Love, love, love escrita por Sabsyoda


Capítulo 1
Ugly


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, estou aqui mais uma vez fazendo uma fanfic do EXO JDKSODKSOFMOIDSFN dessa vez ela não vai ser alegrinha igual a minha primeira fanfic deles, mas okay, vai ter seus momentos felizes *-*
Acho que todos conhecem a música Ugly da 2ne1, né? Me inspirei nessa música para escrever esse primeiro capítulo, se quiserem ouvir, podem, mas ai vai da escolha de cada um.
Espero de verdade que vocês gostem da fanfic *-*



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Eu estou tentando sorrir abertamente

Mas eu não gosto disso

— É, ela me chamou pra sair — Sehun disse exibindo um enorme sorriso travesso.

— E o que você respondeu? — perguntou Yixing animado.

— É obvio que aceitei né, ela é muito gata — respondeu rindo e fazendo com que todos os meninos rissem também.

Coloquei um sorriso forçado em meu rosto e tentei parar de ouvir a conversa, o que era meio difícil, pois eles falam bastante alto. Eu não precisava saber que alguém estava interessado nele e que era provavelmente alguma garota bonita.

— A Min-suh é muito linda, acho bom você dar uns pegas nela senão eu mesmo faço isso — Yifan disse empurrando Sehun com o ombro, enquanto dava risada.

A Min-suh é realmente bonita, diferente de mim.

— Cara, a Jin-min também me chamou pra sair — Kyungsoo falou feliz, como se isso fosse a coisa mais incrível que já aconteceu com ele — Eu aceitei, mas ainda não sei que dia vamos sair, ela vai me mandar uma mensagem.

— Wow, a Jin-min também é bonita — Chanyeol disse e então fez uma cara de indignado — Como vocês conseguem arrumar garotas bonitas?

— Nós temos charme natural — Sehun respondeu abrindo um sorriso e dando uma piscadela para Chanyeol que revirou os olhos, mas também deu risada.

— Ok, já chega de papo furado. Vamos voltar a jogar? E ai, Ayla, vai continuar jogando com a gente ou já tem que voltar para a mamãe? — Jongin me deu um soquinho no ombro me fazendo olha-lo em vez de encarar o chão — Aish, que cara estranha é essa que você está fazendo? Sabia que você fica ainda mais feia assim? Pare de fazer essa cara estranha.

— O que ele quis dizer é para você parar de ser estranha, fedelha — Baekhyun disse e então todos riram, até mesmo eu. Um riso falso, é claro. Por dentro eu estava querendo sair correndo de lá, antes que as minhas lágrimas aparecessem.

Sempre foi assim, desde quando meu pai tinha largado minha mãe para morar com outra mulher e deixou a minha guarda com minha mãe, mais tarde eles finalmente se separaram e então ela conheceu Ye-jun, se casou de novo e viemos morar na Coréia. Na época, eu tinha 8 anos e era isolada pelos outros por não ter nenhum traço asiático, já que eu era descendente de alemão e ainda tinha sangue brasileiro, e por isso ninguém queria se aproximar de mim. Não que isso tenha mudado muito hoje em dia, mas naquela época, os únicos que se aproximaram de mim foram Sehun, Luhan, Jongin, Chanyeol, Yifan, Yixing, Kyungsoo, Minseok, Jongdae e Baekhyun, no começo eles me trataram normal mas depois de um tempo eles começaram a me tratar como se eu fosse mais um garoto no seu grupinho e constantemente me chamam de feia, gorda, estranha, babo, anã de jardim/mestre dos magos — por conta de eu ser muito pequena —, fedelha, sonsa, manteiga derretida — pois quando eu era menor vivia chorando —, almondega e por ai vai. Eu nunca reclamei, apenas dava risada pois eles eram os únicos amigos que eu tinha e eu não queria ficar mais sozinha do que já era.

Mas o pior de tudo é que não era só eles que me chamavam assim, as outras pessoas ou melhor, as outras meninas da minha classe também me chamavam assim e de nomes piores, como leitoa, escrota, feia e resto de aborto. Eu apenas ignorava quando elas me chamavam assim e ficava quieta no meu canto. Entretanto, de um tempo pra cá, isso tem me deixado mais pra baixo do que o normal, talvez seja porque são essas meninas que me xingam que estão começando a sair com os meus amigos e porque elas são bonitas e eu sou feia, baixa, gorda e tudo o que eles falam. Eu nunca vou conseguir sair com alguém como o Sehun ou o Jongin, ninguém nunca vai me dizer que eu sou bonita ou dizer coisas carinhosas para mim, ninguém vai querer sair comigo, ser meu amigo, e isso tem ficado cada dia mais claro em minha mente.

