Parece que posso ver, parece mesmo que posso ver seus sonhos. Só queria realmente conhecê-los.
Seu sonho, como era, ele estava queimando em chamas brancas. Um corpo queimando, um corpo maculado, quase sem a pele.
Ele acordou com um salto da cama. O demônio ainda estava ali.
-Sebastian - ele chamou- o que é o inferno?
-ora, parece que teve um pesadelo, não?
-apenas responda. O que é o inferno?
-é onde você sofre, jovem mestre, então me diga, o que é o inferno.
O conde segurou as cobertas mais firmes junto ao corpo.
-eu não sei-disse ele- se é o lugar em que você sofre cada um deve ter o seu. Ou é lá, o lugar onde tem fogo.
O mordomo riu.
-no inferno não tem fogo e somente os demônios podem entrar, para mim é um lugar bom. Posso ficar lá e nunca me cansar. Para um demônio sua mente é o inferno e seu corpo é o paraíso.
-explique-se.
-nós nos torturamos com os pensamentos, isso é o nosso inferno. Com o corpo podemos ter prazer, esse é o paraíso.-então posso dizer que, o inferno de cada um é a própria mente.
O conde o encarou, realmente. Faz sentido.
-com nasce um demônio?
-de um jeito simples, querendo ser um. Temos desprezo não esperança. Temos sangue nas mãos, morremos no desespero e renascemos assim.
-então eu também sou um demônio?
-talvez, você quer?
-não sei mas, vocês odeiam sua própria espécie?
Ele fez que não com a cabeça.
-eu vi, quer dizer, ouvi quando você disse que ele também era um demônio.
-eles ainda tinham esperança de uma nova vida, uma vida melhor em um lugar melhor. Sofreram pelo corpo e fugiram pela mente, essa é a maior diferença. Em vez de sangue nas mãos sangue nos pulsos, em vez de olhos vermelho sangue, verde esperança. E ainda tem honra, acho que essa não é a palavra certa.
-são o oposto dos demônios, certo?
-são, e iguais ao mesmo tempo. Mesmo que neguem.
-e os anjos?
-são os que venceram. Jovem mestre, com o que estava sonhando para tantas perguntas?
-eu mesmo. Queimando em chamas brancas.... Estava no inferno.
-então o faça seu paraíso.
O conde voltou a dormir.
Estava de volta as chamas brancas. Elas mexeram-se inquietas, se dobraram em assas feitas de fogo.
Um anjo acaba de nascer, um anjo com o nome do céu. O anjo do céu de fogo
Erga-se. Pois você venceu.