Freddy's War - Interativa escrita por Titã


Capítulo 31
The Second Toy-Old War: Part 6 — Irrational Battles


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! Estou de volta para mais um capítulo! Desculpe pela demora, mas é que a escola nesses últimos dias estavam um porre. Eu sei que demorei com o capítulo, mas em compensação... TEMOS 4.000 PALAVRAS! Sim, o maior até agora. Além disso, eu tenho uma má notícia: Talvez os próximos capítulos sejam menos elaborados já que vou ir para o grande Rio de Janeiro para visitar minhas avós.
Uma coisinha: O Segundo POV do capítulo foi escrito pela minha querida amiga e leitora Lya, minha amorzinha! Boa parte foi escrita por ela, mesmo que eu tenha inserido algumas coisinhas e terminado com chave de ouro! Mas enfim estamos no final da saga de BB, Lya e Mangle/Extra. Além disso, esse é mais um capítulo para a preparação do Grande Confronto. Mas de qualquer forma, vamos para o capítulo!
OBS.: Quero reviews bem grandes, já que eu mereço por causa do capítulo!
Aproveitem>>>



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Capítulo 29 — Segunda Guerra Toy-Old: Olhar de Escuridão

 

Inconclusivo, tempo inexistente, infinito restante

 

Localização: CORROMPIDA — Hora: CORROMPIDA

Os braços de sombras adentraram o exoesqueleto de Balloon Boy, destruindo-o. Seus olhos estavam completamente negros, sem vida. Sua programação estava completamente corrompida. Seu corpo estava jogado no chão como se fosse um cadáver. Sua placa se encontrava no chão, completamente coberta de sombras, ao lado o balão encontrava-se, sem sombras em volta, mas completamente inútil. BB estava completamente inoperante, e prestes a desaparecer da face da terra, para sempre.

Mangle não sentia nada. Seu corpo estava coberta pelos braços de sombras, seu focinho estava sendo pressionado pela escuridão viva, impedindo-a de falar. Seu corpo era pressionado pelas sombras, esmagando-a. Seus sistemas entraram em colapso fazia alguns minutos, e seu sistema de memória agora era o que estava sendo consumido pelas trevas.

Lya estava quase desistindo de viver. Ela sentia dor que vinha direto de sua Placa-Mãe Central que causava uma dor infernal em todo os seus sistemas. Incomparável para qualquer ser humano, a dor que transcorria seu corpo era absurda e impossível de se aguentar. A escuridão tomava conta de tudo à sua volta, deslizando pelos últimos focos de luz que Balloon Boy criara, agora invisíveis na escuridão. Não adiantaria lutar contra Rw, ele derrotara-a, derrotara Mangle, derrotara Balloon Boy — que estava utilizando a fraqueza do ser. Era impossível, Lya finalmente adimitiu o que estava sendo coberto pela esperança de um dia sair daquela Dimensão das Trevas, o apelido carinhoso que dera para aquele lugar Infernal. Sabia que nunca mais viria seus amigos, nem Bonnie, nem Fred... Seus olhos estavam vidrados, semi-cerrados e tomados pela cor negra, quase deixando-a cega, olhava em volta, apenas visualizando a escuridão, porém, no meio do caminho, seus olhos focaram-se num estranho objeto presente na sala. O balão de BB, com suas cores vidrantes e fortes, contrastavam-se com a cor negra das trevas dali, que cobriam a tudo. O balão parecia brilhar em meio àquela escuridão. Aquilo estava ali jogado no chão, completamente alheio à tudo ali presente. Isso não fazia sentido. Como não era consumido pelas trevas? Como continuava colorido? Não fazia sentido. A menos que...

