Madly Living escrita por Coringa


Capítulo 1
♛ - Quando Ela Começa Sua História


Notas iniciais do capítulo

VOLTAMOS, BITCHES!
Estamos de volta com Madly Living, e vocês não sabem o quanto eu estava ansiosa.
Se vocês já eram daqui da antiga fanfic, BEM VINDOS DE VOLTA!
Se vocês entraram agora, BEM VINDOS A FAMILIA!
Eu não vou me enrolar muito aqui em cima, deixemos isso para as notas finais (:V). Agora, ao capitulo.



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— Mas... Mas que droga! – bufou a garota, tentando, pela milésima, trançar o cabelo. Fez uma careta, vendo a trança se desfazer pela metade mais uma vez – Porcaria!

A loira grunhiu, finalmente desistindo e jogou os cabelos para trás, movimento que foi repetido pelo seu reflexo no espelho a sua frente. Ela parou por um momento, observando-se, analisando cada parte de seu corpo, mania que havia adquirido com o passar dos anos. Passou os olhos, primeiro, pelo cabelo loiro, incrivelmente liso e longo; Os olhos verdes brilhantes, tão redondos e grandes; O nariz fino; A boca pequena; A pele corada; Tudo isso era o que formava o rosto de Rapunzel Corona.

Rapunzel Corona era, na verdade, uma adolescente bem comum. Tinha dezesseis anos – “e a mentalidade de uma velha de oitenta” implicava uma amiga da escola – e tinha uma estranha paixão por flores e livros. Tinha 1,64 de altura e tinha um talento especial para a pintura. Mas, o mais importante de tudo: Rapunzel era uma adolescente entediada.

Ela vivia entediada. Acordava todo dia, exatamente as 07h15min da manhã. Vestia sempre o mesmo uniforme azul marinho e o tênis preto que havia ganhado de uma amiga. Ela não tomava o café da manhã, pegava o celular e saia; Andava exatamente oito quadras pra chegar ao colégio, onde encontrava com Magda e Bruna, duas irmãs extremamente fúteis, que um dia foram legais e suas amigas, mas que hoje ela só andava com as duas para não ficar sozinha. Encarava então, durante cinco horas, os professores de cada aula do dia, para então, às 11h50min o ultimo sinal tocar e ela juntar seus materiais e vir para casa. Ela chegava, almoçava, lia mais três capítulos de qualquer livro que ela estivesse lendo no momento, e depois saia para correr; Ela corria três quadras até a casa da Dona Maria, onde ela brincava alguns segundinhos com a neta da senhora, que tinha oito meses. Depois, corria mais duas ruas, aonde chegava ao parque do bairro. Corria três vezes por todo o parque, com sua inseparável playlist de musicas, que passava desde Radioactive do Imagine Dragons, Freedom do Pharrel Willians e até por Eduardo e Monica, do Legião Urbana— vale dizer que Rapunzel tinha um gosto musical aberto e levemente estranho. Depois, voltava para casa, fazia as lições do dia, arrumava a casa e então ia para o computador, onde abria o Skype e alimentava a já praticamente extinta esperança de que Astrid, a sua melhor amiga que há cinco anos foi estudar em outro colégio e há dois anos não aparecia em nenhuma rede social – aparentemente, havia se esquecido de Rapunzel – se logasse ali. Depois, Rapunzel tomava seu banho, e ficaria sem fazer nada até as 19h15min, quando começava a fazer o jantar para quando sua mãe chegasse, ás oito horas. Depois de comer, as duas conversavam e assistiam o que estivesse passando na TV até as 23h00min, que era quando Rapunzel ia para cama e sua mãe, Gothel, ia para o escritório para tentar organizar ao menos um pouco da papelada do trabalho; Tudo isso para no dia seguinte recomeçar tudo novamente.

E Rapunzel já estava cansada de tudo isso.

Cansada de nunca ter nada de novo em sua vida, de se entediar com tudo. Ela lia livros onde todos os dias os personagens tinham algum novo problema ou uma aventura nova para viver. E ela queria isso. Um de seus livros favoritos, “Quem é Você, Alasca?” de Jonh Green, o personagem principal, Miles Halter, se mudava da Flórida para o Alabama, procurando o que o poeta francês François Rabelais, em suas ultimas palavras, chamou de o “Grande Talvez”.

