Sentamo-nos em um sofá perto do palco e conversamos, o karaokê já tinha começado, já tinham subido 3 mulheres e 2 homens, nenhum cantava particularmente mal, assim como somente uma das mulheres cantava bem, ou seja, ninguém era ruim e ninguém era ótimo, ou pelo menos era isso até que ele decidiu subir no palco e cantar, eu não sei se foi de propósito, não sei se ele decidiu escolher uma das minhas músicas favoritas, mas enfim, ele escolheu Crazy Little Thing Called Love do Queen (se você não conhece, vá agora ouvir)E ele simplesmente acabou com todos, ele só não tirou 100 por que fez uma versão diferente, com alguns falsetes e em alguns momentos aumentou o tom. Depois que ele terminou e várias menininhas ficaram decepcionadas por que ele veio se sentar do meu lado(isso mesmo suas babacas, ele é MEU! Muahaha, ok menos, ele não é exatamente meu, mas pode ir tirando os olhos dele)enfim, olhei para ele e perguntei:

–Você planejou?

–O que?

–Escolher essa música e acabar com as pessoas?

–Eu não planejei nada, eu iria gostar muito, muuuito mesmo, se você tivesse gostado, então se de alguma forma isso se relaciona...

–Sim se relaciona bastante.

–Você gosta do Queen?

–Amo, especialmente essa música.

–Aaah! Acredite eu não fazia a menor ideia... – Ele pareceu pensar durante um certo tempo. – Você não vai ir cantar?

–Então... É que cantar não é muito a minha sabe... Não gosto de prejudicar audições alheias... – Disse enquanto tentava falar mais alto que a mulher que cantava.

–Aah! Qual é?! Não me faça sentir mal por te trazer aqui! – Disse ele obviamente brincando comigo. – E outra, com certeza você não é pior que ela. – Falou se referindo a mulher loira que agora descia do palco.

–Se eu fosse você não duvidaria.

–Pooor favooor! – Implorou ele.

–Nããã... – Não consegui terminar a frase, primeiro por que estava em choque e segundo por que um certo alguém tinha começado um beijo. Depois de nos separarmos olhei para ele. – A intenção era me convencer a cantar? - Perguntei levantando uma sobrancelha.

–Am... Na verdade não, só queria te beijar mesmo... – Disse ele, vendo meu olhar descrente completou. – Convencer viria como bônus.

–Ta ficando muito abusadinho viu! – Comentei.

–E você falar isso não vai mudar muita coisa, na verdade não contribui muito, já que eu sinto uma pontada de quero mais na sua voz.

–Não falei! Abaixa o fogo ai menino!

–Você não iria querer... – Ele não completou a frase ao ver meu olhar. – Mas então, você vai cantar que música?

–EU NÃO VOU CANTAR!

–Ah vai sim!

–Não eu não vou!

–Vai! Por favor! Você pega uma fácil.

–Tipo? – Acabei me rendendo ao cometer o erro de olhar em seus olhos.

–Sabia que você ia ceder!

–Eu não falei que vou, vai depender da música.

–Então sobe lá que eu escolho uma. – Disse ele já se levantando e me direcionando ao palco, olhei para ele como se pedisse piedade. – Calma, eu não vou colocar Whitney pra você.

–Melhor! – Subi no palco, pequei o microfone e fiquei esperando que o nome da música aparecesse na TV, vai que ele escolhe uma que eu não conheço.

Falling for you By: Colbie Caillat.

É, pelo menos eu conhecia a música. Me impressionei ao ver que não tinha ido mal, ta certo que a música é fácil, mas já é um progresso, desci do palco e sentei no sofá ao lado dele.

–E então? Consegue me escutar? - Perguntei.

–Você falou que você cantava mal, pode ir dizendo, só falou isso pra me impressionar né?!

–Como? – Perguntei não entendendo nada.

–É, você vem com o papo de não sei cantar, pra subir no palco, fazer 98 pontos e ter uma voz perfeita.

–Minha voz? Perfeita? Olha eu acho que você me ama tanto que já está se confundindo.

–Não, com certeza não fui só eu que ouvi, então não é obra do tanto que te amo.

–Vou fingir que acredito ok. – Só então percebi o que ele tinha acabado de dizer. – Calma... o que você acabou de dizer...? – Perguntei.

