Run for Love escrita por Medus4


Capítulo 6
V - Chegando ao destino




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Dalla acordou com falta de ar, estar naquele lugar abafado estava a sufocando, tanto que acordou em pleno desespero. E foi assim que acordou Thomas também.

— Dalla – Murmurou sonolento e assustado com a garota se debatendo sobre ele. A garota se virou, ficando de costas para ele . – Ei, Dalla! – Segurou os pulsos da garota tentando entender o que estava acontecendo, com tanto movimento começou a ficar sem ar. Foi quando a garota começou a empurrar com força o fundo do armário e Thomas entendendo o que a loira queria, apoiou a mão na cintura dela e passou a fazer o mesmo. Dalla não se incomodou, nem sequer percebeu, seu pulmão parecia que ia explodir sem ar. Os parafusos do armário foram se desfazendo com a força de ambos, e foi ai que a tampa traseira quebrou e Dalla foi a primeira a sair inalando todo o ar poluído do antigo Texas. Thomas se jogou ofegante para trás e permaneceu deitado dentro do armário. Quando ele se levantou notou a claridade entrando pela janela onde Dalla estava apoiada. A porta estava aberta, a cadeira que antes a prendia estava no chão, destroçada. Quando ambos estavam com a respiração estabilizada pegaram suas coisas e voltaram para o deserto, não conversaram. Agora algumas atitudes de ambos que ficaram presos lá (e perto de mais um do outro) foram vindo a tona. Thomas lembrava da respiração dela próxima de mais dele, ou da forma como ele segurou sua cintura. Ela apertava a alça da bolsa que segurava quando lembrou que em meio ao seu desespero sentiu as mãos de Thomas em sua cintura, se arrepiava ao lembrar dos toques dele enquanto dormia, e se perguntava por que ela não havia socado a cara dele.

— Ali. – Apontou para algo grande e de metal. Se tratava da instalação deles. Thomas parou onde estava com a mão esticada, seu coração parou por um milésimo de segundo.

— Vamos. – Ela disse afastando alguns pensamentos e passou a correr acompanhada de Thomas.

Seus olhos não podiam crer no que via. Thomas bateu no ferro com força causando uma dor com a qual ele não se importou. Era a instalação deles, de Eva. Totalmente vazio, abandonado. Ele entrou pela porta aberta. Do outro lado a aparência dizia que ninguém havia chegado a pisar ali. Passaram por todas as salas e nada. Não havia luz, o máximo que encontraram foram água nos chuveiros e alguns pacotes de comida em um baú. Na sala de controle, Dalla foi mexendo em alguns botões para ver se achava algo que ligasse a luz, ao invés disso achou algo que não sabia bem como funcionava, e Thomas estava mais distante, observando curioso tudo na sala.

— Bom dia Th... Quem é você? – Um homem questionou encarando atento Dalla, era um visor grande, o rosto do homem (já conhecido por Thomas) refletia no holograma. Dalla se afastou assustada e Thomas se aproximou da garota. – Ai está você. – Ele abriu um enorme sorriso. – Veio mais rápido do que eu esperava... E ainda trouxe uma amiga? – A loira encarava confusa a projeção. Thomas ouviu um ranger distante.

— Dalla, é uma armadilha. – Ele sussurrou para a loira.

— Corre. – Ela disse o deixando para trás. Eles correram pelos corredores o fôlego pareceu faltar novamente naquele dia, não se ouvia e voz do Homem-Rato (que era como Thomas o conhecia, ou a cobaia favorita de Eva) Não se ouvia nada e nem se via... As bolsas de ambos haviam ficado na sala de comandos junto com todos os suprimentos que eles tinham para viver no deserto. As paredes pareciam ser todas iguais, algumas portas abertas, e o ranger cada vez mais próximo. Foi quando o coração de ambos acelerou um pouco mais, a porta de ferro estava abaixo do meio, o ranger mais alto que antes. Dalla se deu por vencida e parou, Thomas estava pronto para arriscar, deslizar por de baixo da porta, mas Dalla puxou seu pulso o impedindo. – Não tem o que fazer... – Ela disse ofegante e ele se virou ainda com a respiração acelerada. – Nós perdemos. – Ela disse soltando seu pulso e o último feixe de luz que sobrará da porta e iluminava Dalla, sumiu. Ela apoiou as mãos no joelho. Thomas olhou para a porta novamente, agora ela já encostava ao chão, e o ranger havia cessado. Ele se aproximou ainda incrédulo e se esforçou para tentar abrir a porta. – Por que estaria aberto? Desde quando eles abandonam tudo assim? Qual o seu problema Dalla? – A loira resmungava consigo mesma, as mãos para os altos, e andando de um lado para o outro. Thomas socou a porta algumas vezes, foi á loira quem puxou a mão do rapaz que caiu de joelhos, cansado, suado e com lágrimas nos olhos. Dalla se agachou próxima a ele e ficou sem saber o que fazer enquanto o garoto chorava decepcionado consigo mesmo. Ela o abraçou.

