Um novo Norte e Sul escrita por Lumus Strike


Capítulo 3
Capítulo 3




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Aconteceu o que Margaret mais queria, finalmente ela iria ver os pais em Helstone. Bessy acompanhou-a e Margaret ficou agradecida por ela ter vindo e por ter passado a viagem inteira conversando, pois só assim aplacaria a sua ansiedade.
Quando finalmente haviam chegado, ela mal poderia conter-se de alegria. Helstone ainda era tudo que ela imaginara. Estava feliz por ver o belo campo verde em sua volta, respirar o ar limpo, ver as nuvens e o jardim. Estava tudo perfeito!
Bessy estava decidida que Margaret estava certa e com certeza Helstone era o melhor lugar do mundo e tinha a melhor comida também.
Estava feliz por ver os seus pais, por poder abraça-los. Sua mãe não estava com uma aparência agradável e seu pai parecia preocupado. Margaret também ficou. Sua mãe estava mesmo muito doente e sua vontade de ajudá-la só aumentara.
Ele fez o que pode para estar ao lado da mãe, tentar compreender a doença dela e pesquisar como revertê-la, mas parecia que não havia jeito. Mra. Hale piorava a cada dia.
Infelizmente seus dias em Helstone estavam quase no fim. Ela ficava ainda mais chateada com a ideia de ter que deixar os seus pais nessa condição. Por que esse tal de Mr. Thornton não cedia logo?
Bessy sugeriu a Margaret que propusesse aos pais que eles fossem para Milton com ela, pois assim eles não ficariam longe e também pelo fato de lá haver um excelente médico.
Margaret propôs ao pai enquanto fazia a sua última caminhada pelo campo.
– Eu não acredito que a minha menina já vai nos deixar de novo.
– Eu não queria ir papai, você sabe disso.
– Não há outro jeito não é?
– Pai, por que não vamos todos para Milton. Lá eu alugo uma casa grande que comporte a todos e...
– Não podemos nos mudar agora Margaret, não com sua mãe doente.
– Mas pai, eu soube que em Milton há um médico excelente que já foi até premiado. Quem sabe ele não consegue algo para curar a mamãe.
De repente o rosto do velho Hale se iluminou. Ele faria qualquer coisa para conseguir algo que ajudasse a sua esposa.
– Ele é bom mesmo Margaret?
– Sim é! Pai... Eu gostaria imensamente que vocês estivessem comigo em Milton. Eu queria ajudar a mamãe.
– Eu sei disso querida. Eu vou ver o que eu posso fazer.
Ela beijou a bochecha do pai e sorriu. Ela sabia que ele acataria a decisão, mas não daria o braço a torcer agora.
Mais tarde, quando Bessy e Margaret arrumavam as malas, Mr. Hale informou-as que iriam passar uma temporada em Milton. Margaret o abraçou com tanta força que quase o derrubou. Finalmente ela estaria completa, teria os pais ao seu lado. Com certeza, também, faria de tudo para que a mãe se recuperasse.
E foi com esse pensamento que ela deixou Helstone. Sem lágrimas, pois sabia que não era uma despedida definitiva. Prometeu que depois que recebesse a sua promoção, ela iria comprar uma casa no seu paraíso iria passar mais tempo por lá.
...
Dia seguinte, ela encontrou-se com Mr. Bell e os dois seguiram de viagem para Milton. Ele parecia animado, começou a falar sobre a cidade e sobre o seu possível futuro parceiro. Margareth fingia que escutava, sua cabeça estava em outro lugar. Não estava nada satisfeita, mas ao mesmo queria a promoção. Sua cabeça estava uma confusão.
E quando chegaram, ela começou a observar a cidade e percebeu que tudo era muito obscuro, as pessoas eram agitadas e diferentes. Seria difícil se adaptar essa cidade.
Ela e Mr. Bell passaram o dia em busca de casas que pudesse abriga-la com a sua família. Encontraram uma muito boa bem próximo a Marlborough Mills, a empresa de Mr. Thornton. Que era ótimo, pois facilitaria o seu trabalho.
Ela aceitou o convite de Mr. Bell de jantarem em um restaurante. Quando chegaram, ela se espantou com o requinte do lugar. Pelo menos alguma coisa tinha que ser boa nessa cidade!
Mr. Bell a avisou sobre os companheiros que lhe ajudariam com o negócio e sobre como era à personalidade de Mr. Thorton. Ela ficou atenta ao último assunto até certo momento quando ela percebeu que um homem alto, moreno e bonito estava a paquerando. Ele estava sentado no balcão bebendo uma cerveja logo a frente dela. Ela retribuiu o olhar dele, mas não mordeu a isca e não se aproximou.
Tentou se controlar e prestar atenção ao que Mr. Bell dizia, mas era simplesmente difícil. O olhar do homem era tentador.
–Podemos ir embora Mr. Bell? Estou cansada.
– Claro!
Ele ofereceu o braço e ela o aceitou de bom grado. Juntos os dois seguiram para casa.
