Photograph escrita por Calla Michaelis


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey guys, apenas um devaneio de madrugada, confesso que na minha cabeça ficou mais cute, mas fiz o melhor que pude para não me empolgar e escrever demais (do jeito que sou seria capaz de querer fazer uma long-fic)...

Não deixei claro no texto, mas os personagens já estão adultos, okay?

Boa Leitura e escutem a música enquanto leem!!!

https://www.youtube.com/watch?v=nSDgHBxUbVQ



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Photograph

 

“Amar pode curar

Amar pode remendar sua alma

E é a única coisa que eu sei

Eu juro que fica mais fácil

Lembre-se disso em cada pedaço seu

E é a única coisa que levamos conosco quando morremos”

 

Vitória se pegou tremendo naquele momento.

Ouviu vagamente seu marido tentando lhe acalmar, dizendo que tudo ia ocorrer bem, para logo depois ir colocar as louças na mesa de jantar e acidentalmente derrubar um par de copos por estar tão (ou mais) nervoso quanto a mulher.

Com um suspiro, ela parou de andar de um lado para o outro na sala e sentou-se na ponta do sofá, admirando as belas capas dos álbuns de família que estavam colocados sobre a mesa de centro. Sucumbindo ao desejo de ocupar a mente (e de evitar estrangular o marido por ter quebrado mais um prato nesse meio tempo), ela pegou o maior de todos os álbuns e começou a folhear.

Eles amavam tirar fotos naquela casa. Para eles, aquelas eram preciosas recordações guardadas em forma de papel. Um lembrete de que, por mais difíceis que fiquem as coisas, aquela família permanece unida e cheia de amor incondicional.

As primeiras fotos eram de Armin e Alexy assim que chegaram em sua nova casa, com cerca de cinco anos. Vitória sorriu ao lembrar daquela época, o tempo passou tão rápido e parecia que havia sido ontem que atravessara os grandes portões do orfanato, decidida a levar uma garotinha para casa.

Sim, ela queria uma garota.

Foi uma época difícil para a mulher, havia descoberto que não podia engravidar, justo quando ela e Arnaud decidiram que estava na hora de estabelecer uma família "normal".

Normal... Não podiam estar mais enganados.

Foi inevitável não se apaixonar pela bela criança que gargalhava enquanto brincava de pique esconde com os outros. Diferente de todos os pequenos ali, aquele garotinho não demonstrou nenhum desconforto por ter dois estranhos os observando. Ele corria, gritava e sorria abertamente com seus olhos grandes brilhando cheio de inocência e seus dentes brancos com uma falha, onde um canino faltava.

Ele foi até o casal puxar conversa, parecia conhecer todas as crianças dali e lhes passou um pequeno resumo sobre cada uma delas e Vitória se encantava cada vez mais com aquele pequeno de cabelos negros.

Alexy, era seu nome.

Virando a página do álbum soltou uma risadinha ao ver uma foto dos dois pequenos usando roupas de duendes do Papai Noel. Armim estava extremamente vermelho tentando se esconder enquanto Alexy fazia pose para ser fotografado.

O casal ficara surpreso quando perceberam que Alexy tinha um gêmeo. Só descobriram lá pela quinta visita, quando foram conhecer os quartos das crianças. A Assistente Social lhes falou que o garoto era extremamente tímido, mas entre uma conversa e outra, Arnaud já estava jogando com o pequeno em um mini-game que este possuía.

Levaram os dois para casa.

 

“Então você pode me guardar no bolso

Do seu jeans rasgado

Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem

Você nunca estará sozinha

Espere por minha volta para casa”

 

Uma lágrima teimosa escapou e deslizou pela pele morena desmanchando-se no sorriso que se formava nos lábios dela. Aqueles dois eram o melhor presente que eles receberam da vida e seus acasos e ela agradecia todos os dias pelos filhos maravilhosos que tinha.

Armim entrou na casa eufórico assustando os pais. Achava que estava atrasado, mas ao ver apenas o casal ali relaxou os ombros e se atirou sobre a poltrona de lado para sua mãe respirando fundo.

Sorriu ao ver a mãe com os álbuns em mãos, e em questão de segundos, juntou-se à ela para apreciar as fotografias recheadas de lembranças nostálgicas.

