Eu andei correndo, fugindo, escolhi tantas vezes fugir de mim e dos outros. Eu pensei em ser egoísta e fingir que talvez ninguém tinha batalhado pela minha vida, corrido atrás da minha felicidade comigo, tentando fazer de conta que as coisas nunca deram errado pra ninguém e que a vítima mais cruel que o mundo tinha feito era eu, apenas a mim.

Nos meus sonhos, eu sempre via a esperança em algum lugar, mas jamais havia conquistado algo apenas meu. Nunca tinha me dado o trabalho de pensar nos outros antes de deixar que meu egoísmo tomasse conta de mim.

Esgoísmo esse, que no fim das contas, me cegou. Fechei os meus olhos, fechei meu corpo e fechei também meu coração, colocando todos "dali pra fora", porque o medo de acabar falceando no meu caminho era forte demais, o medo de cair e não ter ninguém para me ajudar...

Céus, quanto tempo será que eu levei pra me abrir dessa forma e dizer que é graças as pessoas que estiveram o tempo todo ao meu lado que hoje eu estou aqui?

Admito que o ciúmes me enraiveceu, a inveja me corroeu, a mágoa me calcificou... E eu me tornei uma pessoa cada vez mais dura, que precisava de mimos, que fazia manha... Sem nunca deixar de derramar uma lágrima que fosse.

O sentimentalismo aprendeu a me guiar. O fato de eu ter me tornado uma pessoa fechada não justificava nada para quem visse que eu era capaz de chorar, era capaz de... Reaprender tudo.

Desde andar com minhas próprias pernas e pegar as coisas que estivessem ao meu alcance sozinah sem depender dos outros... Até relembrar que sem alguém eu não sou nada. Que se eu não tiver amigos, família... Eu definitivamente iria a lugar nenhum na vida toda.

A verdade é que agora eu olho pra trás e começo a repensar em cada ponto da vida. E devo também começar agradecendo a cada uma das pessoas que esteve ali.

Quero dizer que, com isso, também, quero dizer adeus.

Adeus aos cigarros, que eu achei que poderiam me fazer mais felizes do que amores e amigos, que eu achei que serviriam pra alguma coisa, quando na verdade me pioraram.

Adeus aos sentimentos ruins, porque não quero viver com o sentimento de culpa e de arrependimento de afogando de dentro pra fora. Dizer adeus àqueles sentimentos que me assolam quando sinto medo, quando me sinto simplesmente só.

Adeus aqueles pensamentos ruins, porque eles não me servem de nada. Não me adianta nada ficar pensando na ruindade se eu não pensar em como melhorar.

Adeus aos problemas, porque quando eu parar de pensar neles, posso começar a pensar na solução.

E dizer adeus, principalmente, aos meus dias de egoísmo, de egocentrismo, de ambição e de inveja. Coisas ruins atraem mais coisas ruins.

Para finalizar, então, quero dar as boas-vindas. A tudo que ha de bom. Aos meus familiares. Aos meus amigos. Aos meus amores. Dizer que fico eternamente grata por tudo, agradecer pelos tropeços, pelos sermões, pelos xingamentos... E sobretudo por sua existência.

Meu muito obrigado. Eterno.