Os olhos frios e confusos de Daithi vão de Jerome para seu pai, pois ele não entende quem são esses que se auto intitulam a Companhia dos Dragões das Sombras, nunca antes tinha ouvido falar de algo assim.

− Quem são esses? – Daithi resolve ser direto.

− São os soldados secretos e de elite do nosso reino de Alkavampir. – responde o monarca alkavampiano – Uma companhia que age nas sombras, e que são leais unicamente ao reino de Alkavampir. Nossos servidores leais e secretos.

− E o que o fazem ser melhores que os Grandes Lordes ou os Cavaleiros da Guarda Real? – questiona o príncipe, sem deixar de observar Jerome e procurando ali algo que faça dele melhor do que qualquer outro servo que ele já conheceu.

Percebendo que o olhar do príncipe está focado em si, Jerome dá um sorriso irônico e, no mesmo instante, desaparece da frente de Daithi, para espanto do mesmo.

− Mas o que...?! – o príncipe alkavampiano está visivelmente espantado.

No mesmo instante, Jerome reaparece, o que surpreende ainda mais Daithi, que fica completamente boquiaberto com a técnico do líder da companhia dos Dragões das Sombras.

− Sua Alteza, os homens da Companhia dos Dragões das Sombras tem poderes sobre as sombras, uma técnica muito refinada, e, há mil anos, sempre servimos ao rei de Alkavampir. Sempre foi assim e sempre será.

− Quero saber tudo sobre sua Companhia, Jerome. – ordena Daithi.

E Jerome assim o faz, começando a contar para seu príncipe uma história milenar e que, vai interessando o príncipe alkavampiano em cada palavra, pois ele tem certeza de que, quando for rei, poderá utilizar, e muito bem, estes homens com estes poderes que poderão vir a ser úteis demais.

Ao final das apresentações, pai e filho deixam aquela mansão, com sorrisos altamente satisfeitos em seus rostos.

***

No palácio real de Zardren, Landon está no jardim com sua espada de treino em mãos. O menino executa com perfeição todos os movimentos que ele vem aprendendo com o seu professor.

Fecha os olhos e imagina que a espada não é apenas uma arma, mas que faz parte de seu corpo, que é uma extensão de seu braço. Abre os olhos e começa a executar os movimentos aprendidos com perfeição, atingindo o vento e tentando buscar um aperfeiçoamento de sua técnica.

E, enquanto o filho pratica, Cassius chega ali e para, observando o filho e seu treinamento, com um sorriso de satisfação estampado em seus lábios.

Ao notar que está sendo observado, Landon imediatamente deixa a espada cair no chão e se senta em um banco, envergonhado pelo pai o ter pego praticando. O rei zardreniano não deixa de sorrir e se senta ao lado de seu filho.

− Por que parou o treino, Landon? – Cassius pergunta de forma casual.

− Porque o senhor estava olhando, papai. – responde o menino.

− E era um treino secreto? – o rei zardreniano não consegue conter o riso.

− Secreto não é bem a palavra, papai. Mas é que o senhor é tão forte, eu ainda estou aprendendo e nem tenho uma espada de verdade...

− Landon, deixa eu te ensinar uma coisa. Hoje eu sou um homem forte sim, mas, quando eu tive sua idade, treinava da mesma forma que você treina hoje, não nasci com a força que eu tenho na atualidade.

− É mesmo?

− Sim, filho. Força e habilidades se conseguem com o tempo, bem como a sabedoria, como eu já te expliquei. E, quando você chegar à idade adulta, será um homem muito forte e sábio, é só continuar se dedicando aos treinos e estudos.

− E eu farei isso, papai, pode ter certeza.

***

Mais tarde, Landon está na biblioteca real, sentado em uma elegante poltrona, em frente a uma mesa com alguns livros, esperando pela chegada de Gregory para sua aula. No dia anterior, o Conselheiro havia lhe dito que, a aula de hoje seria sobre um assunto que, certamente o deixaria muito interessado e, desde antão, ele ficou se perguntando o que será de tão importante que o Conselheiro Gregory tem para ensinar a ele.

Não demora muito, e, o Conselheiro chega à biblioteca, faz uma reverência e se senta em uma poltrona em frente ao príncipe herdeiro de Zardren.

− Sobre o que será a aula de hoje, Conselheiro Gregory? – pergunta o menino.

− Sobre as Dez Casas Reais de Emperius, Sua Alteza. – responde o Conselheiro.

Começam então a aula, com o Conselheiro explicando que, no início de Emperius, os deuses habitavam uma cidade divina, e, nessa épica, tudo era belo. Decidiram então povoar o mundo e, dez casais entre todos os deuses foram abençoados com habilidades diferentes pelo Pai de Todos, o maior de todos os deuses de Emperius, e, estes dez casais, fundaram os dez reinos de Emperius, cada casal formando sua própria casa real e, tendo poderes únicos e especiais, que somente membros de suas famílias descendem, pois são famílias sagradas, pois sua descendência é divina. E, por este motivo, os poderes dos descendentes das famílias reais são tidos como os mais poderosos de Emperius e, das Dez Casas Reais, as mais poderosas são a Casa Real de Zardren e Alkavampir, pois controlam a Luz e as Trevas, os dois poderes mais intensos.

− Então minha descendência é divina? – Landon pergunta, mostrando que prestou atenção em cada palavra dita por Gregory.

− Sim, Sua Alteza. – o Conselheiro responde com um sorriso.

− E tenho poderes especiais? – o menino pergunta, empolgado.

− Isso, quem irá te responder é Sua Majestade, o rei Cassius. Por hoje já terminamos, Príncipe Landon. Se me permite, irei até a minha sala, tenho alguns assuntos a resolver.

− Permissão concedida.

Príncipe e Conselheiro deixam a sala juntos e, Landon vai a passos apressados até a sala do trono, onde entra sem ser anunciado. Encontra o pai lendo um pergaminho e se aproxima, sentando no trono ao lado, pertencente a sua mãe.

− Papai, eu quero te perguntar uma coisa.

− Pode perguntar, Landon. – Cassius fecha o pergaminho e volta sua atenção para o filho.

− Papai, hoje o Conselheiro Gregory me deu uma aula sobre as casas Reais. Ele disse que nossa linhagem tem poderes sobre a luz. O que isso quer dizer? Como são esses poderes?