Seus olhos se arregalaram e sua mão esticou-se para pegar a lanterna, mas sendo parada na metade do percurso por uma força enorme. Olhou para cima, Uma espécie de braço de sombras seguravam sua mão, ela sentiu seu corpo ser pressionado contra o chão pelas sombras. Olhou para Rw, que estava encima de Balloon Boy, mexendo nele. Talvez poderia sair dali... se conseguisse se livrar das sombras vivas. Ela deixou a mão imóvel, e sentiu as trevas deixando de mexer nela, talvez por acreditar que estava inoperante. Ela flexionou os joelhos para o lado oposto — algo impossível para qualquer ser vivo fazer, mas não para um animatronic flexível como ela —, rasgando ainda mais o revestimento, para depois deixar as sombras empurrarem-na de volta para o chão. A força exercida fez com que a gata fosse impulsionada para frente, com as mãos já próximas ao balão amarelo e vermelho.

Lya sabia que o balão seria inútil. Mesmo que ele parecesse brilhar, era meio óbvio que era apenas uma ilusão de ótica pelo fato de ser a única coisa colorida num mar de preto. Porém, nunca parou para pensar que o balão estava escondendo algo. No exato momento em que agarrou o balão e puxou-o, um objeto cilíndrico rolou para o pescoço da old, que olhou para aquilo surpresa. Era uma lanterna! BB talvez tenha trazido consigo... Agarrou o objeto, tremendo, e sentindo um forte cutucão na cabeça, trazendo a mesma dor de antes para ela, agora ainda mais forte. Um de seus olhos focou-se em Balloon Boy, desativado, e sendo erguido por Rw que estava o apertando, pressionando o exoesqueleto que estava se rachando, destruindo o seu único amigo restante naquele Inferno na terra...

Seu dedo encostou no botão da lanterna, ligando-a.

Por onde o feixe passava, as sombras se dissipavam ou eram destruídas pela luz proveniente da lanterna que rasgava as sombras presentes no ar. Lya mirou a luz nas suas costas, destruindo as sombras que prendiam-na no chão. Liberta das trevas, Lya levantou-se, enquanto Rw percebia algo e virava-se para a animatronic. Em resposta, Lya ligou a lanterna contra o ser de trevas, que gritou e soltou Balloon Boy no chão. Seus olhos brancos desapareceram nas trevas do lugar. A gata agarrou BB, colocando-o em seu colo, mas ainda segurando a lanterna na mão, iluminando o lugar enquanto ia em direção à parede em que estava a porta, mas que agora era coberta pelas sombras de Rw. Lya iluminou Mangle, que se livrou das sombras e pulou para o teto. Lya se aproximou da porta, iluminando-a. Porém, enquanto a luz rasgava as sombras, a porta simplesmente sumia da visão dela, mostrando apenas uma parede.

— O que? Como isso é possível? — Lya questionou para ninguém em específico, mas surpreendentemente recebendo uma resposta não tão agradável.

— Eu comando esse lugar, gatinha, eu posso fazer o que quiser aqui dentro, e isso incluiu mover as sombras para qualquer lugar que não seja perto da porta. Não irá sair daqui até que eu queira. Ou seja, se quiserem sair daqui deverão me dar o que eu quero. — Rw falou, escondido nas Trevas, sua voz saindo de todos os lugares, circundando-os.

— E o que seria? — Mangle questionou, olhando em volta, talvez tentando ver se encontraria os olhos brancos de Rw.

— O Garoto dos Balões.

— O que? — Lya questionou, olhando para a escuridão. — Por que você iria querer o Balloon Boy? — Sentiu-se um pouco irritada! Ele era seu único amigo que sobrara, e o único que parecia realmente importar-se consigo.

— Meu chefe precisa dele para seu plano. Desde o começo, precisávamos dele. Então, eis o acordo: Vocês me entregam O Garoto do Balão que permitirei a saída de vocês daqui.

— Calma ai, se você precisava do BB desde o começo, então por que você me fez sequestrar Lya? — Mangle perguntou, descendo até ficar próxima da luz, como garantia de não ser destruída por Rw, que ainda estava dentro das sombras, invisível.

— Eu precisava de uma isca para poder capturá-lo, e a gatinha era a melhor aposta e a mais fácil de pegar, pelo fato de que Extra já estava prendendo-a.

— Extra?

— Esqueça. Essa é a última chance de vocês aceitarem o acordo, me darão ou não O Guardião do Balão?

