The Bus escrita por Carlos Eduardo


Capítulo 3
As Lagrimas de um Mustang




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O Parque Aquático da Orca Feliz era o lugar perfeito para se estar com o calor que fazia. Naquele dia, por algum motivo eu estava com sentimento ruim sobre aquele parque, mas a vontade de se divertir falou mais alto. Quando Jake e eu voltamos do vestiário, encontramos com Sophie, (que tinha comprado um biquíni novo pra ocasião) e Amy, que percebi que havia se tornado incrivelmente atraente e se parecia muito com a mãe.

–Não fica me olhando assim. - Ela disse com um jeito tímido.

–Hã... Deixa disso Amy você não esta nem tão boni... - Antes que eu terminasse a frase, um soco na boca do estômago me fez cair dentro da piscina.

–O que você ia dizer Mustang? -Amy estalava os dedos, prontinha para acabar com a minha raça.

– Eu disse que você esta linda Amy - Falei na intenção de acalmá-la. Ela estava realmente linda, nunca havia visto ela assim.

Ao olhar para Sophie, a vi explicando a Jake que nos éramos sempre assim e tinha dias que éramos pior. Eu havia criado todo um plano de atividades para nós aquele dia, mas eles pareciam animais selvagens atrás de comida, indo de uma atração a outra sem nem parar por um segundo para descansar. Enquanto Jake e Sophie iam a uma descida de 6 metros e Amy em uma de cinco, eu fui em lugar no que eles chamavam de "Rio lento", um pequeno rio que corria devagar e cortava todo o parque. Quando dei por mim, estava em um aglomerado de bóias que seguiam a corrente. A calmaria que aquela atração me trazia era tanta que eu não pude evitar e dei uma cochilada, acordando no susto sem a menor noção de quanto tempo havia cochilado. Escutei meu nome sendo chamado pelos auto-falantes do parque dizendo que minha irmã estava preocupada comigo. Quando cheguei, Sophie veio chorando me abraçar, ela pode não aparentar, mas Sophie tem um pequeno trauma com abandono, pois em algum ponto seu subconsciente a fez crer que nossos pais haviam cometido o acidente de propósito só para se livrarem dela.

–Calma Sophie... - Tentei acalmá-la, só que não estava tendo muito sucesso, as lágrimas escorriam sem parar por seu rosto. - Eu acabei dormindo.

–Aqui não é lugar de dormir seu idiota!

– Na verdade isso é mais comum do que parece... - Disse uma mulher que aparentava ter uns 38 anos e tinha cabelos castanhos curtos, usando um sutiã, shorts jeans curtos e um blazer por cima da roupa despojada -Se eu ganhasse uma moeda para cada vez que isso acontece, acho que não precisaria do parque inteiro.Tomem, peguem esse cupom com um almoço para dois.

–Eu adoraria aceitar, mas nos estamos em quatro. - Eu disse.

– Na verdade James - Sophie me disse - estamos em cinco... Enquanto você dormia, Amy encontrou uma amiga e ela está com a gente.

–Não seja por isso, vamos os seis, eu estava mesmo pensando em almoçar - ela disse de forma tão animada - Eu sou Miranda Brokes gerente desse belo parque e vocês são?

–James Mustang e essa é minha irmã Sophie.

– Mustang... Mustang... - Ela levou o dedo nos lábios como quem tenta lembrar de algo - Por acaso vocês tem alguma ligação com Robert Louis Mustang?

–Sim... Ele era nosso pai. - Sophie já parecia mais calma, geralmente ela se emocionava ao falar de nossos pais.

– Eu já fui namorada do pai de vocês - ela disse rindo - e você se parece muito com ele rapazinho, se for metade do homem que ele foi... terá qualquer garota aos seus pés.

Eu pessoalmente não gostava de pensar nem um pouco em meu pai como grande namorador, quando eu tinha sete anos, ele e minha mãe foram morar em outra cidade me deixando com o meu avô que morreu dois anos depois fazendo com eles voltassem para casa. Até o dia em que fiz 11 anos, eles tiveram que se mudar de novo, mas eu quis ficar. Eles vinham me ver de tempos em tempos e nunca deixavam faltar nada, mas com o passar dos meses o número das visitas foram ficando menores, até dois anos atrás quando eles sofreram o acidente. Eu já havia me encontrado com Sophie, mas ela era muito pequena, cheguei a pensar que ela não reconheceria. Depois que Miranda chamou Amy e os outros pelo auto-falante, ela nos contava histórias sobre o tempo em que namorava meu pai. Quando Amy e Jake chegaram, traziam uma garota que usava um maio escolar. Levei alguns instantes para perceber que era ela, a garota do ônibus. Sentia meu coração pular pela boca enquanto ela se aproximava conversando com Amy.

–James, onde você estava? Te procuramos feito loucos! - Jake disse preocupado não comigo, mas com o estado de Sophie.

