Run for Love escrita por Medus4


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649197/chapter/1

Thomas ainda descansava no que restará da cabana junto de Newton, caçarola e os outros quando Dalla chegou ao acampamento destruído. A tempos que o horário não importava mais, tudo que sabiam era que, quando o sol estava no alto era hora de trabalhar e quando ele se punha todos se colocavam a descansar.

Dalla chegou em pleno desespero e confusão junto de Tonny e Gayle. Corpos esticados ao chão, cabanas desmanchadas e um enorme vazio. Parecia que ela havia passado semanas fora, quando na verdade apenas 3 dias foram o suficiente para acontecer o caos em sua casa sem ela estar presente. Pessoas continuavam a trabalhar como se nada houvesse acontecido, e ela percebeu que todos tentavam evitar de olhá-la.

— Pai! – Gritou preocupada, queria vê-lo. Garantir que estava bem e perguntar o que havia acontecido. Aquele lugar era tão bem protegido que tinha certeza que todo aquele caos foi bem mais do que meros Cranks.

— Dalla... – Suspiros o homem alto, com barba e cabelos loiros e roupas sujas. Ele a abraçou garantindo que estava tudo bem, tentando tranquiliza-la.

— O que houve? Quem são essas pessoas? Cadê o nosso pessoal? – Ela queria tantas respostas de uma única vez que ele teve medo de responder.

— Fica calma querida... – Pediu calmo e ela olhou ao redor, seu coração batia forte, algo ali estava errado. Havia mais pessoas no chão do que trabalhando, sentiu seu corpo enrijecer.

— Ficar calma? Onde está o resto do pessoal pai? Cadê a Mary, talvez ela me conte alguma coisa.

Dalla não era muito paciente, todos sabiam disso. Saio a passos firmes em direção ao hospital improvisado quando Vicent puxou seu braço.

— Dalla me escuta... – Pediu com calma, não queria jogar a bomba em cima dela.

— Você está me assustando, o que está acontecendo Pai? – Perguntou novamente impaciente, ele abaixou a cabeça e suspirou.

— Mary não está lá dentro, Dalla.

— Tudo bem, então cadê ela? – Indagou com os olhos marejados. Ela não sabia por que, mas sentia seu coração sufocar somente com a feição triste de seu pai. – Cadê ela? – Gritou segurando as lágrimas.

— No chão. Junto com os outros 34 mortos. – Foi Emma quem respondeu. Emma era ruiva, tinha em média 1,67 de altura. Seus cabelos eram lisos e passavam a maioria do tempo presos em um coque mal feito. Suas roupas eram claras e estavam sujas. Assim que a viu imaginou por um segundo que ela acabará de voltar de uma guerra. Seu coração afrouxou, se tornando impossível de segurar, passando por suas mãos e caindo no chão. Se quebrando em milhões de pedações. Faltou o ar.

— O que? - Ela olhou ao seu redor, todos aqueles corpos... Suas mãos foram parar na cabeça.

— Emma, agora não. – Pediu Vicent conhecendo a ruiva. Ele tentou se aproximar de Dalla que desviou dele. Não queria ser abraçada, não queria nada, queria encontrar sua mãe.

— Agora não o que? Ela precisa saber que a cruel nos encontrou. Que vamos ter que nos mudar de novo, que foram eles que vieram aqui e fizeram toda essa bagunça. Ela precisa saber o porquê! – Gritou exasperada com os olhos marejados de ódio.

— E ela vai na hora certa! – Retrucou Vicent. Dalla reconheceu os sapatos, puxou o pano e viu o rosto que ela temia ver.

— Não... – Resmungou com a voz embargada ajoelhando ao lado da mulher bem mais velha. Ela parecia dormir, parecia estar com frio. Sua pele estava gélida, era estranho para Dalla a olhar dessa forma. Sem sua expressão sorridente, sem todo aquele seu carisma. Ela já havia perdido o controle de suas lágrimas. Queria ir embora para sua casa.... Casa? Aquilo era sua casa, a sua casa sem moradores.... Todos estavam mortos.

— Dalla... – Vicent a chamou

— Por que eles vieram aqui? Como eles descobriram nossa localização pai? – Sua voz ainda estava embargada. Ela segurava com ternura a cabeça de Mary em seu colo. Acariciava seus cabelos.

— É, por que Vicent? – Emma ironizou com um meio sorriso.

— Emma. – Chamou sua atenção novamente.

— Para de enrolar e conta logo que droga aconteceu aqui! – Gritou exasperada deixando Mary ao chão com cuidado.

R.F.L

Thomas acordou assustado com uma gritaria do lado de fora, o sol já ultrapassava a cabana. Decidiu que estava na hora de levantar. Os olhos demoraram um pouco para acostumar com a claridade, assim que acostumou percebeu que não era o único a ter acabado de acordar. Newt o encarou curioso e passou as mãos pelo cabelo. A gritaria ainda continuava, Thomas achou melhor verificar se estava tudo bem. Assim que colocou os pés para fora da cabana encontrou uma loira, bonita, na média de 1,70 de altura, parecia irritada, chorava e mesmo assim tinha um sorriso irônico no rosto. Ela ouvia Vicent falando algo enquanto uma ruiva observava a discussão de perto. Quando a loira o encarou não pensou duas vezes. Veio em sua direção a passos firmes e planejados. Levantando areia por onde passava. Ela empurrou Vicent que tentou segurá-la e nem isso foi o suficiente para evitar que Dalla alcançasse Thomas e o empurrasse com força.

