In My Heart escrita por The Lady


Capítulo 1
Cause I Just Can't Let You Go


Notas iniciais do capítulo

Feli aniversario super-hiper-mega atrasado Nina!



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In My Heart — Capitulo I

Cause I Just Can't Let You Go — Único

Começara numa bela tarde de verão, os olhos azulados de Blake Prince estavam focados na janela ao seu lado, a grande vantagem de sentar na última fila da sala. O relógio marcava 09:22 e a garota contava os minutos que ainda faltavam para finalmente poder sair da prisão que muitos chamavam de escola. Ao seu lado Vincent Sullivan simplesmente parecia distraído demais desenhando algo no caderno para prestar atenção em qualquer outra coisa. Nenhum dos dois reparara no outro, e aquilo não parecia ser um detalhe que seria de algum modo importante em suas vidas.

09:30 o agudo som da sirene soou e a professora de ar severo ajeitou os óculos negros que usava antes de dizer que poderiam sair. Blake foi uma das primeiras a levantar da cadeira e prontamente ir em direção da porta, esbarrando no ombro do mesmo garoto que sentara ao seu lado durante toda a aula, os olhares de ambos se encontraram permaneceram apenas se encarando em silêncio por alguns segundos, algo que nem mesmo ambos sabiam explicar os prendia ali.

— Senhorita Prince, Senhor Sullivan gostariam de se retirar? — A professora indagou, após terminar de arrumar suas próprias e coisas e estar próxima de sair da sala.

A voz da mulher os despertou do transe em que se encontravam e ambos saíram da sala ao mesmo tempo cada um indo para uma direção. A garota suspirou assim que comprou uma coisa qualquer na cantina do local e sentou-se num banco debaixo da sombra com o grupo de amigos.

— Ei! — Uma das garotas falou, cutucando a amiga. — Você está me ignorando? — Indagou, balançando as mãos na frente do rosto de Blake.

— O que? — Confusa a garota de cabelos dourados olhou um tanto surpresa para a amiga ainda acenando freneticamente para ela.

— Aonde você estava? Mystic Falls¹? — Indagou, um sorriso travesso na face.

— Talvez, cara Elesma²! — Blake riu juntamente com a amiga, Elena Osborn.

Ambas continuaram conversando, logo acrescentando os outros integrantes do grupo em sua conversa, por ora o “acontecimento apocalíptico” da sala de aula fora esquecido pela loira, embora o olhar do garoto ainda insistisse em aparecer em sua mente vez ou outra.

Quando a sineta soou novamente, os relógios já anunciavam 10:00 e todos tiveram que voltar a suas salas, Blake tinha um pequeno sorriso no rosto, ninguém poderia culpa-la se gostava de química afinal.

— Sentem-se. — O professor anunciou adentrando a sala fazendo todas as conversas cessarem. — Organizarei duplas e darei uma tarefa com trinta questionários, quero tudo respondido e explicado até o final da aula. — Pegou a chamada começando a chamar por nomes aleatórios. — Prince e Sullivan, Davids e Mason...

Blake foi obrigada a procurar por toda a sal com olhos, por não lembrar exatamente quem tinha o sobrenome Sullivan, porém não demorou muito para que o garoto que vira mais cedo senta-se ao seu lado e pegasse seu caderno continuando a desenhar. Logo que o professor passou a folha por sua mesa, o garoto abriu numa pagina cheia de anotações, e começou a responder juntamente com ela a folha. Ambos pareciam ser a única dupla que não conversava sobre coisa nenhuma, e embora o silencio fosse desconfortável falar parecia ser pior ainda.

As trinta questões foram encerradas em questão de poucos minutos e logo a tensão entre ambos estava ainda mais palpável. Blake suspirou audivelmente observando que muitos poucos além deles já haviam terminado e as poucas pessoas de seu círculo social que o haviam feito estavam distantes demais para que pudessem conversar sem chamar a atenção do professor.

“Olá” — Ela anotou numa folha de seu caderno passando-a lentamente para o garoto ao seu lado, um tanto hesitante. Quando a folha estava a sua frente Vincent encarou-a por alguns instantes antes de pegar uma caneta.

“Oi?!” — Foi o que ele respondeu, ela viu após receber a folha de volta.

