Immortals escrita por Lommy


Capítulo 3
Capítulo 3 – Parasomnia


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que no máximo terça eu postava e mesmo que seja tarde ainda é terça, certo? Certo. Se eu não dormi, ainda é terça sim. Sh. Eu ia dar desculpas de falta de tempo e blá blá, mas, na verdade só fiquei com preguiça de fazer antes mesmo.



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Sabe aquela semana horrível onde você não dorme nada? Minha semana de lua cheia. Outra noite em que virei em claro tendo me distrair com qualquer coisa e manter meu lobo calmo aqui dentro, o pior foi essa noite onde ocorreu realmente a lua cheia 100%, é mais difícil de o fazer calar quando ele quer tanto uivar e mostrar sua posição no topo da cadeia. Depois que saímos da marca dos formandos, alguns casais tinham o que fazer, já eu e Lydia não, então fomos até uma lanchonete e ficamos um pouco lá. Bem pouco mesmo, logo ela precisava dormir e eu fingi que precisava também, quer dizer, fingi que iria porque precisar eu realmente preciso. Dali para cá as horas foram perdidas na internet, em livros, em meio a desenhos, observar a lua, ouvir Stiles roncar... Essas coisas “normais”.

Levantei devagar sentindo minha coluna estralar por ter ficado muito tempo na mesma posição e corri para o banho, antes que um dos homens acordasse e entrasse antes. Eu não sou o tipo que demoro para me arrumar, então não os atrapalharia de qualquer forma. Tanto que logo meia-hora depois eu já estava saindo da casa, iria a pé para o colégio, Stiles poderia ter me dado uma carona – Depois de encher o xerife sobre Theo, e eu sei que ele o vai fazer. - , só que ainda estava cedo e eu estava com vontade de caminhar – o que é raro, então vamos aproveitar. Passei em uma barraquinha de frutas e comprei uma maçã pelo caminho. Em certo ponto do caminho você tem duas direções: colégio e delegacia, cada bifurcação leva a um dos dois e naquele momento eu precisava ir para a direita, colégio, só que nada podia me impedir de olhar pro outro lado e querer ir dar uma passadinha rápida lá, talvez ver o “meu” oficial. É, nunca vou perder o costume do “meu”. Joguei a mochila para o outro ombro e voltei a andar, na direção certa, certos luxos e desejos eu não poderia me conceder se eu quiser esquecer esse platônico e eu tenho que esquecer. Eu tenho que me focar em outras coisas.

—--- POV terceira pessoa.

Kylie foi uma das primeiras pessoas a chegar no colégio, logo ela não tinha com quem falar já que seu grupo social se resumia nos sobrenaturais de lá e eles não estavam no ressinto naquele momento e sua solução foi se sentar na grama e voltar a ler, ela adorava o sol em sua pele e adorava ainda mais quando estava nesses momentos em que o mundo parecia só dela. Não percebia ninguém a sua volta, não percebeu Stiles e Malia mais tarde conversando bem perto dela e eles não a perceberam pois ela estava atrás do livro. Ela não notou o barulho da moto de Scott chegando. Coisas simples que ela teria notado se não estivesse em seu lugarzinho especial e tranquilo... ok, nem tão tranquilo, Idris não estava muito tranquila pra Clary naquele momento. Sim, estava lendo Instrumentos mortais. De qualquer forma, estava na hora de ir para sala quando um par de botas pesadas e pretas parou na frente dela e o dono do par pigarreou e a estendeu a mão, só assim a fez sair do transe e voltar a Beacon Hills. Ergueu os olhos para Theo e franziu as sobrancelhas, não eram amigos, sequer eram colegas, então ela não via porque ele estar ali. Bem, aceitou a mão para se levantar. Ela ainda não tinha motivo o suficiente para desconfiar totalmente dele afinal ele havia salvo Scott e agora estava a ajudando a chegar na aula sem atraso. Theo estava indo bem com ela. Eles não conversaram no caminho, foram em um silêncio agradável depois da troca de “bom dia”. Ele parecia estranhamente simpático demais, confortável demais, bom demais e tudo o que é demais a cheira mal. Ainda quando passava pelas salas, ela conseguiu ver Liam de pé na aula do pai da Kira. Não ficou curiosa. Liam era esquisito. Só seguiu em frente até a aula de biologia, a normal, para meros alunos que não queriam ser veterinários – essa é pra você mesmo, Scott – sim, planejava brincar sobre isso mais tarde. Naquela aula aparentemente teria Malia e Stiles, porque até mesmo Theo seguiu para Biologia AP.

