Madly Living escrita por Coringa


Capítulo 9
♛ - O(s) Irmão(s) da(s) Minha(s) (ex-)Melhor(es) Amiga(s)


Notas iniciais do capítulo

Yay!
Yeah, eu falei que só postaria em 2016 e blablabla. Mas agradeçam a Angel Girl, ela me convenceu a postar até o capitulo dez ♥ [esse e mais o próximo]
Sobre o titulo; O capitulo, em certo momento, fala sobre os irmãos trigêmeos da Merida e em outro, sobre o Louis, o irmãos das gêmeas ex melhores amigas da Punz. O titulo tem dois lados: "Os Irmãos da Minha Melhor Amiga" e "O Irmão das Minhas Ex-Melhores Amigas". Idiota, eu sei, mas eu um problema sério para titulos :v
Uma coisa que eu queria falar no capitulo passado: Poisé, gente, a Merida é feminista. Eu achei que isso combina tanto com a personalidade dela que não pude deixar de colocar :3 A pessoa que vos fala também é feminista, então, talvez isso apareça em alguns pontos da história, mas eu vou tentar não exagerar muito, okay?
E, gente! Só nessa semana eu achei duas, DUAS leitoras da fanfic no grupo do Nyah! Eu estou, tipo, ESTOURANDO de felicidade ♥



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O quarto dos garotos não era muito diferente dos das garotas. Era branco, com dois beliches um de cada lado do quarto, carpete bege, a mesa circular e dois pufes brancos. Porém, Rapunzel logo percebeu que havia coisas faltando ali; Talvez as duas cadeiras azuis ou as almofadas com detalhes vermelhos que haviam em seu quarto. Quando comentou isso com Merida, ela apenas fez um som de descaso antes de responder vagamente:

— Ah, a maioria das coisas ali foi a minha mãe quem trouxe. Sabe, os alunos tem essa opção de trazer alguma decoração de casa. - e depois, com um olhar sarcástico, emendou - Minha mãe praticamente trouxe um quarto inteiro. - a ruiva sacudiu a cabeça antes de concluir: - Ela é maluca.

Rapunzel não disse nada. Provavelmente, essa informação de que ela podia trazer algo de casa devia estar em algum lugar em toda aquela papelada que ela obviamente não leu. 

No momento, as duas estavam esperando Jack e Soluço chegarem da aula de Educação Física - um dos motivos que faziam a Winn tão boa, na opinião de Rapunzel, era que as aulas de Educação Física não eram obrigatórias. Ela era a única dos quatro que não faziam a aula - Merida apenas havia decidido que não daria "o prazer da sua presença" na aula de hoje.

Rapunzel pensou um pouco, e, quando um silencio caiu entre as duas, ela falou:

— Você parece ter uma relação estranha com a sua mãe... - arriscou, incerta. Merida bufou, antes de puxar um cigarro do bolso.

Rapunzel arregalou os olhos e mordeu o lábio para se impedir de perguntar "Você fuma?". Pelo pouco que havia conhecido de Merida nessa semana que havia se passado, sabia que ela daria uma resposta irônica como "Não, tava' com esse cigarro por que gosto de gastar com coisas que não uso". 

Por um segundo em que Rapunzel observou Merida assoprar longamente a fumaça e perguntou-se se não estava se envolvendo com o que sua mãe chamava de "pessoas erradas"; mas então balançou a cabeça para afastar o pensamento. Sua mãe estava no outro lado do continente. Rio de Janeiro. Bem longe de Dothan.

— Eu... Tenho uma relação complicada com a minha mãe. - Merida começou, observando a fumaça circular antes de desaparecer. Rapunzel franziu o nariz, o cheiro repugnante espalhando-se, mas não disse nada - Ela queria que eu fosse perfeita e eu não fui. Fim da história.

Rapunzel franziu a testa. Esperava, ao menos... Uma história. Mas decidiu não insistir.

— E... - Merida hesitou, parecendo pensar por um segundo - ...Ela tentou me casar. Três vezes. Ela não queria que eu fosse eu mesma e... Eu não gostei. Ela até chegou a me expulsar de casa uma vez. - Merida não olhava para ela, mas nessa frase relanceou o olhar para a loira - Enfim. Elinor é uma mãe adorável. - concluiu, a voz carregada de sarcasmo.

