Trinta e Uma Pétalas escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 15
Dia 15 - A Noiva Substituta




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Disclaimer: Sailor Moon é da titia Naoko.

Fic escrita para o Outubro VK! Dia: 15. Tema: Casamento

Essa fic é semi-UA. SilMil. Tem um pouco de Serenity/Endymion também :)

Beta: Yuko Kiryu

A Noiva Substituta

As portas foram fechadas atrás deles, mas Kunzite nem teve a oportunidade de ouvir o baque seco de madeira contra madeira quando o peso da noiva que carregava nos braços desapareceu e ele foi violentamente empurrado contra uma das pilastras da cama, um punhal dourado em seu pescoço.

Ele engoliu seco e ergueu as mãos em posição de rendimento. Embora fosse esse um ato humilhante, sua integridade era indispensável, ele não podia falhar naquela missão. Recebera ordens que o proibiam de morrer.

– Quem é você? Você não é o Príncipe Wezen – nem a posição em que se encontravam ou o tom de voz dela davam chances para que ele a desmentisse.

– E você não é a Princesa da Lua – ele a olhou de cima a baixo. É claro, Endymion havia comentado uma vez sobre o quanto elas eram parecidas e dito que isso muito provavelmente iria acontecer.

– Quem é você?

– Sou General Kunzite, líder do Shitennou.

– Shitennou? – a lâmina foi pressionada com mais força rompendo a pele dele e uma mancha de sangue surgiu em suas vestes. – Da Terra? Como isso é possível? A guarda real foi morta assim como o rei e a rainha! Ninguém sabe o que aconteceu ao príncipe Endymion. Você está mentindo!

– Não estou, posso provar.

Eles se encararam por longos minutos. Ele começou a suar frio quando os olhos dela passaram de um azul pálido para um poderoso dourado. Kunzite tentou ignorar o ressoar das batidas de seu próprio coração e o pulsar de sangue em seus ouvidos. Havia liderado guerras, havia visto seu planeta inteiro perecer, mas nunca estivera com tanto medo quanto agora. Bastava um leve movimento – se ela fosse realmente quem ele desconfiava que era, menos ainda – e ele estaria morto e o Golden Kingdom de seu Master perdido para sempre. Aquela era a única chance que tinham.

Mas, por fim, ela acabou afastando a lâmina.

– Como?

Ele titubeou, não queria mostrar aquilo para ela agora. Ela pareceu notar a luta interna dele e voltou a pressionar a lâmina contra o pescoço do terráqueo.

Como? – ela perguntou outra vez, seus olhos em fendas, sua postura ameaçadora mesmo para uma mulher tão pequena.

Sem alternativas, Kunzite suspirou.

– No meu bolso há uma carta escrita pelo próprio Príncipe Endymion. Ela confirma minha identidade e responde às suas perguntas.

Ela o estudou por alguns segundos, ainda sem se mover, apenas os orbes dourados se movendo levemente de um lado para outro enquanto ela avaliava as opções e escolhia a melhor decisão a tomar. Kunzite manteve os olhos fixos, sem desviar dela, seu destino e o de seu planeta estavam nas mãos daquela mulher, precisava que ela acreditasse nele a qualquer custo.

Mas, por fim, ela voltou a se afastar, mas dessa vez mantendo o punhal no pescoço de Kunzite e com a mão livre puxou um cinturão que era um dos muitos ornamentos das suas vestes de noiva. O cinturão de enroscou a ele como uma serpente, prendendo seus braços ao corpo e o empurrando contra a pilastra e, embora só houvesse uma volta da fina corrente dourada e nenhum nó a vista, ele sabia que jamais conseguiria se soltar sem que ela assim desejasse.

Não havia dúvidas sobre a identidade dela agora.

E foi lutando contra seu instinto de sobrevivência, que ele desviou o olhar quando Sailor Venus, Princesa de Magellan, Líder das Senshi da Lua e reencarnação da Deusa da beleza e do amor se curvou para apanhar o pergaminho no bolso em seu cinturão.

Ela olhou dele para o pergaminho, sabendo bem que não conseguiria quebrar o selo com uma mão. Kunzite se perguntou, se ela o considerava tão perigoso assim, porque ainda não havia chamado os guardas? Aliás, como ela o achava perigoso de qualquer forma, quando ele havia se revelado como alguém completamente a mercê dela? Mas o olhar de Sailor Venus se voltou para a corrente que o mantia cativo e, se decidindo que era seguro afastar o punhal dele, ela recuou. Ainda assim, antes de se voltar ao selo, ela fez questão de revistá-lo a procura por armas. Kunzite se sentiu ainda mais vulnerável quando ela desabotoou os cinturões que seguravam sua espada, jogando a relíquia, ainda em sua bainha, num canto afastado do quarto displicentemente e usou o punhal para quebrar o selo, desviando sua atenção para a carta em suas mãos.

