– Não fui eu, senhor detetive...isso é ridículo, eu nunca faria isso com Camila, olha pra mim...tenho medo de lagartixa... não mato nem uma mosca, Senhor António...
– Se acalme jovem, não precisa chorar...é procedimento padrão, mas me diga como era o seu relacionamento com a vitima?
– Eu era seu namorado, estávamos apaixonados...
– Você sabia que a vitima tinha um amante?
– Sim, infelizmente ela não tinha muita vergonha na cara...mas eu não me importava, alias, ela tinha dois amantes...
– Interessante...então me conte o que aconteceu antes você chegar a cena do crime...
– O Senhor não quer saber quem era o outro amante?
– Depois voltamos a esse tópico, tudo bem?
– Sim, então...
"Camila e eu não nós víamos muito, só durante o período que estávamos na escola e raramente aos fins de semana, naquele noite em particular ela estava estranha, mais do que quando cruzávamos com o amante dela nos corredores da escola e ela fingia que não o conhecia, preocupada é a palavra certa...ficou calada por muito tempo. Na hora do intervalo ela me arrastou para um canto escuro da escola e me abraçou, começou a chorar, pedir perdão por mentir e contou sobre toda a traição, contei a ela que já sabia de tudo e que estaria perdoada se terminasse com Felipe, foi então que ela começou a contar sobre o outro amante..."
– Ela lhe disse o nome dele?
–Não...mas eu descobri.
–Prossiga.
"Ela me contou que se encontrou com um homem mais velho, por uma ou duas vezes e ele havia se apaixonado perdidamente por ela, mas que tinha um jeito estranho de amar...ele começou a segui-lá e descobriu sobre Felipe e eu, começou a ameaçar de morte a nós e a ela mesmo se não terminasse tudo com ambos e ficasse somente com ele...você pode acreditar que um velho louco psicopata faria isso com alguém?"
– Porque não? Poderia ser categorizado como um amor protetor...
– Ou como um maníaco...
– São só especulações, Daniel...prossiga.
"Depois disso ela disse que tinha um plano, que faria com que esse louco varrido pensasse que ela tinha terminado com os dois e iria denuncia-lo a policia, se bem que não adiantaria nada já que ele tinha, ou tem, grande influencia sobre as autoridades locais, mas eu estava disposto a ajuda- lá, e assim eu fiz, ela armou um encontro comigo e com Felipe, eu fiz uma cena ridícula de desespero por ser traído, fingi ir embora e fiquei escondido observando o que aconteceria a seguir...Ela deu um tapa em Felipe, ele deu um soco na linda face de Camila e saiu, quando eu fui me aproximar dela para ajudar apareceu aquele homem...o outro amante."
– Você pode me dar licença, só um instante?
– Prefiro que o Senhor fique, já estamos no climax da história...Tem pessoas nos ouvindo do outro lado desse vidro não é?!
– Sim.
– Ótimo, então vamos lá...
"Eu peguei meu celular e comecei a gravar, o Psicopata a beijou, ela o empurrou e gritou para que ele se afastasse, que não queria mais nada com ele e com ninguém, que iria denuncia-lo...ele a pegou pelo braço e falou algo que não pude ouvir , ela começou a se debater para se soltar e em um momento de fúria ele sacou uma espécie de faca e gritou "Se não for minha, não será de mais ninguém", a feriu no estômago e saiu correndo, deixando cair seu documento de identidade, corri para prestar socorro para ela, a peguei nos braços, Felipe chegou correndo e ela lhe disse "Não...foi ele.". Depois que a policia chegou lá estava ele, o assassino...o senhor acredita que ele é da policia?! Um detetive, ele disse que daqui algumas horas ele me interrogaria...aqui estamos, e a propósito, você deixou sua identidade cair...Detetive António"