Sinto falta do sabor de uma vida doce

Sinto falta das conversas

Estou procurando uma canção esta noite

Estou mudando todas as estações

Sehun acordou com um movimento repentino na cama, olhou para o lado e viu uma garota de cabelos rosa curtos se levantar, nua, e começar a se abaixar no chão para pegar algumas roupas que estavam por ali.

— Hey...Uhn, é...

— Bomi — a garota disse, se abaixando para pegar sua última peça de roupa.

— Sim, Bomi — Sehun ficou vermelho, disso ele tinha certeza. Odiava quando ia pra cama com as garotas e depois esquecia o nome delas — Eu...

— Olha, não precisa fazer isso — a menina colocou sua calcinha e então começou a colocar seu sutiã — Sério, isso só vai nos deixar mais constrangidos. O que tivemos foi só um caso de uma noite, então não precisa se preocupar porque eu não vou esperar você me ligar no dia seguinte.

— Ah...— a garota foi tão direta que Sehun não soube o que fazer — Obrigada.

A garota riu enquanto vestia a blusa e Sehun sentou-se na cama, tendo completa consciência de que não era bem assim que as coisas deviam ser, mas se limitou a suspirar. Não podia fazer nada, afinal, a própria garota queria assim. Sem contar, que isso só facilitava as coisas para ele. Sehun não queria um compromisso sério com ninguém, só queria mesmo curtir, mas acima de tudo, passar a noite com alguém.

— Estou bem assim? — a garota vestiu sua ultima peça, que era um shorts e sorriu para Sehun, dando uma voltinha para ele admirá-la melhor.

— Está linda — e o garoto não mentia, a menina a sua frente realmente estava bonita, mesmo tendo acabado de acordar.

— Você realmente sabe como agradar uma mulher, huh? —  a garota riu — Se quiser comer algo tem geleia na geladeira e umas torradas no armário.

— Ah, não precisa se preocupar comigo. Eu como algo quando for para casa.

— Bem, você que sabe — a garota andou até a porta mas então parou e se virou para Sehun, franzindo o cenho —  Esse é o apartamento do meu irmão, então se ele te pegar aqui...Bem, acho melhor você ir embora antes que dê cinco da tarde.

— Que horas são? — Sehun falou em um tom mais alto que o normal, o que fez a garota dar um pulinho.

— Hmm, agora são três e meia —  a garota se inclina para ver o relógio em seu criado mudo —  Por que?

— Droga! —  Sehun levanta-se num pulo da cama, ignorando a quentura que tomou conta de seu rosto por ficar pelado na frente da garota. Mas oras, eles haviam transado! Não devia sentir vergonha de ficar pelado na frente dela —  Tenho que ir, caso contrário vou me atrasar para meu compromisso.

— Compromisso? De domingo? —  a garota observava Sehun pegar suas roupas espalhadas pelo chão rapidamente e se vestir de qualquer jeito. Quando o garoto terminara de se vestir, andou até a menina e selou seus lábios nos dela, deixando a mesma surpresa.

— Minha amiga vai voltar para Seul hoje — Sehun possui um grande sorriso em seus lábios e seus olhos brilhavam de uma forma doce. A garota nada respondeu, apenas observou o jovem rapaz sair correndo do apartamento.

Gosto de pensar que tínhamos tudo

Desenhamos um mapa para um lugar melhor

Kyungsoo começara a preparar doces por volta de seus catorze anos, quando sofreu com a perda de uma amiga e começou a se fechar para todos, sua mãe preocupada com o estado do filho, resolveu colocá-lo em aulas de culinária para ver se ele se interessava por algo além de seu próprio quarto, caso as aulas não surtissem efeito ela o colocaria nas aulas de boxe na academia de Huang Yin. Todavia, as aulas — como o esperado pela senhora Do — surtiram efeito em Kyungsoo, e o garoto começou a se dedicar à algo e encher sua cabeça com coisas novas. A cada dia o pequeno rapaz preparava alguma coisa nova para seus amigos que não o abandonaram — mesmo que ele tenha parado de visitá-los um pouco — e eles diziam o que achavam da comida de Kyungsoo. O rapaz sabia fazer de tudo, mas sua especialidade eram os doces, principalmente torta de morango, sua torta era tão boa que até mesmo seus vizinhos pediam para ele, alegando que pagariam o quanto ele quisesse por um pedaço da torta.

