A Noiva do Drácula escrita por Chrissy Keller Books


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

É bom persistir quando ama?



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Eles pensavam que ele era idiota. Tinha conseguido ouvir toda a conversa, e nem ao menos precisava de sua nova audição de vampiro para isso.

Droga.

Esquecera de disfarçar um pouco mais na noite anterior. Aquela máquina era muito leve. Há um ano atrás não conseguiria sequer arrastar aquilo, mas de uns tempos para cá, tanto sua força como sua audição, tinham melhorado muito. O mais engraçado era que Fred e Nina tinham se espantado ao vê-lo carregando a máquina, mal eles sabiam que podia carregar aquilo com uma só mão. Mas, mesmo tendo ouvido a conversa, tinha quase certeza que não tinha ouvido muito bem. Luana estava namorando? De novo?

Antes suspeitava, mas agora tinha quase certeza. Se soubesse que ela estava com outro cara iria dar um jeito naquilo. Esse cara se arrependeria de um dia tê-la conhecido. Assim como aconteceu com os outros.

Ele suspira.

Inferno! Por quê, por quê ela sempre o evitava e procurava namorar aqueles imbecis? Ele queria tanto conquistá-la, dizer que a amava, mais do que tudo. Mas ela simplesmente o ignorava. Tinha que falar com ela. Tinha que enfrentá-la de uma vez por todas. Fazê-la entender que ela pertencia a ele.

David digita o último parágrafo do manuscrito de uma das folhas no programa de texto do computador. Todo o dia era a mesma coisa. Não que o trabalho fosse cansativo, mas estava de saco cheio daquilo. Queria mais. O lado sombrio dentro dele queria fazer muito mais coisas do que ficar com a bunda sentada o dia todo até doer. Ele queria explorar o mundo, queria se perder por aí. E tudo isso com Luana.

Pronto.

Ele acaba de digitar o final do parágrafo e descansa na cadeira, aliviado. A mesa de Luana não estava mais com toda aquela aglomeração de antes. Ela suspira de alívio e desaba na cadeira. Devia ter terminado seu trabalho. Bom. Assim, poderia falar com ela sem haver distrações.

David levanta de sua cadeira com um objetivo em mente: falar com Luana. Sabia que já tinha levado uns foras dela, muitas e muitas vezes, mas agora queria tirar aquela história de namoro a limpo. Ele caminha até a mesa dela e sorri quando a vê.

–-- Luana.

Ela o olha, estatelada.

–-- David? --- Ela não tinha maneira melhor de olhar para ele? Por quê tinha tanto medo?

Ele lhe dá seu melhor sorriso, sabia que ela ficaria mais nervosa ainda.

–-- Sim. Sou eu. --- ele se senta na mesa. --- Tem certeza que aquela foi sua última palavra, Luana?

Ela parece não entender.

–-- Sobre o que você está falando?

–-- Em primeiro lugar, quero saber se você tem algo para fazer, porque sempre parece que algo te prende quando eu quero falar com você.

Ela olha para a porta e volta a olhar para ele.

–-- Bem... Daqui à dez minutos eu vou embora.

–-- Todos vamos. A não ser que outra máquina quebre e Jéssica ou Nina me chame para eu consertar com Fred, enquanto você foge de mim outra vez. --- fala impassível.

Luana o olha com a boca aberta. Nossa, David, seja menos direto. Não assuste a garota.

–-- Então, como eu estava dizendo.... --- ele sorri. --- você tem algo para fazer, antes de sair?

–-- N-Não. --- ela gagueja e engole em seco. Parecia nervosa. --- Já terminei meu trabalho. Pode falar.

David suspira. Era agora.

–-- Bem, o negócio é o seguinte, Luana. --- ele encara seriamente os olhos castanhos dela. --- Ouvi dizer que você está compromissada. Isso é quase visível, dado a esse anel que você faz questão de esconder de mim. --- ele faz um sinal com a cabeça para o anel. Luana encolhe. David cerra os olhos. --- Você está namorando, Luana?

Praticamente parece uma eternidade até ela falar.

–-- David, é que...

–-- Sim, ou não? --- pergunta direto. Ficava nervoso com o jeito dela de querer fugir do assunto.

–-- Para que você quer saber? --- pergunta exasperada.

Ele sorri. Ela estava começando a ficar nervosa. Que bom. Já estavam quites. Gatinha nervosa...

–-- Sou seu amigo. --- ele se inclina para mais perto dela. Ela esquiva um pouco para trás. --- O que é? Seus amigos podem saber, e eu não? Que eu saiba, eu era seu amigo muito antes deles.