— Vai se ferrar. — Lya disse, antes de rasgar as sombras com o feixe de luz, iluminando o lugar em busca de Rw, mas falhando miseravelmente.

— Foi você que pediu, gatinha. Se não quer me dar o Toy por bem, vai ser da minha forma favorita. À Força.

Lya sentiu algo agarrando seu pé e o puxando, derrubando-a no chão. A lanterna deslizou de sua mão, girando e rasgando as sombras que agarravam o pé de Lya, soltando-a e acabando por parar no centro da sala. Balloon Boy caiu do colo de Lya e foi parar ao lado dela, longe de seu alcance. Seu corpo foi levantado por um braço de sombras, erguendo-a até estar cara-a-cara com os dois olhos brancos de Rw e seu sorriso esbranquiçado e repleto de dentes.

— Hora de você pagar por isso, Gatinha Bonitinha. Não deveria ter me desafiado. Agora, você vai pegar. NINGUÉM MEXE COMIGO E TERMINA VIVO! — Seu braço esmagou o corpo da animatronic, apertando-a e destruindo seus sistemas. Lya gritou sentindo seus sistemas reiniciando ela sentiu-se fraca, morrendo por dentro... Uma luz iluminou o corpo de Lya, fazendo o ser soltá-la. Mangle estava pendurada e seu olho no rosto de raposa brilhou por alguns segundos antes da luz se extinguir. Lya correu para tentar pegar a lanterna, mas algo foi mais rápido. A segunda cabeça de Mangle, com os olhos completamente negros, agarrou a lanterna e jogou para longe. Lya olhou para Mangle, que gritou e foi pega por uma grande mão de escuridão que a puxou para a escuridão.

— Bom trabalho, Extra. Me desculpe, mas tenho que destruir Mangle de uma vez por todas, junto com Lya.

A gata fugiu do soco de sombras e se aproximou da lanterna, mirando na mão que a atacara, “queimando-a” com a luz. Foi então que viu a mão de sombras agarrando a lanterna enquanto ela mesma segurava-a. O dedo apertou o botão, desligando o objeto. Lya soltou-se da mão, mas foi agarrada pelas trevas à sua volta, que a empurrou contra a parede, em consequência soltando a lanterna que deslizou para longe de seu alcance. As sombras começaram a circundar seu corpo, cobrindo-a com as trevas. Ela sentiu suas pernas ficarem inertes e tentou gritar, mas uma mão cobriu sua boca. Os olhos brancos de Rw surgiram à sua frente, e seu sorriso estava muito aberto e sorria para ela.

— Agora você morre, Gatinha.

 

1 Hora, 49 Minutos e 13 Segundos Restantes...

 

Area Principal — 4 AM

Na hora em que a guerra começou, Jordan realmente tinha esperanças de sair vencedor, mas é claro que algo atrapalharia isso.

Quer dizer, talvez os Toys estivessem apanhando um pouco, mas, até aí, os Olds estavam também, então, por breves instantes, o lobo da cor de neve imaginou que pudesse bater sem apanhar muito. Até aquele momento, ele estava se saindo bem. Fora atacado por um gato e levara um soco, porém revidara e agarrara o punho de seu agressor, torcendo-o e chutando o robô em seguida, jogando-o para o meio de uma briga qualquer. Jordan, com o nervosismo agarrou sua camisa social branca, a apertando e amassando-a em seguida. De repente, a calça chique preta e os sapatos brilhantes pareceram apertados nele, ou seria o desconforto causado pelo estresse que sentia?

Estava correndo tudo bem, porém a ilusão do Toy durou bem pouco; Jordan notou que ia levar porrada quando deu de cara com aquele coelho bizarro chamado Lurke.

Até aquele momento, era difícil dizer quem estava ganhando e quem perdia a luta. Parecia que tanto os velhos quanto os novos animatrônicos estavam batendo e apanhando, em igual quantidade. O lobo albino humanoide assistia, ligeiramente assustado, Old Freddy surrar todos os Toys que cruzassem seu caminho, inclusive rasgar ao meio Lin, para irritar a fantoche Toy. Em contrapartida, alguns Olds haviam levado o maior couro de Marionette, que parecia uma máquina de guerra, destruindo a tudo e todos no caminho. O lobo respirou fundo, ajeitando o sobretudo azul-escuro.