— Minha mãe chegou hoje, então vou passar mais um tempo com ela, depois eu jogo com vocês — falei me concentrando para não deixar a minha voz tremer, o que felizmente, eu consegui.

— Ok, pode ir, a gente consegue jogar sem você. — Luhan disse e então franziu o cenho — Tome cuidado na hora de voltar, está ficando escuro e não é bom uma garota sair sozinha por ai, alguém pode tentar algo.

Concordei com a cabeça e me virei para ir embora, mas mesmo assim consegui ouvir Sehun dizer: — Quem é que tentaria alguma coisa com essa garota feia?

E então as risadas encheram o local enquanto eu ia embora e finalmente deixei minhas lágrimas saírem.

Eu não sou atraente, eu não sou bonita

A dor em meu peito era grande, as minhas lágrimas começaram a vir acompanhadas de grandes soluços e para piorar começou a chover.

Quando cheguei em casa, tenho certeza de que minha cara estava vermelha e inchada, assim como meus olhos e ainda por cima, estava encharcada.

— Meu Deus, o que aconteceu com você? — minha mãe perguntou quando entrei pela portas dos fundos que dava na cozinha. Ela estava vestida com um vestido verde que ia até a metade das coxas e sem mangas, com um colar e brincos de brilhante e o cabelo arrumado. Assim que me observou da cabeça aos pés fechou a cara e colocou a jarra de suco que estava segurando em cima da mesa.

— Você está imunda! Suba agora para cima que eu e seu pai estamos com convidados importantes aqui e eles não podem descobrir que em vez de criarmos uma menina linda e educada, criamos um menino sujo e feio. Suba e não volte até os convidados irem embora, vou inventar alguma desculpa para justificar sua ausência. Deus Ayla, desde quando você me dá tanto trabalho assim? Ah e vá logo, pois você está sujando a cozinha com esses pingos de chuva — ela falava calmamente, mas sua expressão continuava fechada. O que me deu ainda mais vontade de chorar.

— Chesonhamnida omma.

Subi as escadas para meu quarto tentando não fazer nenhum barulho e quando cheguei no mesmo, tranquei a porta e me sentei na minha cama.

Eu estou tentando cantar mas

Ninguém está me ouvindo

— Wae? Wae...

E como se eu não já tivesse chorado tudo que tinha para chorar, mais lágrimas começaram a cair e soluços vinham mesmo eu tentando me controlar, porém quanto mais tentava fazer isso, mais meu corpo começava a tremer.

Respirando fundo, andei até o espelho que tinha em frente a minha cama e me olhei nele.

Tudo o que eu via era uma garota pequena e feia — de cabelos loiros em um tom mel que estava pingando água — que vestia uma bermuda que estava suja e molhada assim como a camiseta nem um pouco feminina. Os olhos e o nariz estavam vermelhos e inchados e ela tinha arranhões na perna e nos braços. Era com certeza uma imagem deplorável.

Eu não sou atraente, eu não sou bonita

Por que ninguém gosta de mim? Por que eu sou assim? Por que as pessoas me tratam assim? O que foi que eu fiz para elas? Eu só quero que alguém me abrace e diga que vai ficar tudo bem, isso é pedir demais?

Porque eu sou feia assim?

O que eu devo fazer para ser capaz de sorrir

Tão claramente como você?

Sai da frente do espelho e fui para o banheiro, onde tranquei a porta e fiquei lá dentro sentada, ouvindo a chuva caindo, as risadas vindas lá de baixo e meus soluços que ficavam cada vez mais altos, fazendo meu corpo tremer e minha garganta começar a se fechar, e o ar faltar. Isso sempre acontecia comigo quando eu ficava muito emocionada, e sempre que isso acontecia, eu tinha que colar minha cabeça entre os meus joelhos e respirar fundo. O que era bem difícil, já que eu estava chorando muito.