Ela suspira. Nossa, dava para ver o contorno de seus seios. Delícia.

–-- Eu sei, mas é que... --- ela desvia o olhar --- isso é muito complicado...

Ela o olha. Nossa, o olhar dela era lindo. Ela era toda linda.

–-- Complicado, como?

Queria testá-la. Queria vê-la gemer de frustração.

–-- É complicado! --- responde, afobada.

Ela já estava começando a falar alto. Os outros iriam ouvir. Isso se eles não fossem interrompidos novamente. Merda. Queria calar aquela boca linda com beijos.

–-- Shh.... --- ele põe o dedo indicador na boca carnuda dela. --- Não fale alto, meu amor.

Ela arregala os olhos. Sim, Luana, é isso o que você é: o meu amor.

David esfrega o polegar nos lábios carnudos de Luana enquanto ela o fita, estatelada.

–-- Luana... Tem tantas coisas que eu queria te dizer...

Ela segura seu dedo, numa tentativa de tentar impedí-lo.

–-- Por favor, David, não complique mais isso...

Ele a olha nos olhos. Havia súplica ali.

–-- Complicar o quê, Luana? --- volta a perguntar.

Ele retira o dedo dos lábios dela. Ela desvia o olhar e volta a olhá-lo.

–-- Tudo isso.

Sua respiração estava acelerada. Nunca a vira tão exasperada antes, tão desesperada para fugir de um assunto. Mas que merda! Por quê ela não diz?

–-- Isso, o quê, Luana? --- pergunta, sério, ainda encarando-a.

Ela faz cara feia para ele. Parecia irritada.

–-- Você quer mesmo saber, David? Pois eu vou te dizer. --- ela levanta a mão direita e mostra o dedo anelar envolto com um anel prateado com pequenos detalhes em diamantes adornando o solitário rubi. --- “Isso” quer dizer que estou noiva. --- diz, encarando-o, ainda irritada.

David sorri e balança levemente a cabeça. Nossa, iria acabar com o desgraçado. Noiva. Ela nunca tinha sido noiva de alguém. Tivera cinco namorados mas, pelo visto, esse a tinha conquistado para valer. Talvez, se estivesse certo, ela estava com esse infeliz fazia um ano, pois fazia exatamente um ano que o ignorava. A raiva que sentia era incrivelmente grande. Mas, independente do que fosse acontecer – ou até mesmo do que ela diria – não iria se afastar. Jamais iria desistir dela. Ao contrário; iria saber quem era esse maldito. Iria conquistá-la. De um jeito, ou de outro.

–-- Está noiva, é? Pode me dizer quem é o sortudo?

Ela baixa a mão.

–-- Para quê você quer saber, David, pelo amor de Deus!

–-- A pergunta certa não é “para quê”, mas “por quê”. E a resposta é apenas uma, Luana. Porque eu te quero.

Os olhos dela não podiam ficar mais arregalados que agora. Parecia que iriam saltar para fora. Mais parecia uma estátua assustada.

–-- O-O que você disse? --- pergunta gaguejando, depois de segundo sem dizer nada.

–-- Disse que te quero, Luana. Com toda a minha alma. --- confessa, expondo toda a sua paixão, depois de anos escondendo seus sentimentos. --- Você é minha, Luana. E não quero te dividir com outro. --- rosna.

Luana quase baba de tanto ficar com aboca aberta, olhando-o como se ele fosse um ser de outro mundo.

–-- Meu Deus. --- ela diz com a voz fina, transtornada. --- David, eu não posso.

–-- Não pode o quê, Luana?

Ela desvia o olhar mais uma vez, mas agora pegando sua bolsa pendurada no canto das costas da cadeira, e se levanta.

–-- Já são 21:00 hs. Desculpe, David, mas eu tenho que ir.

Os seios dela batem de frente com seu tórax. Luana queria ir embora, mas ele queria uma explicação. Por quê sempre tinha que ser assim? Ele impede sua passagem e olha para ver se alguém estava observando. Ninguém.

–-- Não, Luana. --- ele aproxima o rosto bem perto do rosto dela, sentindo o contorno dos seus seios. --- Me fale, droga. O que você não pode? O que há de errado comigo, merda? --- rosna.

Era impressão dele, ou parecia que ela iria chorar? Não, meu amor, não...

Luana consegue escapar e o encara, os olhos brilhando.

–-- Por favor, David. Apenas esqueça.

Ela desvia o olhar mais uma vez, mas agora pegando sua bolsa pendurada no canto das costas da cadeira, e se levanta.

–-- Já são 21:00 hs. Desculpe, David, mas eu tenho que ir.