Todos estavam batendo em todos. Os Olds lutavam vorazmente contra os animatrônicos brilhantes e novos, surrando-os sem piedade, batendo-os contra o chão ou paredes, quebrando o metal reluzente que constituía o exoesqueleto dos Toys. Estes, por sua vez, mais ágeis e dispostos, batiam com força e rapidez nos antigos, usando objetos ou os próprios punhos para quebrar os robôs já estraçalhados pela ação do tempo e do desuso.

Inicialmente, Jordan paralisou pelo que sentiu como se fossem décadas, assistindo aos seus amigos lutarem contra aqueles Olds, os quais não conseguiam aceitar de forma alguma que fossem substituídos. Provavelmente não passara mais que alguns segundos parado — caso contrário, provavelmente teria sido destruído — porém, em sua mente, o tempo parou e ele era invisível para todos. Inicialmente, o Toy de cabelos brancos sedosos e revoltos subestimou a guerra, acreditou que seria “apenas” uma simples luta, nada tão violento ou devastador. Entretanto, nos primeiros segundos de briga, o albino percebeu seu imenso erro ao achar que aquilo seria uma disputa superficial. Como pudera ser tão ingênuo? Não importava quem venceria, aquilo tudo teria consequências terríveis para todos depois! Encarava a luta com seus olhos escuros e brilhantes, e o sorriso antes cheio de sarcasmo se esvaiu. Mágoa, ódio e vingança não tardariam a aparecer no lado perdedor, qualquer que fosse ele. No final, aquela disputa toda era fruto da falta de empatia, gentileza e instinto de vingança e ódio de ambas as partes, ele fora um verdadeiro estúpido em achar que aquilo seria normal e em poucos segundos as coisas acabariam normalmente, como se nada tivesse acontecido... Que ingenuidade dele.

Sentiu uma fraca ventania passar rente a seu rosto e mexer em seu pelo: era um Old, e um Old furioso. Jordan primeiramente achou que fosse uma fuinha, pois o robô estava meio mequetrefe e quebrado. Mas, olhando bem, o lobo percebeu que era um coelho. Um coelho destruído e esquisito, mas era um coelho, com toda a certeza.

— Opa, mano, calma aí! — Jordan gritou ao quase ser acertado por um pé de mesa quebrado que o coelho segurava. Deu pra sentir o vento bagunçar seu cabelo. — Que foi que eu te fiz? Eu nem te conheço, brô!

— Cala a boca, toy desgraçado! — Essa foi a resposta do fuinha-coelho, seguida de mais uma investida com o porrete. O toy de pele branca como a neve desviou habilmente. O porrete quase bateu em suas orelhas mescladas pretas e brancas.

Se parasse para reparar, Jordan veria com certeza eu aquele coelhinho era barra-pesada. Sua pele era da cor laranja num tom bem escuro (talvez pelo tempo, talvez naturalmente), tinha em torno de 1 metro e 60 de centímetros de altura, vestia moletom roxo com capuz e zíper, e usava uma calça larga de cor preta que compunha a vestimenta do Old à sua frente. A camiseta branca que vestia por baixo do moletom trazia os escritos “É sempre bom sorrir”, o qual o lobo achou pouco condizente com a atual situação. Musculoso, aparentemente forte e com grandes e afiados dentes e certamente era violento, porém o que mais o amedrontava eram seus olhos vermelhos sangue que penetravam em sua alma; é, o lobo estava ferrado.

Jordan desviou da terceira investida; se o robô pudesse suar, provavelmente sua camisa social branca agora estaria ensopada de suor. O sobretudo preto que vestia esvoaçava cada vez que o toy desviava de um dos golpes do coelho-fuinha. Girou seu corpo e escapou de mais uma investida contra sua cabeça, dessa vez atacando-o com um chute violento no joelho. A perna do coelho foi torcida pela força de Jordan, que segurara quando ele atacou, de forma que o coelho cambaleou com um berro de dor.