Não sei quanto tempo fiquei lá no banheiro, sentada chorando, mas em algum momento eu cai no sono e só acordei com as batidas na porta e os gritos de minha mãe.

— Ayla Alexia Bunz abra essa porta agora!

Me levantei rapidamente e abri a porta, indo em direção a porta do meu quarto. Mas antes de abri-la, passei a mão pelo meu rosto e respirei fundo.

— Estou te chamando faz tempo! Por que você não abriu a porta? — ela continuava com a mesma roupa e a mesma cara de brava — Bem, isso não importa agora, vá lá pra baixo, seu pai está aqui.

E depois de falar isso, saiu sem mais nem menos.

Eu não consigo acreditar, o que meu pai está fazendo aqui e agora? Depois de todo esse tempo, sem me ligar, mandar uma carta, sem nenhuma comunicação comigo?!

Desci em direção a sala e quando entrei, um homem se levantou do sofá num salto, com um sorriso no rosto. E incrédula, descobri que era meu pai.

— Appa?! — eu estava tão chocada que nem me lembrei de falar inglês e acabei falando em coreano, e meu pai não entendeu nada.

— A-ayla? Meu Deus, como você cresceu filha e até mesmo está falando em coreano — dizendo isso, ele levou as mãos ao rosto como se tentasse segurar uma risada que mesmo assim acabou saindo.

— Eu tenho que falar coreano, estou morando na Coréia — falei sem pensar e acabei sendo um pouco rude, minha mãe que estava em pé ao lado do marido lançou um olhar estranho ao meu pai, como se gostasse que eu fosse rude com ele.

— É claro. — ele já não estava mais com o sorriso no rosto e agora franzia o cenho enquanto olhava para mim — Eu...Primeiramente eu gostaria de me desculpar por ficar tanto tempo sem falar com você, eu estava resolvendo algumas coisas e acabou que...

Eu estou ficando com raiva novamente, por que eu não posso ser perfeita?

— Seis anos! Você ficou seis anos ocupado? — mais uma vez eu acabei falando sem pensar, mas não me permiti me sentir culpada por isso, afinal eu queria respostas — Durante esses seis anos você não teve tempo de escrever uma carta pra mim? Mandar uma mensagem? Vir me visitar ou até mesmo ligar pra cá?! Você sabe o quanto eu senti a sua falta? O quanto eu queria ver o meu pai e ficava perguntando pra minha mãe onde ele estava, mas tudo o que ela dizia é que ele tinha nos abandonado? Sabe o quanto é difícil ir para um lugar onde você é diferente de todo mundo e as pessoas fazem questão de jogar isso na sua cara?! Eu só queria um pai, é tão difícil assim ter um?!

— Você tem um pai, ele é o Ye-jun — a voz de minha mãe se sobressaiu como gelo no silencio que se formou após minha explosão.

— Eu sou o pai dela também Anna! — meu pai finalmente disse algo e eu podia ver a raiva no olhar dele quando ele fitou minha mãe.

— Por favor, você nos abandonou, não merece esse titulo na vida dela!

— Eu a abandonei porque você me mandou fazer isso! Você disse que ela não queria mais me ver. — meu pai se virou pra mim e segurou meus ombros com bastante força — Eu escrevi cartas para você filha, mas eu as recebia de volta, eu liguei pra cá mas sua mãe atendia e dizia que você não queria falar comigo, que me odiava. Eu juro que tentei todas as formas de vê-la, até mesmo vim para cá, mas você não estava. Eu não sabia que ela fazia isso, que me distanciava de você até...Até minha esposa ligar aqui esse ano e falar com você.

E então a lembrança me veio vivida a mente, como se isso tivesse acontecido agora mesmo, minha mãe tinha saído com Ye-jun em um jantar romântico e me deixou sozinha em casa. Como eu não tinha nenhuma amiga, fiquei fazendo o dever de casa — os meninos tinham saido também pois tinha uma festa da escola acontecendo, e eles não gostavam de me levar nessas coisas — e então o telefone tocou. Quando eu atendi, uma voz doce falando em inglês disse que estava fazendo uma pesquisa em Seul sobre como eram os lares aqui e a comunicação da família. Me lembro de que ela perguntou de tudo e quando perguntou sobre meu pai, eu respondi que eu não o via faz tempo e que sentia falta dele. Ela desligou com um tom de voz bem mais feliz do que quando ela ligou.

