Eu estava num daqueles condomínios com prédios altos e várias opções de lazer. Não é necessário uma descrição do lugar, já que o relato aqui apenas se detém a um detalhe.

O elevador.

Andar onze, de um prédio com mais ou menos vinte andares. Ninguém em sã consciência subiria escadas para o décimo primeiro andar, a não ser que procurasse se exercitar.

Como eu não sabia que existiam escadas, eu acabei tendo que ir de elevador para baixo, onde eu tiraria um pouco meu tédio, já que meus pais haviam saído e meu irmão, o morador, tinha saído também.

Encarei a porta de aço. Apertei o botão e o elevador veio até mim.

Vi as portas se abrirem, me revelando o pequeno espaço, feito com um aço escuro e assustador, e um ventilador pequeno dentro do teto, o qual lançava fracas rajadas de vento levemente empoeirado. Entrei naquele lugar vazio e deduzi qual dos botões era o que eu queria. A porta se fechou e eu desci. Sempre sinto como se a gravidade puxasse mais no elevador, mas isso é apenas um detalhe.

O elevador parou, e eu esperei que a porta abrisse assim que chegasse. A porta demorou pra abrir, e eu pensei que tinha ficado presa naquele lugar assustador. Mas então a porta se abriu e eu pulei pra fora, feliz de estar em um lugar espaçoso de novo. Andei pra longe, e depois olhei pra trás, apenas pra ver o elevador que eu tinha vencido.

Um rosto de uma criatura escura e medonha rapidamente voltou para dentro do lugar, como se estivesse me observando em segredo. A porta do elevador fechou.

Eu apenas me virei e me afastei do elevador o mais rápido que pude, jurando que nunca mais entraria num daqueles sem companhia.