— Filho de uma... — O Coelho praguejou com uma torrente de palavrões e insultos. Tentou acertar o lobo de cabelos brancos novamente, porém Jordan desviou e meteu-lhe um soco na barriga, ágil, dando passos para trás por causa do golpe. —Você vai se arrepender, lobinho de uma figa.

— Pode vir, fuinha destroçada! — Zombou Jordan — Aposto que não para nem de pé! — Falou, tentando ganhar tempo para pensar em algo que o salvasse da surra que provavelmente iria tomar, mas sua atenção estava quase toda na luta, para impedir sua morte. O coelho foi atacado por Jordan novamente, derrubando-o no chão.

O coelho ergueu-se lentamente. Os pés descalços com unhas afiadas do animatronic destruído rangeram sobre o chão de ladrilhos bicolores:

— Primeiro, eu sou um coelho. — Ficou de pé — Não uma fuinha. — Torceu de volta para o lugar o joelho quebrado, fazendo um barulho assustador de metal. Aprumou-se, sorridente. — Pode me chamar de Lurke — Ele olhou Jordan nos olhos com seus orbes agora negros como petróleo, deixando somente um pontinho vermelho-sangue em cada olho. Ajeitou a camisa — Acho que seria bom você saber o nome de quem vai acabar com a sua raça — Cuspiu o robô destruído, num misto de raiva e satisfação. Jordan deu um passo para trás, colocando-se em posição de luta.

— Pode vir, fuinha esquisita. — Semicerrou os olhos escuros, encarando o tal Lurke.

Lurke veio, avançando com habilidade. “Acho que ficou bravo de verdade comigo”, pensou Jordan quando o coelho arrebentou com um soco — certamente destinado à cabeça pálida do lobo — a parede ao lado. O lobo girou, desviando-se do golpe, porém não conseguiu ser rápido o suficiente para fugir do chute que Lurke plantou em sua barriga. Jordan perdeu o fôlego, e o coelho aproveitou para bater no Toy. Uma sequência de socos foi dada no lobo, um na bochecha, outro na barriga, outro na bochecha, um no olho, então houve um chute no quadril.

Jordan voou pela sala. Bateu a cabeça no chão, sentindo o mundo girar a seu redor. Os olhos focaram no teto, e, quando sua visão voltou ao normal, ele sentiu dores agudas na cintura e no ombro: estava sendo chutado sem piedade por Lurke. Pisões, chutes, pontapés; golpes impiedosos eram desferidos no lobo albino. A oportunidade apareceu e Jordan agarrou e puxou o pé do Old sanguinário.

Quase o derrubou, porém, de alguma forma, Lurke se livrou e avançou para Jordan novamente. O Toy tentou erguer-se, de joelhos e trêmulo, recuando e procurando algo para se defender. Olhou ao redor, apavorado. “E agora?”, pensava, “Vou ser surrado até a morte por esse maluco sanguinário?”.  Ergueu-se, quase caindo para trás, sem perder o Old de vista, que avançava. Cambaleou em meio àquela confusão de Olds contra Toys. Lurke preparou-se para desferir outro golpe em Jordan, quando alguém pulou nas costas do robô velho, socando-o. Um Toy percebera que Jordan estava em apuros, e viera ajuda-lo!

Antes, porém, que o albino de cabelos espetados e claros pudesse agradecer ou sequer perceber quem era seu salvador, o Old correu de costas para a parede, batendo o Toy em suas costas contra ela. Uma, duas, três vezes e o salvador de Jordan desabou, desacordado e completamente partido diante as íris escuras do lobo de orelhas pretas.

— Maldito! — Berrou Jordan, percebendo, por fim, quem era o animatrônico inerte no chão — Veja o que você fez! Você quase o matou!

— Isso é uma guerra, Toyzinho — Falou Lurke com desprezo escorrendo junto com a fala — Se não sabia lutar, nem devia ter vindo aqui apoiar a cópia fajuta de Freddy. — E avançou contra Jordan, com uma evidente fúria.

