Is beginning or not escrita por JuBA


Capítulo 9
Where our eyes are never closing


Notas iniciais do capítulo

Itálico = pensamentos e ações
Normal = falas
Olá pessoas. Adorei os comentários de todos com o capítulo anterior. Difícil ler os momentos com Tóia, neh? Aqui são quase inexistentes. Tentei escrever o mais rápido e melhor que pude.
Uma música recomendada para acompanhar é: https://www.youtube.com/watch?v=CUrNOU_69bk
Espero que gostem!



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POV. Atena

Quero entrar ali e interromper o momento. Gritar, xingar, ironizar. Tudo. Mas o pior castigo que eu poderia dar ao Romero era exatamente esse. Deixá-lo na ilusão para um dia acordar e perceber a verdade. Além de, não contar sobre a ligação da facção. Aposto que o Tio vai cobrar respostas mais tarde. Pensando assim, entro no elevador e sigo meu caminho.

— Ótimo que veio, Atena. Boas notícias pra mim? — pergunta Kiki — Sim. Avisaram que está tudo certo. As armas começam a ser despachadas em dois dias. — Perfeito! Foi um prazer fazer negócios com você. — estende a mão — Não posso dizer o mesmo. Com aquele seu segurança a conversa teria sido mais... — retribuo o cumprimento — picante — rimos, enquanto o homem observa recostado ao carro.

Depois de completar as minhas tarefas com a facção, ainda não sei o que fazer com o que vi mais cedo. Está ficando difícil suportar aquele joguinho de bom moço do RR. Ainda mais quando, infelizmente, amo o fingido. O idiota acaba mexendo comigo mesmo quando o encontro beijando a desgraçada do morro.

Aquele trajeto percorrido pelo táxi, lembra-me o mesmo que tomei ao ir para o bar onde encontrei uma mulher histérica brigando com o namorado que por acaso sabe fazer um maravilhoso Dry Martini. Sorrio pensando no assunto e resolvo sair do carro. Andar me faria bem. Ou apenas seria uma desculpa para retardar minha chegada ao prédio.

POV. Romero

Convenci a morena de que nossa relação não precisava ser oficializada como, namoro ou amizade. Ela precisa de um tempo e entendo. Quando acabamos o café, nos sentamos no sofá ainda observando as fotos e o clima fica romântico mesmo sem percebermos. Alguns beijos acabam roubados ou cedidos. Aquela camiseta que vestia era curta e deixava-me sentir sua pele. É linda, simples e calma. Naqueles instantes, parecia uma substância pura, porém só para a moça, por que no fundo, sei de minhas mentiras.

Já tomei um banho e ao pegar meu celular, vejo as ligações perdidas de Tio, algo que me deixa aflito e receoso. Com tantas chamadas assim, só podia ser importante.

— Oi Tio. Não vi as chamadas antes... — falo assim que atende — Romero, a situação está complicada. Não tente enganar com desculpas. Estar na facção requer compromisso integral — indaga rude e sério — O que houve? — questiono, tentando pular a seção de xingamentos — A polícia investiu pesado. Podem me capturar a qualquer momento. Teremos uma reunião para discutir os assuntos — continua ríspido — Quando? — Agora! — ordena e vou para o local de reunião.

— Irmãos, estamos aqui, porque o circo está se fechando e um novo Tio será nomeado caso der problema. O pai e eu discutimos sobre a escolha e nossa conclusão não poderia ser outra. — escuto e fico ainda mais temoroso. Parece que a situação é mesmo séria. — O irmão Zé Maria não pode assumir pelo seu problema com o filho. Com o irmão Orlando na mira da polícia... — a minha onda de entusiasmo aparece quando os possíveis candidatos são excluídos — O único que está pronto para assumir é nossa irmã Atena — esvaeço. Já a bandida sorri levantando as mãos e vai para o lado de Tio.

Balança a cabeça sutilmente como sinal de excitação — É isso ai, Tio. Não podiam escolher melhor. Vitória na guerra, irmãos! — fala sentindo-se vitoriosa e deixando todos na sala surpresos. Mas não mais que eu.

— Por que a escolheram? — interrompo a comemoração — Porque sou a melhor no que faço, Romerinho...Em tudo! — corta sorrindo, antes que Tio se pronuncie — Ela é a que mais se destacou — responde ele — E eu?! Nunca fui considerado? Estou aqui a mais tempo — falo irritado, indo ao centro — Você não tem o que precisa. É fraco! — Mas ainda faço parte disso. A facção não seria nada sem mim. Nada! Vocês não seriam nada! — indago, exaltado e levanto uma das mãos — Não vire fera! Sua posição aqui é bem instável — Instável é o caral... — Cuidado com o que fala — alerta e percebo a formação de uma aglomeração pronta para atacar em qualquer movimento brusco partindo de mim. Contanto, acalmo-me.

