E agora, Legolas? escrita por Primadonna


Capítulo 6
V: O primeiro registro


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Bem, eu não estava pensando em escrever porque ano super ocupada, hoje mesmo tive prova - acho que avisei no capítulo anterior, que não foi bem um capítulo. PORÉM, eu entrei aqui na conta depois de uns dias e eu vi que a história possuía cinco recomendações. De onde? Meu Deus, eu não sei. Isso me deu um puta sentimento de pesar por ter deixado vocês na mão e uma vontade bruta de voltar a escrever.
Fiz esse capítulo agora, sem muita revisão e acho que posso ter me perdido um pouco, já que faz tempo que não escrevo. PORÉM, na minha mente, depois desse capítulo, vamos passar pela melhor fase de Legolas! Eu estou ansiando por ela agora, para ser sincera, e vou tentar ao máximo colocar em prática no meu tempo livro a história.
Torno a dizer, não voltarei à ativa, mas darei o meu melhor.
Falando do que importa, meu coração hoje vai para Harley Quinn, Aninha, Hanna, Miss Nucky e KamiB pelas MARAVILHOSAS recomendações. Eu fiquei super emocionada e não posso expressar minha gratidão pra vocês de outra forma além de um grande OBRIGADA. Obrigada, mesmo. Vocês são demais, e é isso que me faz querer manter isso tudo.



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Três anos

— O que é isso, Legolas? — Thranduil perguntou quando o menino entregou uma folha com um dragão imenso e feliz, nas cores vermelha, amarela e verde.

— O dagão azul! — Ele explicou, apontando para o corpo cujo a maior parte era verde.

— Não, filho — Thranduil riu pelo nariz. — Isso é um dragão verde.

— Verde — ele repetiu, tentando absorver o nome correto. O rei sabia que, mesmo assim, mais tarde ele repetiria que aquela cor era azul, como usual.

Legolas estava numa fase em que queria desenhar o que pudesse na onde conseguisse. Até mesmo a parede do quarto de Thranduil estava riscada com vários elfos, flechas, dragões e até mesmo anões. Basicamente, tudo o que ele aprendia durante o dia era arquivado em pergaminhos — ou, nesse caso, nas paredes. E por mais que aquilo gerasse algum desconforto nos elfos que limpavam o castelo e não suportavam ver toda aquela “desordem fatídica digna de um anão” causada pelo pequeno príncipe.

O rei da Floresta Verde havia dado um mínimo sorriso, aquele mesmo que parecia diminuir a cada dia, para voltar os olhos aos mapas que mais cedo haviam sido deixados por Mestre Taranthiel. Os desenhos de montanhas que rodeavam Erebor estavam pregados com uma pequena anotação, alegando que em dias passados a silhueta de um dragão fora avistada. Aquilo trincava ainda mais a mandíbula do rei, elevando uma expressão tão dura quanto as pedras que decoravam a porta de seu castelo, e parecia estar se tornando cada vez mais permanente.

Em conjunto a um suspiro baixo, fechou os olhos por alguns segundos como se quisesse esquecer de todas as informações que há meses, anos, lhe perseguiam. Sentia que desde a morte de Eleniel toda a Terra-Média decidira afundar-se em declínio. É claro que a maioria dos seres que ali habitavam sequer se importava com ela. A fama de uma brava heroína havia sido mantida por muito tempo, até que o seu nome havia se dissipado como a neve que abria espaço para o sol. Talvez Eleniel tivesse deixado Legolas como o sol de sua neve.

Thranduil olhou para o pequeno corpo ao seu lado; os olhos arregalados do pequeno elfo observavam curiosos duas cores distintas dentro de pequenos potes cujos dedos seriam enfiados para desenhar outro dagão ou o que ele se recordasse daquele dia. Aquilo era o que preocupava o pai. O que o futuro reservava para o seu filho e para o seu povo? Era, de fato, preocupante não ter noção do futuro de uma criança que desenhava constantemente inimigos e falas imprecisas. Se Thranduil contasse quantos desenhos em pergaminhos havia queimado por conter grandes anões, desastres angustiantes e diversas coisas que uma criança jamais compreenderia naquela idade, perderia as contas.

