Naqueles olhos, enxerguei tudo.

— Já se passou uma semana...

— Eu sei. — Com as pálpebras pesadas, fechava os olhos e resfolegava profundamente. — Queria saber se mudanças acontecem tão rápido quanto a vida de alguém é tomada. É difícil ter esperanças se for assim... — murmurou, baixo. — Mas também é difícil tentar conquistar tudo rápido demais.

Pensávamos de um jeito um pouco diferente. Já tive que aceitar algumas mortes de parentes próximos e passei por cima disso depois de alguns dias. Posso soar um pouco indiferente acerca se lhe expor meus pensamentos de um jeito rígido demais. E não precisava de tanto tempo para situações assim.

— A esperança é a vida de cada um. Ela só irá se extinguir quando todos partirem. Eu estou aqui, você, sua avó...

— Eu sei... Só que eu falo sobre algo que você não deve entender.

— Basta que explique.

Grelou-me, paralisado, por alguns segundos. Respirou fundo novamente e fez que não com a cabeça. Deu-me um abraço logo em seguida.

Recorrendo a mim justo agora... Eu compreendo bem. Melhor do que ele imagina. Seus olhos não eram de quem me olhavam como qualquer um. Seus sentimentos finalmente criaram outras cores visíveis.

— Eu entendo melhor do que você imagina.