Astra acordava no horário de sempre, as cinco e meia da manhã, se sentou na cama, se espreguiçou e foi tomar um banho para acordar naquele belo início de dia que abriria o começo da semana.

Após devidamente acordada foi tomar café, seus tios Joseph e Elizabeth já à aguardavam, se desejaram bom dia, e comeram em paz, apenas falando sobre amenidades.

Logo após o desjejum, Astra foi se arrumar para ir a escola, não era nada demais, a garota não era dada a se arrumar muito, prendeu seus longos cabelos ruivos em um rabo de cavalo baixo, estes eram ondulados e caíam até a cintura, colocou seus inseparáveis óculos, seus olhos azuis estavam sem maquiagem, mas não deixavam de aparecer por conta disso, colocou uma camiseta básica preta, uma jaqueta jeans, calça do mesmo material que a jaqueta, um all star, respirou fundo mentalizou bons pensamentos, arrumou seu material e fones de ouvido e saiu par a escola.

O percurso era um pouco demorado, dava a chance para a menina escutar uma boa música e relaxar, até começarem seus tormentos pessoais.

Assim que entrou no colégio viu um pequeno aglomerado de garotas no corredor esperando o “astro passar”, nada mais, nada menos que Christopher, o grande astro de basquete, desejado por praticamente todo o corpo estudantil, ele simplesmente encantava com seus 1,90 m de altura, cabelos loiros, olhos verdes e sorriso galanteador, mas ao mesmo tempo que era de tirar o folego, era mulherengo nunca tinha algo sério com ninguém.

Astra apenas rolou os olhos diante daquela bajulação vazia, e foi rapidamente para seu armário, tinha coisas mais importantes a fazer, como por exemplo estudar magia.

Astra era de uma longa dinastia de bruxos, queria estudar muito para dar orgulho aos pais já falecidos, era muito pequena quando eles morreram mas sabia que eles iam querer que ela se tornasse uma bruxa de bem e que fosse lembrada por isso, portanto a garota estudava com afinco para que seus pais de onde estivessem, estarem orgulhosos. Ela estudava tanto magia quanto numa escola normal, com alunos não bruxos, isso fazia parte do disfarce, muitas vezes tinha que se segurar para não usar magia, além de ser insegura em relação a usa-la sabia que se algo desse errado ela jamais se perdoaria. Então se deixava ser zombada, era alvo de perseguição entre as meninas mais populares, pois era muito tímida, e não se arrumava como uma “garota comum ” .

Tinha poucos amigos, na escola mesmo apenas Bethany uma menina gentil de madeixas castanhas bem cacheadas e lindos olhos avelãs e seu amigo Willian ou Will para os íntimos, um jovem muito simpático de cabelos pretos e olhos castanhos mel, mas Astra não reclamava das pouquíssimas amizades, sabiam que elas eram verdadeiras.

Tão logo chegou ao seu armário, nem precisou tirar os fones de ouvido para poder ouvir os cochichos debochados vindos de um pequeno grupo de meninas, estavam comentando sobre a roupa de Astra, a ruiva preferiu nem dar bola e se dirigiu para sua primeira aula, tinha combinado com Will de se encontrarem lá.

Assim que entrou viu seu amigo no lugar de sempre, na quarta carteira do lado da janela, o cumprimentou alegremente, e se sentou para ler um pouco, a menina tinha que tomar cuidado com o que lia, ninguém sabia de sua condição. Tão logo a sala foi enchendo os murmúrios por conta da vitória no jogo de basquete foi o assunto do momento, mas assim que o professor as bocas se calaram. A aula transcorreu sem alardes e tranquila.

A próxima aula era Ginastica, porém está não era obrigatória, então a ruiva aproveitou para ir até uma parte mais afastada do colégio, onde tinham vários bancos de piquenique, com várias arvores ao redor, geralmente aquele espaço era utilizado quando tinham eventos no colégio, a ruiva se sentou em um dos bancos e continuou a ler seu livro, quando escutou um barulho de algo caindo e em seguida um som de choro.

Ela se levantou e quando andou até uma árvore ali perto viu que um filhote de pássaro tinha caído do ninho e tinha machucado a pequena asa, Astra olhou em volta e respirou funda, envolveu o pequeno bichinho nas mãos e murmurou algumas palavras, e uma luz azul fraca apareceu, em poucos segundos o pequeno filhote já estava reestruturado, e Astra subiu na árvore que não era muito alta, e deixou o filhote no ninho e nesse momento a mãe do filhote chegou, a jovem ruiva apenas sorriu gentilmente diante da cena, mal sabia ela que seu segredo estava prestes a ser revelado.

Visão Christopher On

Mais uma vitória garantida, e como sempre fui o astro do jogo, eu não poderia querer outra vida.

Sempre que chego no colégio tenho uma legião de fãs me esperando no corredor apenas por um sorriso meu, isso me agradava muito é verdade, meu super. ego, não poderia estar mais inchado mas tinha uma garota em particular que nunca sequer me dirigiu um olhar apreciativo: Astra, uma ruiva de olhos azuis, bem tímida e nerd, sempre que ela me via simplesmente rolava os olhos e tratava de sair o mais rápido possivel, mas uma coisa sempre me intrigou: ela sempre estava escondida sempre lendo livros grossos e capas estranhas e hoje não foi diferente, depois da minha primeira aula eu a segui, tínhamos ginastica juntos, resolvi em dar um folga e investiga-la, a segui até a área onde os bancos de piquenique ficavam, tudo parecia normal até ela socorrer um filhote de pássaro que tinha caído do ninho e de repente eu vi uma luz azul brilhando das mãos da ruiva e o pássaro foi devolvido ao ninho sem um arranhão.

Saí dali o mais rapidamente, não queria que ela me visse, sabe-se lá o que ela poderia fazer comigo, e eu sorri.

“Com toda certeza usarei isso ao meu bel prazer” pensou rindo maliciosamente.