— Você...

— Eu senti tanto sua falta, — ele me abraçou e passou as mãos em meu cabelo — eu juro que nunca mais vou deixar nada nos separar. Me desculpe por demorar tanto tempo para finalmente fazer alguma coisa.

Me desvincilhei do meu pai e me virei para encarar minha mãe. A mesma não tinha expressão no rosto enquanto me olhava.

— Isso é verdade, omma? Tudo o que ele falou é verdade? A senhora...Mentiu para mim? — não sei como essas perguntas saíram de minha boca, mas elas saíram. Levemente tremidas, mas saíram.

Depois de um silêncio que eu pensei que fosse durar anos, minha mãe respondeu: — Sim, é verdade...Mas entenda, eu fiz isso pelo seu e pelo meu bem. Você não precisa de um pai como ele.

— Você não saberia o que é melhor pra mim nem se estivesse de baixo do seu nariz! — falei, minha voz ficando aguda — Você não consegue ver que eu não sou feliz aqui? Eu não tenho ninguém!

— Isso não é verdade, você tem a mim e ao Ye-jun.

— Não, não tenho não! Você sempre chega tarde em casa e nunca pergunta se eu estou bem, como foi meu dia, apenas quer saber das minhas notas! Eu nunca te vejo de manhã e você nunca diz nada positivo para mim! Você só me põe pra baixo! Até o Ye-jun interage mais comigo do que você!

Quando percebi, as lágrimas já desciam pelo meu rosto e os soluços voltaram de novo. Não sabia que era possível uma pessoa chorar tanto assim, mas pelo visto, era. Meu corpo começou a tremer e o ar começou a faltar em meus pulmões, rapidamente sentei-me e coloquei minha cabeça entre os joelhos.

— Filha?! Você está bem?

Ouvi a voz de meu pai ao meu lado, mas não dei atenção, eu tinha que respirar fundo e me controlar.

— Isso...Isso é normal...Sempre acontece quando, quando eu fico muito emocionada — respondi baixinho, mas todos conseguiram ouvir.

Eu simplesmente coloco a culpa de minha má aparência nesse espelho quebrado

— Sempre acontece!? Como assim? — meu pai perguntou e então eu ouvi passos e de repente ele estava gritando — O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? OU MELHOR, O QUE NÃO FEZ NÉ! OLHA COMO ELA ESTÁ! ISSO É O QUE VOCÊ CHAMA DE CUIDAR DELA?

— Pai, para — pedi, levantando minha cabeça. Olhei para ele e vi que ambos, ele e minha mãe, se fitavam com raiva no olhar.

Eu tinha que falar algo ou eles ficariam brigando para sempre: — Por que você veio aqui?

Parece que isso funcionou, pois ele parou de encarar minha mãe e olhou para mim.

— Eu vim te chamar pra morar comigo por um mês. Pra gente reconstruir os laços que perdemos. Você pode voltar pra cá se quiser, mas eu insisto que venha comigo.

Meu pai está me chamando para morar com ele? Será que eu devo...?

Mas o que me prende aqui? Nada! Minha mãe não liga pra mim, ninguém na minha escola gosta de mim e meus amigos mais são estranhos do que amigos. Apesar que...Teve um tempo em que eles se importavam comigo, mas...

— Eu quero ir.

Não olhe para mim, eu odeio esse sentimento agora

Eu quero me esconder em algum lugar,

Eu quero fugir,

Esse mundo está cheio de mentiras

Meu pai disse que já tinha resolvido tudo, meu passaporte — que eu nem precisaria direito, pois como tinha descendência alemã, não tinha problema em entrar na Europa —, as passagens. Só faltava eu fazer minhas malas e poderíamos ir. Mas antes, eu pedi para ele deixar me despedir de algumas pessoas.

Fui rapidamente para a casa de Chanyeol e a irmã mais velha dele atendeu a porta e disse que ele e os meninos tinham saído para o cinema, provavelmente em um encontro, e demorariam para voltar. Decidida, sai de lá e fui para o cinema mais conhecido de Seul, o que as pessoas de minha sala sempre marcavam para ir e eu apenas escutava falar.