Mas ninguém sabia o porque de Kyungsoo ser tão bom em doces. A realidade é que mesmo ele se abrindo mais ao começar frequentar as aulas de culinária, Kyungsoo só fazia isso por causa de alguém. Alguém muito importante e que ele sabia que amava tortas de morango, por isso sempre se dedicou ao máximo para fazer a melhor torta de morango de todas.

Kyungsoo agora já tem dezessete anos — idade que só lhe privilegiou em relação a aparência — e se encontra em frente à um espelho, arrumando seu cabelo. Se olhou por completo mais uma vez e então respirou fundo, tentando controlar o nervosismo e a ansiedade por vê-la de novo.

— Calma Kyungsoo, tudo vai dar certo — disse à si mesmo e então abriu um sorriso confiante no espelho. Saiu do quarto e então pegou a torta de morango devidamente coberta por papel alumínio e saiu de casa, feliz por saber que sua garota voltava para Seul hoje.

Mas na estrada sofri uma queda

Então, querida, por que você fugiu?

Jongin havia feito outra vez. E por Deus, nem tinha visto mais a garota depois daquele fatídico dia. Mas lá estava ele mais uma vez em sua cama, matando a "saudade" que tinha dela. Por mais que Jongin saísse com outras garotas, aquela menina nunca lhe saíra do pensamento, principalmente depois que a mãe dela mostrou uma foto de como ela estava agora — com ótimos dezessete anos — à ele e aos outros rapazes. Jongin pedira uma cópia da foto para ela e toda vez que lembrava dela, mais uma vez ia para cama com a foto da menina, ou então para o banheiro. O lugar de fato não importava, mas sim o que ele sentia toda vez que se tocava pensando que era ela. Até hoje o rapaz xinga-se em pensamentos por não ter sentido o sabor daqueles lábios tão rosados e a textura da pele branca e lisa da menina. Mas não é como se ele só pensasse nisso quando as memórias em que ela faz parte lhe enchem a mente, Jongin também xinga-se por a ter tratado do jeito que tratou e sempre que sonha com ela, imagina que faria tudo diferente do que fez anos atrás e imagina os dois juntos.

Jongin suspirou e secou seu cabelo com a toalha. Não estava em seus planos se atrasar para a festa de boas-vindas que queria ir, todavia, não se aguentou ao pensar que finalmente a veria de novo e acabou demorando-se demais debaixo do chuveiro. Por aquele mesmo motivo pecaminoso.

O celular em cima da cama vibrou e Jongin recebeu a mensagem de Yifan, o outro chegaria em dez minutos.

Suspirando mais uma vez, Jongin tratou de ir até seu guarda-roupa e começou a escolher sua melhor camisa e sua melhor calça, afinal, queria impressionar a menina.

Porque queria que eles ficassem juntos e assim finalmente ele provaria o sabor daqueles lábios tão rosados.

Eu estava lá por você

Nas suas horas mais difíceis

Yifan bufou, não acreditando que teve que mandar mais uma mensagem para sua namorada que estava tendo um ataque de ciúmes, teve que explicar mais de uma vez que estava indo à uma festa de boas-vindas de uma amiga que não via há muito tempo e que ter ciúmes agora não mudaria sua decisão de ir ou não à festa.

Sua namorada visualizou a mensagem, porém não respondeu. O que deixou Yifan muito "P" da vida, pois odiava quando ela fazia isso, além de que seu emprego já lhe esgotara a paciência. O rapaz pensou seriamente em faltar a essa festinha pois estava muito cansado, até mesmo tinha avisado a todos que não iria.

Mas é claro que ele fez o oposto, e quando começou a chegar o horário em que todos deviam estar na casa da mãe da garota, Yifan saiu mais cedo do escritório onde trabalha e correu até seu carro, rezando para que não chegasse atrasado, todavia, o trânsito não ajudava. Ainda mais quando teria que buscar Jongin e Sehun, que quando souberam que o mais velho iria, abusaram mais uma vez de sua boa vontade e de seu carro.

