"A verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão."

Francis Bacon

– Namorados?! – Rose exclamou assim que estava longe o bastante das meninas.

– Bem, foi o melhor que eu pude inventar para te tirar de lá, namorada. – Dexter se explicou, destacando a ultima palavra.

– E agora? – a morena estava exasperada. Como ela desmentiria aquilo?

– Viramos atores e interpretamos bem. – Dex disse, ficando de mãos dadas com a menina, fazendo-a corar.

Ela entraria mesmo naquele joguinho? E então ela percebeu o olhar de Alec raivoso que ele lançava em direção aos dois. O que era aquilo? Ciúmes? Não podia ser.

Rose suspirou.

– Okay. Só espero não me arrepender de estar concordando com essa palhaçada. – ela disse, o encarando seriamente por um momento, em seguida, encostando sua cabeça no ombro do menino.

Estavam os dois, na fila do refeitório. Como verdadeiros namorados. O que aquilo iria causar?

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O resto do dia Rose passou sendo atormentada e pedindo desculpas as amigas. Elas estavam bravas por não saberem do falso namoro até Rose explicar a situação toda.

– Acho melhor você ficar em estado de alerta com aquelas duas lá. – alertou Bella.

E rose entendia perfeitamente o porquê. Mas o que elas nunca poderiam ficar sabendo é o fato de que Rose, por um segundo, sentiu que ali era seu lugar. Junto aquelas duas garotas. Ela se sentiu confortável. Em casa.

Esse pensamento a assustava porque ela não queria ser uma megera que nem as outras duas. Ela não era uma delas. Mas se não, por que se sentiu bem, mesmo que por poucos segundos, perto das duas?

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– Ah, Rose. Você ama esbarrar em mim. - Alec diz, dando seu famoso sorriso torto, assim que Rose sai de seu quarto desastradamente.
Rose ficou quieta por uns instantes antes de respondê-lo.
– Como meu pai diz, é meu charme. - ela diz, rindo.

– Eu concordo com ele. - o loiro diz fazendo-a corar.

Por um momento, Rose se desligou do mundo observando os olhos acinzentados do menino.

“Rose fora acordar Alec para o café da manhã.
– Blake, acorda! - a morena o chama pelo sobrenome, após entrar no quarto, abrir as cortinas e puxando a coberta que o cobria. – Já é dia!
– Rose, você está louca? Eu poderia estar só de cueca. - o loiro diz se levantando, emburrado.
– Meu pai diz que quer conversar com você mais tarde. - a menina diz, saindo do quarto.

– Pode me passar o açúcar? - Alec pede a Rose.
Ela passa, mal humorada.
–Rose...
– O que foi, Blake? - Rose responde secamente.
– Por que você anda tão estranha comigo?
– Estranha? Eu? - a morena pergunta. - Estou absolutamente normal. Agora, se você me der licença, tenho mais o que fazer. - Rose se levanta da cadeira, e antes de sair, ela fala - Sua namorada veio lhe procurar, e disse que estava esperando notícias suas.
A morena sai, deixando um loiro boquiaberto para trás.”

– Rose! Rose! - Alec chamava a morena, num tom preocupado. - Você está bem? O que houve?
– Não foi nada, estou bem. - ela disse, o tranquilizando. –Bem, eu tenho que ir.

–Está indo encontrar seu namoradinho? – ele pergunta amargamente.

– Não que isso seja da sua conta, Blake, mas estou indo sim. – Rose não estava indo. Só falou aquilo para provocá-lo.

A expressão do loiro mudou rapidamente. Ele estava... assustado.

– Do... do que me chamou? – ele questiono-a.

– Blake... Não é este seu sobrenome? – a menina responde, saindo logo em seguida.

– Era... Há setenta anos. – ele responde pra si mesmo.

Nem Rose sabia de onde ela adquiriu aquela informação. Blake era mesmo o sobrenome dele?

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– Fiquei sabendo que você deu uma escapulida da escola um dia desses. - o loiro comenta após se aproximar de Rose.

Era segunda. Dia de aula de filosofia. Estavam na fila do refeitório, pra variar.
– Como ficou sabendo? - a morena pergunta, um pouco curiosa.
– As notícias correm por aqui, ma cherie. - Alec diz, mordendo uma maçã e dando de ombros.
– Sei. - Rose respondeu, mordendo uma maçã também, fazendo com que os olhos de Alec se voltem para a boca da menina.