Não era longa, explicava rapidamente que Caan havia sido um dos únicos planetas a fazer um acordo com a Terra depois de um incidente há séculos atrás em que os terráqueos haviam prestado serviço importante salvando um dos príncipes de Caan cuja nave havia caído no planeta azul e, por isso, haviam concordado em, não só abrigar Endymion, mas substituir a Terra como planeta provedor de recursos básicos a Lua na esperança de aliança política, sendo esta o casamento arranjado entre a Princesa Serenity e um dos filhos do Rei Sirius. Quando Beryl e Metalia tomaram o poder, a Rainha Gaia, que era descendente da princesa que havia salvado a vida do príncipe de Caan, conseguiu entrar em contato com o planeta distante para onde enviou seu filho único protegido apenas pelo líder de sua guarda, uma vez que o resto do Shitennou já havia caído sob o domínio da bruxa. Era basicamente um pedido de ajuda, Endymion dizia ter uma arma secreta que, com ajuda, teria grandes chances de derrotar Metalia e salvar o planeta Terra. Mas o príncipe parecia ter pouca esperança de que aquela carta chegaria às mãos de Serenity – a quem a carta havia sido endereçada – mas o teor apaixonado das despedidas confirmava algo de que Venus havia desconfiado há tempos.

– Onde ele está? – ela perguntou entredentes. – E que arma é essa? Se é que tal trunfo existe. Como pode ele não tê-lo usado durante a batalha?

– Ele está bem escondido. Não compreende, senhora? Tudo isso, esse... casamento. Tudo foi um plano para trazê-la aqui.

– Não sou estúpida, senhor general. Sei muito bem que fui manipulada. Só não estão muito claros ainda os motivos.

– Não está claro? Senhora, não é óbvio que precisamos de intervenção lunar? Que estamos desesperados para salvar o que sobrou de nosso reino, de nosso planeta?

– E quem me garante que você e esse Endymion, se ele mesmo for, não estão sob o feitiço da bruxa? Quem me garante que tudo isso não havia sido um plano para matar Serenity?

– Metalia jamais conseguiria ter controle sobre a alma de qualquer um do Shitennou, princesa. Ela só tem poder sobre os mortos.

Venus engoliu em seco, sua mente sendo invadida pelo exercito de cadáveres com quem havia tido que lutar. O homem a sua frente não era um deles, ela tinha certeza, mas mesmo em sua certeza, ela sabia que deveria duvidar de tudo que ele dissesse. Entretanto, o desespero no olhar dele era tão sincero e ela estaria morta antes de se colocar como obstáculo para a felicidade de Serenity, ela bem sabia, que desde que o planeta azul havia se coberto de negro, esperança era a única coisa que mantinha sua princesa viva. Ela se recusava a aceitar que Endymion havia morrido, como todos criam. Ela estava resoluta em jamais perder a esperança, mas Venus se perguntava quando essa fé se transformaria em loucura e a saída para esse problema e todos os outros causados pelo Golpe de Metalia lhe encarava nos olhos agora, com íris prateadas como a luz da lua da onde ela tirava sua força.

– Me leve até o príncipe.

Venus, embora fosse esperado, não pode se impedir de ficar chocada com aparência do príncipe. Ele estava absurdamente magro, os cabelos negros sempre lustrosos, haviam crescido e caiam sem corte, opacos por cima dos olhos que, embora conservassem o mesmo azul profundo de que ela se lembrava, agora eram emoldurados por negras olheiras e pareciam injetados nas órbitas largas demais para seu rosto. Era difícil acreditar que aquele era o mesmo rapaz robusto e orgulhoso de sorrisos misteriosos, mas fáceis, que havia roubado o coração de sua princesa. Ele parecia tão frágil que Venus pensou que ele desmontaria quando fez a revência, mas ela não falhou em notar que, ele pareceu menos desolado, quando ela se desfez de seu véu e eles puderam ficar face a face. Talvez ela simplesmente fosse à promessa de uma esperança que parecia perdida, talvez fosse por sua marcante semelhança com a mulher a quem o príncipe amava, provavelmente um pouco dos dois, mas Venus se sentiu um tanto satisfeita por fazer um pouco de bem àquela criatura em estado de miséria. A conversa com Endymion durou a noite inteira. Ele explicou com dificuldade, e se valendo da ajuda de Kunzite quando o fôlego lhe faltava, tudo que aconteceu na Terra e como e Kunzite e ele conseguiram asilo em Caan.

No final ela não pôde se impedir de perguntar.

– Senhor Endymion, como pretende vencer uma guerra no estado em que está? Você obviamente está doente – e não parece ter muito tempo de vida, ela completou em pensamento.

Ele sorriu e foi a imagem mais triste que ela já havia presenciado.