Ver todos dando parabéns para a pomba-gira me enche de raiva. Mesmo nesse canto longe, consigo perceber a cara de felicidade na nojenta. Essa organização já teve dias melhores. Se já queria sair antes, agora virou prioridade.

— Tio! Quero falar com o senhor — falo ao me aproximar dos irmãos — Acho que errou Romerinho... É Tia. — provoca — Quero o verdadeiro não a imitação loira que botaram no lugar — respondo e o homem grisalho vem até mim — O que quer, irmão? — Não entendi porque colocaram essa desgraçada no comando, mas não vou fazer mais barulho. Só quero dizer que estou fora da facção — exclamo, decidido e todos prestam atenção— Como assim? A única forma de sair é morto. Você sabe. — olha-me ameaçador — Está pronto pra correr o risco? — calo-me por segundos em sinal de hesitação — Tenho umas coisas pra fazer. — respondo e saio os deixando sem resposta.

POV. Atena

Depois que recebi o chamado para a reunião, larguei-me dos pensamentos e fui diretamente para o encontro que não poderia ser melhor. Agora, sou a segunda na linha de comando, abaixo apenas do Pai. Falando nele, esse é alguém que preciso conhecer.

Tudo se complicou quando o Romero se opôs a decisão, porém era esperado. No entanto, vê-lo falando ao grupo que queria sair foi um choque. Já ouvi essa fala antes, mas nunca pensei que iria dizê-la para a facção. Não acreditava na coragem, ou melhor, petulância. Se impor desse jeito para os caras não foi uma boa decisão nem para mim, que o encorajo a fazer tal coisa.

Só quero saber de comemorar minha nova colocação. Sai do esconderijo preparada para tomar uns bons drinques em uma boa companhia ou simplesmente ir a um shopping, comprar tudo que mereço. Optei pela segunda opção, pois amanhã finalmente encontrarei o Pai e preciso estar ainda mais divina, se é que é possível.

Encontrei lindas roupas. Um body aberto nas laterais, uma saia preta assimétrica, uma blusa longa sem mangas e solta, e uma jaqueta de couro preta formam o look escolhido e adquirido nas lojas. Estou tão feliz que cheguei na cobertura já à noite, largando as sacolas pelo sofá e deitando nele para respirar e analisar o que acabara de ocorrer.

Me encontro distante do ambiente, até que escuto um barulho vindo do quarto. Primeiramente, penso no velho, mas depois que não ouço voz, sigo para o cômodo.

— Quem tá aqui? Se for tu mexendo nas minhas coisas, velho... — sou cortada — Sou eu. O dono do apartamento...Tia — fala frio e irônico — Ah... Que bom te ver aqui, meu amor — deito na cama o observando mexer no closet — Nem posso dizer o mesmo. Pensei que ia demorar pra voltar... — continua no tom amargo — Meu sexto sentido quis te ver — Não ficará assim por muito tempo — fecha a porta do armário, o que me deixa ver as malas — Pra quê isso? — indago seriamente — Não me diz que vai me “expulsar” de novo... Tá cansativo isso — apoio meu rosto entre braços cruzados ainda o olhando — Dessa vez sou eu — fala e levanto sem entender.

— O São Romero vai levar mais roupas para o Che Guevara? — aproximo-me passando meus dedos lentamente por seu pescoço e o enlouquecer — To indo embora — para o toque e me olha — Ah... Coisinha tá esperando pra fazer a oração, é? — provoco, juntando os corpos, o que o aprisiona contra a parede — Você não entende... — Não entendo o quê? Que tu me quer? O bobo aqui é você. — acaricio seu cabelo, o que o faz fechar os olhos pela sensação de calmaria. Assim, parto para um beijo.

— Vou embora da cidade — sussurra, quando os lábios quase se tocam — Han? — pergunto, não compreendendo. Romero acaricia meu cabelo e encosta nossas testas denunciando o desejo que corre nas suas veias, deixando-me desamparada — Preciso ir. — pega as malas e vai para a sala — Não, hey! Volta aqui — Chamo — Que história é essa? — Você tem razão. Tentei te expulsar daqui, mas não resolve. Tentei sair do crime, mas ninguém escuta. Vou fazer seu ouvido — vira-se e me encara.


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Notas finais do capítulo

E aí, como foi? Alguma coisa a acrescentar? E a canção, combinou com o capítulo?
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~ Noip ( @JulyAndrade17 )



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