Ele somente sorriu para mim e me beijou, como quem diz “eu não disse nada, é você ouvindo coisa”.

Continuamos conversando durante mais ou menos 1 hora, vi que estava ficando tarde, vendo que o caminho de volta era de quase 1 hora.

–Esta ficando tarde. – Comentei. – Já são 20:00 e hoje não posso chegar muito tarde.

–Ok, nós já vamos, só mais uma música?

–Tudo bem, qual você vai cantar?

–Você quis dizer NÓS?

–Não, eu quis dizer o que eu disse, o que VOCÊ vai cantar?

–Não não, tem que ser um dueto.

–Não não tem.

–Vai me fazer te convencer de novo? – Disse ele quase encostando os lábios nos meus.

–Nããão precisa! – Disse já em pé. – Qual música? – Perguntei com o braço estendido chamando-o, ele me olhava com um misto de alegria e tristeza no rosto.

–Estou pensando. – Falou ele enquanto se dirigia ao homem que estava gerenciando. – Mas acho que tem uma perfeita.

–Ela não é difícil não né?!

–Um pouco, não vou mentir, tem uma nota um pouco chata, mas nada que você não consiga.

–Lá vamos nós. – Disse subindo ao palco.

Two Is Better Than One do Boys Like Girls, começou a tocar, olhei para ele como quem não acredita ele só confirmou com a cabeça como se dissesse: “Não tem problema”. UMA NOTINHA CHATA! Ele acha mesmo que consigo fazer aquelas notas altas?

Como se era de esperar eu cantei a parte da Taylor Swift, tenho que admitir, não fui tão mal assim, acho que posso dizer que performamos bem vendo que o todo o local aplaudiu, o que foi realmente muito bom.

–Ai eu não consigo! – Imitou-me Douglas. – To vendo como não consegue. – Completou ele e me abraçou.

Entramos no carro e cantamos durante todo o caminho, desta vez posso te assegurar que não foi nada bonito. Quando chegamos vi o carro de minha mãe estacionado, o que significava que ele não poderia chegar nem perto da porta senão minha mãe ia começar o hobby favorito, que no caso é me envergonhar.

–Muito muito muito obrigada! – Exclamei quando ele terminou de estacionar.

–Então você gostou?

–Não só gostei, eu amei.

–Ainda não acredito que você realmente achava que não sabia cantar.

–Para mim sempre foi isso... Estava acostumada, sabe não nasci com talento como certas pessoas...

–Eu não nasci sabendo tocar nada tá! Só perfeito! Isso veio de nascença.

–E a humildade? Você perdeu pelo caminho ou não veio com o pacote mesmo?

–Nenhuma das duas alternativas, é que eu só não mostro por que eu seria muito perfeito para um ser humano, então seria levado para um laboratório sinistro para ser estudado. – Não consegui não rir disso.

–Tchau Douglas. – Falei enquanto dava um beijo em sua bochecha, ou , no caso, essa era a ideia inicial até ele virar o rosto e depois me olhar com cara de: “Não acredito que fez isso!”. – Sério?

–O que? Eu não fiz nada! Foi você!

–Quem você espera enganar com isso?

–Você...?

–Então não está funcionando.

–Ok, então dessa vez não tentarei enganar ninguém nem usarei de nenhuma desculpa.

Antes de conseguir perguntar o que ele quis dizer com aquilo ele se despediu com a aparente forma que ele gostaria... Me puxou para perto e começou a me beijar, segurava meu cabelo e me forçava contra seu corpo como se quisesse nos juntar em um só, ele foi me deitando no banco, quando percebi ele estava em cima de mim me beijando e passando sua mão pelo meu pescoço até meu decote.

–Tabom. – Disse me afastando dele, ou tentando, já que não durou mais de 3 segundos. – Douglas. – Também não funcionou. - Douglas eu tenho que entrar, eu realmente tenho. – E eu ganhei! – Acredite eu não quero tanto quanto você, mas tenho que entrar.

–Acho difícil não querer tanto quanto eu, mas é... Eu sei que tem. – Disse ele levantando. – Boa noite. – Disse ele me dando um selinho.

–Boa noite. – Respondi saindo do carro.