“Vamos conversar? ”

“Sobre? ”

“Qualquer coisa”

“Meu nome é Vincent”

“Blake”

“15 anos”

“Idem”

“Fale alguma coisa! ”

“Qual é a sua comida favorita? ”

“Pizza!!!”

“Isso engorda!!”

“A sua é salada por acaso? ”

“Sorvete!!”

“Isso também engorda! ”

“Você não pode provar nada, comedor de pizza”

“Posso sim, comedora de sorvete”

Ambos riram se encarando por alguns instantes, rindo baixinho.

“Planos para hoje à tarde, C.D.S.? ”

“Não. C.D.P. (provavelmente sequestrados de comedoras de sorvete inocentes). Porque? ”

“Eu conheço uma sorveteria perto do parque no centro. Quer ir lá? ”

“Porque eu sinto que é má ideia sair com alguém que acabei de conhecer”

“Tecnicamente nos conhecemos desde o fundamental, estudamos juntos desde o segundo ano, esqueceu? ”

“Sua presença é irrelevante (brincadeira, lembro). Mas aceito te acompanhar até lá e ter meu sorvete pago”

A campa bateu e cada um seguiu seu caminho, embora Blake tenha dobrado e guardado cuidadosamente aquela folha dentro de sua pasta. No fim das aulas, poucos minutos depois das 12:30 os dois se encontraram no grande portão, pelo qual uma onda desesperada de alunos de idades que variavam entre três e dezoito anos saia do colégio como se sua vida dependesse disso.

Andaram por algum tempo em silencio, até que depois de chegarem perto do centro da cidade onde uma multidão de pessoas caminhava apressadamente, Vincent se pronunciou.

— Posso segurar sua mão? — Os olhos esverdeados dele se focaram nos dela. — Para que não nos percamos um do outro.

A garota estendeu a mão para ele, esta que foi prontamente segurada, ambos começaram a andar contra a multidão, e passaram um longo tempo andando até chegarem na sorveteria por ele mencionada anteriormente, o detalhe de que estavam com as mãos juntas e os dedos entrelaçados passava despercebido por ambos.

Sentaram-se na mesa enfim separando as mãos, começaram a analisar os cardápios, os olhares por vezes se encontrando por cima das páginas azuladas com letras róseas.

— O sorvete daqui é bom?

— O melhor possível para algo tão comum.

— Sorvete é a melhor comida do mundo.

— Mesmo que tecnicamente não seja uma comida, e sim um lanche?

— Idiota.

— Infantil.

— Vamos virar crianças no meio de uma sorveteria?

— Talvez. — Ambos começaram a rir novamente em seguida, e para todos que também estavam no local, ou que passavam por ali era impossível não os associar a um casal de namorados. Ambos se viram novamente como na primeira vez que realmente prestaram verdadeira atenção um no outro, os olhos fixos, uma estranha atmosfera de segurança e afeto os rodeava, e para a garçonete ruiva e aproximava-se em passos lentos da mesa, parecia errado quebrar tal clima.

— Com licença o que desejam? — Indagou, percebendo o nervosismo e a vergonha leve que fez ambos erem as bochechas tingidas de vermelho por alguns instantes antes deles se recomporem.

— Eu quero um milk-shake de chocolate com cobertura extra, e ursinhos de goma por cima. — A garota murmurou, os olhos fechados.

— A mesma coisa que ela. — Ele falou, olhando para o céu através das janelas do local.

Para Janet. A garçonete, os dois pareciam um doce e inocente casal que descobria agora a quantidade portas que a paixão abria para eles. Eles lhe lembravam ela e seu primeiro namorado.

Trouxe os pedidos em alguns poucos minutos, vendo como ambos sorriam juntos, rindo de algo que algum dos dois falara.

Logo após comerem e pagarem a conta, Vincent pagou mais uma casquinha mista para a garota, e assim começaram a andar sem rumo por alguns minutos até depararem-se com uma grande construção que se assemelhava a um palco, com uma pequena multidão observando uma banda fazer cover de músicas.