– Seu namoradinho está te levando pro mal caminho, não é mesmo? – Alec alfineta Rose.

Antes que ela possa responder, Anne chega.

– Rose, ma jolie! Finalmente lhe encontrei! - Anne diz, chegando mais perto da amiga para abraçá-la. Só depois percebendo a presença de Alec. - Ah, bonjour Alec! - ela diz, amigavelmente.
– Ah, até mais Alec. - Rose fala se despedindo, mas ele foi rápido e pegou a mochila da garota.

– Mas o que... – Rose questiona antes de perceber o que havia acontecido. – Me devolve a mochila, Alec.
– Não. - o loiro diz, com um sorriso malicioso, fazendo Rose arquear a sobrancelha de surpresa. - É minha garantia que você não irá faltar a aula. - ele explica, piscando um olho e saindo.
– Esse menino é mesmo doido. - Ann exclama, assim que ele se afasta. - Você não ousaria matar aula com um gato desses na classe, né? Quero dizer, eu não ousaria. - Anne ri, fazendo Rose rir também.
olhou.

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O sinal bate, interrompendo a conversa animada que as meninas estavam tendo.
– Bom, meninas, até o almoço. - Rose diz se despedindo das amigas.

–Sua mochila, ma cherie. - o loiro sussurra no ouvido da morena, assim que ela chega à porta, fazendo-a se arrepiar.
– obrigada. - ela diz, pegando a mochila.
– Você não matou aula. - ele diz, sorrindo torto.
– Eu nunca mato aula. - Rose diz, sentando numa cadeira.
–Bonjour, eléves! - o professor de filosofia chega, interrompendo a conversa dos dois.

– Vai fazer o que depois da aula? - Alec pergunta a Rose, assim que a aula de filosofia termina.
– Vou estudar. As provas já estão chegando.
– Você nunca faz outra coisa? - o menino pergunta, jogando a mochila no ombro.
– Faço, eu leio. - Rose diz, o fazendo rir.
– Pra mim, dá quase no mesmo. Então, nos encontramos mais tarde, ma cherie. - Alec diz se aproximando da morena e dando um beijo demorado em sua bochecha.

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Depois das aulas de artes, Rose foi até o banheiro para tentar tirar o resto da tinta que ficara em suas mãos.

– Oi amiga. – Marie chega ao banheiro, abraçando Rose e dando-lhe os famosos “bises”. – Bem, eu achava que você estava namorando com o Dexter.

– Bem... eu... eu estou. – Rose responde, desviando o olhar da mais nova “amiga”.

– É que eu vi você e o Alec na aula hoje e vocês pareciam bem íntimos. – Marie comenta, como se não quisesse nada, retocando a maquiagem.

– Estávamos apenas conversando sobre a matéria. – Rose mente. – Mas você sabe, Alec é um pouco intenso demais em todos os momentos.

Marie ri gostosamente, fazendo Rose ficar sem entender nada.

– E como eu sei. Em todos os momentos, se é que você me entende... – Marie comenta, suspirando.

Rose fica vermelha após acidentalmente ter imaginado ele em outros... Momentos.

– Eu posso lhe perguntar algo? – Rose pergunta, se sentando na bancada.

Marie ficou surpresa, óbvio. Nunca esperou nada além de desconfiança e hostilidade vindo da garota. Nunca, sequer, curiosidade. E ela sentiu medo do que poderia ser. Será que... Não, não era possível.

– Claro! – a loira responde meio desconfortável.

– É que, desde que eu cheguei nessa escola, eu sempre tenho seguido os conselhos que todos me dão. Recebo informações de histórias incompletas, e que eu nem sei se são verdadeiras ou não. Pra falar a verdade, estou meio confusa nisso tudo. – Rose jorra informações, ficando surpresa consigo mesma por estar falando aquilo tudo para Marie. – E de repente você me odeia, e logo em seguida viramos “amigas”. Isso tudo me deixa muito confusa. – a morena bufa.

– Talvez eu te entenda. – Marie fala sincera.

– Então, eu quero que você seja sincera comigo. O que você pretende com tudo isso?

Essa pergunta pegou Marie de surpresa. A loira não sabia o que responder. Bem, certamente ela não poderia dizer que se aproximara dela como parte de um plano.

– Bem... Eu não sei... Só achei que valeria a pena te conhecer melhor ou algo assim... – ela responde.

– Okay, não foi dessa vez que você conseguiu me convencer. – Rose suspira. – Mas vamos sair logo daqui.