– Não estou doente, Sailor Venus. O que você está vendo é o que acontece quando o herdeiro do Golden Crystal é afastado do planeta Terra de onde tira sua força.

E antes que ela pudesse dizer algo, ele tirou uma corrente do decote de sua camisa e lá estava ele, o Golden Crystal.

– Eu achava que era uma lenda – disse ela com assombro enquanto a pedra faiscava como se tivesse luz própria.

– Era o que eu também acreditava ser verdade por muito tempo. Sabe que meu povo sempre desconfiou de mágica. Mas o Golden Crystal é bem real, se não fosse por ele, eu e Kunzite não teríamos sobrevivido.

– Essa é a arma de que falou? – ela buscou os olhos de Kunzite, talvez porque basicamente tivessem o mesmo destino, ela sentia facilidade em confiar naquele homem.

– Exatamente – respondeu o príncipe enquanto o general concordava levemente com a cabeça.

Eles ficaram em silêncio. Os dois terráqueos obviamente apreensivos, mas Venus já havia tomado sua decisão mesmo antes de ver Endymion com seus próprios olhos, agora que estava em sua presença e via o estado precário em que se encontrava, Golden Crystal ou não, e ela teria suplicado à Rainha Serenity por ajuda, afinal, devolver a Terra a seus verdadeiros donos e terminar a guerra seria extremamente favorável a Lua. Ainda mais se no fim a Terra ainda ficasse em dívida com o Silver Kingdom.

– Está certo. Vou fazer o possível para ajudar – disse ela decidida, mas completou logo em seguida – mas não fique muito esperançoso e não pense que eu confio inteiramente em você ou que eu perdoei ou esqueci que fui trazida aqui por meio de estratagemas.

Os dois pareceram culpados, Venus quase sorriu.

– Eu não esperava nada diferente, senhora. E obrigado. Essa é nossa última, não, única chance – ele então desviou o olhar de Venus, buscando o de Kunzite. O general meneou a cabeça e Endymion sorriu cansado, fechando os olhos e deixando seu corpo cair pesadamente contra o respaldo de sua poltrona. Havia começado.

A noite que deveria ser de núpcias havia sido cheia de maquinações, planos de ação e discussões políticas. E, embora Venus tenha ido à Caan com todas as intenções de cumprir o que os terráqueos chamavam de "deveres de esposa" – ela teve que se controlar para não rir imaginando se o general imaginava que ela ainda fosse donzela – ela não se sentia inteiramente confortável em levar para a cama um usurpador – não que ela fosse alguém para condená-lo por isso – vindo de um planeta que, apesar da aliança que estava para se formar, era seu inimigo e contra o qual, não há muito tempo, ela havia liderado uma batalha sangrenta.

Mas, quando os sóis gêmeos da galáxia de Nuonope começaram a surgir no horizonte da janela de Endymion, e os recém-casados tiveram que voltar a sua câmara nupcial, Kunzite lhe desejou boa noite e se deitou no chão. Venus não discutiu, sabia que ele era um cavalheiro e terráqueo – embora, é claro, ela achasse tudo aquilo uma tolice, uma vez que ela estava longe de ser a dama delicada que ele provavelmente a pintava, em verdade, Venus era tão soldado quanto ele, talvez até tenha lutado batalhas mais ferozes e em maior número que seu marido – e não agiria de forma diferente. Ela se deitou na enorme cama e encarou o teto decorado, sua mente repassando as cenas do que havia acontecido nas últimas horas em fleches de velocidade vertiginosa, de forma que, ela achou que seria incapaz de pegar no sono, mas foi com especial surpresa que ela se viu sendo despertada por uma criada horas depois. Ela automaticamente procurou Kunzite com os olhos no canto em que ele havia se deitado, mas ele já havia deixado o quarto.

Embora o casamento fosse uma farsa e os principais envolvidos estivessem bem cientes disso, o resto da corte se mantinha ignorante. Sendo assim, os governantes de Caan que, é claro, se sentiam muito felizes em demonstrar gratidão e caridade para com Endymion, ainda esperavam que os demais envolvidos cumprissem sua parte na barganha. E isso envolvia ter um de seus príncipes casados a lendária princesa da Lua. É evidente que, mesmo que Venus não fosse senão a perfeita dublê de Serenity, absolutamente ninguém daquele planeta havia posto os olhos na herdeira do Silver Crystal para atestar que Venus era falsa. Quanto ao "príncipe", em Caan havia tantos que ninguém discutia o fato de nunca se ter ouvido falar de um Príncipe Wezen antes do prestigiado casamento. E, em troca, Caan supriria a Lua das necessidades básicas que antes eram fornecidas pela Terra, já que, embora a Lua fosse rica em muitos aspectos, especialmente mágica, esta não possuía água, terrenos férteis ou sequer uma real atmosfera para ser autossuficiente e, mesmo que sempre dispostos a mandar tropas de soldados e até princesas dotadas de mágica para proteger Serenity e lutar pela Lua, nenhum dos planetas da Aliança de Prata ofereceram proposições de contrato de comércio que não fossem absurdas, explorando o óbvio momento frágil do que por milênios havia sido a maior potência da Via Láctea.