Eu nunca fui em um cinema antes de hoje, por isso tudo me pareceu tão incrível. Logo depois de onde se comprava os ingressos, tinha um lugar onde você poderia sentar-se para esperar chegar o horário do filme e foi lá onde eu achei o Yifan.

Agarrando uma menina.

Oh droga, ele vai me xingar por interrompe-lo...Mas eu preciso me despedir deles, pelo menos isso.

— Yifan?

Chama-lo foi a mesma coisa que nada, pois ele continuou a beijar a garota intensamente, o que era até mesmo um pouco constrangedor, já que eles estavam em um local onde todos poderiam ver o que você estava fazendo. Os dois não pareciam se importar nem um pouco com isso.

— Yifan? — chamei um pouco mais alto e ele então parou de beijar a menina. Quando os dois desgrudaram-se um do outro, pude reconhecer a menina. Era Sook, a menina da minha turma na escola. Os dois olharam para o lado e fecharam a cara ao mesmo tempo quando me viram.

— Fedelha? O que você está fazendo aqui? — falou Yifan rudemente fazendo Sook dar uma risadinha. Yifan virou-se de frente pra mim e cruzou os braços.

— Eu vim falar com você, ah, quero dizer, com todos vocês...Eu passei na casa do Chanyeol e a irmã dele disse que...

— Espera ai — ele me interrompeu e então começou a rir, quando finalmente parou, sua expressão ficou ainda mais fechada do que antes — Você passou na casa do Chanyeol? Ah, mas ele vai ficar puto da vida com você quando souber disso. Você sabe que nós não gostamos que você fique indo em nossas casas se não a convidamos, e muito menos aparecer em um encontro do qual não foi convidada. O que você está fazendo aqui, Ayla?

Engoli em seco e senti minhas mãos começarem a suar. Ah droga, ele está realmente bravo.

— E-eu preciso falar com vocês, é um assunto muito importante.

— Vai demorar muito pra ela ir embora? Estou começando a ficar entediada — disse Sook manhosamente, encostando a cabeça no braço de Yifan.

— Não, ela já está de saída. Não é mesmo, fedelha? — Yifan olhou bem em meus olhos quando fez essa pergunta e eu quase respondi um "sim" por instinto. Mas eu não podia. Eu sei que eles me tratam mal e que isso não é certo, mas teve uma época em que eles realmente eram meus amigos. Antes de ficarem assim. Então eu sinto que preciso me despedir deles.

— Não, eu realmente preciso falar com vocês. Por favor, Yifan.

Eu me acho feia e ninguém quer me amar

Assim como ela eu quero ser bonita, eu quero ser bonita

Não minta na minha cara

Dizendo que eu sou bonita

Eu me acho feia e ninguém quer me amar
Assim como ela eu quero ser bonita, eu quero ser bonita
Não minta na minha cara porque eu sei
Que eu sou feia

Não sei se foi como eu disse ou minha cara, mas algo fez Yifan concordar com isso, o que foi realmente inesperado pra mim. Ele pediu para Sook ir dar uma volta e depois saiu avisando que chamaria os meninos. Quando ele voltou com todos eles, meu coração começou a bater mais forte. Droga, eu não sei como fazer isso.

— É verdade que você passou na minha casa? — Chanyeol mal chegou perto de mim para fazer essa pergunta e me olhava como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo. — É verdade, Ayla?

— É, mas eu precisava...

— Eu já não te disse para não fazer isso?! Afinal, o que tem de tão importante assim que você teve que interromper a todos nós?

— Eu preciso contar uma coisa a vocês.

— E não dava para contar isso amanhã? — Minseok perguntou, parecendo realmente frustado — Você simplesmente acabou com meu encontro! Eu estava quase pegando a Eun.

— Perai, você estava com a Eun? — Jongdae perguntou surpreso, virando-se para olhar melhor Minseok — Ah cara, ela é muito gata! Não acredito que a anã de jardim estragou seu encontro.

— Pois é, não sei quando ela vai querer sair comigo novamente, eu ralei muito pra conseguir esse encontro e essa garota estraga tudo!

Minseok agora dirigia seu olhar frustado para mim, e os outros meninos fecharam a cara.

— Fale logo o que você quer e pare de gastar nosso tempo! — Baekhyun falou, sua voz mais alta do que o costume.