Saiu das aulas para o intervalo – uma aula vaga, na verdade - sem sequer uma anotação no caderno, bem, tinha um pouquinho de baba se isso conta porque ela tinha dormido em cima do caderno depois de duas noites em claro. Se sentia renovada depois do cochilo. Passava por um corredor quando viu Liam falando com uma garota em seu armário, aquilo atraiu a atenção dela a fazendo automaticamente ouvir com seu lado lobo. “Estava pensando, ainda está irritada sobre a sexta série, mas acho que já entendi.” “Não estou irritada, Liam. Estou furiosa.”. Por um momento Kylie riu, aquela garota parecia querer chutar o traseiro de cachorro do Beta, depois que Kylie percebeu isso torceu o nariz e foi até o mais novo.

— Se quiser, eu posso bater nela. – Sugeriu chegando perto dele e parando onde a garota esteve segundos antes. Claro que Liam negou a “ajuda” de Summer. Ela era violenta demais as vezes, ele tinha certeza que poderia ajeitar aquilo por ele mesmo e não com ajuda dos mais velhos. Não era um bebê, como Kylie o chamava. Ele as vezes se irritava com a super proteção dela, mas na maior parte do tempo adorava-a pois sentia mais do que dos outros, o adorar dela por ele. Pena naquele momento estar estressado e simplesmente ficou bravo a deixando pra trás. Ele não notou Lydia ajudando Tracy, bem, ninguém notou, nem mesmo Kylie que foi atrás de Dunbar dizendo que se fosse TPM ela comprava um chocolate pra ele e antes que ele a respondesse, ela entrou por outro corredor saindo pro pátio do colégio. Se sentou em uma das mesas de piquenique e ficou ali observando os poucos alunos andando por ali até a hora de voltar para mais uma aula ou tentar, pois no meio do caminho Lydia a puxou e a levou até o carro junto com a garota Tracy. Pelo o que Kylie entendeu, Tracy tinha problemas para dormir e vomitava uma gosma preta com penas. Mais um dia normal em Beacon Hills, não é mesmo?

Claro que ela poderia ter negado e voltado pra aula, só que (um) não aguentava mais aquele dia lento e (dois) Lydia a pediu que ligasse para Parrish e o passasse o endereço da garota, pedir pra que ele desse uma olhada no local. Tudo bem. Por Summer, não tinha problemas vistoriar o local também.

Na casa de Tracy, Kylie olhou as coisas de modo detalhado enquanto Parrish olhava de jeito oficial, procurando pistas, a única pista que Kylie achou foi que Tracy realmente devia ter problemas e era óbvio o sonho com corvo, ou sabe-se lá, tinha asas desenhadas em todo canto daquele quarto, duvidava nada que a menina tivesse comido o travesseiro, o povo da cidade era todo estranho mesmo. Sentou-se na cama quando Parrish perguntou a garota sobre o pássaro que havia visto e Summer não deixou de perceber o quanto ele ficava bonito trabalhando todo sério. Mordeu com força o interior da bochecha querendo atrair a própria atenção para a dor e não para ele, merda. E merda de novo. A merda – novamente – do teto não estava selado. Ok, talvez a garota não fosse apenas uma louca como Kylie imaginará.