Então, Venus se via forçada a interpretar a noiva apaixonada de braços dados ao sempre sério Kunzite que parecia muito mais incomodado que ela em exibir seu feliz casamento em inúmeros jantares, bailes e saraus. E, talvez porque ela tivesse um tanto saturada de sangue e guerra, Venus se via aproveitando o máximo do que seu "marido" reclamava ser uma perda de tempo decadente.

Mal sabia ele, que de decadência e perda de tempo ela entendia muito bem. Ela ainda se lembrava de sua vida em Magellan, todo aquele ócio e de quando havia pessoas até mesmo para prender suas meias às ligas. Embora fosse um pouco estranho no começo – principalmente pelo fato de ela ter se descoberto ignorante em coisas que suas novas irmãs consideravam como corriqueiras – quando foi mandada para Lua, mas uma vida mais modesta lhe trouxe também muita liberdade e Venus chegava a se irritar com os modos de seu planeta natal toda vez que fazia uma visita. Mas que ela preferia as festas de Magellan ela preferia e as de Caan, embora não tão majestosas, não deixavam muito a desejar. Ela então se pegou revivendo os velhos tempos, se divertindo também com o desconforto de seu "marido" toda vez que um nobre fazia por ele algo que Kunzite se sentia perfeitamente capaz de fazê-lo por si só ou quando ela explicitamente o tocava de forma que jamais faria na privacidade da câmara que dividiam. E, enquanto eles dançavam as muitas valsas dos bailes e mascaradas ela o enchia de perguntas sobre a vida na Terra e testava seus limites com flerte e brincadeiras, afinal, eles não tinham mais o que fazer pelo tempo que precisariam manter aquela farsa mesmo. Além disso, ela se sentia intensamente satisfeita quando algo que ela dizia fazia com que ele desfranzisse seu cenho, sempre preocupado, por alguns momentos e catalogava os breves sorrisos que conseguia arrancar dos lábios dele em seu álbum mental de vitórias.

Venus também sempre tirava um momento do dia para visitar Endymion e sempre encontrava Kunzite ao lado do príncipe, ele sempre deixava o quarto que dividiam bem cedo para se juntar a seu Master e só o abandonava para se juntar a ela no salão à noite. Ela tinha conversas muito mais produtivas com o monarca do que com Kunzite, não só pelos planos que faziam, mas porque Endymion embora não se pudesse considerar alguém falante, se esforçava para continuar a conversa ao contrário de certos generais monossilábicos – os comentários de Venus sobre o assunto geralmente arrancavam olhares mortais de Kunzite e risos de Endymion – mas exceto por uma vez nunca falavam sobre Serenity.

Foi um dos raros dias em que estavam sozinhos. Venus não tinha compromissos naquela manhã e Kunzite tinha, a contra gosto, ido se encontrar com o rei de Caan. Ela e o príncipe jogavam cartas na varanda do quarto do terráqueo quando ela finalmente perguntou o que havia lhe perturbado por algum tempo.

– Porque não pergunta sobre ela, senhor? – pois às vezes ela o pegava a olhando com uma nota de saudade que ela sabia ser direcionada a outra pessoa.

Ele não levantou os olhos de sua mão de cartas, mas Venus pode ver por baixo da pele fina de seu rosto magro – embora ele tivesse visivelmente melhorado de saúde desde que ela havia anunciado que a rainha da Lua estava mandando um emissário a Caan para estudar seu caso – a mandíbula tencionar.

Foram longos momentos antes que ele finalmente dissesse num sussurro:

– Que direito tenho eu de saber algo assim, senhora?

As palavras partiram o coração de Venus, mas ela não teve a oportunidade de insistir, pois Kunzite havia voltado.

Tão distante de casa e cercada de festas, às vezes era fácil esquecer que uma guerra horrível era travada e que ela era peça importante nesta, mas uma noite, gritos horríveis lhe trouxeram de volta ao campo de batalha. Ela acordou assustada, mas notou que os gritos não haviam cessado com o fim do sonho e notou que eles vinham do local onde Kunzite havia feito sua cama.

Ele se retorcia e se debatia entre os lençóis de sua precária acomodação jogando-os para os lados, a franja clara colada na tez escura e franzida enquanto ele lutava preso em seu pesadelo.