Senti minhas mãos começarem a tremer e uma agonia estranha tomou conta de meu corpo. Não era assim que eu imaginei a minha despedida deles, não é assim que eu quero.

Não me diga que você pode me entender tão facilmente
Meu coração feio e torto pode mesmo vir a ressentir você
Não me force a falar

— Eu vou viajar.

— Você vai o que? Ande garota, fale mais alto! — disse Jongin irritado.

— Eu vou...

— Olha aqui, — Yifan debruçou-se sobre mim, puxando minha blusa — acho melhor você falar a merda que você quer falar logo e em bom e alto som, porque eu já estou perdendo minha paciência com você.

Eu juro que tentei. Juro que tentei segurar as minhas lágrimas traidoras e não chorar na frente daqueles dez garotos, mas isso foi praticamente impossível. Na verdade, não sei como segurei por tanto tempo, já que uma garota normal já estaria chorando faz tempo. Mas isso é algo que eu não gosto, eu não gosto de me sentir assim, inferior, triste, sozinha, um lixo, diante deles, mas eles não ajudavam quando falavam assim comigo.

— Aaaaah pronto, a bebêzinha começou a chorar! — Yifan soltou a minha blusa com força o que me fez cair no chão. Escutei as risadas dos meninos e as lágrimas começaram a sair mais e mais, tanto que quando eu leventei meu olhar para cima, só conseguia ver formas borradas.

— Bem, eu acho que não era nada importante não, é? Vamos voltar logo, porque ficar aqui está muito chato. — Minseok disse, e mesmo tudo estando borrado, eu conseguia ver as formas dos meninos começarem a se afastar.

Eu odeio vocês.

Não planejei falar isso, apenas saiu de meus lábios alto o suficiente para os garotos ouvirem. Eu sei que ouviram, pois as formas pararam de andar. Respirei fundo, ou melhor, tentei, pois minha respiração estava entrecortada por causa do choro e limpei minhas lágrimas com as costas da minha mão.

— O que você disse? — consegui ver a cara que Luhan fez para mim ao fazer essa pergunta, uma expressão de indignação e surpresa.

— Eu disse que odeio vocês. — falei mais uma vez, agora em alto e bom som, como Yifan havia pedido. A risada escapou de meus lábios assim como essas palavras anteriormente e parecia que um peso tinha saído de meus ombros. Me levantei e olhei para cada um deles e abri um sorriso, ou tentei abrir, pois não sei se realmente saiu como um sorriso — Eu cansei. Me desculpem, mas eu cansei. Ah caramba, nem sei porque estou pedindo desculpas a vocês, mas eu estou pedindo. Eu cansei de nutrir uma amizade por vocês e só receber rejeitamento, desprezo em troca, cansei de ser xingada pelas pessoas que dizem ser meus amigos, cansei de chegar em casa e ter que ficar sozinha pois minha mãe liga mais para o trabalho e para o novo marido do que para mim. Cansei de ter que ouvir coisas do tipo "você devia morrer resto de aborto, nem sua mãe gosta de você" ou "você é tão feia e chata que seu pai foi embora só por causa disso", cansei de não ter alguém pra desabafar, pra perguntar como foi o meu dia, pra me ajudar quando eu preciso. Eu cansei de ser infeliz.

Nenhum deles disse nada enquanto eu falava, apenas me olhavam e as expressões de raiva tinham sumido do seus rostos. Mas eu não sabia qual era a expressão que eles estavam fazendo.

Eu não sou certa para você

O frio incomodo dentro daquele olhar de pena

Me sufoca

— Eu sei que sou feia, chata, babo e estranha, eu tenho consciência disso, okay?! Não preciso que vocês ou qualquer outra pessoa fique falando isso o tempo todo! Eu não aguento mais. No começo, eu pensei que tinha...Tinha uma chance de vocês serem meus amigos, de quererem minha companhia...Vocês me chamaram de tantos nomes horríveis que eu comecei a odiar vocês e só percebi agora, mas eu não quero isso. Mas foi tudo uma ilusão, toda a esperança que eu tinha de vocês serem meus amigos se foi, quer dizer, quem gostaria de ser amigo de uma garota como eu? Uma garota feia?