— A culpa é toda minha... – Ele choramingava nos braços dela. – Eu que... Egoísta! – Gritou pra si mesmo, agora em prantos. Dalla sentiu o coração apertar, sentiu os olhos lacrimejarem então os fechou e o apertou contra si ali no escuro daquele corredor.

— Tudo bem... – Ela sussurrou. Ele se afastou da garota um pouco, desejando ver o rosto dela no escuro e agradecendo por ela não o ver. Ele se levantou, tudo havia ficado definitivamente mais escuro e eles foram tateando as paredes e usando o caminho que haviam feito antes para voltar para a sala de comandos, onde a projeção estava no mesmo lugar iluminando o cômodo. O Homem-Rato limpava as unhas e a projeção falhava um pouco. Ele percebeu a presença de ambos e sorriu para a tela.

— Surpreendente como Thomas caiu em um jogo tão fácil. – Ele mantinha um sorriso aberto. – Eu te matava agora, mas Eva quer você vivo. E essa garota é? ...

— A garota que vai arrancar sua cabeça.

— Infelizmente esse trabalho é meu. – Thomas respondeu olhando ao redor.

— Por favor, Thomas, não tem saída. Seus amigos estão comigo e em breve você também estará. Infelizmente, hoje não poderemos buscar você e essa educadíssima dama...

— Vai á merda. – Ela cruzou os braços.

— Obrigado. – Sorriu de volta. – Mas amanhã cedo eu farei questão de estar ai pessoalmente. – Thomas queria atacá-lo e Dalla compartilhava do mesmo sentimento. – Aposto que você é do braço direito. – Olhou para a garota. – De qualquer jeito, ai tem comida, água potável, roupas e algumas madeiras para uma fogueira. – Ele sorriu. – Até amanhã garotos. A tela se escureceu e Thomas irritado chutou o projetor.

–xx-

Thomas gargalhava em volta da fogueira saboreando o pacote de algo salgado que comia. Seu cabelo estava molhado e o de Dalla também. Eles estavam um ao lado do outro, Dalla que observava a fumaça da fogueira serem sugados pelos tubos de ventilação, contava suas histórias de vida que arrancavam gargalhadas continuas de Thomas.

— É sério. – Ela insistiu parando de rir.

— Eu queria ter lembranças que não envolvessem todo esse drama. – Ele sorriu sem humor. Um silêncio se instalou, Dalla uniu seus braços aos joelhos e apoiou a cabeça sobre ambos olhando para Thomas que encarava as próprias mãos.

— Não é estranho? – Ela indagou o olhando serena sentindo o calor da fogueira atingir seu corpo e Thomas a olhou com um meio sorriso.

— No começo eu achei estranho sim... Mas agora, sei lá... Não me faz falta. – Thomas sorriu amarelo para a moça que sorrio de volta sem mostrar os dentes. – Como foi que você conseguiu sobreviver todos esses anos? – Ele perguntou olhando para ela e ela sorriu e virou a cabeça para o outro lado, tirando o cabelo de cima de seu pescoço, mostrando o código.

— Eu sou imune, apesar de não ter feito nenhum dos testes de Eva. – Thomas se aproximou da garota e tocou sua marca, ele tinha igual. Dalla se arrepiou de imediato. – Meu pai e minha mãe fugiram, se rebelaram contra e me levaram junto. Minha mãe não conseguiu... – Ela se virou e Thomas estava próximo de mais de seu rosto, seu coração acelerou. Ele não soube o que fazer com o que sentia. Ela olhava para seus olhos e seus lábios, Thomas fazia o mesmo. Um silêncio se instalou, ninguém se moveu. Dalla subiu sua mão direita e colocou sobre o pescoço de Thomas, no mesmo momento o garoto avançou sobre ela colando seus lábios. Ela e ele acharam que seria um beijo rápido, mas por instinto o beijo se tornou profundo em questão de segundos. Dalla era mais experiente, mas ela não sabia e não tinha o que reclamar do moreno, seu beijo era calmo, sensual, faminto e simplesmente perfeito. Ela subiu para seu colo, ele segurou sua cintura com uma mão e apoiou a outra em seu rosto. O beijo se tornava mais quente, e por um momento a fogueira não se foi mais necessária.


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Notas finais do capítulo

Geeente, BEM VINDA NOVA LEITORAS...
Queria agradecer a Lanna por não me abandonar e pedir perdão por faze-la ficar nessa cobrança, eu fico muito envergonhada, mas realmente é o que me motiva a continuar... Obrigado... Queria dizer tbm que AMEI escrever esse cap... Tanto que tive que dividi-lo em duas etapas, por tanto vou deixar vocês decidirem se querem ou não HOT, (sim, eu fiz dois finais.) Eu já estava longe da história quando decidi recomeçar de um certo ponto (por que novas ideias começaram a surgir... Então, vocês decidem; Querem hot?
É isso galera, pra quem não conseguiu abrir a imagem ali em cima, aqui: https://pbs.twimg.com/media/ByendprCIAAz3ou.jpg



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