Tentando despertá-lo, Venus de levantou e o sacudiu pelo ombro, numa fração de segundos se viu jogada no chão, imobilizada por um corpo muito maior que o seu. Ela podia notar que nos olhos prateados arregalados e confusos, havia uma nota de medo também, a respiração quente dele soprou sua franja para longe. Ótimo, ela pensou, que ideia maravilhosa essa tinha sido aquela de acordar um soldado, ainda mais um tão paranoico quanto Kunzite, era por pura sorte que ele não havia a machucado no susto.

– O que está fazendo? – ele perguntou. Foi a vez dela pestanejar surpresa, aquela tinha sido a primeira vez que ele falava com ela sem nenhuma cortesia.

– Você estava tendo um pesadelo, senhor.

Ele ainda respirou fundo duas vezes antes de rolar para o lado soltando-a.

Venus engoliu em seco, não havia sentido medo quando ele estava em cima dela, mas algo completamente diferente. Não é como se ela não tivesse reparado antes no quanto ele era atraente, mas eles estavam ocupados com tantas outras coisas e se ele houvesse algum interesse por ela, escondia muito bem.

– Perdão, senhora, eu não tive a intenção de agir de tal maneira.

Ela riu se sentando.

– Não seja ridículo, você não fez por querer – ela se virou para olhá-lo, seu cabelo caindo em cascatas quando ela se inclinou para dizer com uma entonação maliciosa – não que eu fosse reclamar se assim fosse.

E a expressão envergonhada que ele fez ao ouvir isso a fez gargalhar.

Ela se levantou e estendeu o braço para ele.

– Venha.

Ele franziu o cenho confuso.

– Para onde a essa hora?

Ela revirou os olhos.

– Para a cama, senhor meu marido.

– Senhora, isso não seria apropriado.

– Oh, por favor! Não me admira que você esteja tendo pesadelos deitado nesse chão duro. Não vou conseguir dormir com você fazendo todo esse barulho, não posso te mandar para fora do quarto sem levantar suspeitas e preciso do meu sono de beleza, logo, não temos outra opção: venha para a cama – ela se agachou apanhando a mão dele e o puxando para a cima com surpreendente força – juro que não vou te imitar e pular em cima de você.

Estava muito escuro para ter certeza, mas ela tinha a forte impressão que havia conseguido fazer seu querido general corar, mas no fim, ele acabou se juntando a ela na cama e, mesmo que ele tivesse feito o máximo o possível para não tocá-la Venus sempre acordava com a distinta sensação de que havia passado a noite abraçada a alguém.

Uma noite ela ouviu risos ao adentrar o quarto de Endymion e sua curiosidade e surpresa só aumentaram ao buscar o olhar de Kunzite e ele lhe virar o rosto, claramente desconcertado.

– O que está havendo aqui? – ela dirigiu a pergunta para o risonho Endymion.

– Ah não é nada – ele respondeu. – Nosso Comandante General aqui só está enfrentando um probleminha na corte.

– Endymion! – Venus olhou surpresa para o "marido", era a primeira vez que ela o via chamar o príncipe por algo que não fosse apropriado como "Master" ou "Alteza" – senhora, por favor, não dê a atenção a vossa alteza. Master pode ser bem infantil às vezes – pediu ele em tom de súplica e se virando para ela como se incapaz de ignorá-la por muito tempo.

Só serviu para deixar Venus ainda mais curiosa.

– Não seja assim, querido senhor meu marido, entre um casal não deve haver segredos.

A expressão que ele fez então foi hilária, olhos arregalados e queixo caído, Venus e Endymion caíram em risos.

– A conversa com vocês dois está impossível essa noite, vamos senhora – ele se aproximou oferecendo o braço – está na hora de irmos para o salão.

– Oh não, agora quero saber – ela se esquivou do general e se sentou ao lado do príncipe. – Endymion, o que perturba os pensamentos de meu querido Kunzite?

O sorriso maligno que Endymion lançou ao general era toda a prova que Venus precisava de que o príncipe era muito longe do santo que lhe pintavam e ele aparentava ser para olhos desatentos.

– Minha cara senhora, veja que absurdo. Meu general acabou de me informar que a senhora tem uma rival nesta que nós pensávamos ser uma respeitável corte de caninos muito bem adestrados – ela mordeu o interior das bochechas para não destruir sua fachada preocupada e rir ali mesmo – mas uma senhora em especial está demonstrando interesses não correspondidos para com seu honrado marido.

– Será isso verdade? – ela perguntou, ainda tinha vontade de rir, mas sentiu um estranho nó de nervosismo apertar suas entranhas quando buscou o olhar de Kunzite que, ainda muito constrangido apenas assentiu com a cabeça. – Mas isso não pode ser. – Ela se levantou da cama de Endymion – vamos ter que resolver isso hoje mesmo.

– Oh, como eu queria assistir isso – disse Endymion antes de eles se despedirem.