— A-ayla, não diga isso — Luhan foi o único que disse algo, veio para perto de mim e segurou minha mão — Isso tudo era uma brincadeira...Uma brincadeira nossa com você. Meu Deus, você não é feia Ayla, você é bonita. Não é pessoal? — ele se virou para os outros quando fez a pergunta — Ela não é bonita, Minseok? Diga à ela.

— Me desculpe por...Aish, me desculpe por tudo Ayla, é claro que você é bonita — Minseok disse, vindo para perto de mim também.

Não se aproxime, eu nem mesmo quero sua preocupação

Eu quero fugir para algum lugar,

Eu quero gritar

Esse mundo está cheio de mentiras

Eu não acredito que eles ousam tirar uma com a minha cara logo agora, logo agora que eu me desabafei com eles, como eles podem?!

— Para de falar mentiras! Eu sei que sou feia, tá?! EU SOU FEIA, ENTÃO PARE DE MENTIR PARA MIM! — não sei quando foi mas de repente eu estava gritando e mais lágrimas caiam. — Parem com isso, eu não aguento. Não ousem mentir descaradamente assim para mim. E-eu vou...Me esqueçam.

E sai dali. Na verdade, eu comecei a correr, pois ouvi Sehun e Jongin gritando meu nome, mas nem por isso eu parei de correr. Não parei nem quando fui xingada por alguém por esbarrar na pessoa sem querer, ou quando quase fui atropelada por um carro, muito menos quando percebi que o cinema era muito longe da minha casa e que eu tinha dito ao meu pai que ligaria para ele quando estivesse pronta para ir embora.

Completamente sozinha

Eu estou completamente sozinha

Não há tal coisa como aconchego

Não há ninguém do meu lado

Completamente sozinha, eu estou completamente sozinha

Eu estou sempre sozinha

Não há tal coisa como aconchego

Próximo a mim, não há ninguém nem mesmo para me abraçar

Eu só parei de correr quando senti os braços de meu pai envolta de mim, e sua voz sussurrando mais mentiras para mim, coisas do tipo "Calma Ayla, seja lá o que aconteceu, está tudo bem", não estava tudo bem e nem iria ficar mas eu não liguei de ouvir aquelas mentiras pois sabia que eu precisava dessa doce ilusão.

— Me leva embora daqui, pai. Me leva logo, por favor.

Eu precisava sair dali, daquela casa, daquela cidade, daquele país, eu precisava fingir que tudo pelo menos uma vez na minha vida estava bem. Se isso não acontecer agora, eu acho que não vou aguentar mais. Eu preciso fingir também. Apesar de que eu sei, eu sei que apesar de eu fingir que nada disso nunca aconteceu, eu sei que sou feia, porque isso é algo que nunca vai mudar. Eu sou assim e não há nada que possa ser feito quanto a isso.

Eu me acho feia e ninguém quer me amar

Assim como ela eu quero ser bonita, eu quero ser bonita

Não minta na minha cara

Dizendo que eu sou bonita

Eu me acho feia e ninguém quer me amar
Assim como ela eu quero ser bonita, eu quero ser bonita
Não minta na minha cara porque eu sei
Que eu sou feia


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Notas finais do capítulo

*Chesonhamnida omma = me desculpe mãe
*Wae/We = Por que?
Cara, que triste a vida da Ayla ;------------;
O que me deixa mais agoniada nisso tudo é que realmente tem gente assim, e essas pessoas precisam de auto estima, da amizade de outras pessoas. Apesar de tudo, sim, essa fanfic é um romance que vai acontecer futuramente, e eu não sei com quem ela vai se engraçar e.e
Perceberam que o nosso Junmyeon e o nosso Zitao não apareceram? JSOAKDOSMDOSNFISF pois é gente :v
Eles vão ser importantes daqui pra frente *-*
Quem acompanha "Who Dat?" saibam que amanha eu posto o próximo capitulo *-*
Imagino que vocês já sabem que o nome da fanfic é inspirado na música dos meninos *-* Sim O/ Love, Love, Love é a música tema da fanfic, e é na versão instrumental porque sim JSAKDOSKDOSFONFG sério gente, essa versão ta de outro mundo, eu quase infartei quando ouvi. O Chanyeol tá demais, mds ♥ __ ♥

Pra quem conhece e pra quem não conhece, vou postar o link aqui: https://www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=yO9C-4wFx_4&app=desktop

É isso ai.
Bjsbjs no heart ♥



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