— Não posso fazer nada oficial agora, mas voltarei depois do plantão para vigiar a casa. – Ele nos disse após sairmos da casa e ele falar sobre os corvos no telhado. As coisas não pareciam boas e Kylie percebeu que deveria parar de pensar que só porque o cidadão morava em Beacon Hills ele era louco. Voltando a Parrish, Lydia disse que poderia o fazer companhia e ele recusou, PORÉM, é claro, Kylie deu a volta nele. Lydia podia não ficar com ele, mas ela com certeza ficaria e o comprou com um café, o que era mais uma noite sem dormir quando já havia ficado duas? Além do mais pra que servia o colégio, né?

Ela não tinha ciúmes de Lydia, só que as vezes em momentos como aquele em que P. disse que devia algo a garota, seu estômago se revirou de uma maneira ruim e nem mesmo o jeito que ele sorriu para ela, após combinarem o café a meia-noite, fez a careta sair de seu rosto. Lydia podia não sentir por ele, mas e se ele sentisse por ela? Droga, Kylie. Ela estava confusa e fez a cena adolescente mimada negando carona e dizendo que queria ir a pé para casa pensar. Ou tentou, porque o carro da policia a seguia de perto, até ela bufar e esperar o carro a alcançar pra entrar no banco do passageiro de Parrish.

— Você as vezes parece uma criancinha. – Ele afirmou olhando-a por um segundo e depois desviando o olhar para a rua a sua frente, estava dirigindo, não podia se perder na tempestade dos olhos dela. Se ela acha uma merda se perder nos olhos dele, imagine o quanto ele não brigava consigo mesmo por sentir uma atração leve por uma garota bem mais nova. Era uma droga, tudo naquilo era, sentir-se atraído para ela era, ela era uma droga que ele, por mais que evitasse, sempre se pegava com ela e não no sentido que seu instinto queria. Entendedores.

— E você as vezes não percebe os detalhes, oficial. – Kylie murmurou chateada por ter sido chamada de criança. Ele já era mais velho e ainda a chamava de criança, aquilo era de acabar com o ego de qualquer um, até mesmo do alfa dentro dela. Sentiu o carro parar e ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas, não estavam nem próximos da casa do xerife. Parrish se virou no banco para ficar meio de frente pra ela e ergueu as sobrancelhas de volta, era algo deles. Sempre faziam isso.

— Então me mostre os detalhes, Ky. – Pediu em seu modo sério e mesmo daquela forma, por um momento sua mente de fantasia fez Kylie pensar que aconteceria um beijo, o que claramente não aconteceu. Ela apenas o fitou por mais um segundo e depois bufou balançando a cabeça. “Ky” era como ele a chamava de vez em quando, quando a dava conselhos, isso a fez lembrar que ele não a via como ela o via. Curso básico de como se foder ao se apaixonar: passo um, se apaixone por um policial mais velho que te trata como irmã mais nova. Pronto.

— Foi lua cheia, meu lobo só esta de mal humor por mais uma vez eu ter ganho. – Falou a primeira desculpa que pensou e que até fazia sentido o pequeno surto “garota de 12 anos”. – Você ainda não se acostumou, agente P? Eu sinto muito se fico de TPM e pareço infantil para o senhor idosinho. – Acrescentou usando um tom de brincadeira porque não queria que o clima pesasse, não com ele. Nunca. Bem, funcionou, Parrish deu um sorriso e se ajeitou no banco de novo.

—Um dia você me mata com essas suas respostas, garota. – Murmurou mais pra si mesmo do que pra ela enquanto ligava o carro. Dali pra frente, foi uma pequena viagem mais leve apesar do assunto ser o homem-garra-de-neon – Que Kylie odiava ainda mais por ter tentado matar Parrish também. Era o efeito deles. Juntos nada parecia muito pesado e mesmo o assunto sendo sério, Kylie conseguiu o fazer soltar uma ou duas risadas.

—-- – Mais tarde em PVO Kylie.