O caminho para o salão foi em silêncio e se Kunzite parecia incomodado com a situação, ele não demonstrou ou talvez tenha sido o simples fato de Venus não estar prestando muita atenção. Ela somente tentava deduzir qual das muitas damas da corte estava assediando o general. Estava tão presa em pensamentos durante o jantar que Kunzite teve que chamá-la pelo nome duas vezes quando todos se levantaram para a dança. E foi no meio de uma valsa que ela não pôde mais controlar sua curiosidade.

– Quem é ela?

– Senhora...

– Por favor, senhor general, estou realmente curiosa!

– O que fará se eu contar?

– Te prometo que ela, nem mais ninguém, nunca mais irá te incomodar.

– Senhora, não sei se essa é uma boa ideia...

– O que foi? Não confia em mim?

– Não é isso é que...

– Por favor, o que custa dar a essa Senshi entediada um pouco de diversão? Não é como se você não fosse ganhar nada com isso. Ou será que o general secretamente se deleita com as investidas de sua admiradora canina?

– Jamais!

– E então?

Ele suspirou.

– Lady Adhara.

Venus – com dificuldade, pois mesmo que usasse saltos Kunzite não era somente bem mais alto que ela, mas possuía os ombros mais largos que ela já havia visto e que complementavam perfeitamente seu físico de guerreiro – tentou buscar por cima do ombro de Kunzite a dama de cabelos preto-avermelhados.

E depois de leve procura, lá estava ela, era uma senhora bonita, era difícil comparar idades entre raças diferentes, mas Lady Adhara aparentava ser bem mais velha que Kunzite. As orelhas caninas no topo de sua cabeça adornada com bonitos enfeites se mexeram nervosamente quando Venus – com um de seus sorrisos doces mais malvados – fez contato visual com caaniana. A canção havia acabado, geralmente era nesta hora que a ciranda rodava e Venus teria que dançar com outro cavalheiro e aqueles segundos de silêncio eram muito oportunos para o plano que ela tinha em mente.

Agarrando a mão de Kunzite, ela forçou lágrimas para seus olhos e se virou para o resto das pessoas no salão.

– Boa noite! Perdão pelos meus modos rudes e por interromper essa graciosa dança, mas eu tenho um anúncio a fazer – um par de olhos chocados e dezenas de pares de olhos atentos se voltaram apara ela. – Eu sei que embora seja costume, casamentos arranjados não são dos mais românticos e, em muitos casos, afastam promessas de felicidade, mas – ela fez uma pausa para voltar a olhar para Kunzite, seu rosto tão dramaticamente repleto de afeição que ele se sentia enjoado como se houvesse acabo de comer uma colher cheia de puro açúcar – esse não é o nosso caso. Eu estou muitíssimo feliz em meu casamento e é com prazer que anuncio que nós já estamos esperando nosso primeiro herdeiro!

Se Kunzite não tivesse recebidos ordens expressas para não morrer, ele teria caído duro ali mesmo. Especialmente quando ela sorriu para ele e o beijou na frente de todos. O salão que já estava em alvoroço com a notícia, explodiu em vivas, mas o som parecia desaparecer a sua volta quando ela enfiou os dedos por entre seus cabelos lentamente fazendo aquilo tudo durar muito mais do que deveria.

– Onde sua honrada esposa e mãe de seu futuro filho, ou eu deveria dizer, primeira ninhada de filhotes está?

– Essa conversa é para me distrair do fato que você não comeu todo seu café da manhã, alteza?

Endymion revirou os olhos e espetou raivosamente um pedaço de fruta no gafo e enfiou na boca, mastigando de boca aberta para dar ao general privilegiada visão de sua refeição sendo consumida. Embora ele parecesse muito mais bem disposto desde que Venus havia chegado a Caan, o tempo longe da Terra só havia aumentado e Kunzite podia ver a saúde de seu Master deteriorando progressivamente. Ultimamente, ele vinha experimentando muitas náuseas e eventuais febres. Kunzite fazia de tudo para que ele se alimentasse o suficiente e pegasse sol caminhando pelo jardim ao menos uma vez por dia, mas Endymion não tinha somente suas debilidades como limitações, mas também seu gênio que podia ser extremamente difícil de lidar às vezes.

– Responda, Kunzite – disse ele ainda de boca cheia – onde a senhora Venus está? Quero conversar com alguém que não pareça ter algo enfiado no traseiro o tempo todo.

Kunzite suspirou.

– Ela está ocupada. Recebendo visitas.

Kunzite tinha saído mais cedo aos jardins para buscar Venus quando presenciou a cena dela literalmente pulando nos braços de um homem alto de cabelos brancos como os seus, mas mais longos. Ele também tinha orelhas de animais, mas eram diferentes das próteses que ele mesmo usava em seu disfarce ou das pessoas na corte de Caan. O shitennou sabia que era estúpido, sabia que era absurdo e que ele não tinha o menor direito de estar sentindo aquelas coisas, mas vê-la nos braços daquele homem o fez se sentir como se Nephrite – o mais forte de seus irmãos – houvesse lhe esmurrado o estômago. Ele deu meia volta antes que eles o visse e só conseguiu andar sem sentido por dentro do palácio, a cena que presenciara se repetindo em sua mente, quando lhe ocorreu que aquele homem tinha uma lua crescente na testa.

