Os dois jovens Lordes se entreolham, sem entender o que Landon quer dizer com suas palavras. O que dar um beijo na noiva tem a ver com os tais protocolos reais que Landon vive seguindo?

Essa é a pergunta que os dois Lordes querem ver respondidas.

— Perdoe-me, Landon, mas eu não estou entendendo. – Robert é o primeiro a falar – Por que você vem falar de protocolos quando na verdade perguntamos sobre um beijo?

Landon suspira mais uma vez. Quinze anos de convivência e esses dois ainda não perceberam que com ele as coisas são diferentes?

— E então Landon? – questiona o Jovem Lorde da Terra – Vai responder ou não?

— Olha, eu já expliquei mil vezes para vocês dois, eu sou um príncipe e, como futuro rei de Zardren, tenho vários protocolos a seguir. Vários deles inclusive tem relação direta com a minha prometida. Tem uma série de protocolos que são exclusivamente para como eu devo tratá-la, afinal ela é a futura rainha do reino livre de Zardren.

— E o beijo onde entra nisso? – Robert não se aguenta de curiosidade.

— Eu não posso beijar minha prometida até o dia em que nos casarmos, diante dos deuses e dos homens.

— O QUE???!!! – os dois jovens Lordes dizem ao mesmo tempo, sem conseguirem esconder o espanto.

— Por que estão surpresos? – quer saber Landon – Eu já cansei de explicar pra vocês que eu devo seguir os protocolos.

— E você ainda pergunta por que estamos surpresos, Landon? – Robert volta a falar – Essa vida de príncipe é muito chata, cheia de protocolos. Depois você reclama quando te chamamos de Senhor Protocolos Reais.

— Podem parar! – Landon se enfeza – E façam o favor de se retirarem de meus aposentos!

— Tudo isso só por que te chamamos de Senhor Protocolos Reais? – Robert volta a provocar.

— Retirem-se, é uma ordem! Não sou obrigado a ouvir isso!

***

Na manhã seguinte, em Alkavampir, Daithi acorda, sentindo o corpo quente de sua esposa contra o seu. A mulher dorme profundamente, após a noite extasiante que eles tiveram juntos.

Ela lhe dera um prazer sem igual, um prazer que sua primeira e inútil esposa jamais lhe dera.

E agora a mulher dorme um sono profundo a fim de recuperar as energias e se preparar para quando ele quiser usá-la novamente.

O príncipe alkavampiano afasta o corpo da mulher e se levanta, a fim de se banhar e trocar as roupas de dormir por algo adequado para passar o dia e ir para a reunião do Conselho de seu pai.

Deixa a ala de dormir e, uma das criadas já havia colocado água quente na banheira e, ele mergulha em pensar duas vezes. Um sorriso sinistro surge em seus lábios quando imagina o que o pai irá dizer na reunião do Conselho.

E ele estará ali, como um bom filho e concordará com tudo o que o pai irá dizer, para que ninguém desconfie do que está por vir. Enquanto o momento não chega, jogará o jogo de fingir que está concordando com todas as políticas do pai...

Até que chegue o momento certo!

Termina seu banho e se veste com calça, camisa e coletes pretos. Em seguida, vai para a sala de reuniões e, conforme planejara, é o primeiro a chegar.

Perfeito!

Ora de bancar o príncipe que aprendeu a lição até o momento em que tiver de tomar a coroa e o trono para si!

Não demora muito e, seu pai chega à sala de reuniões e então, Daithi assume uma expressão fria e, ao mesmo tempo, demonstrando um falso respeito pelo pai.

Sorri.

É hora de começar o grande espetáculo que será a sua farsa!

***

Astrid está em seus aposentos terminando de se arrumar para uma audiência na sala do trono. A rainha zardreniana está belíssima, trajando um belo vestido nas cores da casa real zardreniana.

Katherine termina de pentear os seus cabelos e, coloca neles a coroa, antes de fazer uma reverência e se retirar. Ao mesmo tempo, Landon aparece ali.

— Mãe, eu posso entrar? – questiona o jovem príncipe.

— É claro, Landon. – responde a rainha zardreniana com um sorriso.

Landon adentra o quarto da mãe, se aproxima dela e lhe dá um carinhoso beijo no rosto, gesto este que é correspondido por Astrid.

— Mãe, podemos conversar? – pergunta o jovem – Sei que a senhora tem audiências, mas prometo não tomar muito de seu tempo.

— Landon, para você eu tenho todo o tempo do mundo. – Astrid sorri para o filho – Então, em que posso ajudá-lo?

— Marden e Robert. Eles não entendem que eu sou um príncipe e tenho protocolos a seguir. Às vezes isso me dá raiva, eles fazem questão de não entender, por mais que eu explique!

— Landon, tenha paciência com os dois pois, eles são seus amigos e querem seu bem. Embora eles não entendam ainda que você é diferente deles por ser um príncipe. Um dia, Landon, você vai se sentar no trono de seu pai, e seu filho se sentará no trono depois de você. Isso significa não apenas um cargo, mas muitas responsabilidades, por isso você aprende desde cedo a seguir protocolos, para se preparar para este dia. No dia em se casar com Lady Catelyn e beijá-la, firmando um compromisso diante dos deuses e dos homens, saberá que seguir a risca estes protocolos valeu a pena.

— Foi assim com a senhora e com o senhor meu pai?

— Foi sim, Landon.

— Obrigado, mãe. Me deixou muito mais aliviado falar com a senhora.

***

Após tomar café da manhã com seus pais, Robert deixa a companhia deles, sabendo exatamente para onde ele deve ir. Precisava tirar uma dúvida quanto ao que Landon havia lhe dito na noite anterior e, só existe um homem em todo o reino livre de Zardren que pode sanar as suas dúvidas.

Caminhando pelos corredores do palácio, encontra-se com Marden e não tarda em perguntar:

— Marden, você viu o Landon?

— Foi até a sala do trono com a rainha Astrid. – responde o jovem Lorde da Água – Hoje ele começa a acompanhar a mãe nas audiências, e, pelo que entendi, algumas das decisões serão tomadas por ele.

— Ótimo, então quer dizer que o Rei Cassius está na sala de reuniões, não é?

— Acredito que Sua Majestade esteja lá sim, por quê?

— Por nada. – Robert sorri – É que eu preciso ter uma dúvida respondida e, acredito que só Sua Majestade pode saná-la.