– James, por onde você andou? Nós ficamos preocupados! Vê se não faz mais isso. - Podia jurar que Amy acabaria comigo ali mesmo, mas ela só ficou sorrindo maleficamente - Katherine, esse é James, o idiota de quem eu te falei, James essa é Katherine.

– Olá James, é um prazer conhecê-lo, Amélia fala muito de você - Eu não sabia o que dizer, sentia meu corpo todo tremer, minha cabeça estava em branco, meu coração pulsava tão forte que eu tinha medo que ela escutasse. Ela olhou para Amy e riu – Ele é sempre tão articulado assim?

– Oi... Prazer... - falei gaguejando um pouco.

– Bom, já que estamos todos aqui... Vamos COMER! – Miranda Gritou para que todos ouvissem claramente.

Já na mesa almoçando, Miranda pediu às cozinheiras que fizessem Filé com Fritas (meu favorito) e continuava com as historias da infância dela com meu pai, sobre como eles às vezes namoravam escondidos no portão dela, enquanto os pais dela dormiam, ou da vez em que quase tiveram sua primeira vez juntos, mas foram interrompidos pelo irmão de Miranda entre outras historinhas. Depois de almoçarmos e termos nossa hora de cesta, Miranda voltou para a sala da gerencia, mas disse que qualquer coisa poderia chamá-la e nós voltamos a nos divertir. Sophie dessa vez quis ficar ao meu lado o tempo todo para que eu não a “abandonasse”, enquanto Amy e Katherine foram para outra direção. Vinte minutos depois, Jake conseguiu convencer Sophie a me deixar sozinho para que eles pudessem curtir mais um pouco. Eu podia confiar cegamente em Jake, pois, sua família era de uns tipos fanáticos religiosos que criticavam qualquer tipo de idéia de sexo antes do casamento. Fiquei andando um pouco para digerir o meu dia, o que ela estava fazendo ali? Fiquei perdido em meus pensamentos, até que pude ver um grupo de três rapazes cantando Amélia e Katherine. “Amy vai dar um jeito neles facilmente” pensei, mas ela estava atrás de Katherine se escondendo, o que nunca acontecia, então resolvi ajudar.

– Querida achei você! - Fui andando até elas pensando em fingir que era o namorado de uma delas, e por medo de não conseguir convencer, passei o braço em torno de Amy - vocês saíram da fila e não voltaram mais... Ah, quem são seus amigos?- perguntei um pouco irônico.

– Você é o namorado dela? - Perguntou o primeiro colocando o dedo no meu peito.

– Aposto que esta mentindo - Disse o segundo - Olha a cara dele... Impossível que alguém como ele pegue uma gata linda que nem essa.

– Posso admitir que falem de mim - disse com o tom mais ameaçador que conseguia fazer - mas não vou permitir que fale assim da minha Amy.

Quando me virei para tirar as meninas de lá, o terceiro me acertou um soco nas costas e eu por impulso empurrei Amy para cima de Katherine para afastá-las da confusão e me vire para confrontá-los. Enquanto o segundo e o primeiro davam apoio para o amigo, o mesmo veio para me acertar um soco, mas eu já apanho de Amy a anos então com uma com um movimento rápido joguei meu corpo para a esquerda e o acertei uma joelhada no estômago que o fez cair reclamando de dor. “Agora só faltam dois” pensei, mas antes que eu pudesse fazer algo eles correram, e passei direto deixando o terceiro caído no chão se remoendo de dor e fui à procura das meninas, que alguns momentos depois voltavam com Miranda e mais dois seguranças, e depois de contarmos tudo que aconteceu, tiraram os vândalos do parque. Já na hora de ir embora, Jake pediu para levar Sophie ao cinema cogitei em dizer não, mas permiti, queria passar um tempo sozinho em casa para terminar de preparar uma surpresa para Sophie. Enquanto voltava ao ônibus com Amy e Katherine, um silencio incômodo pairava entre nós, até o ponto em que Katherine desceu do ônibus deixando só eu, Amy e o silencio. Ela havia me acompanhado ate a minha casa onde seu motorista foi para buscá-la, me deixando sozinho em casa. Preparando um bolo para Sophie, pois seu aniversário já estava chegando e eu havia comprado para ela uma figure action, especial de uma personagem que ela gostava. Fui para a sala ver TV, e enquanto esperava, senti meus olhos pesarem e em um susto, ouvi meu telefone tocar e percebi que haviam algumas ligações perdidas de um número desconhecido. Com o relógio marcando 23:30, comecei a ficar preocupado, até que o telefone tocou novamente.

– Sophie? - Atendi visivelmente nervoso, pela demora que é substituída por medo assim que ouço a voz de um homem estranho.

– Senhor James, eu sou o Doutor Flinn e lamento dizer que sua irmã estava em um ônibus que capotou e precisamos que o senhor venha para o hospital urgentemente. Sua irmã esta em um estado muito grave.

Um branco surgiu na minha cabeça, senti minhas pernas ficando fracas e der repente tudo se apagou.


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