Margareth se acomodou na poltrona ao lado da janela no seu quarto e ficou pensando como seria daqui para frente. É claro que ela iria dar o melhor de si para cumprir a sua missão. Ela seria a vice-presidente e iria passar mais tempo com os pais que cada vez mais necessitavam dela.
Mas como ela iria se acostumar com essa cidade tão diferente?
No dia seguinte, ela desceu as escadas e encontrou dois rapazes acompanhados de Mr. Bell. Ela logo imaginou que poderia ser os seus ajudantes.
– Oh Margaret! Bom dia! – cumprimentou Mr. Bell.
–Bom dia a todos!
Mr. Bell os conduziram até a mesa de jantar e tratou de apresentar os rapazes. Eles se chamavam Rob e Michael. Rob ela já conhecia, fazia parte do financeiro da empresa e o outro era completamente desconhecido, tinha uma cara carrancuda que a fez pensar que ira ter problemas com ele.
Eles apresentaram papéis com todos os dados que eles conseguiram sobre a indústria de Mr. Thornton e os dados eram muito bons, ela poderia entender o porquê de Mr. Bell ter tanto interesse em Marlborough Mills.
– Nossa! Que números! A evolução dessa empresa está ótima para ser tão nova. Vejo que Mr. Thornton é muito bom administrador.
– E é bastante complicado. – disse Michael.
– Não há nada complicado demais que eu não possa resolver.
–Aprecio o seu otimismo Margaret.
–Obrigada Mr. Bell.
– Mr. Thornton aprendeu tudo o que sabe com o pai dele. – informou Rob.
– Então, a fábrica foi uma herança?
– Não. A do pai dele faliu. Ele teve que reconstruí-la.
– Um homem de coragem! Ótimo!
– Ele é! E por causa disso que hoje ele se tornou um dos industriais mais importantes da região. – Bem falou com uma cara de admiração.
– Quantas qualidades! Sabe? Eu acho que vou vê-lo.
– É melhor marcarmos uma reunião primeiro. – sugeriu Michael.
– Ele não vai me dispensar. Tenho experiência nisso.
– Deixe-a Michael. Margaret sabe o que faz.
–Não vai me acompanhar Mr. Bell?
– Infelizmente não. Tenho uma reunião agora a tarde, tenho que voltar para Londres.
– Ok! Até mais cavalheiros.
Margaret pegou a bolsa e seguiu para Marlborough Mills. Pelo que foi informada, a casa dos Thornton era ao lado da fábrica e ela achou isso muito estranho.
Ao chegar lá, foi recebida por um dos empregados de Mr. Thornton. Ele a acomodou em uma sala e foi anuncia-la ao chefe.
Enquanto isso, ela observava a decoração do lugar. Tudo era muito simples, tão diferente dos escritórios em Londres! Mr. Thornton não devia ser muito ligado a detalhes.
As horas iam passando e nada de Mr. Thornton aparecer. Ela estava começando a achar que ele não a receberia. Então ela decidiu entrar na sala e foi isso que fez.
O encontrou debruçado sobre papéis, estava muito atento.
– Mr. Thornton!
Ele levantou a cabeça e a olhou. Ela surpreendeu-se ao notar que ele era o mesmo cara que a paquerava na noite passada. Ele também se surpreendeu ao vê-la. A situação era tão cômica que dava vontade de rir.
Ela resolveu esquecer a falta de educação dele e agir como se nada tivesse acontecido.
– Eu sou Margaret Hale e sou representante da Bell’s S.A. e eu gostaria de conversar com o senhor sobre...
– Eu não quero saber o que a senhorita tem a dizer. – ele respondeu brutamente.
– Mas eu acredito que seja muito proveitoso para a seus negócios.
– Já falei que eu não quero ouvir. Vocês são todos uns aproveitadores!
– O sr. Nem sabe o que eu vou dizer?
– Você não sabe nada sobre os meus negócios!
– Escute, por favor!
– Não. Saia por favor, da minha sala.
Margaret esqueceu a educação e se aproximou da mesa dele e disse:
– Você é mesmo um mal educado! Um bruto! Como ousa a me tratar assim? Isso deve ser um habito dessa cidade.
– Saia da minha sala!
– Não antes de você ser educado e me ouvir.
– Saia da minha sala agora!
Ela não mexeu um centímetro. Então ele, ligou para os seguranças. Margaret se enfureceu ainda mais.
– Você é um ignorante!
– Senhorita, por favor, saia. – falou um dos seguranças.
– Não ouse olhar para mim como fez ontem no bar de novo.
– Senhorita, por favor!
Ela saiu da fábrica muito irritada! Como ele pode a tratar assim? Mas se ele pensava que ela iria desistir estava muito enganado.
Enquanto isso, Mr. Thornton estava surpreendido. Como uma mulher podia ser tão valente? Ele havia se encantado com ela ao vê-la noite passada. Estava disposto a procurar informações e quem sabe chama-la para sair, mas depois de conhecê-la... Como ele poderia imaginar que ela era a representante da tal empresa? Se soubesse a teria tratado bem.
Ela era tão bonita! Mas valente.


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