{Gif da cientista Míria Katarina}

Diego Honorato

As paredes metálicas que envolviam o porão da mansão mantinham a temperatura a 5° graus positivo.  Todos os cientistas inclusive Soraia a mãe do garoto que é formada em Biomedicina estavam agasalhados com exceção do cobaia.

—Meu filho, essa será a ultima injeção de hoje. —Soraia fala com um sorriso. —Os efeitos colaterais são sangramento pelas vias nasais dor de cabeça intensa e suador.

Diego olhou para ela assombrado, isso não é efeito colateral é a morte.

—Não pode aplicar isso em mim! —Questionou. —Tenho que estar no colégio as seis da manha de hoje e já são cinco horas.

O doutor H olhou no relógio pra confirmar o horário. Mal percebeu que se passou uma noite inteira. O grupo de cientistas, biólogos e médicos mantinham focados cada um em sua área!

—Não vai para a escola! —Uma mulher loira avisou. Era Débora a secretaria do governador. —Já conversamos com o diretor Franco.

—Precisamos saber de suas qualificações! —Doutor H disse.

—Mas eu prometi a Angélica que ajudaria ela com o conteúdo de Física.

—Sua namoradinha não é importante! —Soraia respondeu. —Agora precisamos iniciar o treinamento. 

Todos os cientistas que trabalhavam no laboratório esvaziaram o centro retornando cada uma para sua sala. O porão dos Honorato ocupava toda área da mansão mais dois quarteirões deixando um espaço considerável para o laboratório! 

Assim que o local foi esvaziado a loira ligou o gravador e disse as seguintes palavras “Projeto mega humano iniciado”.

—De acordo com meus cálculos você dominará a energia.

—Explica isso melhor! —Ele pediu.

Uma mulher jovens de cabelos castanhos se fez presente.

—É simples. —Disse sorridente enquanto apertava a mão do garoto cobaia. — Sou formada em física e trabalho na área de pesquisas, minha espacialidade é física atômica!

—Você apresentou o seu currículo interiro mais não falou o seu nome? —Diego  comentou deixando a mulher sem graça.

—Mirian Katarina, mas prefiro ser chamada apenas de Kat! —Sorriu ao se apresentar. —E o seu é Diego Honorato. —o garoto confirmou.

—Ótimo Kat, agora explique como funcionará o lance de poderes!

— Digamos Diego que suas células nervosas é um condutor, assim como o metal, o seu cérebro é um reator ele que distribui e armazena toda a carga elétrica, e por fim os poros da sua pele é a válvulas de escape de toda esta energia.

—Está dizendo que se eu conseguir controlar isso poderei disparar corrente elétrica? —Kat concordou com a cabeça.  —Mas e como não morro eletrocutado? 

—Os soros, as injeções e todas as drogas  que fabricamos e ingerimos em você alterou seu DNA, tornando você invulnerável a eletricidade, é obvio que tudo tem um limite e isso e muitas outras coisas ainda teremos que investigar, mas por enquanto já é o bastante.

A expressão na face de Diego era de curiosidade e medo. Era tudo novidade, sempre achou que as pesquisas dos pais juntamente com o governo nunca levariam a nada, mais veja só surtiu efeito. Antes era só os pais cuidando de seu caso e agora tem uma equipe com mais de quinze profissionais trabalhando no projeto.

—Está dizendo que eu posso dar choque nas pessoas? —Quis saber.

—Não, eu estou dizendo que pode absorver, descarregar e transformar energia, mas vamos com calma, se conseguirmos controlar a corrente elétrica já é extraordinário!

Diego avaliou a situação. Só podia ser uma brincadeira, mas nada é impossível!

Ele fechou os olhos, a mãe lhe injetou o liquido da ultima seringa do dia 19/04/2016, plena segunda feira.

O garoto sentiu uma tontura imediata, após seu corpo adormeceu. O enjoou causava ânsia de vomito.

A mesma sensação que ocorreu no banheiro do colégio tornou a se repetir, as luzes enfraqueceram.

—Acho melhor você saírem daqui, eu sigo adiante deste ponto. —Disse a cientista de cabelos castanhos. Os outros se posicionaram atrás do vidro um pouco distante dali para não serem atingidos.  —Sinta seu corpo Diego, imagine o sangue correndo nas suas veias!

—Estou imaginando! —Disse de olhos fechados tentando se concentrar apenas no vídeo que corria em sua mente.

—Imagine agora energia, peça para ela sair do seu corpo, tente expulsá-la!

Ele tentava imaginar, mas com os olhos fechados não viu o que era capaz, uma onda de corente elétrica começou a piscar ao seu redor, era como se a energia se acumulava diante dele formando uma barreira.  

—Diego , eu vou me afastar. Assim que eu gritar já estenda a suas mãos e use força para lançar a corrente.

Kat correu para de trás do vidro, depois gritou um já.

A sensação de estar gerando energia era sobrenatural,  incrível, ele podia ver as faíscas. Com certeza aquilo não era normal, mas no mundo de hoje pouca coisa vem sendo normal!

Assim que escutou o já  esticou as mãos para a frente, tentou concentrar naquela região mais a força da corrente elétrica foi mais forte, ela precisava vazar.    

Foi trágico o resultado, a energia vazou por todo o seu corpo e expandiu pelo ambiente estourando as iluminarias e o vidro que os protegia. Os cientistas ficaram assustados e ao mesmo tempo admirados com a conquista obtida!

Diego  foi arremessado pelos ares batendo com força na parede metálica,  perdera a consciência por um tempo. Os cacos o perfurou causando cortes leves e profundos...  O garoto assim que abriu os olhos viu o grupo de cientista a sua volta com taças e vinho. Com exceção de seu pai que tomava algo amarelado.

—Muito bem já é uma evolução! —Disse empolgado.

—Agora vamos tentar novamente! —Disse o pai fazendo sinal para que todos se retirassem. —Só que agora tente controlar, afinal, é melhor estar bom quando o governador vim te ver!

—Eu vou morrer! —Diego  falou já cerrando os dentes, o sangue em sua pele deixava a situação ainda mais feia de se ver.

—Não dramatize! —O pai comentou segurando no ombro do filho em uma forma de apoio.  —O Maximo que vai ocorrer é uma parada cardíaca! —Pensou um pouco mais. —Ou respiratória.

Kat entra correndo com um Pucap com os estados físicos do Diego no exato momento.

—Na verdade senhor, se ele não descansar ele pode se alto explodir e tudo ao redor também!

Todos arregalaram os olhos em pânico. Mirian Katarina mostrou os dados para todos os cientistas que concordaram com seus cálculos.

—Pois bem, então acho melhor ir banhar e dormir, continuaremos mais tarde! —O doutor H conclui.