Pvo vincent
Aquela luz ali, será que está me chamando? E se está, eu devo ir?
Já se passou bastante tempo dês da última vez que nos vimos, eu estava na poltrona entre chamas vendo você levar a alma de todos ali. Agora me oferece a mão para sair do inferno onde fui parar.
Para você parece normal, brincar e descartar, eu não sou uma boneca quebrada, tão pouco inocente, eu sou parecido com você, uma fênix que pode renascer das cinzas, logo depois de ter o corpo queimado.
-é bom poder te ver de novo.
-eu sei, também gosto de sua companhia.-sua resposta.

O toque daquela mão gelada era agradável, agradavelmente opressora, dedos finos e longos que seguravam, apertavam, a pele com extrema força.
-para onde vamos?-perguntei.
-que tal se déssemos um passeio?
Retirado das sombras do caos, talvez passear por um mundo sem nada seja bom no final. Faz tempo que estou nesse mundo tão vazio, onde cada um inventa suas histórias, mundos e teorias. "Será que a vida não passa de um sonho, ou um sonho dentro de um sonho!" Pergunto a mim mesmo.
Pode até ser, mas eu gostava do devaneio no qual me encontrava, mas estou segurando sua mão fria, quer dizer que tem um pouco de verdade no sonho do qual me acordei.
Ou esse é o sonho?
-Vincent.- disse ele- isso não é um sonho, você está acordado.
-estou?
"Os sonhos não são nada mais que seus sonhos mais profundos" ele dissera-me uma vez. E eu só quero uma coisa.... Só queria ouvir uma coisa sendo proferida de seus lábios.
Queria ouvir uma única verdade, queria ouvir algo que era impossível, para tal, teria que manchar o nome como imortal, mesmo assim queria ouvir.
-te amo- disse o imortal passando os dedos gelados pela minha face pálida.
-não entendo, estou sonhando, não estou?
-disse a alguns segundos que não está.
Minha mente está fixada em um único lugar e ponto, aqui, enquanto meus pés estão flutuando, literalmente, no ar de forma gentil.
-estamos sozinhos aqui- continuou ele- estamos no vazio, em sua mente.
-então, pode repetir?
-Eu. Te. Amo. Vincent. - disse pausadamente - Apenas isso e eu prometi.
O juramento de um ceifeiro nunca pode ser quebrado.
-Eu jurei nunca sair do seu lado até o fim, até o último suspiro, até o último badalar do sino, até sua última jogada, quando seu corpo perecer na terra macia estarei ao seu lado, até, por fim, ouvir as palavras "xeque-mate ".
O toque de dedos por ombro e pescoço, um olhar sincero e singelo. Isso que vejo em seus olhos é tristeza? Nunca o vi triste antes.
Queria dizer algo mas no memento era impossível. A valsa ensaiada de línguas se desenrolava no salão da inocência. O que duvido que tivesse, uma coisa que o grisalho não tinha era isso, inocência. Era o meu sonho improvável que se realizou.
-obrigada, eu agradeço por não ter esquecido.
-promessa é promessa. Juramento é juramento.
Os dedos entrelaçados e os olhos frios, parecem estar sofrendo. Essa doce mistura de dor e prazer animal por ter sua preciosa alma uma vez mais ao alcance daquelas longas unhas negras.
-se algum dia tiver um pedido, faça-o sem esitar.
-sei que posso então esse é o meu pedido: queime e renasça.
-renascer?
-fique do lado dos que ama, pode estar morto, mas nada, NADA, pode segurar a vontade de uma alma.

Pvo off
Ele saiu de dentro do velho amigo esperando não ter sido rude, se bem que já dividiram uma cama várias vezes, e agora cuidava de seu corpo, algumas coisas não mudam.
Realmente é uma sensação boa, estar com os pés no ar- pensou.
Encarou pela última vez o corpo do antigo companheiro.
-gostaria de ter mais tempo, mas agora que queimou pode renascer, fico feliz que não fugiu.
Afinal você é a fênix, conde phantohive.