Um presente surpresa- Aria e Ezra. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 1
Capítulo 1: E agora? O que fazer?




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P.O.V. Aria.

Faz um mês que descobri que vou ter um filho. Um filho de Ezra.

Agora devem ser umas quatro da madrugada, mas eu não consigo dormir, estou aqui sentada na mesa da cozinha no escuro perdida em pensamentos quando a minha mãe aparece, acende a luz pega um copo d'água e quando ela se vira e me vê assusta-se.

–Ai querida, você me assustou. Porque não disse alguma coisa? Porque está aqui sentada sozinha no escuro?

–Aria?

Sussurro:

–Vou ter um bebê.

–O que? Desculpe, eu ainda não acordei direito, o que?

Disse um pouco mais alto e chorosa:

–Vou ter um bebê.

–O que?

–Eu vou ter um bebê.

–Como assim você vai ter um bebê? É algum tipo de trabalho de escola?

–Não. Eu to grávida.

–Você não pode estar grávida isso é impossível!

–É. Foi o que eu pensei, mas eu to mesmo grávida.

–Pelo menos sabe quem é o pai?

–Sim.

–Quem é?

–Ezra Fitzgerald.

–Quem?

–Meu professor de literatura.

–Ele te...

–Não. Eu o amei, ainda amo e não quero tirar o meu filho.

–Tudo bem, vamos tentar nos acalmar e ver o que faremos agora.

–Eu não quero tirar o meu bebê. Eu quero ficar com ele, quero cuidar dele.

P.O.V. Ella.

Meu Deus! Quando eu acho que não dá pra ficar pior... fica.

Minha filha de dezessete anos está grávida do seu ex-professor de literatura que por acaso tem 40 anos de idade!

–Diz alguma coisa. Qualquer coisa!

–O quer que eu diga Aria? Que estou feliz com isso? Pois, não estou!

–Mas, você não vai me expulsar vai? Você vai me ajudar não é mamãe?

–Claro que vou. Eu sou sua mãe.

–Eu to com medo.

Fiquei abraçando-a e ela ficou chorando.

–Não precisa ir a escola hoje se não quiser.

–Tá bem.

P.O.V. Ezra.

Deixa-la foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer. E agora me sinto um lixo.

Fiquei pensando e pensando até desistir e voltar para Rosewood.

Todos os alunos estavam lá, menos ela.

–Alguém sabe onde está a senhorita Montgomery?

–Ela não está se sentindo bem ultimamente.

Estava magoada. Obvio.

Quando acabei o expediente voltei pra casa, tomei banho e quando estava saindo atrás dela tocam a campainha. Abro a porta e lá está ela, parada na minha frente.

–Então é verdade, você voltou mesmo.

–É. Eu voltei.

Ela me abraçou e chorou.

–Shh! Não chore.

–Nunca mais faça isso comigo! Entendeu?

–Tudo bem.

–A minha mãe sabe.

–O que?

–Minha mãe sabe sobre nós.

–Você contou?

–Não tive escolha! Você sumiu no mundo e eu não sou capaz de cuidar de um bebê sozinha!

Levei alguns minutos pra processar.

–Bebê? Você disse bebê?

–Foi. Eu vou ter um filho. Seu filho.

Ela voltou a chorar. O rímel estava escorrendo, o seu rostinho lindo estava vermelho e inchado.

Eu não acredito que fiz isso com ela! Meu Deus eu engravidei uma garota de 17 anos!

–Eu sinto muito.

–Pelo que exatamente? Por ter me deixado, ou por ter me engravidado e depois me deixado?

–As duas coisas.

Como pude ser tão idiota e não pensar nisso? Ela é uma adolescente e por tanto se deixa levar mais facilmente, mas eu já tenho quarenta anos de idade. Era meu dever cuidar dela, não deixar nada lhe acontecer. Mas, eu fracassei, eu a abandonei quando ela mais precisou de mim e arruinei sua vida, seu futuro.

–Me perdoe.

–Pelo que?

–Por ter estragado sua vida.

–Você não estragou nada. Só me deu tudo o que eu mais queria a muito tempo.

–E o que você queria?

–Uma família só minha. Um filho para substituir o que eu perdi á muito tempo atrás.

–Você já ficou grávida?

–Sim. Heitor era um menino adorável, ele se tornou um homem de honra, um excelente guerreiro e um marido digno. Ele se casou com Athenodora, teve sete filhos e uma vida humana longa e feliz.

–Uma vida humana?

–É difícil de explicar. As coisas não são o que parecem, apenas precisamos ter paciência. Vocês ainda não estão preparados psicologicamente para lidar com certas coisas e então começaria tudo outra vez.

–Tudo o que?

–O expurgo. Já passei por isso antes. Milhares de inocentes morreram, mulheres, crianças e morreram apenas por serem especiais.

–O que houve?

–Os humanos são uma racinha miserável. Falam de paz e compreensão e matam inocentes aos milhares, queimados vivos, enforcados, baleados, explodidos, esfaqueados. Vocês são tão cruéis, mas ao mesmo tempo conseguem ser tão amáveis que enganam os leigos direitinho.

–Os leigos?

–Imagine a reação das pessoas ao descobrirem que todos os supostos seres fictícios são reais, que existem pessoas imunes a morte, que nunca mudam. Pessoas que se transformam em lobos todas as luas cheias, mulheres meio mulher e meio peixe que afogam aqueles que desrespeitam seu lar.

Um ser feito de vários pedaços de oito cadáveres diferentes, criaturas com asas de anjo e corpo de um ser humano.

–Do que está falando? Está passando bem?

–Você é tão inocente. Se soubesse o que existe ao seu redor ficaria realmente apavorado.

Ela disse docemente tocando a minha bochecha.

–As coisas nunca são o que parecem ser. Elas nunca foram.

–Eu vou chamar o médico.

O médico a examinou e constatou que não havia nada errado com ela. Mas, quando ele pediu um exame de sangue ela negou.

–Por favor, é para o seu bem.

–E é para o seu bem que não vou deixar ele tocar no meu sangue.

–Você é HIV positivo?

–Não.

–Tem sífiles?

–Não.

–Gonorreia?

–Não. Sou mais saudável do que você, você tem problemas cardíacos.

–Como sabe disso?

–Você já teve dois enfartes por comer muita carne e gordura ruim. Posso ouvir a gordura sendo arrancada da sua artéria coronária a cada batida do seu coração.

–Como?

–Eu não sou como você. É só isso que você deve saber e mais nada.

–Qual é o seu nome?

–Aria Montgomery. Sou a primeira de todas, o rosto que gerou milhares de duplicatas, a única coisa que mantém o outro lado inteiro.

–O outro lado? O que é o outro lado?

–Nada que seja do seu interesse. Se me derem licença vou tomar um banho e me deitar um pouquinho.

–Você está bem?

–Só estou cansada. E faminta.

–Vou preparar alguma coisa pra você comer.

–Deixa, eu vou tomar banho e depois faço o jantar.

–Vai jantar o que?

–Uma salada e quem sabe um sanduíche.

–E o que vai beber?

–Sangue.

–Sangue?

–Brincadeira! Suco de beterraba, faz bem pro organismo.

–Ela é mesmo uma piadista.

–É. Ela é.

Eu sabia que Aria estava me escondendo alguma coisa. Ela sabe disfarçar bem quando quer, mas quando não quer ela vai deixando migalhas pelo caminho. Pistas para que possamos descobrir o que está querendo dizer.

Aria nunca conta as coisas de um jeito convencional, nada com ela é convencional. Ela adora mistérios.

É a Nancy Drew da vida real.


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