-Guardas, Prendam-no!! – brandou o chefe de segurança do palácio Acarion, pelos corredores luxuosos do lugar. Centenas de guardas corriam atrás do homem encapuzado. O ladrão corria sem olhar para trás, levava em suas costas os mais preciosos itens do Universo. Vários corredores e todos pareciam iguais, o bandido parou em meio a uma bifurcação, dois caminhos iguais. Ele parou e pensou por alguns segundos sobre qual caminho deveria seguir. Seu tempo de reflexão terminara os guardas já estavam diminuíam a vantagem que ele conseguira.

“O da esquerda” sussurrou uma voz em sua mente.

O intruso continuara a correr, uma de suas grandes especialidades, mas a magia envolta aos objetos que roubara parecia dificultar as coisas. O corredor chegou ao fim, só havia portas trancadas e uma janela aberta, mas esta dava para um precipício. De lá ele podia ver toda a imensidão azul da água terrestre.

- PARE EM NOME DA FAMÍLIA REAL!! – gritou o chefe de segurança, enquanto avançava pelo corredor com sua tropa.

O homem ergueu sua mão esquerda em direção a caravana armada e disse:

- Cata-Negtsh – logo após pronuciar tais palavras uma flecha de luz saiu de sua mão e alcançou seus inimigos.

O pequeno exército real ficou paralisado, com exceção do chefe de segurança. Que olhou atônito para os demais companheiros e em seguida para o homem encapuzado.

– Lord Órion? – perguntou o guerreiro.

O ladrão retirou o capuz que lhe cobria a face. Revelou então para o guarda um rosto de feições brutas em uma pele negra que reluzia como cobre fervente. A cabeça raspada e o tapa-olho cinza que cobria um de seus olhos negros como a noite mais densa, dava a ele um ar a mais de severidade.

-Surpreso? - Seus lábios grossos esboçaram um sorriso. -Não tema, Rapaz. Você é parte de minha missão. – O Jovem guarda o olhava com uma expressão de questionamento, a dúvida ocupava mais o seu ser que o medo.

-O que você quer de mim? – falou o jovem com coragem e força.

-Você tem fibra, admiro isso em um guerreiro. – ele andava em torno do guerreiro com passos fortes e amedrontadores. – Não são todos que respondem ao grande Órion de maneira tão insolente. – Pôs a mão sobre os ombro do guarda e o empurrou. O Jovem caiu de joelhos no chão. E o furtante* continuou seu discurso - Você dirá ao seu rei, e a todo o resto daquela patética família, que a queda do império virá o mais breve possível.

Órion iniciou uma gargalhada e aproximou-se da janela. O jovem guarda, chefe de segurança, levantou-se o mais depressa que pode e sacou sua espada, avançou em sua direção, mas Órion fora mais rápido e atirou-se pela janela, em direção as águas terrestres.

***

James, o chefe de segurança, e mais dois de seus mais bravos homens davam apressados passos pelos corredores do castelo real. Àquela hora da noite, James só ouvia a sola de suas botas sobre o carpete vermelho que cobria os corredores, seus passos pareciam coreografados com as batidas que vinham do seu peito. Seus passos pararam, talvez até seu coração, quando chegaram em frente a porta dos aposentos reais. Lá descansava o corpo físico de Cepheus, Rei das constelações. E também o da rainha, Cassiopéia.

O jovem juntou suas forças e abriu as portas. O quarto, se assim pode ser chamado, era gélido, mas de grande iluminação, uma luz fria que não vinha de lugar algum, simplesmente existia. No centro do aposento encontravam-se flutuantes o corpo físico das constelações monarcas. James e os dois guardas que o acompanhavam, ajoelharam-se no chão branco e pálido então, silenciosamente, os três suplicaram em suas mentes para que os seres celestiais viessem em sua presença. James não percebera, mas poucos segundos após iniciar sua súplica, os olhos do Rei se abriram e de lá saíram faiscais de luz, quando elas cessaram os olhos do monarca se revelaram verde e tempestuosos, o mesmo acontecera com a rainha, mas em vez de verdes, eles mostraram-se cor de mel.

-James, O que acontecera, meu jovem? – disse a voz rouca de Cepheus. – Sabes que só podes nos acordar quando algo realmente grave acontecer. – completou a rainha Cassiopéia. O chefe de segurança ficou de pé rapidamente, os outros guardas repetiram o gesto.

-Temo trazer más noticias a vossa realeza. – falou firmemente, tentando transparecer o mínimo de preocupação aos seus superiores, mas isso era impossível. – As peças da armadura Nigrum Forten, elas Fo-foram roubadas – os olhos do casal se arregalaram assustados, a pele do rei ficara tão pálida que seu tom parecia alcançar o dos seus cabelos alvos.

-Como? Quem poderia ter feito tal barbaridade? – brandou a rainha.

-Órion! Ele Fez isso! – um calafrio passou pela espinha dorsal de James e ele pode ouvir a gargalhada do caçador em sua mente. O mesmo parecia ter acontecido com todos ali naquele aposento, pois por um pequeno momento a sala pareceu ainda mais fria e densa. Cepheus quebrou o silencio dizendo – Espelhem aos quatro ventos, temos um traidor entre as constelações. James, Vá até Caelestia e informe Cassandra sobre o ocorrido. Enquanto vocês dois - continuou o rei, apontando para os outros dois guardas- não fiquem ai parados, informem ao restante da família o ocorrido.

- Sim, senhor! – disseram os 3 guardas em uníssono, fizeram uma breve referencia e seguiram apressadamente cumprir as ordens do rei. Ao passarem pelo salão principal do palácio, uma serviçal já estava com uma trouxa de roupa e comida para James.

-Desejem-me sorte. – falou o chefe de segurança. As portas principais do castelo se abriram, não havia vento, apenas a escuridão pingada com estrelas luminosas. James respirou fundo e jogou-se em direção a terra, assim como Órion fizera.