Armim quebrou o silêncio soltando uma sonora gargalhada e virou o álbum que folheava para a mãe, mostrando uma fotografia onde Vitória abraçava Alexy de lado, ele estava vermelho de vergonha com as mãos sobre o rosto enquanto sua mãe balançava vitoriosa uma nota de cinquenta euros com a mão livre.

Aquele dia marcou na memória de todos.

Alexy ainda não tinha os cabelos tingidos, nem usava lentes coloridas, estava em seus treze anos quando chegou em seus pais, na sala, extremamente nervoso e sem querer adiar o momento, revelou que era gay.

Armin estava na cozinha e se escorou na bancada para observar a reação dos dois, é claro que ele foi o primeiro para quem Alexy contou, e apesar de não demonstrar, compartilhava o nervosismo do irmão.

Vitória soltou uma frase do tipo: “E agora como meus netos vão herdar meus belos olhos esverdeados?!”

Armin foi o primeiro a cair na risada com o comentário da mãe.

Passado o momento, Vitória segurou nas bochechas do filho e lhe disse que eles são o exemplo de que família não é constituída pela herança sanguínea, mas sim pelos laços de amor. E exatamente por esse amor que ela desejava que seus filhos fossem felizes, independente de quem viessem a namorar ou casar, desde que os amassem.

Alexy nunca chorou tanto em sua vida, mas eram lágrimas de felicidade.

Logo depois Arnaud entregou para a esposa uma nota de cinquenta euros enquanto a mulher cantava vitória e jogava na cara do marido que ele era um perdedor.

Eles haviam apostado quando Alexy revelaria sua sexualidade.

 

— Chegaram!

A exclamação de Armin despertou a mulher das lembranças. O som do carro sendo estacionado foi ouvido do lado de fora da casa e a família levantou-se se virando para a entrada do cômodo aguardando os convidados de honra chegarem.

A maçaneta se mexeu e o coração da mulher disparou, parecendo uma escola de samba.

Alexy passou primeiro pela porta, estava com os olhos vermelhos e um pouco inchados pelo choro, mas em contraste um sorriso radiante pintava em sua expressão.

Atrás dele veio Kentin, que sorriu cumprimentando a família, parecia mais tranquilo que o outro, mas seus olhos demonstravam que estava tão feliz quanto.

Os dois rapazes deram um passo para o lado, olhando algo atrás deles.

Algo não, alguém.

Uma pequena figura atravessa com passos hesitantes a soleira da porta. Uma garotinha, devia ter seus três ou quatro anos, tinha cabelos alaranjados cacheados e armados, e olhos verdes com alguns detalhes dourados que exalavam fofura. Trajava um vestido esverdeado em estilo vitoriano (presente de Rosalya) e segurava com força uma pelúcia de Eevee (presente de Armin) de forma tímida.

Não aguentando tantas pessoas a encarando, a pequena correu, se grudando nas calças de Kentin escondendo o rosto.

Seria possível caber tanta felicidade dentro de um só coração?

Vitória não conseguiu mais segurar as lágrimas quando viu seu filho mais novo pegar sua mais nova filha nos braços, enquanto o marido dele sussurrava algo para a pequena perder a timidez. Arnaud colocou a mão no ombro de Armin, apertando fracamente, segurando para não chorar e recebeu uma piadinha maldosa do filho sobre isso.

Família.

Vitória sentia que seu coração ia transbordar de tanto amor, sem avisar ela pegou a câmera fotográfica que estava junto aos álbuns e salvou uma imagem daquele momento.

Mais uma lembrança feliz, mais um momento que mereceu ser registrado naqueles vários álbuns de memórias. Uma recordação para que quando, futuramente, viessem a vê-la, reforçasse a certeza de que o amor é incondicional e aquela família era a prova viva de tal fato.

 

“Nós mantemos este amor numa fotografia

Nós fizemos estas memórias para nós mesmos

Onde nossos olhos nunca fecham

Nossos corações nunca estiveram partidos

E o tempo está congelado para sempre”

 


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Notas finais do capítulo

É ISSO...

Como eu disse no disclaimer, foi escrita no bloco de notas do celular, por isso me apontem os erros..

Para as Kentietes (nem sei se é assim que se escreve) sorry, de coração, mas KenAle é OTP pra mim u.u

Na minha cabeça, Armin e Rosalya são os padrinhos da pequena, por isso os presentes hehehehe

Comentem, nem que seja para dizer que não gostou, afinal críticas servem para eu melhorar!

Beijos e quem sabe até uma próxima?



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