Naquele momento, porém, o que mais doía era saber que em dois ou três anos, Legolas estaria ao lado de vários outros elfos da mesma idade recebendo um treinamento agressivo por causa de coisas que não eram verdadeiras. E, com aquele pensamento, Thranduil se levantara da cadeira para ir até a janela direcionada para um grande campo de concentração. Ao fundo, soldados mantinham a posição enquanto grandes mestres treinavam crianças tão menores que um anão. No final das contas, o conselho havia aceitado a formação de um exército para prevenção através do treino desde a infância. O rei não achava aquilo saudável, era claro. Durante a discussão, o viram enfurecido diversas vezes. Agora que tinha uma criança grudada em sua perna o tempo todo, sabia o que os pais sentiriam ao ver os filhos andando em direção aos portões cobertos com folhas todas as manhãs para brincar com espadas afiadas como o frio e sair apenas quando o sol fosse embora.

Ele gostaria de ter alguém para pedir um conselho; Leyna havia partido para Valinor, Mestre Taranthiel havia concordado com a proposta do general, mesmo que assegurasse que era apenas cuidado extra, e provavelmente os melhores conselheiros achavam o mesmo e Eleniel… Ela simplesmente não estava mais ali. Elrond estava travando sua própria batalha interna e a inimizade com os anões era grande o suficiente para que Thranduil se recusasse a pedir informações. Aos homens? Estava certo de que nada valiam.

A conformidade de que aquela discussão ele havia perdido vinha com o tempo, e com ela, o lado amargo que ele jamais desconfiara que tinha.

Voltou os olhos azuis para dentro assim que viu um dos pequenos elfos ser atingido em cheio no rosto por outro, e ambos recebendo elogios por isso. Aquilo era absurdo até mesmo para ele. Não era mais absurdo, entretanto, do que havia acabado de ver: Legolas rabiscando os mapas que havia recebido. Apertou os passos com certa indignação até a mesa, arrancando os pergaminhos do menino, que não parecia estar se divertindo com aquilo.

— Legolas, você não pode fazer isso! Quantas vezes eu já lhe disse para não…

Ao ouvir a própria voz, Thranduil parou. Aquele não era ele, carregado de raiva e ira para distribuição. A sua cópia de idade reduzida o olhava com certo medo, encolhendo as mãos sujas de tinta roxa assim como seu corpo. O rei suspirou, certificando-se outra vez que não adiantava tratar como adulto quem ainda precisava de ajuda para tomar banho. Olhou para os mapas, respingados intensamente e os largou na mesa, pegando Legolas no colo.

Abriu a porta de sua sala com um dos pés, buscando por uma das cuidadoras que sempre estava por perto para casos de emergência. Avistou, ao fundo, uma delas passando uma agulha em alguns tecidos e caminhou até a mesma, estendendo o filho.

— Dê-lhe um banho. — Dissera sem cerimônias ou olhares. Assim que ela largou o que estava fazendo para acolhê-lo, abriu a boca para perguntar algo, mas Thranduil já havia retornado para sua sala.

Aquilo não estava certo! Sentia tanta raiva de si mesmo por estar cada vez mais descontrolado por motivos tão fúteis e não ter uma pessoa sequer para poder despojar que descontava tudo no único ser que realmente amava, se é que aquilo era realmente um ser totalmente formado. Legolas não tinha culpa alguma, pelo contrário, era sua única salvação. E, mesmo assim, ele não sabia diferenciar uma coisa da outra e preferia explodir diante de coisas tão simples, como a distração em cima de mapas que ele mesmo havia largado sem cuidado, do que por outras coisas que mereciam sua atenção de forma precisa.

Voltando à mesa, olhou outra vez para os pergaminhos manchados de tinta. Uma onda de arrependimento e o sentimento de estar sendo oco atingira o fundo de seu estômago de uma só vez. Legolas não havia usado seus mapas para outra obra de arte, não. Muito pelo contrário.

Uma ligação funesta entre a motanha de Erebor com a sombra projetada do dragão havia sido pintada pelo dedo indicador do menino, como se fosse a toca da fera. Em um tempo passado, considerando que todos os boatos eram reais e que havia um dragão procurando por algo perto deles, Thranduil havia pensado que a única coisa que uma besta escamosa cuspidora de fogo poderia querer era o tesouro escondido que os anões guardavam em Erebor. Exatamente como Legolas havia desenhado.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários, recomendações, o que der na telha! E obrigada a todos que por aqui continuaram.



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