Yifan socou o volante com raiva e então respirou fundo. Ficar bravo agora não resolveria nada, na realidade, só pioraria, então, resolveu pensar em como estaria a garota agora, com dezessete anos. É claro que ele sabia como ela estava — afinal, a mãe dela havia mostrado uma foto da mesma —, mas o que ele queria saber mesmo é se ela o perdoaria por todas as burradas que fizera quando mais novo.

O rapaz pegou seu celular e olhou a foto que mantinha na galeria. A garota realmente ficara ainda mais linda e isso não ajudava muito. Porque quando mais novo, Yifan já fora apaixonado por ela. Suspirou e então bloqueou o celular e jogou no banco de carona. A única coisa que ele esperava dessa festa é que não saísse apaixonado novamente.

Yifan sabia que isso seria uma coisa difícil de não acontecer, mas resolveu pensar positivo. Ele só iria reaver uma amiga que há tempos não via. 

Somente isso, uma amiga.

Eu estava lá por você

Nas suas noites mais escuras

Luhan xingou Sehun mentalmente mais uma vez, mas sabia que o mais novo estava passando pela mesma situação. Ou até mesmo por uma pior, já que o cabelo dele estava um arco-íris, enquanto o de Luhan estava apenas na tonalidade rosa.

Os dois sempre foram bastante amigos e adoravam fazer apostas, e quando apostavam, sempre cumpriam com o prometido. Infelizmente, dessa vez, os dois perderam. Isso aconteceu faz uma semana. Sehun apostara com Luhan que ele conquistaria a garota ruiva no bar e Luhan apostou o contrário, o que aconteceu foi que Sehun só recebeu um belo fora da garota — que já possuía namorado e que quase quebrou a cara de Sehun — e Luhan ganhara a aposta, rindo da cara do garoto ao ouvir o que o outro queria que ele fizesse. Todavia, Luhan possuía uma namorada. Uma namorada muito ciumenta e que não gostava que Luhan acompanhasse Sehun nas baladas — porém o garoto só podia entrar acompanhado de um maior de idade e nenhum dos outros amigos deles tinham tempo livre — e por isso Sehun apostou que Luhan não conseguiria inventar uma boa desculpa para sua escapulida com ele, porque é claro que Luhan mentiu para a garota, dizendo que iria dormir na casa de Minseok, afinal, caso não mentisse, ela não o deixaria sair com Sehun.

Talvez fosse somente uma praga de Sehun por ter perdido a aposta, mas foi dito e feito! A namorada ligou mais do que nervosa, pois ligara na casa de Minseok e o mesmo acabou falando que Luhan não estava lá.

— Argh, Minseok, você ainda me paga — Luhan murmurou em frente a porta onde aconteceria a festa de boas-vindas a uma antiga amiga.

O que aconteceu foi que Luhan não conseguira inventar uma desculpa boa o suficiente e por causa disso além de ter que pintar o cabelo de rosa — troco de Sehun por Luhan ter pedido que o outro pintasse o cabelo de várias cores ao mesmo tempo —, sua namorada está sem falar com ele até hoje. Já vai fazer uma semana que não transa e isso com certeza o deixa com mais raiva da tola aposta que fez com Sehun.

— A-Ah, Luhan, querido, que cabelo...Diferente — a mãe de sua antiga amiga tentou, em vão, esconder uma careta ao ver o cabelo de Luhan — Bem, entre. Tenho certeza de que daqui a pouco Ye-Jun chegará com ela.

Luhan assentiu e fez reverencia respeitosa à mulher mais velha. A sala de estar já estava cheia de gente, alguns rostos conhecidos por Luhan que mal entrou na sala e já foi abordado pelo irmão mais velho de Sehun, Oh Seung.

— Hey, sabe onde Sehun está? Já era para ele estar aqui — Seung tinha o semblante preocupado e ao seu lado, sua namorada Kim Eun Hee, irmã de Jongin.

— Desculpe Seung, mas não faço a minima ideia — Seung suspirou e Luhan deu uns tapinhas nas costas do rapaz — Mas não se preocupe, se alguém sabe onde Sehun está, esse alguém é Jongin. Já tentou falar com ele, Eun?

— Já mandei mensagem mas aquele idiota não me responde — a garota revirou os olhos, irritada.

