Sentada em um banco em uma praça afastada que talvez só eu lembrasse a localização, as cerejeiras estavam floridas, e uma a uma, suas pequenas flores vinham ao chão, um caminho longo para uma pequena flor.
Olhei para o céu, encarando as nuvens que movimentavam-se lentamente, sendo guiadas pelo vento. Será que o caminho delas era tão longo quanto o da flor?

Balancei a cabeça em negação, rindo de minha infantilidade. Ergui meu braço, estendendo meus dedos o máximo possível, querendo tocar o céu.

Um dia alguém me disse, que atado a todo mundo, existe um fio vermelho que liga você a sua alma gêmea. Diz a lenda, que esse fio pode emaranhar-se e esticar-se o quanto for, mas ainda sim ele não se partirá e você encontrará essa pessoa um dia. Uns chamam isso de destino.

Eu confesso que acreditava. Acreditava que esse fio me ligaria alguém... Bom, acho que ele foi cortado pelo caminho... Talvez, para ser menos doloroso para mim.

Eu prometi. Prometi que não choraria, que não me abalaria, mas ainda sim, não consigo impedir que as lágrimas banhem meu rosto mais uma vez... E que novamente eu me sinta inútil e frágil.

Esse pequeno fio deveria ser invisível aos olhos, mas aos meus ele não é.

É por isso que desato seu laço agora, deixando que aos poucos o vento o leve junto as nuvens. Eu já não quero mais atar meu destino a ninguém... Eu já não quero mais ter sonhos de menina. Já está na hora de virar uma mulher.

A magia já acabou.