Por mais que estivesse furioso com Lurke, Jordan não era páreo para o coelho de pele alaranjada e de olhos claros. O old correu em sua direção, dando-lhe um soco, seguido de três arranhões na bochecha com suas unhas afiadas. Aquilo desorientou o Toy albino e, aproveitando-se disso, Lurke deu-lhe um soco no nariz e outro chute que jogou o lobo na parede com um baque surdo de pancada.

Jordan sentiu seu sobretudo ser rasgado pelas garras afiadas de do robô. Ele só pode ser algum tipo de lutador, ou apenas é um psicopata, pensou o lobo enquanto ouvia os rasgos cada vez mais agressivos ocasionados pelas investidas da pseudofuinha. Sentiu um chute forte no abdômen, envergou-se em direção ao coelho, porém um gancho fez com que a cabeça lupina se chocasse contra a parede com um barulho perturbador. Jordan sentiu-se escorregar lentamente até o chão, e preferia ter ficado por ali mesmo, porém Lurke agarrou-o pelos cabelos espetados brancos, puxando-o até que o lobo ficasse novamente cara-a-cara com o coelho.

— Você vai desistir assim tão fácil, lobinho? — Lurke caçoou, sorrindo, seu rosto muito próximo do de Jordan, seus narizes quase se encostando. O coelho agarrou com mais força os cabelos claros e macios, obrigando Jordan a fazer uma careta de dor. Os lábios lupinos tremeram e as pernas falharam. Agarrou o moletom de seu agressor com ódio. Estava nas mãos de Lurke, afinal. — Que sem graça. Mas até que você se saiu bem. A maioria morre nos primeiros dois segundos! Ainda dá tempo de se render!

Jordan ficou pensando em como Lurke o mataria. Enfiaria as mãos em sua barriga e o destruiria? Esmagaria sua cabeça com seus punhos fortes? Cravaria suas unhas na cara do lobo, fazendo-o gritar de dor, seus últimos gritos ecoando na sala, mas sem ninguém para ouvir por causa da guerra que se desenrolava em volta? O lobo mostrou os dentes, raivoso, e encarou o coelho. Agora ele sorria para Jordan, seu sorriso era cruel, completamente maléfico e sinistro. Finalmente o lobo percebeu como seria morto: dentes. As presas afiadas de Lurke estavam a mostra, e Jordan estava certo de que elas seriam cravadas em sua cara, ou em seu pescoço, destruindo seus sistemas para sempre. O pior de tudo era que seria demorado. Demoraria para alcançar os fios com o exoesqueleto de toy em volta de si. Mas aquilo não era o que fazia com que sua raiva aumentasse, mas era seu sorriso; aquele sorriso... Aquele sorriso sanguinário e violento que Lurke exibia irritava Jordan no fundo de sua alma. Amedrontava-o também, mas principalmente o irritava. Era arrogante, cruel, e ainda que estivesse totalmente a mercê do coelho, o Toy jamais se renderia a ele. Jamais, não depois de ele quase matar aquele robô que viera salvá-lo. Apenas ódio era o que sentia agora pelo animatrônico destruído.

Jordan aproximou a cara da do coelho, encostando as testas e exibindo suas próprias presas, Lurke apenas continuou o encarando, sem nem mesmo ficar tenso.

— Mate-me então, se é tão valentão quanto parece, sua fuinha mequetrefe desgraçada! — Berrou Jordan, encarando com fúria Lurke. Os olhos de sangue do coelho devolveram a raiva, porém ainda mais forte. A guerra se desenrolava, enquanto isso, ao redor dos dois, cada vez mais brutal. Toy contra Old, Old contra Toy. Robôs se matando, se rasgando ao meio, se destruindo para sempre. Alguns gritavam de dor, outros de medo, outros de raiva. Todos pareciam desfigurados de uma forma tão medonha que Jordan nem os reconhecia mais. Os barulhos horrendos da batalha se misturavam aos pensamentos sombrios do lobo; seria aquela a última imagem que teria guardado na memória?