E era mais ou menos uma loucura como essa que ela estava fazendo.

O que Monsieur Rabelais (e Miles Halter) chamavam de Grande Talvez, Rapunzel chamava de “Quando minha vida vai começar”. Ou então “Loucura”. Fazia três meses, Rapunzel acabava de ler o tal livro, e, contagiada por uma loucura momentânea e repentina, correu para sua mãe e pediu para que a inscrevesse num colégio interno, de preferência bem longe do Rio de Janeiro – sua cidade atual e natal. Sabia que Gothel deixaria – vivia insistindo para a filha ir estudar em seu antigo colégio, na América do Norte, Estados Unidos. Dado alguns telefonemas, e alguns sites diferentes, semanas depois, Rapunzel estava matriculada na Mahhi Winn, um colégio interno, do outro lado do continente, e, por coincidência, também no Alabama.

Rapunzel suspirou, um pequeno sorriso em seus lábios. Tudo aquilo era muito inacreditável.

Ainda olhando pelo espelho, Rapunzel analisou o seu quarto. Havia uma porta e duas janelas. A porta ficava no canto direito da maior parede do quarto (a tal “parede da frente”). As duas janelas ficavam ambas na parede esquerda, e, embaixo das janelas uma cama de casal com os cobertores roxos perfeitamente arrumados. Do outro lado do quarto, a parede direita era totalmente coberta por pinturas infantis, com exceção de uma pintura, a maior, que era a imagem de uma bonito loura de olhos azuis, uma pintura rica em detalhes e muito profissional. E por fim, a única parede restante (o que sua mãe chamava de “parede de trás”) tinha uma pequena escrivaninha, um grande armário de seis portas e o espelho de corpo todo no qual Rapunzel se via refletida. Ao lado do espelho, três prateleiras em madeira negra, as três cheias dos mais variados bichos de pelúcia, do qual Rapunzel não largava mão. Nas portas do guarda roupa, uma Rapunzel de oito anos também havia pintado. Era um grande campo verdejante, com uma torre na ultima porta; O que era, obviamente, uma alusão ao seu conto de fadas favorito. As paredes do quarto eram cobertas por um papel de parede que imitava uma parede de pedra e o chão era de madeira escura. Tudo muito bem organizado; A única coisa fora do lugar, na verdade, eram as cinco grandes malas azuis, espalhadas pelo quarto.

— Ei – ela ouviu a voz de Gothel, antes de a mulher entrar pelo quarto. Gothel era realmente uma bela mulher; Tinha 39 anos e a pele de uma adolescente. Lindos cabelos negros cacheados e um olhar penetrante que fazia qualquer um contar o que ela quisesse – Deixa eu ajudar você com isso.

Gothel se aproximou as mãos indo de encontro ao cabelo loiro a fim de trançá-lo, mas Rapunzel se esquivou, não deixando.

— Ahn... Eu decidi deixar solto, mãe.

— Filha – Gothel repreendeu, lançando o olhar penetrante através do espelho; Era incrível como o “poder” do olhar não diminuía ao ser refletido – Eu ouvi do corredor você reclamando por não conseguir trançar o cabelo. Alias você deveria para com esses palavrões, não te ensinei nada disso.

Um leve tom de rosado coloriu as bochechas de Rapunzel; Um fato sobre ela é que corava muito facilmente. Praguejando-se mentalmente, Rapunzel desejou que, seja lá como fosse seu futuro, que ela parasse de corar de uma hora para outra.

— Mãe... Desculpa... É que...

— Tudo bem, filha. Eu entendo – suspirou, passando os braços amavelmente por sobre seus ombros – Minha filha cresceu. Já está viajando. Não precisa mais da mãe para trançar o cabelo. Quer ser independente. Vai me abandonar.

Rapunzel riu, observando a cara pidona que a mãe fez.

— Eu nunca vou te abandonar mãe. Quem vai fazer minha comida se eu fizer isso? – falou, rindo. Pegou um laço e amarrou o cabelo num rabo de cavalo alto, que batia em suas costelas – Olha. Foi você que me ensinou a fazer isso – apontou para o penteado – E isso eu nunca vou esquecer.

As duas se abraçaram por um momento, antes de se afastarem. Gothel nunca fora uma mãe amorosa, não gostava muito de abraços e beijos, apesar de sim, amar Rapunzel, e não era agora que isso iria mudar.