Avistei o carro de Parrish bem em frente a casa de Tracy, quase meia noite, conferi no relógio, eu estava com o café americano preto que ele pediu – ou melhor, que eu o comprei com. Não da pra descrever meu cansaço, eu bem tentei dormir a tarde, só tentei, não sei o que anda acontecendo, normalmente depois da lua cheia eu capoto de exaustão por ter segurado meu lobo com força, dessa lua eu estou cansada demais, só não consigo fechar os olhos por mais do que meia hora, ou seja, um cochilo no colégio. Tudo anda confuso, de qualquer maneira.

Bato no vidro do carro e invés dele abrir a porta pra mim, ele saí do carro e eu o entrego o café. Ele sorri agradecido, parecia que meu oficial também não dormia há algum tempo. Deve ser difícil ser policial. Passamos pro outro lado do carro, nos encostando no veículo de frente pra casa da esquisita-das-penas. “Até onde vi, ninguém entrou e ninguém saiu”. Após afirmar com a cabeça, coloco uma mecha de meu cabelo loiro atrás da orelha e ergo o rosto pra ele. Não há muita diferença de altura entre nós, só o suficiente para que seja necessário isso de vez em quando.

— Acho que devo dizer que sinto muito por desperdiçar seu tempo, você poderia estar dormindo, eu sei que anda precisando. – Comento olhando as olheiras abaixo dos olhos dele. Se eu não tivesse de maquiagem, aposto que as minhas estariam parecidas ou até piores, provavelmente piores.

— Não foi um desperdício total. Ando tendo problemas para dormir, ao menos gastei esse tempo fazendo algo útil e estou feliz pela Tracy estar bem. – Me contou e depois tomou um gole do café para após isso o oferecer em minha direção. Eu não queria tomar mais café e ficar ainda mais acordada e ele não devia tomar visto que também não anda dormindo.

— Você deveria parar de tomar café e ir para casa tentar dormir. – Sugiro observando só naquele momento a roupa que ele vestia. Uma das raras vezes que o vi sem a farda. Tem bom gosto. Merda. Concentre-se. Volto a atenção pro rosto dele percebendo uma expressão de dúvida e logo descubro o porque. – Você pode me contar o que está acontecendo, Parrish.

Eu achei que ele iria me contar, por um momento tudo se inclinou pra isso, mas então ele ficou em silêncio e crispou os lábios e depois negou com a cabeça, parecia em conflito.

— Vamos, vou te levar pra casa. – Soltou do nada me fazendo o olhar confusa. – Esta tarde, Kylie. – O que? Ele não liga que eu saía a pé de casa tarde da noite e sozinha pra levar um maldito café pra ele, e do nada ele começa a ligar e... ah. Vendo minha confusão, provavelmente, ele timidamente passa o braço pelos meus ombros e nos guia de frente a porta do passageiro, até a abre e fecha pra mim. Eu queria negar ir pra casa, eu queria saber o que ele iria me falar.

— Você não vai se livrar de me contar, oficial. – Ameaço logo que ele fecha a própria porta e põe o cinto. Ele me olha como se duvidasse de minha capacidade por um segundo e depois assente. Ele me conhece. E ele não se impede, assim que o carro começou a se mover, ele começou a me contar sobre seus pesadelos e eu, que não entendo quase nada e não tinha o que acrescentar naquele momento, apenas o digo que procurarei algo sobre nos livros de Lydia e na internet. Eu iria... amanhã.... Não sei exatamente quando, eu só sei que dormi no carro dele porque não me lembro de ter entrado em casa ou me despedido dele. Eu apenas acordei com o despertador do colégio, eu estou em minha cama, as mesmas roupas que saí ontem pra encontra-lo.

“ Tenha uma boa aula.

— J. Parrish”

Dizia o bilhete junto do despertador. Aquele simples bilhete com apenas quatro palavras, fora o nome dele, me fizeram sorrir. Eu sabia como havia parado ali e sabia o porque dormi, porque eu me sinto confortável ao lado dele.


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Notas finais do capítulo

Essa capítulo foi mais Kylie e Parrish (Ainda não tem nome o shipp, se tiver sugestão super aceito.) e também foi mais longo, espero que esteja bom. Até mais - sempre até terça, no máximo.



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