Deixar de amar…

- Você ta diferente…! – concluiu após observá-la por um longo tempo na festa.

- Você quer dizer, determinada. Sim estou assim sim.

- Mudou porque? Eu gostava da antiga Leah. Ela era feliz. – se referiu a menina com quem ele deveria casar-se.

- Não, o que eu me lembro é da tristeza, e sim mudei. Quando se vive como eu, tende-se a mudar.

- Eu…

- Não! Chega de desculpas, Sammuel. Cansei delas. E… deixa pra lá! – arrependeu-se no mesmo instante.

- Fala.

- Não, esquece.

- Fala logo, Lee-Lee.

- Não me chama assim. É Leah! Leah ouviu?

- Ouvi.

- Eu ia dizer que, só porque parei com os pensamentos ácidos, não significa que eu te esqueci, só que me dei por vencida. As vezes a gente cansa da rejeição, sabe.

- Se eu pudesse escolher entre vocês… você já seria minha esposa.

- Eu sei. A culpa não é sua. Nunca foi, eu te admiro muito por isso.

- Pela culpa não ser minha?

- Não; você sempre me protegeu por causa disso, eu dificultava as coisas pra todos, até pra ti.

- Você ta… tava sofrendo. Normal, oks? Mas como andam as coisas? Com você e Ryan.

- Yep, Emily deve estar te procurando. – cortou-o sem querer falar do assunto complicado, que era seu namoro.

- Mama eu non xei, mas eu quelo fikah com a xixia. Podi? – perguntou o sobrinho de dois aninhos.

- Claro fofinho. – pegou-o no colo e sorriu, ele era a cara do pai, com os olhos da mãe.

Naquele momento ele apercebeu-se perdido num passado distante. Em sonhos, que foram destruídos, em vidas que foram apagadas, em destinos esquecidos.

- Xixia vuxê vai no meu anivesálio? – perguntou com os olhinhos brilhantes.

- Sempre.

Ele tinha certeza, ela podia estar com outro, mas sempre seria a sua pequena Leah. Aquela por quem se apaixonara. E aquela a quem ele fizera tanto chorar. E ainda mais, aquela por quem ele tinha o prazer de entregar, em mãos, ao irmão mais velho, Ryan Uley.

The End…