— Vamos esperar um pouco, ainda falta muita gente, ne? — Luhan questiona, olhando ao redor.

— Bem, Minseok, Jongdae e Baekhyun já chegaram — Eun responde — Estão lá na cozinha.

— Hmm, vou lá cumprimentá-los, okay? Caso Sehun dê alguma notícia, me avisem.

Luhan se distancia do casal e começa a andar em direção a cozinha, porém, no meio do caminho para ao ver as fotos de sua amiga quando mais nova.

Com toda a certeza do mundo, essa menina sempre fora bonita, os cabelos num tom loiro mel, os olhos azuis-acinzentados vivos e intensos e as poucas sardas em sua pele branca. Seu primeiro amor. Luhan ainda consegue se lembrar de como se encantou por essa menina quando mais novo e como sempre tinha a necessidade de protegê-la, todavia, ele acabou fazendo justamente o contrário. Suspirou e continuou seu caminho até a cozinha, onde encontrou Baekhyun, Jongdae e Minseok arrumando as comidas e bebidas por lá.

Luhan se disponibilizou a ajudá-los e enquanto secava os copos, questionou-se em pensamento se seu primeiro amor lembraria dele, porque durante os três anos em que ela esteve fora, ele nunca a esqueceu.

Nem por um momento.

Mas me pergunto onde você estava

Quando estava no meu pior momento, de joelhos

E você disse pode contar comigo

Chanyeol trocou de camisa pela décima vez naquele dia. Toda essa produção para parecer apresentável na frente da garota que sempre gostara. Seus amigos de banda diziam que era loucura, afinal, faz três anos que a menina não dá notícia, sem contar que na ultima vez que se viram, ela dissera que o odiava, bem, não só ele, mas esse não é o ponto. Todavia, mesmo com esses três anos se passando, Chanyeol continuou a gostar da garota, tentou até mesmo ficar com outras — e ficou, namorou oito meninas nesses anos que se passaram — mas não conseguia sentir o que sentia pela garota, as outras eram apenas alguém para passar a noite, enquanto a garota de seus sonhos era muito mais que isso.

Desde que ela fora embora, muita coisa aconteceu. Alguns de seus amigos, como Luhan, Minseok, Yifan e Sehun seguiram em frente, sem deixar-se abalar pela falta que a garota faria, enquanto outros como Kyungsoo, Baekhyun e ele mesmo, sofreram mais. E cada uma demonstrou isso de uma forma. Kyungsoo se fechou para o mundo, Baekhyun começou a se dedicar mais aos estudos, de certa forma também se isolando e Chanyeol...Bem, Chanyeol virou o famoso rebelde sem causa. Porém, no fundo ele tinha uma causa.

Em seu ensino médio, Chanyeol virara o tipico playboy que não se importava com a escola e com os outros. Ele não se importava em quebrar o coração das garotas que se declaravam para ele e o rosto dos rapazes com quem arrumava briga. Começou a beber cedo demais e a fumar escondido dos pais, vivia saindo escondido, pichava o muro da escola e gastando dinheiro com coisas sem valor, pensou até mesmo em fugir de casa. Porém, em uma noite que escapou de casa após brigar com seus pais e sua irmã — aquela com quem odiava brigar —, Chanyeol esbarrou em Jeong Guk, um simples garoto mais novo que ele que estava indo para a casa de seus avós passar o final de semana. E foi assim que Chanyeol acabou por arrumar um amigo, e no final, uma banda. Para a alegria de seus parentes, ele parou de fumar, fazer coisas erradas e começou a se dedicar a escola e a banda. Até mesmo voltou a falar com seus antigos amigos. Apesar de ser baterista na banda New Perspective, era ele quem escrevia as músicas. Principalmente as românticas, todas dedicadas a sua garota. Por causa dela, Chanyeol mudou para pior, porém, também achou seu caminho para a música e ele não poderia ficar mais feliz por isso.

E por causa disso, Chanyeol trocou mais uma vez de camisa, finalmente encontrando a certa. Terminou de se arrumar e se olhou no espelho, gostando de sua aparência.

"Talvez ela ainda se lembre de mim" ele pensa, tentando em vão não abrir um sorriso.