— Pode deixar, lobinho fracote! — Falou Lurke estridentes, sussurrando para Jordan com prazer de ver seu medo. O lobo fechou os olhos, então, pensando nos poucos amigos que fizera desde que chegara naquela tarde fatídica. Pensaria neles, não na guerra, e, por um momento, foi como se nada daquilo tivesse acontecido, nada daquela guerra; como se Lurke não estivesse agarrando seus cabelos e quase arrancando fora seus fios macios. Lembrou-se do sorriso de um, da risada de outro robô. Se fosse para morrer, pensou, seria com aquelas imagens. Recordou-se do que foi e imaginou o que poderia ter sido caso a guerra não houvesse começado. Ele não ligava que muitas daquelas imagens não passassem de meras especulações sobre um futuro que nunca viria a acontecer. O lobo se recusava a ver mais daquela destruição, de seus amigos se desmantelando.

Apertou os olhos com força. Jamais se permitiria morrer com as imagens da guerra cravadas em seu olhar. Ele sentiu os braços de Lurke apertando-o, e seus dentes arranhando o metal, rasgando o metal e penetrando o metal de seu exoesqueleto. Ele sentiu algo tomando conta de sua visão tudo ficando escuro e embaçado ao seu redor...

As trevas tomaram conta de sua visão, deixando-o cego. Seu corpo começou a movimentar-se sozinho, de uma forma que ele não podia controlar. Ele não sabia o que estava acontecendo, nem como muito menos por que. Ele sentiu uma dor infernal em seu corpo e ele gritou de dor, enquanto as sombras sumiam de sua visão, Lurke apareceu em seu olhar, caído no chão, desativado. Por algum motivo, Lurke simplesmente caíra no chão, durante o tempo de black-out de sua visão. Mas como era possível?

Antes que notasse, algo o segurou e ergueu-o para cima, encarando seu rosto. Uma figura grande, acinzentada e destruída encarou Jordan, sorrindo maleficamente.

— Olá lobinho, quer brincar? — O old sorriu, antes de jogá-lo contra a parede, o lobo sentiu seu corpo começar a falhar, porém, antes de desmaiar, uma figura negra surgiu acima de seu corpo e envolvê-lo em trevas, desmaiando em seguida.

 

1 Hora, 48 Minutos e 10 Segundos Restantes...

 

Escritório — 4 AM

Forgotten forçou o braço na parede destruindo o gesso. Ele estava irado e querendo destruir e matar os malditos humanos e aquele verme que achava ser um animatronic mais na realidade era apenas um amante de orgânicos. Como queria derrubá-lo no chão, esmagá-lo, destruí-lo...

— Acalme-se, Forgotten. — Purple Guy disse. Só agora Forgotten percebera que falara aquilo em voz alta. — Você vai ter tempo o suficiente de se vingar quando Marionette morrer.

— Por que essa obsessão de vocês com ela? Ela é só mais uma toy qualquer, como todas as outras.

— Você não faz idéia da importância dela para os dois. Eu apenas quero acabar com esses animatronics que deveriam ter morrido há muito tempo...

— E o que vamos fazer agora? — O animatronic questionou para o humano.

— Vamos entrar nessa bagunça de guerra sem sentido dos robozinhos e vamos acabar com toda essa merda destruindo Marionette de vez. Assim, Rw e seu “chefe” — a última palavra saiu num tom de sarcasmo — vão nos deixar em paz, então poderemos destruir os outros animatronics.

— E poderei me vingar dos olds e dos toys. — Forgotten sorriu. — Até que seu plano não é cem por cento ruim, Roxinho. Poderei ter minha vingança e me livrar dos irritantes “superpoderosos”.

— Então, meu caro Forgotten, vamos acabar com isso logo. — Disse, indo em direção ao corredor principal, agarrado à máscara de Freddy, girando-a em seus dedos pelo buraco dos olhos. Seus olhos roxos brilhavam num tom maléfico e sarcástico, num olhar obscuro e tenebroso.

— E então acabarei com o que comecei há alguns anos. E finalmente essas malditas crianças irão definitivamente morrer.

Continua em Marionette VS Plasma...


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Notas finais do capítulo

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TITÃ