Os seios dela batem de frente com seu tórax. Luana queria ir embora, mas ele queria uma explicação. Por quê sempre tinha que ser assim? Ele impede sua passagem e olha para ver se alguém estava observando. Ninguém.

–-- Não, Luana. --- ele aproxima o rosto bem perto do rosto dela, sentindo o contorno dos seus seios. --- Me fale, droga. O que você não pode? O que há de errado comigo, merda? --- rosna.

Era impressão dele, ou parecia que ela iria chorar? Não, meu amor, não...

Luana consegue escapar e o encara, os olhos brilhando.

–-- Por favor, David. Apenas esqueça.

Dizendo isso Luana se vai, e David continua encostado na mesa dela, contrariado.

Esquecer? Como ela pedia para ele esquecer o que sentia por ela? COMO?

David soca com força a mesa, atraindo a atenção dos outros, inclusive de Márcio, o chefe. Todos o encaram, assustados. O que foi?

David os encara, mal contendo a fúria.

–-- David, o que houve? --- Márcio o encara, preocupado.

–-- Nada, chefe. --- ele desvia o olhar para o céu estrelado pela janela. --- Nada.

–-- Como, nada? Você destruiu a mesa? Como fez isso?

David franze o cenho, não entendendo. Ele olha para Márcio e depois para a mesa. A mesa de madeira se partira ao meio, com o computador e outras coisas equilibradas entre um lado e outro. Fred vai correndo pegar o monitor de tela fina que está pendurado e coloca numa outra mesa ali perto.

–-- Deixe eu te ajudar. --- Jéssica se oferece para ajudar.

Márcio e Nina continuam o encarando, assustados.

–-- Me perdoe, chefe. --- ele engole em seco, ainda fervendo de raiva. E agora? Como explicaria sobre sua força? Não podia dar brechas. --- Eu estava de cabeça quente. Vou comprar outra com meu próprio dinheiro.

David suspira. Que dia de merda.

–-- Mas, como você quebrou a mesa? --- Márcio pergunta.

Mas que merda! O que iria dizer? Que aquilo era o mínimo que podia fazer com sua força de vampiro? Quer dizer, como um mestiço. Um mestiço imundo.

–-- Não sei, chefe. Vai ver, ela estava podre.

Márcio demora um pouco para falar, olhando dele para a mesa, com a boca aberta. David queria que a Terra o engolisse naquele momento.

–-- Bem, se ela estava podre, então deixe por minha conta.

–-- Não. --- David o encara. --- Deixe que eu pago.

Ele olha para os outros. Todos estavam o encarando como se fosse uma aberração. Mas, não era isso o que ele era, uma aberração? A coisa certa a fazer era sair de lá, naquele momento. Já tinha passado de 21:00 hs, tinha que ir embora. Tinha estragado tudo, e agora isso. Realmente, o dia não estava bom para ele. David ignora os olhares assustados dos outros e anda até sua mesa, pegando sua mochila debaixo da mesa.

–-- Me perdoem pelo susto. Consertarei o estrago.

Quando chega perto da porta, Fred vem ao seu encontro.

–-- David! Espera!

–-- O que foi?

–-- Amanhã à noite iremos à uma discoteca. Queremos muito que você vá.

Ele encara Fred. Havia brilho nos olhos dele. O que estava tramando? Realmente não estava com saco para descobrir, ou pensar em balada.

–-- Depois vemos isso, Fred. Agora, só quero ir para casa.

Fred faz uma pausa.

–-- Ok. Amanhã nos falamos, então. --- Fred o olha, quando David já iria virar para abrir a porta. --- E... David?

David abre a porta e olha para ele.

–-- O quê?

–-- Seja lá o que tiver te perturbando... --- Fred sorri, numa tentativa vã de consolá-lo. --- deixe isso para lá.

Ora... Ele não é vampiro, mas sabe ler mentes...

–-- Ah... sim.

David sai, batendo a porta atrás de si.

Deixar para lá. Não, Fred, não tem como deixar para lá. Era para desistir, deixar tudo no inferno, mas não podia. Não conseguia nem em pensar em desistir de Luana. Nunca.

Amanhã seria outro dia. Amanhã faria tudo melhor. Mesmo que seu coração ficasse despedaçado. Assim, como agora.

Michael Jackson - Give in to me

https://www.youtube.com/watch?v=S_EqgmUSW3M


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Notas finais do capítulo

Irá David insistir nesse amor quase impossível? Veremos.
Acompanhem também no blog: http://chrissykellerbooks.blogspot.com.br/2015/11/a-noiva-do-dracula-capitulo-10.html



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