Dessa vez, Chanyeol faria de tudo para conquistar o coração da garota, começando por hoje, o dia de sua volta.

Então, eu me pergunto onde você estava

Quando todos os caminhos que você pegou

Te trouxeram de volta pra mim

 Baekhyun terminará ano passado o último ano do ensino médio. Diferentemente de Chanyeol, que vai ficar um ano parado ainda pensando no que vai fazer — apesar de quase todos saberem que é algo referente a música —, Baekhyun está decidido a começar a faculdade na metade do ano. Engenharia química. Uma escolha difícil e que poucos faziam, mas que para Baekhyun, era o paraíso. Seu gosto por matérias de exatas começaram quando possuía quinze anos, logo após ter se afastado um pouco de seus amigos para se concentrar nos estudos, para Baekhyun, a matéria que mais lhe atraiu foi a química, por conta de sua complexidade que parecia um desafio ao garoto. Todavia, Baekhyun só se dedicou as matérias por causa de um grande vazio em seu peito, vazio esse que tinha nome e sobrenome e que lhe deixou com uma questão nunca respondida, até seus quinze anos. Ele realmente a amava? Era tão perdidamente apaixonado por essa garota igual aos seus outros amigos?

Baekhyun soube a resposta assim que viu aqueles lindos olhos azuis-acinzentados tristes, e para sua infelicidade, pela última vez. Quando a mesma fora embora, ficou transtornado.

Por que não tentou fazer algo antes? Por que não parou de ter aquela atitude tão ridícula perto dela? Por que não a conquistou antes dos outros?

Baekhyun estudou para ser o melhor. E foi. Na sua sala no final do ano, foi o aluno exemplo e na formatura foi o orador da sala. Se formou com prestigio, orgulhando seus pais e amigos. E iria ser motivo de orgulho a ela, tinha certeza, se preparara exatamente para isso.

O garoto sorriu diante do espelho, após terminar de fazer o delineado em seus olhos. Por ser um dos melhores amigos de Chanyeol, acabou por pegar alguma de suas manias estranhas, mas no fundo sempre achou que aquele delineado combinava consigo, lhe dando um ar mais bonito e até mesmo jovial. Respirou fundo e fechou as mãos em punho, tentando controlar o nervosismo.

— Por Deus, espero que ela goste de mim — sussurrou para si mesmo e então começou a fazer seu caminho até a porta da sala.

Baekhyun se concentrou nos estudos por um simples motivo: aquela linda garota com quem conviveu uma parte significativa da vida e não deu o devido valor. Ele a queria de volta, e se preparou para isso, para ser o melhor nessa batalha.

Pois Baekhyun não era bobo, afinal, como podia? Fora o melhor da sala. Ele sabia que os outros não tinham se esquecido da garota, mesmo que alguns aparentavam que sim, mas ele sabia que quando ela voltasse uma batalha iria surgir. E Baekhyun se preparou para ela desde o dia em que a menina partiu, levando uma parte de seu coração.

Hoje, a garota voltava, e Baekhyun começaria a por seu plano em pratica. É claro que poderia demorar um pouco, mas tudo que vem facilmente vai facilmente, então para ele a demora não significaria uma coisa ruim. Porque Baekhyun tem uma meta.

E é a de conquistar até o final do ano o coração da menina. Mesmo que tivesse que usar todas as armas possíveis para isso.

O rapaz sorriu ao se encontrar diante da porta da casa da mãe da menina. Até que o caminho até ali não foi tão demorado quanto esperava. Tocou a campainha e seu sorriso se esticou ao se deparar com Minseok abrindo a porta. Apertou a mão do mais velho.

Sim, com certeza essa seria uma batalha e tanto.

Então estou seguindo o mapa que me guia até você

O mapa que me guia até você

Não há nada que eu possa fazer

O mapa que me guia até você

Seguindo, seguindo, seguindo você

Mineseok também sorriu ao apertar a mão de Baekhyun, quando abriu a porta para o mais novo entrar. O mais velho não esperava que algum de seus amigos viessem, mas se enganou ao dar de cara com Jongdae já presente na casa da mãe da garota.