— Bom, agora vamos que já são... – Gothel consultou o relógio - ...15:30. Se ainda quiser se despedir de suas amigas, temos que ir agora.

— Tudo bem – concordou, pegando duas malas e uma mochila, enquanto Gothel pegava as três malas restantes. Pouco tempo depois, as duas já estavam no carro, a caminho da casa de Magda e Bruna.

.¸¸.**.¸ ¸.

— Ah, Rapunzel! – exclamou a dramática Magda, jogando os braços pelo pescoço de Rapunzel, as lagrimas lhe escorrendo pelo rosto pardo. Magda tinha cabelos curtos, cortados na nuca, e olhos azuis; Era extremamente magra e extremamente dramática – Vou sentir taaanto a sua falta!

Bruna, atrás dela, revirou os olhos, que eram tão azuis quanto os da irmã. As duas eram gêmeas, mas Bruna era mais velha. Ao contrario de Magda, Bruna tinha os cabelos negros ondulados até os ombros, e morria de inveja do comprimento do cabelo de Rapunzel. Também tinha a pele parda, porém era mais cheinha do que a maioria das garotas, diferente da irmã.

— Vamos sentir saudades – falou desconfortável. Bruna só parecia confortável falando de garotos e moda.

— Rapunzel – o irmão mais velho delas, que tinha dezoito, apareceu. Seu nome era Louis. Era um garoto lindo, de pele clara, cabelos loiros mais compridos que o normal e uma barba por fazer. E olhos azuis. Todos da família de Magda e Bruna tinham olhos azuis. Rapunzel se lembrava de ter tido uma queda por ele entre os 10 e 12 anos, mas o rapaz era dois anos mais velho, e não ligava para pirralhas como ela era na época – Vou sentir sua falta. E, tenho que te falar, te acho muito gostosa.

— LOUIS! – gritaram Magda e Bruna juntas, enquanto Rapunzel corava e Louis ria.

— Que foi? É a verdade!

Gothel riu, denunciando sua presença ali. Ela entrou, acompanhada de Beatriz e Kevin, os pais de Louis, Bruna e Magda. Kevin era americano, o que explicava os nomes de Louis e Magda.

— Venha nos visitar quando puder – pediu Kevin, segurando o ombro esquerdo dela e bagunçando seu cabelo com a mão livre – Gostamos muito de você.

— Obrigada. – agradeceu, as bochechas vermelhas. Adorava aquela família, apesar das duas irmãs caçulas terem ficado tão desagradáveis com o tempo.

.¸¸.**.¸ ¸.

— Olhe, você lembra disso daqui? – chamou Bruna, apontando para uma fotografia em cima da escrivaninha. Estavam agora no quarto de Magda (ao contrario do que normalmente se espera, Magda e Bruna não dormiam juntas), “relembrando lembranças antigas”, ou algo parecido que a mãe das gêmeas haviam mandado-as fazer.

— Lembro! – disse Rapunzel, animação em sua voz. Fora uma das épocas mais felizes de suas vidas; Na foto, estavam Rapunzel, Magda, Bruna e a antiga integrante do grupo, Astrid. Rapunzel estava nas costas de Astrid e Magda estava nas costas de Bruna, as quatro muito felizes, enquanto Magda e Rapunzel riam do sorriso forçado de Astrid e Bruna, que mal agüentavam as amigas – Aquele dia foi muito legal.

— Verdade – concordou Magda, olhando a foto com uma expressão estranha no rosto – Nós mudamos tanto...

As duas irmãs se entreolharam, desviando depressa o olhar. Depois, ao mesmo tempo, as duas se sentaram na cama, parecendo, pela primeira vez em anos, gêmeas, daquelas que se vêem em filmes e livros, que agem e pensam igual. Rapunzel sabia que vinha algo sério e na verdade tinha uma vaga idéia sobre o assunto. Estranhamente, ou nem tanto assim, ela não estava nem um pouco temerosa quanto a isso. Lentamente, se sentou na poltrona em frente as duas.

— Rapunzel – começou Magda. Ela parecia encolhida, com um pé atrás sobre o que iria fazer, mas Rapunzel sabia que, Magda, como uma ótima atriz e um talento especial para drama, acabava atuando, sem perceber, na vida real. Aquela imagem de garota hesitante combinava perfeitamente com a situação – Precisamos falar com você.