– Visitas? Será que...?

– Sim, alteza – ele tentou sorrir para o rosto iluminado de esperança de Endymion – creio que seja o mensageiro da Lua.

O príncipe respirou fundo, alívio e êxtase presente em seu rosto enquanto ele se recostava aos travesseiros.

Horas depois, uma radiante Venus surgiu com o visitante. Ela o apresentou como Artemis, um nativo do planeta Mau, mas que usufruía de privilégios por servir a Rainha da Lua. Ela também expôs para eles a posição de Artemis como seu guardião e amigo e não largou o braço do Mauiano durante toda a conversa. O mensageiro trazia as proposições de Rainha Serenity e depois de muita discussão, Endymion concordou com as exigências da Grande Rainha e o contrato foi assinado. A Aliança de Prata de juntaria ao Príncipe Endymion para reconquistar o planeta Terra. Em troca, a Terra se comprometia a se manter fiel a Aliança de Prata, tal como concordava com inúmeras clausulas que basicamente transformava o planeta em território anexo da Lua, mesmo que Endymion pudesse manter sua posição.

Caso a proposição tivesse sido feita antes do Incidente, teria gerado uma guerra por si só, já que os antigos monarcas jamais aceitariam nem sequer a ideia de tal tratado, mas contra Beryl e Metalia e na posição em que estavam, Endymion e Kunzite, talvez os únicos sobreviventes de toda uma raça, não tinham melhor escolha além de aceitar.

Dois dias depois de Artemis ter deixado Caan com o contrato assinado, Endymion piorou.

A febre forte não queria passar, a ponto que o príncipe começou a ter delírios terríveis. Venus tentou ajudar Kunzite e os criados a cuidar do príncipe como pôde, mas era impossível impedir as lágrimas de caírem livremente enquanto o ouvia suplicar para que Beryl poupasse a vida de seus pais, o desespero com o qual ele chamava os nomes do resto de sua guarda, mas foi quando ele chamou por Serenity – a voz lacerada de sofrimento – que ela pediu desculpas a Kunzite e deixou o quarto. Ela que era tão valente perante a morte no campo de batalha, não tinha ideia do que fazer ao ver alguém à mortalidade de maneira tão crua a sua frente. Ela desejou mais do que tudo que Mercury estivesse ali, Mercury sempre sabia o que fazer. Ela desejou a coragem e fé inabalável de Mars e ouvir as palavras doces de Jupiter que era boa como ninguém em oferecer um ombro amigo a quem precisasse. Fazia tanto tempo que não via suas irmãs! Sentia tantas saudades que o sentimento parecia a engolir por dentro e isso porque ela sabia que suas Senshi estavam bem e se comunicavam com frequência. Não tinha ideia como Kunzite suportava a completa ausência de conhecimento sobre o estado de seus irmãos tão mais frágeis que as guerreiras que ela havia deixado em casa. E, pela primeira vez, ela, Venus, vinda de uma raça de semi-imortais e quase-deuses havia pensado no quão forte era o coração humano para suportar tais tormentos.

Estava tarde quando ele entrou no quarto. Os cabelos e roupas em desalinho, o semblante cansado com enormes bolsas embaixo dos olhos e linhas de preocupação na testa. Venus, que não tinha se sentindo nada além de inútil e miserável desde que havia deixado o quarto de Endymion, e chorado por maior parte do tempo pelo príncipe que ela havia odiado por tanto tempo por ter seduzido sua princesa e a posto em perigo – e se ela havia pensado que havia sentido saudades de Serenity durante o tempo que passou em Caan, nunca havia desejado mais que a princesa tivesse ali como agora – mas agora sinceramente via como um amigo.

Ela se levantou de sua posição sentada aos pés da cama e caminhou até Kunzite o pegando pelas mãos sem pensar direito em suas ações.

– Como ele está? – perguntou temerosa.

Ele soltou um de seus longos suspiros cansados e meneou a cabeça, recostando sua fronte a de Venus.

– Ele vai ficar bem.

O alívio explodiu em seu peito e escapou em soluços, ela largou as mãos de Kunzite para abraça-lo pelo rosto, chocando seu corpo ao dele enquanto chorava, o beijava o rosto, nariz, bochecha, ombros, onde pudesse alcançar e balbuciava agradecimentos que não sabia se eram bem para ele, mas que ela sabia que ele compreendia. Ele não a recusou a abraçando forte pela cintura e eles ficaram daquela forma, consolando um ao outro por longos momentos até que Venus parasse de chorar.