Rapunzel arregalou os olhos. A família de Merida... Não podia ser tão horrível assim.

— E o seu pai? - perguntou, incerta, sem saber se deveria continuar no assunto. 

— Ele... Ele é legal - suspirou - Só que... Sabe, ele é o irmão mais velho de três homens, de uma família sem mãe, só com o pai. Ele não sabe lidar com garotas, então ele praticamente deixa a minha criação com a minha mãe.

Nessa hora, Merida se levantou lentamente da cama. Deu uma longa tragada no cigarro antes de amassá-lo contra a parte de baixo do tampo da mesinha branca e jogá-lo dentro de um porta lápis que havia ali.

— Jack odeia quando eu faço isso - ela deu um sorriso de canto, mas parecia um pouco triste. Observou por apenas um segundo o rosto de Rapunzel, e pareceu adivinhar o que ela estava pensando, por que falou: - Mas, hum, minha família não é tão horrível quanto parece. Ela é legal - Merida então abriu um sorriso. Rapunzel nunca havia visto ela dar um assim antes - Eu tenho três irmãos mais novos. Trigêmeos. São umas pestes - mas sorria de um jeito que não deixava duvidas que amava os irmãos.

.¸¸.*♡*.¸ ¸.

O tempo foi passando, e logo o tempo quente (que, ainda bem, não era tão intenso quanto o do seu primeiro dia) foi passando pra algo mais ameno. Depois daquele dia no quarto dos garotos, Merida se mostrara muito mais receptiva do que havia se mostrado até então. A amizade deles ia indo cada vez melhor e ela não sentia nenhuma vontade de voltar a sua antiga vida (apesar de sentir um pouco de falta de sua mãe). 

Naquele momento, ela estava com Soluço na Sala de Informática. Era mais uma área de lazer do que qualquer outra coisa, já que os alunos iam ali freqüentemente só para jogar no video-game que jazia esquecido no canto da sala.

O que era o que ela estava fazendo no momento. Ela e Soluço jogavam um contra o outro num jogo de guerra. Soluço estava vencendo, mas era por muito pouco.

— Você é boa - comentou Soluço, apertando furiosamente os botões enquanto tentava escapar de uma das armadilhas que Rapunzel havia feito. Em poucos segundos Rapunzel tinha dois soldados a menos e Soluço pontos a mais. O moreno abriu um sorriso - Mas eu sou melhor.

Nessa hora, Rapunzel teve seus olhos tampados. Ela gritou, irritada, porque momentos depois ouviu o "Game Over" e soube que havia perdido.

Ela se virou, nervosa, para encontrar Jack rindo da cara dela.

— Jack! - guinchou, sua voz saindo mais fina do que esperava - Eu ia ganhar!

— Não ia não. - retrucou o moreno, ainda rindo - Você estava indo direto para uma armadilha fatal do Soluço. Ele tem um monte dessas, você não consegue escapar delas. - ele suspirou, segurando-se, finalmente parando de rir - Eu mesmo já morri naquela armadilha um milhão de vezes.

Rapunzel mudou seu olhar para Soluço, inconformada, no que o de olhos verdes apenas assentiu, confirmando as palavras de Jack.

Rapunzel suspirou.

— Tudo bem. - disse - Mas, para todos os efeitos, você me impediu de ganhar!

Jack riu, e dessa vez, Soluço o acompanhou. Não conheciam esse lado competitivo da amiga.

Nessa hora, o celular de Rapunzel tocou, indicando uma mensagem. Arqueou uma sobrancelha quando viu quem era; Era de Louis.

Louis 14:02a.m

"Entra no Chat"

Rapunzel franziu a testa. Nunca foi de conversar muito com Louis, a não ser aquelas conversas forçadas de quando ela era apaixonada por ele ou aquelas rápidas e casuais que ocorriam quando ela ia visitar Magda e Bruna. Mas, mesmo estranhando, foi até um dos computadores da sala e se conectou. Segundos depois, recebeu uma chamada de vídeo.

