P.O.V. Selene.

Eu deixei essa pessoa entrar. Eu não deixo as pessoas entrarem, eu preciso dele ou vou me partir.

–Selene minha cara, tenho uma tarefa para você.

–Claro mestre.

–Mate o humano.

–Mas, qual deles?

–O descendente de Corvinos.

–Michael? Não! Ele é inocente e é um ser humano.

–Se os Lycans o pegarem ele não será mais humano.

–Mas, vamos protegê-lo. Eu vou protegê-lo.

–Protegê-lo?

–Sim. Não vou permitir que ninguém machuque o Michael.

–Minha jovem, você vai encontrar alguém que a mereça e que a fará feliz pela eternidade. Ele será humano, vai envelhecer e morrer.

–Não se eu transformá-lo antes.

–Você não faria isso.

–Você duvida?

–Selene, não me obrigue a usar a força.

–Nós dois sabemos que você não é paio pra mim. Eu sou mais forte, mais jovem e mais flexível velhinho.

–Eu salvei a sua vida!

–E matou minha família! Você os massacrou, como animais!

–Acusa-me de assassinato?

–O Kraven nunca foi um bom mentiroso.

–Prefere acreditar nele do que em mim?

–Eu coloquei uma faca no pescoço dele e ele cantou que nem um canarinho. Não me subestime Viktor! Posso me parecer com Sonja, mas sou muito mais inteligente do que ela.

–Eu amei você.

–Do mesmo jeito que amou sua filha? Como pode? Sangue do seu sangue!

–Ela violou a mais inviolável das leis!

–Seu pecado foi se apaixonar e o meu também. Mas, eu aprendi a lição.

–Aprendeu?

–Cuidado com quem você confia. Parece que este maldito lugar está lotado de mentirosos e traidores, quem sabe Lucian não é tão culpado quanto dizem.

–Como ousa?!

–Talvez as mentiras maldosas que Tannis escreveu fossem verdade.

–Sua menina insolente!

–Você não presta mesmo. Assassino, traidor de sangue.

–Sou a razão de você estar viva!

–E eu agradeço por isso, entretanto não vou deixar nada acontecer com o Michael. E sabe porque?

–Porque?

–Porque ele é o meu amor. Meu único e verdadeiro amor e se eu tiver que cortar a sua maldita cabeça para que ele sobreviva eu o farei.

–Sua traidora! Eu amei você!

–Não. Não amou. Você nada sabe sobre o amor e é uma blasfemia você dizer isso.

–Eu sei muito sobre o amor.

–Não sabe, não sobre o verdadeiro amor. Você é oco Viktor Romanoff.

Me virei e saí, deixando o ancião em estado de choque.

–Michael? Você está ai?

–E onde mais eu estaria?

–Sei lá. Você é meio louco como aqueles caras da ilha deserta que falam com bolas de vôlei.

–É mesmo?

–É. Essa é única explicação lógica para ainda estar aqui.

–A razão por eu ainda estar aqui não tem nada a ver com lógica.

–Não tem?

–Não.

–E que razão é essa?

–Você. E o fato de eu estar sendo perseguido por lobisomens psicóticos.

Tive que rir daquela fala.

–Adoro ouvir você rir.

–Obrigado.

–Não, eu agradeço. Se não fosse por você só Deus sabe o que seria de mim agora.

–Você seria um híbrido, imortal e super poderoso. Parece que eu acabei com a sua glória.

–Não preciso de glória. Só de você.

–Idem.

Ele me beijou e eu o beijei de volta.

–Eu te amo.

–Eu te amo mais.

–Te amo muito mais.

–Então, o que o velho queria?

–Que eu tirasse sua vida.

–E vai fazer isso?

–Eu prefiro morrer como ela morreu.

–Ela?

–Viktor matou a própria filha. Queimada viva, por amar um Lycan.

–Porque?

–Ela estava grávida e a criança seria o primeiro híbrido do mundo. Aquele bebê seria o ser mais poderoso do mundo e algum dia poderia derrubar o avô.

–Então ele a matou.

–Sim. Viktor não tem alma, ele é oco.

–Sei.

–Ele é literalmente um santo do pau oco. Ele me salvou, matou minha família toda e culpou os Lycans pelo assassinato.

–Uau!

–Se eu tivesse descoberto antes, muitos inocentes teriam sido poupados.