver...tem algo que não te contei.

Ele me encarava intrigado, sentado em seu jeito informal, rolando a taça de vinho nos dedos.

_Eu tin...tenho mais um irmão. Seu nome é Adam.

Não sabia ao certo o por quê, mas seu rosto assumiu uma feição sombria, seu polegar começou a tremer, atitude típica de quando um ataque estava a caminho. Esse seu tique sempre estava presente, mas se acentuou assim que pronunciei o nome "Adam". Escondeu as mãos por entre as pernas.

_Prossiga. _ Disse forçando leveza em sua expressão.

_Ele é dez anos mais velho do que eu. Quando eu tinha nove, as coisas começaram a ficar feias.

_Feias?

_Adam é uma das piores pessoas que já conheci, Oliver. Até os seus dezesseis anos se contentava em infernizar apenas a própria família. Criava intrigas, sabia do ciúme doentio do meu pai e usava isso contra nossa mãe quando ela não tinha mais um tostão para que ele torrasse em heroína. Começou aos dezoito com pequenos furtos, ataques e invasões, andava com pessoas estranhas, mas no fim do dia sempre voltava e me fazia dormir.

_Te fazia dormir?

Minha voz havia começado a ficar embargada.

_Eu era a única pessoa a ser tratada com gente por ele. Me chamava de "irmãzinha" e nunca deixou que nada faltasse, até que...e-eu não sei se consigo.

Ele apertou minha mão e olhou em meus olhos. Tive forças para continuar. Eu já havia chegado até alí, nunca havia falado daquilo com ninguém, não podia simplesmente parar, aquilo precisava sair.

_Ele arrumou uma namorada, seu nome era Greta. Ela vivia em nossa casa, gritando comigo, marcando meu braço com um baseado, deixando garrafas de cerveja e Vodka largadas pela casa quando não estava injetando alguma porcaria junto de Adam. Mamãe ficava furiosa, mas nunca dizia nada, papai estava quase sempre bêbado demais para se importar, até que um dia entrou em coma alcoólico. Minha mãe ficou com ele no hospital, e foi Adam quem ficou comigo durante uma semana. Foi então que um dia pedi para que ele que deixasse Greta.

As lágrimas começavam a abafar minha voz. Oliver se levantou, me pegou pela mão e se sentou no chão comigo, me embalando como se eu fosse uma criança. Ficava mais fácil contar sem olhar em seus olhos. Afundei o rosto em seu peito e continuei.

_Ele me prometeu que ela iria embora com uma condição. _Senti seu abraço se apertando ao meu redor. _ Disse que eu teria que tomar seu lugar. Eu tinha nove anos, Oliver, tinha desgraçados nove anos. Por sete dias ele me passou a mão, nos trancava em seu quarto e usava o dedo até que eu implorasse para parar, até que sangrasse o suficiente.

_Maldito, desgraçado. _ Pude sentir as lágrimas em suas palavras.

_Mas isso não é, nem de longe, o pior.

_E o que pode ser pior?

_Eu tive culpa, Oliver

_Não, Alicia, por favor...

_Eu tive, sei que tive. Nos últimos dias eu não reclamava mais, não pedia para que ele parasse, ficava esperando até que chegasse a hora dele me tocar. Usava até há algumas semanas o colar que ele me deu, o colar que era de Greta. Ainda assim ele nos deixou. Eu dei o que ele queria e quando nossos pais chegaram, foi com ela que ele sumiu no mundo. Eu...eu o amava e me odiava por não conseguir sentir repulsa, ódio, por não ter gritado mais alto, por...

Meu corpo inteiro tremia, minhas palavras não faziam mais sentido, estavam entrecortadas pelo soluço. Ele me segurava com força, também tremia.

_Ouça, Cici, por favor, ouça...

Minhas unhas estavam cravadas em suas costas, o choro não se cessava.

_Não se culpe, eu te imploro. Ninguém é culpada por ser estuprada, ninguém! Você era uma criança, mal sabia o que estava fazendo. Ele era o único a te dar o mínimo de carinho, você transformou esse abuso em amor, você queria acreditar que era.

_E o que você sabe sobre abuso, Oliver? _ Perguntei descontando, injustamente, minha raiva e frustração nele.

_Existem vários tipos de abuso, querida. Eu sei como é não ter controle nem autoridade sobre seu próprio corpo. Sei como é ser invadido, privado de ter a vida que se deve ter. A diferença é que eu mereço, você nem sequer tinha noção de merecimento.

Não falamos nada nos próximos vinte minutos. Ele me embalou e cantarolou algumas músicas, deixou que eu chorasse e abafasse meus gritos em sua camisa.

Não sei ao certo quando foi que apaguei, mas acordei atordoada em sua cama, sem noção nenhuma das horas. Olhei para a janela e vi que alguns raios de sol ameaçavam atravessar a persiana. Oliver dormia na poltrona, ao lado da cama.

_Oliver? _ toquei levemente seu braço.

Ele despertou rapidamente e me olhou preocupado.

_Como está se sentindo?

_Bem. Um pouco envergonhada, admito...

_Não precisa se envergonhar. Todos temos dias ruins.

_Bom, e por que não dormiu em sua própria cama? Ficou aí a noite inteira?

_Você estava dormindo tão profundamente...não quis te acordar.

Sorri.

_Tem espaço suficiente para nós dois nessa cama.

_Achei que precisava de espaço.

Me levantei e sentei na beirada de suas pernas.

_Sabe, Oliver...eu acho que te amo.

Um sorriso genuíno tomou conta de seu rosto. Junto veio uma bufada de alívio, como se ouvir aquilo tivesse retirado um enorme peso de suas costas. Fiquei esperando que me beijasse, mas ele me abraçou. Esse abraço valeu por todos os beijos que poderia ter me dado. Senti seu nariz afundando em meus cabelos, seus lábios brincando em meu ombro.

_Eu te amo com todas as certezas desse mundo, senhorita Mitchell.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Insidious" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.