— Mas... O que? – murmurou, mordendo o lábio inferior, nervosa. Ajeitou rapidamente o cabelo no reflexo do celular antes de atender – Oi! Louis!

— Punzie! Oi! – Louis estava como sempre; Os cabelos loiros estavam um pouco desgrenhados e a camisa estava com uma mancha de refrigerante, mas, fora isso, estava como sempre.

— Eu... Deveria estranhar o fato de você estar me ligando? – indagou a loira, e percebeu que estava com uma certa “saudade” de falar português.

Louis riu, com aquela risada rouca que a deixava apaixonada quando ela tinha 12. Ela quase riu, impressionada com o quanto ela havia sido boba naquela época.

— É, eu acho que você tem que estranhar sim. – Louis admitiu, abrindo um sorriso – Mas me deu vontade de te ligar.

Rapunzel arqueou uma sobrancelha.

— Tudo bem. – ele deu um sorriso de canto, mostrando uma covinha, que Rapunzel já havia decorado onde ficava (Bom, Louis era um cara bonito, de qualquer forma, e observar não tira pedaço) – Magda e Bruna ficaram muito insuportáveis ultimamente. Sabe, acima do nível normal. E eu fiquei sabendo que vocês brigaram – por que, sabe, eu meio que ouço as duas reclamando de você.

Rapunzel bufou.

— E bom, na verdade, eu percebi que eu gostava de falar com você – Louis murmurou, e Rapunzel teve a impressão de que o viu ficar envergonhado, mas logo espantou a ideia. Mesmo assim, um leve rubor subiu as bochechas da loira – E, como eu estava sem nada para fazer, resolvi ligar para a única pessoa que estava fazendo algo interessante; Você.

— Eu? – espantou-se - Não faz nem dois minutos, eu estava morrendo num jogo de videogame.

— Ok, mas você está no Alabama, loira. – ele piscou para ela. Morena, a voz de Jack sussurrou em sua cabeça, e ela fez um movimento mínimo, como se para afastar aquilo – E eu estou aqui no Rio. Me diz, como é ai?

— É... um pouco gelado para falar a verdade. Quero dizer, nos primeiros dias estava um inferno de quente, mas depois começou a ficar mais frio, mais frio, até eu me acostumar que não estou mais no Brasil.

— Você chegou no país e até o tempo ficou estranho. – os dois riram. Rapunzel não conseguia parar de pensar de como aquela situação era estranha, ela ali, conversando com Louis como se fossem velhos amigos – o que, de certa forma, eram -, sendo que nunca haviam conversado direito.

Sentiu alguém chegar por trás de si, e quando sentiu dedos gelados passarem de leve pelo seus ombros e pescoço, fazendo carinho, soube que era Jack. Jack começou com essa mania algumas semanas atrás e, quando viu que deixava Rapunzel arrepiada, não parou mais.

Por algum motivo, a expressão de Louis endureceu imediatamente.

— Quem é esse?

Quase na mesma hora, Merida entrou na sala e sentou-se ao lado de Rapunzel, dando uma pequena analisada em Louis.

— Esse é o Jack. – Rapunzel deu um sorriso, que havia amarelado um pouco. Por algum motivo, aquilo era estranho. – Essa daqui é a Merida e, aquele lá atrás – ela se afastou com a cadeira para que Louis enxergasse Soluço atrás de si – é o Soluço.

— Soluço?

— É, é, Soluço, eu também estranhei.

Ouve um momento estranho, antes de Jack – que estava de pé – puxou uma cadeira e se sentou, ao lado de Rapunzel.

— Hey, Brasil. – Jack chamou e Louis o olhou com uma expressão estranha – Conhece a Punz de onde?

Rapunzel olhou assustada para ele.

— Você fala português?!

Jack deu de ombros.

— Falo.

— E porque você não me contou antes?!

Ele deu um pequeno sorriso de canto, enquanto dava de ombros mais uma vez.

— Bom, ninguém nunca perguntou. Eu não tive oportunidade de falar. – murmurou. Rapunzel o olhou, sem acreditar. Mas então, revirou os olhos, exasperada. Jack riu e deu de ombros.