"Mas é claro que eles viriam" pensou. E por que não viriam? Quase todo mês eles se reuniam para ir na casa da mãe da garota em busca de notícias. Apesar de alguns parecerem mais ser arrastado por outros, Minseok tinha total certeza de que todos queriam saber de sua pequena garota.

— Mais alguém chegou além da gente? — Baekhyun questiona, observando algumas pessoas andarem pela casa.

— Jongdae. Ele foi o primeiro a chegar aqui — responde e então puxa o braço de Baekhyun — Vem, vamos ajudá-lo na cozinha. Me sinto muito inútil aqui sem fazer nada.

— Isso deve ser porque você faz muita hora extra — Baekhyun ri — Deve estar acostumado a sempre fazer algo.

— Bem, de certa forma sim — Minseok larga o braço do amigo assim que chegam a cozinha — Mas não posso reclamar do que faço, porque realmente aprecio o que eu faço.

Mineseok se formou em medicina, e agora fazia residência no hospital que os pais de Jongin trabalham. Na realidade, Minseok só foi parar lá por indicação dos pais do mais novo e não poderia esperar por lugar melhor para se trabalhar. Todos no hospital eram extremamente acolhedores e o mesmo gostava do trabalho que fazia, cuidar dos outros sempre fora uma de suas qualidades e poder trabalhar com isso era como um sonho para Minseok.

O mesmo só descobriu esse seu talento para cuidar das pessoas quando conheceu uma pequena menina de nove anos, a quem devia ter protegido e cuidado direito, porém, só a machucou. Talvez seja por isso e mais outros motivos que Minseok tenha escolhido a área da saúde para trabalhar.

— Aprecia tanto que quase não veio aqui hoje, não é doutor Kim? — Jongdae que ajeitava as comidas na mesa, disse.

— Aish, você sabe como eu não gosto de faltar no hospital — Minseok revirou os olhos — Mas hoje é por uma boa causa.

— Sim, Dae tem razão. Finalmente vamos ter uma chance de arrumar a besteira que fizemos no passado — Baekhyun comenta, encostando-se em um dos armários da cozinha.

— Isso se ela quiser olhar na nossa cara, pois pelo que me lembro, na última vez que a vimos ela disse que nos odiava — Jongdae terminou de ajeitar os pratos de comida na mesa e então sentou-se em uma cadeira, suspirando — Espero que nesses anos que se passaram ela mude sua forma de pensar.

— Isso se ela lembrar da gente — as palavras saíram da boca de Minseok antes que ele pudesse pensar no que dizer.

Os outros dois ali presentes na cozinha apenas o encararam, sem nada a dizer. Pois sabiam que ele estava certo.

Será que a garota lembraria deles?

Minseok espera que sim. Porque ele nunca a esqueceu.

O mapa que me guia até você

Não há nada que eu possa fazer

O mapa que me guia até você

Seguindo, seguindo, seguindo

Jongade foi o primeiro a chegar na casa da mãe da garota. Ficou contente ao ver o sorriso enorme que a mãe dela abriu ao vê-lo, ficou ainda mais contente ao saber que em pouco tempo a garota chegaria, afinal, o padrasto da mesma já estava a caminho do aeroporto para buscá-la.

Há três anos Jongdae só vive de notícias vindas da mãe da menina e sobreviveu apenas com uma foto de como a garota está hoje em dia. No dia em que a garota foi embora, todos ficaram tristes, chateados e cada um teve uma maneira de demonstrar isso. Alguns, como Sehun e Jongin choraram sem parar, enquanto outros como Minseok, Yifan e Luhan saíram batendo nas coisas, descontando a raiva em tudo o que viam. Mas havia Kyungsoo, Baekhyun e ele que ficaram parados olhando para o nada, tentando apenas absorver a informação de que não veriam mais a garota que desde que se entendem por gente gostavam. Já Chanyeol e Yixing encheram a cara. Cada um lidou com a perda naquele momento de um jeito, e continuaram lidando com o passar dos anos. Três anos para ser exato.

E agora ela voltava para Seul. Simplesmente assim do nada, voltava.

Jongdae não conseguia conter-se. "Esse dia realmente tinha chegado?" pensou, abrindo um sorriso bobo enquanto lavava as louças sujas da pia da cozinha. O dia em que sua amada voltava.