— Eu amo essa música. — Blake confidenciou com um sorrisinho, antes de sentir novamente sua mão sendo pega pelo garoto e arrastada para frente. Quando ele parou haviam conseguido atravessar todas as pessoas estando assim próximos ao palco, a garota sorriu para ele mexendo-se levemente ao som da música. Passaram por volta de vinte minutos ali antes do show dar-se por encerrado. Foram para o parque próximo dali, ventava fortemente e ambos sentaram num banco debaixo de uma macieira, com o passar do tempo Blake deixou-se adormecer encostando-se no ombro de Vincent, que após perceber que ela dormia pôs o braço por trás da cabeça dela, deixando mais confortável para a garota, com o tempo até mesmo ele sentiu os olhos pesarem e adormeceu com a cabeça encostada na dela. Quando acordaram meia hora depois foram o caminho toda do parque até a casa dela conversando.

— Muito obrigada por hoje. Foi ótimo. — Ela falou no ouvido dele enquanto o abraçava na frente do portão da própria casa.

No dia seguinte continuaram conversando e com o passar dos dias, semanas e meses ambos se viam cada vez mais imersos na vida um do outro. Com o tempo Vincent já sabia que ela dançara balé até os treze anos de idade, que tinha um irmão mais velho fazendo intercambio e que tinha um sinal em forma de coração na coxa direita; E Blake já sabia que o garoto já ganhara inúmeras medalhas em diversos esportes, que era natural da Alemanha e que tinha um amor irracional (maior que por pizza) por quadrinhos japoneses³.

Tudo permanecera perfeitamente normal, as estações passaram-se lentamente cada uma cheia de alegria e carinho e foi nesse clima caloroso que o inverno foi recebido de braços abertos pela dupla, o ano letivo estava prestes a encerrar-se e um baile fora organizado pela escola, o tema envolvia desde os mangás pelos quais Vincent era apaixonado até os irritantes desenhos infantis da atualidade.

Vincent fantasiara-se com um terno comum, luvas brancas e um brilhante conjunto de facas prateadas, e forçara Blake a vestir-se com um vestido rosa com flores e babados demais na opinião da mesma, longas luvas, um chapéu com flores de modo que seu olho direito ficasse coberto, ela também lhe dera um anel com uma pedra azulada⁴ (a fantasia fora escolhida por ele já que de início ela queria botar um vestido vermelho, botas amarelas e falar oinc, oinc⁵)

Dançaram, conversaram, Vincent tentara milhões de vezes explicar-lhe sobre do que se tratava o anime do qual ambos tinham se fantasiado. A noite correra normal até o momento em que durante uma das muitas danças da noite, eles se aproximaram demais, as respirações eram facilmente sentidas e para ambos fora involuntário diminuírem ainda mais o espaço entre si. O beijo tinha o peculiar gosto da mistura entre o gloss de morango dela e as balas de hortelã que ele havia comido anteriormente, os movimentos pareciam ter sido ensaiados, e ambos se separaram apenas pela necessidade humana de ar ter prevalecido. Porém não demorou muito para que Blake tivesse percebido o que acabara de acontecer e sair correndo dali. No dia seguinte ela evitou-o completamente, tal como no outro e em todos as duas semanas que se seguiram antes do fim definitivo das aulas.

Ela não viu-o pelo resto do mês de dezembro, sua existência parecia ter sido apagada do mapa, em seu celular havia apenas uma mensagem dele, enviada na semana seguinte a daquele acontecimento.

Quando o ano começou novamente e ela retornou a escola, as coisas tornaram-se ainda mais complexas. Vincent Sulllivan não estava na sala, nem ao menos na chamada, não havia mais nenhum nome entre Victoria Mason e Ysadora Allen. Ela por fim cedeu a sua curiosidade e conferiu a mensagem que a muito constava na seção de não lidas de seu celular.

“Blake,

Você provavelmente está querendo me matar, ou se matar, você é inconstante demais para que eu saiba exatamente o que se passa em sua mente...

Sinto muito, de verdade. Eu não sei o que você está pensando enquanto lê essa mensagem, mas eu gostaria que você não me odiasse. Eu gosto de você, Blake, talvez mais do que como um amigo, mas eu respeito seus sentimentos e se você pensa o contrário e até mesmo repugna pensar em nós dois juntos, eu não lhe incomodarei mais.

Esta é minha última mensagem, estou indo para a Alemanha vou ficar com minha irmã e se isso lhe deixa feliz não voltarei mais. Espero sinceramente que não me odeie.

— Vincent.”

— Idiota! — Foi o que ela gritou jogando o celular na cama, fazendo-a subir minimamente antes de voltar com a tela na colcha. — Idiota, idiota, idiota....