— Hum... Rapunzel? – era Louis chamando. Ela virou-se para ele, ainda espantada que Jack falasse sua língua. Louis sorriu para ela – Mas... e então, como estão as coisas por ai?

— Ah, estão legais, sabe! Eu...

— Eu acabei de contar que falo português e você nem repara em mim! – Jack a interrompe, fazendo um bico, falsamente zangado – Quem é esse cara que é tão importante assim? – ele olhou para Louis, analisando-o, antes de completar, em inglês: – Ele tem cara de idiota.

— Jack! – Rapunzel exclamou, mas Jack fingiu que não a ouviu.

— Hey, você não fala minha língua, não é? – Jack perguntou e Rapunzel quase riu; Jack não sabia que Louis falava inglês – Então não tem problema eu te chamar de idiota, não é?

— Então, amigo, eu meio que falo sua língua. – devolveu Louis em inglês e Rapunzel percebeu que a voz dele ficava mais bonita assim – Mas pode me xingar sim. Estou acostumado a lidar com crianças.

Rapunzel arqueou as sobrancelhas para o jeito grosseiro de Louis. Jack lançou para o loiro um olhar cortante. Passou lentamente os olhos por todo o rosto de Louis, para depois se virar para Rapunzel.

— De onde você conhece esse cara, Morena?

Louis semicerrou os olhos para Jack.

— Morena? Que tipo de apelido é esse?

— Ele é o irmão de umas amigas que eu tinha no Brasil! – interrompeu Rapunzel, muito nervosa com a direção que aquela conversa estava tomando. – Hey, o que deu em vocês?

Ouve um grande silencio, até que Merida assobiou longamente:

— A competição de testosterona ta forte aqui. – ela esperou por alguns segundos antes de revirar os olhos azuis – Parem.

Quando o silencio continuou, Merida revirou mais uma vez os olhos, antes de bufar.

— Vem, Soluço. – chamou, pegando na mão do outro e o puxando para fora da sala – Deixa a competição de machos-alfas rolar ai, que nós temos coisas mais interessantes para fazer.

Rapunzel revirou os olhos e resmungou um “cala a boca”, mesmo que Merida já tivesse saído. Ela encarou a porta por um momento antes de respirar fundo e se virar para a tela do computador.

Apertou forte o joelho de Jack, por debaixo do mesa, num claro sinal de “Pare”.

— E então, como estão as coisas ai no Brasil?


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Notas finais do capítulo

Sobre o Jack falar português...
Yeah, isso está uma merda.
Mas eu precisa fazer isso. Sorry =/ Forçado, mas vamos lá.
Eu quero reforçar que Merida teve uma história muito complicado com a familia. Ela fugiu de casa quando tinha quatorze [esse foi o motivo dela ter saido dois anos do colégio antes de voltar {"– Bom, eu tenho 16 anos, eu pago pela escola, estou aqui há cinco anos... Quer dizer, eu estudei dois anos, depois sai, fiquei dois anos fora e voltei e estudei mais um ano. Esse é meu sexto ano aqui, segundo ano do ensino médio e..." Capitulo 02}]. Ele se envolveu com gente que não presta, se drogou, fez bastante m*rda mesmo. O "recomeço" dela, a história de como ela demorou a se estabilizar novamente foi bastante complicada. As vezes eu até penso em fazer um Spin-Off sobre isso, e talvez eu até faça, mas só quando eu terminar Madly Living. Só queria deixar bem claro que a história da Merida é beem complicada e que ela é uma pessoa dificil e que sofreu muito. Quero mostrar bem como isso reflete na personalidade dela, e espero conseguir. Além de que isso é a explicação para toda essa... relação complicada com a familia dela e também porque ela é mais explosiva com as pessoas [Elsa dos proximos capitulos que o diga :v #Spoiler].
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♛ - Pergunta da Semana: Qual seu gênero [para filmes] preferido?
Me: Terror. Eu tenho uma paixão pelo genero! Assisto desde pequena! Aliás, assista "A Entidade" e me falem como faz para dormir depois de assistir esse filme na madrugada