Quando ela se acalmou, separou o abraço o suficiente para buscar os olhos dele, os dois deviam estar uma bagunça pensou, quem diria que aquela dupla maltrapilha coberta de lágrimas eram glamorosos o suficiente para terem passado os últimos meses convencendo a todos de que eram realeza? Ela teve a louca vontade de rir e sorriu de leve, sentindo uma violenta onda de afeição quando percebeu que o rosto dele também estava molhado. Os olhos dela desceram do olhar tempestuoso dele para cair nos lábios que eram um pouco grandes e sempre pareciam um tanto cruéis.

– Senhora – disse ele com a voz rouca – nós realmente não deví...

Mas era tarde demais, ela não estava disposta a ouvir nada naquilo. Venus ficou na ponta dos pés, pressionando mais ainda o corpo contra o dele enquanto o beijava com fervor.

– O que você disse? – perguntou ela sem fôlego depois do terceiro ou quarto beijo.

Kunzite sorriu de lado e a colocou no colo, eles ainda tinham os lábios selados quando ela sentiu a superfície macia da cama de chocar com suas costas.

Uma semana depois, se concluiu o tempo definido no contrato que os noivos deveriam ficar em Caan e, como esperado, as naves que levariam os três passageiros de volta a Lua arparam da estação aérea do planeta dos híbridos caninos.

Endymion estava tão ansioso que não os provocou a viagem inteira. Mesmo não expondo, por falta de melhor palavra, o relacionamento abertamente ao príncipe, descobriram que ele era de fato ótimo observador ou eles eram ridiculamente óbvios.

Venus também estava um poço de ansiedade. Mal esperava para ver sua família outra vez. Estava morrendo de saudades de todas as suas irmãs, sua princesa, até mesmo da rainha com a qual ela raramente passava o tempo. Sentia saudades de Luna e mesmo de Artemis mesmo que tivesse o visto há pouco tempo. Sentia saudades de sua cama, do Palácio que chamava de lar. E, ao mesmo tempo, não poderia estar mais apreensiva com a guerra eminente, a saúde frágil de Endymion a reação que Serenity teria...

E ainda havia Kunzite.

O amor da verdadeira Serenity por um terráqueo não havia trazido outra coisa além de infortúnio e ela temia que os sentimentos cada vez mais difíceis de ignorar pelo homem com o qual havia tido seu casamento arranjado fossem precursores de mais desgraça.

Mas qual não foi a sua surpresa ao chegar à estação espacial e encontrar suas Senshi e até Serenity os esperando. Serenity que não deixava o quarto há quase dois anos desde que Endymion havia sido dado como desaparecido e provavelmente morto.

E o príncipe, mesmo muito debilitado – ela raramente o via fora da cama em Caan – juntou todas as suas forças para caminhar até sua amada que tinha o rosto brilhante de lágrimas, mas foi impedido por um serzinho de cabelos rosados e babados brancos que o agarrou pela perna o olhando com enormes olhos vermelhos.

Com dificuldade, Endymion se agachou para ficar mais próximo a altura da menina.

– Oh Serenity... Ela é minha? – mas não havia uma gota de desconfiança em seu tom, somente assombro e afeição.

Venus viu a princesa assentir profusamente antes de correr para os braços de seu amado e a filha que seu amor havia produzido.

Chocada, mas repleta de felicidade, a líder das Senshi lançou o olhar pra suas irmãs que menearam a cabeça em sua direção, depois ela se voltou para Kunzite e notou que já fazia tempo que ele tinha os olhos grudados nela. Agarrando a mão se seu amante ela fez uma promessa muda que, embora a Terra ainda parecesse ao longe uma enorme pérola negra, não havia nada neste ou no próximo mundo que a iria impedir de pôr um fim a aquela guerra e assegurar a felicidade e segurança de todos que ela amava.

N/A: Eu sinceramente não sei como essa fic se tornou esse monstro. A parte engraçada é que essa é uma segunda versão desse tema. Eu larguei a primeira versão meio porque, pasmem, TINHA FICA DO MUITO GRANDE! Como já diria meu querido Neji quando ele tinha treze anos e era um pé no saco: DESNITY!

Espero que vocês tenham gostado, foi a primeira vez que eu tentei colocar um pouco do meu gosto adquirido por tramas políticas com uma fic de FMA chamada "Homecomings" (VÃO LER!) e o a série de audiodrama da Big Finish "Gallifrey". Embora eu tenha tentado não me aprofundar muito, minha intensão era de deixar isso aqui breve haha.

No final foi outra fic com gosto de contos de fada, talvez por eu te comprado aquele box da Zahar na bienal esteja me educando nos contos que eu não conhecia, ou talvez porque eu simplesmente ame demais esse tipo de narrativa.

Beijos e até o próximo tema!


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