Mas ao mesmo tempo em que ficava feliz, Jongdae sentia um aperto no peito.

Será que ele conseguiria reconquistá-la? Ou alguém passaria na frente e roubaria seu coração?

"Não" ele pensou, apertando o prato com força desnecessária.

A garota seria dele. Ele usaria tudo o que tinha para fazê-la se apaixonar por ele, mais do que ele já era apaixonado por ela.

Afinal, Jongdae esperou três longos anos para isso.

E finalmente, seu dia chegou.

Ouço sua voz enquanto durmo

É difícil resistir a tentação

Pois todos esses estranhos vêm até mim

Agora não consigo te esquecer

Não, simplesmente não consigo te esquecer

— Aigoo, você precisa mesmo ir? — Yoon Yoo Rae questinou bufando, sentada no sofá.

— Querida, todos os outros vão. Sem contar que ela fora uma grande amiga para mim, não posso deixar de vê-la agora que vem novamente para Seul. Tenho que pelo menos vê-la uma vez — o rapaz responde, dando um breve selinho na garota — Agora me diga, estou apresentável?

A garota olhou brava por alguns minutos para o rapaz e então caiu no riso.

— Sim, Lay. Você está mais do que apresentável. Se eu fosse esperta, não te deixaria ir na casa dessa sua amiga de infância. Vai que ela te rouba de mim? — a garota questionou, olhando-o enquanto fingia indignação.

— Ninguém pode me roubar de você, Rae. Eu sou seu para sempre — Lay deu uma piscadela para a garota que riu de maneira afetada — Agora tenho que ir, depois nos vemos.

— Me manda uma mensagem quando chegar na casa da mãe da garota — o rapaz ouviu a namorada gritar quando saiu do apartamento da mesma.

Não, os dois não moravam juntos. Mas pretendiam. Yixing — mais conhecido como Lay — conheceu Yoon Yoo Rae na faculdade, ele cursando o primeiro semestre de direito na mesma faculdade que a namorada, enquanto ela cursava medicina veterinária.

Yixing não podia dizer que amava a namorada, mas gostava da companhia da mesma. Tinha total consciência que a outra gostava mais dele do que ele dela, mas o que podia fazer? Yixing sempre teve olhos para uma garota.

E era essa garota que agora voltava para sua cidade. Yixing não conseguia se conter. Esperara tanto por esse momento, mesmo que fosse somente para ver a outra, até mesmo virar apenas um amigo dela. Afinal, agora ele é um rapaz comprometido e mesmo que ele não ame sua namorada, não iria traí-la. Não, claro que não. Terminaria com ela para então ficar com a garota, se ela quisesse algo com ele é claro.

Yixing chegou a casa da garota ao mesmo tempo que Chanyeol e o cumprimentou. Sabia que os amigos iriam aquela festa de boas-vindas e também sabia que teria que se esforçar ao máximo para pelo menos conseguir trocar algumas palavras com a garota.

Porque da última vez que a vira, ela deixara claro que o odiava, assim como odiava os outros.

Mas Yixing estava mais do que disposto a fazê-la mudar de ideia.

Eu estava lá por você

Nas suas horas mais difíceis

Eu estava lá por você

Nas suas noites mais escuras

Mas me pergunto onde você estava

Quando eu estava no meu pior momento

De joelhos

E você disse pode contar comigo

Então, eu me pergunto onde você estava

Quando todos os caminhos que você pegou

Te trouxeram de volta pra mim

Então, estou seguindo o mapa que me guia até você

O mapa que me guia até você

Não há nada que eu possa fazer

O mapa que me guia até você

Seguindo, seguindo, seguindo você

O mapa que me guia até você

Não há nada que eu possa fazer

O mapa que me guia até você

O momento em que todos viram Ayla entrar pela porta, com o belo rosto espantado ficaria na memória deles para sempre por dois motivos:

Primeiro, eles finalmente a haviam visto pessoalmente depois de longos três anos;

E segundo, assim que a viram, sabiam que o que sentiam por ela no passado não havia morrido.

Todos olharam entre si e sorriram um para o outro, nervosos e ansiosos, pois sabiam que a batalha pelo coração da moça havia começado naquele instante em que ela passou pela porta.