— Bom... está meio obvio – concordou a loira, arqueando uma sobrancelha.

— Agora que você vai se mudar e vamos para de se ver – continuou Magda, ignorando Rapunzel – queremos falar de algo sério, que vinha pesando a nossa consciência faz tempo.

— Só para esclarecer – interrompeu Bruna – a consciência dela. Não a minha.

Rapunzel, internamente, revirou os olhos. Desde pequenas, quando elas ainda eram amigas de verdade, Rapunzel nunca fora muito grudada em Bruna. Agora então, as duas já chegavam ao ponto de se alfinetar vez ou outra

— O que queremos falar é que... Bom... – hesitou Magda, agora ignorando Bruna – É que...

— Te achamos incrivelmente chata e há décadas queremos arranjar um jeito de se livrar de você.

— BRUNA! – Magda gritou, corando fortemente, comprovando que o que Bruna disse era a verdade.

Bruna bufou e girou os olhos. Há tempos cansara de Rapunzel, e sabia que o sentimento era mutuo. Os sentimentos que nutriam pela loira eram quase iguais a ódio. Ela não sabia o porquê, mas não a suportava.

Magda encarou Bruna por alguns segundos, antes de suspirar e olhar para Rapunzel, esperando a reação da loira.

Rapunzel olhou as irmãs por um tempo, os grandes olhos verdes mirando as duas sem piscar. Ela sabia que aquilo chegaria. Afinal, não se imaginava uma mulher adulta, e ainda fingindo uma boa amizade com as irmãs. Ela sabia também que, agora que Rapunzel estava indo embora, este era o melhor momento para por tudo em pratos limpos.

Mas mesmo assim doeu.

Rapunzel não sabia o por que. Há tempos queria desfazer a amizade com Magda e Bruna, e agora que isso estava acontecendo ela estava se sentindo mal; Talvez fosse por que, lá no fundo, Rapunzel ainda estava muito apegada ao que um dia as irmãs foram; Ou então, talvez simplesmente doesse o fato de que ela estaria agora deixando sua vida para trás, completamente – a mãe, a sua cidade natal, o seu país, a sua rotina e até mesmo suas amigas.

Um mundo totalmente novo.

Mas... não era exatamente isso que ela queria?

A loira respirou fundo, sentindo algo crescer do fundo de seu estomago e se espalhar pelo seu peito; Com estranheza, percebeu que era uma espécie de animação, que fazia seu coração bombear com força no peito e as mãos formigarem. A rapidez com que a tristeza se transformou naquela estranha espécie de alegria a deixou tonta. Com certeza ela conseguiria amigos melhores do que Magda e Bruna. Céus! Seus dias de tédio poderiam estar no fim!

Rapunzel então olhou para as duas a sua frente, um brilho nos olhos, quase deixando o sorriso transparecer.

— Huh – foi o que conseguiu murmurar, aquela animação que crescera de seu estomago agora se espalhando por todo o seu corpo, deixando-a inquieta – Bom, isso é... – ela suspirou. Não conseguia se concentrar, escolher as palavras certas, pois a ficha finalmente havia caído, tudo o que estava para acontecer finalmente despejando-se em cima dela – Para falar a verdade, isso é um alivio.

— Como é? – perguntaram as duas juntas, parecendo surpresas.

— Bom, é que, na verdade, já faz um tempo – “uns anos” seria a frase certa, mas Rapunzel não achava que isso fosse cair muito bem – que eu percebi que isso não estava mais dando certo – Rapunzel quase adicionou que as garotas haviam se tornado insuportáveis, mas novamente achou que isso não seria o certo a se dizer – E eu estava procurando um modo de dizer isso para vocês sem magoá-las.

Foi a vez das irmãs encararem Rapunzel. A loira podia ver o espanto nos olhos azuis delas. Como se esperassem algo mais. Até um tipo de decepção.

— Mas... Mas... – murmurou Magda, as duas irmãs espantadas. Rapunzel franziu as sobrancelhas; Nem parecia que foram elas que tinham dado o primeiro passo para o assunto. Elas estavam reagindo como se Rapunzel fosse a única ali que percebera que as três não poderiam mais sustentar uma amizade que se dava as pessoas chamadas de “melhores amigas”.

