Capítulo 9 – O Porão

Porão – Proximidades da Parts & Service – 5 AM

Bonnie estava quebrado, mas não caíra no meio do porão. Não tinha alucinado ele tinha sentido sendo empurrado e o buraco sendo fechado. Não sabia quem o havia empurrado e fechado o buraco por onde caíra e ele iria descobrir. Sentia seu braço pesar por causa da força exercida acima dele na queda. Bonnie parou para tentar guardar as forças robóticas dele para continuar indo em frente.

As luzes vermelhas, que se encontravam no lugar onde eram antes seus olhos, ajudavam a iluminar a escuridão do que parecia ser o porão da pizzaria. Bonnie continuou a andar a procura de algo que o ajudasse a sair dali. Com o barulho de seus pés a arrastar-se no chão, tentando o coelho a prestar atenção no barulho, Bonnie focou-se em tentar sair dali. Seu corpo arrastou-se para frente, rangendo em contato com o concreto, enquanto que o metal de seu tronco esbarrava um com o outro, fazendo outro barulho de atrito. As paredes, decoradas com listras xadrez, estavam apodrecidas e com o revestimento rasgado, dando a entender a velhice do local, o chão, completamente preto não parecia estar ali a mais de três anos. Bonnie continuou a atravessar o corredor, mancando, com seu pé robótico marcando o caminho com um risco espesso, criado ao contato do metal com o concreto. O coelho tentava se acostumar com a escuridão, mas parecia impossível, a falta do globo ocular dificultava o coelho de se acostumar com aquelas trevas. Ouviu um barulho ecoando no silêncio assustador do porão, parou para raciocinar se seguiria ou não, Bonnie seguiu o barulho mesmo que parte de seu corpo não quisesse.

Porão – Proximidades da Sala Secreta – 5 AM

Lya estava isolada em meio à escuridão. Avançava o corredor velho, podre, e à beira do desabamento. Lya atravessou, procurando um jeito de sair dali. Desde que caíra da sala secreta, estava perdida e seguindo completamente à frente, tendo que seguir outro caminho uma vez ou outra. Arrastava a mão direita na parede, para, quando puder olhar melhor na escuridão, ver por onde foi, mas pelas circunstâncias era impossível para ela poder definir algo nas trevas, porém esforçava-se. Lya encarou a parede à sua frente percebendo que chegara novamente numa das paredes da pizzaria, já que o corredor seguia para os dois lados opostos, direito e esquerdo. Seguiu pelo esquerdo, achando que aquele era o caminho para poder sair dali, não sabia se estava certa ou não, mas arriscaria pelo menos um palpite.

Lya ouviu um grito, e seguiu em direção do barulho. Não sabendo o que acharia lá. Saiu correndo ao perceber que o grito estava ficando desesperado. A gata chegou, estranhamente, em um local que não era um corredor, mas sim um enorme salão. No centro do salão encontrava-se quatro estranhas figuras, um escorpião, um lobo, um endosqueleto, e uma raposa, que era quem havia gritado, sendo segurada pelo Endosqueleto. Ela parara de gritar e começaram a um discutir com o outro.

–Deixa-a em paz Hunter. Não percebe que agarra-la não vai adiantar em nada? – O escorpião falou, encarando o lobo, que parecia estar preocupado com outra coisa. O lobo, que Lya percebera ser Hunter, encarando o endosqueleto.

–Solte-a Bare. – Hunter disse.

–Mas, mestre... – O tal Bare falou.

–Solte logo! Não sei o motivo de ter voltado a agarra-la, mesmo depois dela parar de gritar. – Bare, mesmo não querendo, soltou a raposa, que olhou agradecida à Hunter.

–Obrigada.

–Agradeça ao Skar. Foi ele que me convenc... – A voz de Hunter parou com a batida de metais.

Bare se encontrava no chão, tentando combater um coelho destruído que o derrubara segundos antes. Lya arregalou os olhos, em meio à escuridão, mesmo destruído e quebrado, parecia...

–BONNIE! – E Lya pulou na direção da luta de ambos, sendo parada por Skar. – Me solta!

Lya bateu na cabeça de Skar, o fazendo cambalear para trás antes dela ir na direção do Caos que se instalara no local.

Porão – 6 AM

Quando o alarme das 6 da manhã tocara, Skar estava correndo na direção do puro Caos. O escorpião agarrou a estranha gata que gritava um nome estranho – Bonnie – enquanto o acertara em cheio na cabeça, o deixando alguns segundos cambaleando pelo Salão.

–Me solta seu bicho estranho! – Bare berrou, derrubando o “Bonnie” no chão, tentou levantar, porém a gata chutara sua perna, derrubando-o novamente.

–Para quieta, por um instante?! – Skar gritou, enquanto que a intrusa fugiu de seus dois braços funcionais e o chutou, obrigando Skar a ir para trás, fazendo com que ela tentasse ajudar o tal de Bonnie.

–Já chega! – Hunter gritou, agarrando a gata e a jogando no chão, enquanto seus braços agarraram forte o coelho destroçado, de que saiam duas luzes da face. Que parecia ter sido arrancada.

–Bonnie! – a Animatronic gritou, sendo ajudada a levantar por Minnie, que parecia estar apavorada de choque pelo começo da luta.

–Eu vou te soltar. Não sei se me entende. – Hunter falou para o coelho quebrado – Mas se me entender, não tente atacar nenhum dos meus amigos. Senão serei eu quem vou te quebrar até não sobrar nem um fio de você. Entendeu?

Skar não sabia quando Minnie e ele ficaram tão íntimos do lobo, mas Skar não negaria isso. Principalmente pela raiva de Hunter. Bonnie fez um movimento de cabeça que Skar sabia que significava “Sim”. Hunter abriu os braços, permitindo que Bonnie saísse. Skar se prepara para que ele tentasse o atacar, porém parecia que ele havia entendido.

–E você quem é? – Skar perguntou para a animatronic que adentrara no salão. – Já sei que esse “coelho” é Bonnie, mas e você? Quem é?

–Chame-me de Lya. Estou aqui, pois cai da minha “casa”. Desculpe se fui hã... Agressiva. Mas ele – apontou para o coelho – parecia com alguém que eu conhecia.

Bonnie curvou a cabeça para o lado, demonstrando curiosidade. E voltou-se seu olhar para Hunter.

–Então, Hunter. – Minnie falou, parecendo envergonhada. – Como vamos sair daqui?

–Por algum lugar que seja próximo e que tenha uma abertura.

–Eu sei de uma – Lya disse – Mas é uma longa caminhada.

–Então, o que estamos esperando? – Skar falou – Vamos logo.

Continua...