— Seu imbecil! A culpa é toda sua, o que você está querendo aqui além de trazer confusão? Já não conseguiu o que queria? Pega seus amiguinhos e vão embora! – Gritou irritada, Thomas estava confuso, segurou seus pulsos tentando não a machucar e evitando de ser machucado. Pela primeira vez, ele se viu sem saber o que fazer. Mal havia acordado e já estava levando bronca de alguém que ele não fazia ideia de quem era. Era uma garota, seus olhos eram azuis que nem os de Teresa, mas por algum motivo sentiu sinceridade neles, diferente do que via nos de Teresa desde que começaram a andar no deserto sem rumo. Sua pela era bronzeada, provavelmente por andar de baixo de sol todos os dias, e seus cabelos eram loiros. Era a garota mais bonita que ele já havia visto.

— Dalla! Solta o rapaz! – Pediu Vicent.

— Vai com calma, eu não fiz nada. – Retrucou Thomas calmamente.

— Nada? – Gritou exasperada, ele havia percebido que a garota era temperamental. – Olha para todos esses corpos no chão!

— Dalla!

— A culpa foi toda sua, por que estava tudo muito bem até você e seus amigos idiotas aparecerem. Inclusive soube que tinha até uma garota burra não? – Sorrio irônica.

— Ela nos traiu, nós só queríamos ajuda... E foi quando conseguimos que ela nos apunhalou por trás. Eu não quis causar tudo isso. – Se justificou.

— A Não? – Sorriu irônica se virando de costas para Thomas. Antes que ele esperasse ela virou de mão fechada e socou seu rosto com tanta forma e impacto que o derrubou para trás o fazendo cair no chão. – Isso foi por ter causado a morte da minha mãe! – Gritou irritada sendo puxada por Newt e Aris. Ela empurrou os dois e saiu a passos firmes até Thomas perder ela de vista. Foi Vicent quem estendeu-lhe a mão para o levantar. Newt e Aris deu um tapinha em suas costas com um sorriso brincalhão e entraram de volta para a cabana que dormiam antes.

— Você está bem? – Indagou e Thomas assentiu limpando a poeira das calças. – Desculpe a Dalla... ela é um pouco impulsiva.

— Quem é ela?

— Minha filha.... – Thomas o encarou por uns segundo de forma séria, Vicent Sorriu. – Não de sangue, mas de coração sabe? Eu e Mary somos tudo que ela tem... – Olhou para baixo. – E agora ela só tem a mim...

— Não lembro dela estar aqui ontem. – Lembrou na tentativa de mudar de assunto.

— Isso por que ela não estava. – Sorriu. – Temos regras por aqui, uma delas é que de todas as semanas alguém sai em busca de suprimentos. É difícil, mas não impossível. Essa semana era a semana da Kaya.... Mas, por ela está grávida Dalla quis ir no lugar. – Suspirou. – Talvez se ela tivesse ficado teria ido no lugar da Kaya. – Suspirou.

— Eu vou buscar o Minho e prometo que se ela estiver viva.... Eu trago ela de volta. – Vicent Sorriu.

— Tudo bem. Você tem fé garoto. – Vicent bateu nas costas dele.

— Então me deixa ver se entendi. – Riu sem humor. - É assim que termina? Ele vem para cá, destrói tudo que nós construímos, mata nossos amigos e foge? – Era a voz de Dalla, ela não estava perto de ambos. Ninguém a viu voltando.

— Dalla, chega.

— Chega? Está brincando comigo? É obvio que tudo isso foi uma cilada. Capaz de assim que colocar o pé fora daqui dar um de traidor que nem aquela garota de quem falou.

— Teresa foi a minha maior decepção. Jamais agiria como ela. Não posso fazer você acreditar, mas prometo que trarei sua amiga de volta.

— Por que faria isso? – Thomas riu sem dizer nada, apenas se virou. – Eu vou junto. – Disse o fazendo parar.

— Não vai não. – Foi Vicent quem retrucou.

— Não mesmo. – Thomas virou. – Não quero ser babá de ninguém.

— Cala a boca fedelho, não pedi sua permissão. Eu vou, você querendo ou não. – Ela disse se virando, ele se apressou e agarrou seu braço.

— É Dalla não é? Escuta, eu vou praticamente em uma missão suicida. Não sei se sou capaz de cuidar de mim mesmo, não quero ter que cuidar de você também. Pensa no seu pai, e o quanto ele precisa de você viva.

Thomas a encarava, seus olhos infiltrados nos dela. Ela não esboçou sorriso algum e ficaram assim, durante quase 1 minuto inteiro, até Dalla puxar seu braço com força.

— Eu não sou uma criança, sei me cuidar sozinha. – Olhou para Vicent. – E ele também. Aliás, a amiga é minha e eu vou busca-la, com ou sem você. – Antes de qualquer um dos dois se pronunciarem Dalla já estava entrando em uma das cabanas. Vicent deu uma troca de olhares rápida com Thomas e abaixou a cabeça. Ele sabia que a filha era capaz, mas essa missão que Thomas havia criado era algo quase impossível. Ela não estava pronta para isso, ninguém estava. O que ele planejava? Chegar lá, bater na porta e pedir para tomar um banho? O pior é saber que Dalla queria ir junto, e ela não mudaria de ideia tão cedo.

— Eu vou de madrugada. Antes mesmo dela acordar. – Foi a última coisa que disse antes de entrar na cabana. Dalla já tinha seu plano em mente. Iria usá-lo para chegar até a Cruel, e quando recuperar Kaya, o mataria e resolveria todo esse problema. Em nome de Mary. Sua quase mãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ainda não revisei, mas né JSUIJSA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Run for Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.