— Mas podemos continuar sendo amigas! – deixou escapar, antes que conseguisse impedir, seu lado de boa moça falando mais alto – Sabe, tipo a amizade que temos com Larissa – citou a colega de classe delas, com a qual as vezes as três trocavam algumas palavras.

— Inimigas que não iríamos ser – falou secamente Bruna, que parecia irritada, como se serem inimigas fosse exatamente o que iria acontecer. As sobrancelhas de Rapunzel se arquearam. O que havia com elas?

— O que vocês duas tem? – perguntou, sem se conter, a animação que havia sumido ressurgindo em forma de raiva, se espalhando pelo seu corpo com o dobro da velocidade.

Bruna bufou um “Hum” enquanto Magda se encolheu.

— Bom... – começou Magda, corando, a voz fraquinha – É que esperávamos que você fosse reagir de um jeito diferente...

Os olhos de Rapunzel faiscaram, e ela se levantou em um pulo, uma raiva estranha e sem sentido passando por seu corpo.

Ela entendeu. Era o tão famoso ego. Lembrava-se muito bem de um filme que assistira, onde ficara muito revoltada quando o garoto, ao terminar o namoro, ficara completamente irritado por que a garota não chorara nem demonstrara tristeza com o fim. De inicio ela não havia entendido, mas depois de algum tempo, Rapunzel percebeu que por mais que as pessoas não sentissem mais nada uma para outra, elas teriam seu ego ferido se o outro também não sentisse nada.

Rapunzel odiava isso. Era uma hipocrisia nojenta.

— Ora! – exclamou, o tom de voz se elevando – Me desculpem se não comecei a chorar por isso! Sinto muito! Que tal tentarmos de novo? Prometo que dessa vez eu vou ser cega e não perceber que essa amizade está uma merda!

— Mas o que...! – balbuciou Magda, se levantando também, o rosto se tingindo de vermelho, a raiva de Rapunzel a contagiando. Bruna não se levantou, mas olhava a loira com ódio – O que você está querendo dizer?

O rosto de Rapunzel também estava vermelho. Talvez a raiva que a consumia fosse exagerada. Talvez.

— Vocês duas são umas vadias insuportáveis. – despejou de modo frio, observando Magda e Bruna pararem, chocadas. Rapunzel nunca xingava alguém. Nunca. – As crianças que vocês eram teriam nojo de vocês. NOJO! – gritou, não se importando se a família iriam ouvi-la lá de baixo.

Plaft. Nem Bruna nem Rapunzel conseguiram prever o tapa que Magda despejou na cara da loira. Magda tremia.

As três congelaram. Rapunzel poderia esperar a agressão de Bruna, mas nunca de Magda. Magda sempre fora a menos adepta a violência, até menos do que Rapunzel.

A loira levou a mão direita à bochecha, sentindo o rosto queimar. Sabia que a marca dos dedos da garota estavam marcados em vermelho ali.

— A verdade dói não é? – sibilou, a voz um pouco acima de um sussurro. A loira então se virou, e, em passos duros, se dirigiu para fora do quarto.

.¸¸.*♡*.¸ ¸.

Rapunzel se trancou no banheiro, sentindo cada parte de seu corpo tremer. Se encarou no espelho, analisando a marca da mão de Magda em seu rosto, não conseguindo deixar uma lágrima sequer sair. Abriu a torneira, jogando a água no rosto, enquanto inspirava e expirava lentamente, tentando se acalmar.

Aquilo não era para ter acontecido.

Por que aquilo se descontrolara tanto? O que havia acontecido, realmente?

Respirou fundo, jogando mais água no rosto. Incrivelmente, não sentia a mínima vontade de chorar.

Suspirou, secando o rosto e apoiando a cabeça na porta. A marca em seu rosto já estava sumindo.

Ainda bem que ela estava indo embora.


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Notas finais do capítulo

Bom, bom, bom. Esse capitulo teve 3.099 palavras - eu acho - o que dá pra mostrar o quanto eu estou animada! Eu tenho até o capitulo cinco prontro + um bonûs.Pra não atrasar a fanfic, irei postar um capitulo por semana - no sabádo. Espero vocês no próximo capitulo!Yay ♛