—...E aí, acharam o desertor em seu homizio e-

—Em seu o quê?—Al perguntou.

—Homizio.

—Que porra é essa?

—Esconderijo.

—Por que não falou esconderijo logo de uma vez?

—Porque foi essa a palavra que usaram no livro!—Kaito tomou um gole de sua coca.—Enfim, aí descobriram que, na verdade, ele era um agente da CIA disfarçado.

—Caramba!—Al deu um tapa na mesa, que fez toda a cantina olhar em sua direção.

—É! E aí todo mundo foi preso. Só que o médico conseguiu escapar e entrar em um avião russo.

—Esse livro daria um bom filme!

—Então por que não leu?

—Palavras demais.— Al cruzou os braços.—E também, é pra isso que você serve.

Kaito não sabia se deveria levar aquilo como um elogio, então ficou quieto.

Sempre que Al via um livro que parecia interessante, ele pedia para Kaito ler e lhe contar a história.

Kaito achava um pouco irritante, mas não reclamava, afinal, ele gostava de ler.

—Agora eu quero que você leia esse.—Al abriu sua mochila e tirou um livro de lá.

—Sobre o que é?

—Sei lá.—Al colocou a mochila no chão.— Tem um dragão na capa, achei legal.