Logo a garota via-se chorando, sentia-se rodeada pela presença dele. Haviam fotos demais, presentes demais, memorias demais e... ainda havia o anel que complementava aquela fantasia que ela não conseguira se livrar e até aquele dia ainda jazia em seu dedo.

Aos poucos ela recuperou-se, continuou saindo com os amigos estudando e vivendo sua vida, embora um vazio constante assolasse seu peito toda vez que olhava para seu dedo onde o anel ficava, toda vez que olhava para a caixa onde guardara todos os presentes e fotos o vestido e o chapéu que estava dentro de seu armário. Ela sequer podia comer balas de hortelã sem lembrar-se dele e daquele beijo, beijo este que também ficara gravado em sua memória.

Naquele ponto ela já sabia que retribuía seja o que Vincent sentisse, sabia que gostava dele demais para que o considerasse apenas um amigo, cogitou muitas vezes ser apenas uma paixonite. Mas, ela sabia que mesmo com toda a distância entre eles o que sentiam ela forte demais para ser apaga ou esquecido, porque aquilo era real, porque o que eles sentiam não era uma ilusão, uma simples paixonite de adolescência. Por que em seu interior ambos sabiam que sempre ocupariam um lugar no coração um do outro. E aquilo doía, aquilo abria feridas e impedia que cicatrizes curassem-se.

Então o tempo seguiu seu curso natural, um caloroso verão cheio de lembranças, uma doce primavera imersa em sorrisos, um seco outono completo por sentimentos agridoces e por fim um inverno na qual todas as feridas aumentaram, no qual ela via cada repetir-se.

Então o ano seguinte começou... estava no meio da primavera chovia forte demais e com a ótima cabeça que tinha Blake Prince havia esquecido de levar seu guarda-chuva, agora restava correr tentando proteger a si mesma e seu material da agua. Ela perguntava-se porque saíra da cama naquele dia se parecia obvio que não teria aula pelo quão grossa a chuva estava e como isso ocasionava faltas de energia.

Parou por um único instante abaixando-se para amarrar o tênis prestes a gritar de raiva e frustação, quando levantou a cabeça sentiu os pingos pararem de bater em si e olhou para cima surpresa, um guarda-chuva negro estava acima de si, olhou para o lado e cambaleou de surpresa. Haviam se passado quase dois anos, mas o sorriso travesso de Vincent Sullivan e sua expressão doce não era algo que ela esqueceria facilmente.

— O que? — Foi tudo que conseguiu perguntar sentindo a proximidade do garoto.

— Depois de tanto tempo longe eu percebi uma coisa. — Ela parou de andar e virou-se para ela. — Eu não posso negar o que sinto. Eu te amo, Blake e simplesmente não posso deixa-la ir sem tentar... — Ele foi interrompido por um beijo da garota, e o tempo parecia ter parado para os dois, porque enfim a completitude invadia-os, estava tuod perfeitamente bem novamente.

— Posso segurar sua mão? — Ele indagou fitando-a confuso.

— Pensei que nunca perguntaria. — Ela riu entrelaçado os dedos de ambos, sorrindo ainda mais ao ver a cara de surpresa dele ao ver o anel em seu dedo.

♥ ♥ ♥ ♥

Mystic Falls¹ — Cidade fictícia no qual se passa o seriado The Vampire Diaries (Os Diários do Vampiro)

Talvez, cara Elesma²! — Também tirado do seriado citado anteriormente, modo que a primeira antagonista que conhecemos (Katherine Pierce/Katerina Petrova) apelida a protagonista (Elena Gilbert)

Quadrinhos japoneses³ — Os conhecidos comumente como mangás.

Vincent fantasiara-se com um terno comum, luvas brancas e um brilhante conjunto de facas prateadas, e forçara Blake a vestir-se com um vestido rosa com flores e babados demais na opinião da mesma, longas luvas, um chapéu com flores de modo que seu olho direito ficasse coberto, ela também lhe dera um anel com uma pedra azulada⁴ — Vincent fantasiou-se de Sebastian Michaelis e Blake de Lady Ciel (Cecily/Cielle) ambos os personagens tirados do anime/mangá Kuroshitsuji (Black Butler ou Mordomo Negro)

Ela queria botar um vestido vermelho, botas amarelas e falar oinc, oinc⁵ — Sem criatividade alguma Blake iria se fantasia de Peppa Pig.


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