Anjo Caído escrita por Maria Andrade


Capítulo 2
Adeus Terra Divina




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Eu estava na floresta. De grandes arvores, e grandes pedras, entre elas um caminho cheio de flores de todos os tipos que você imaginar. O dia estava lindo, clareado pela luz divina. Eu esperava pelo senhor. Muitos ficariam felizes em falar com ele, mas comigo, não seria por uma boa causa. Eu pequei. Pequei na terra do senhor. Eu me sentia triste, sentia medo. Pela primeira vez eu sabia o que era sentir aquilo. Desde que eu pequei, eu me senti como os humanos. Eu sentir tristeza, angústia, como os humanos. Aquilo era muito ruim. Meus cabelos escuros encaracolados e longos cobriam meu rosto, minha cabeça estava baixa, eu olhava para meus pés pálidos, eu usava uma manta branca, que cobria meus braços, eu me sentia confortável ali dentro. Minha asas estavam baixas.

Subitamente, uma luz aparece, mais forte que o normal e aflige meus olhos pardos. Era o criador. Um vento forte bateu, movimentando as copas das árvores, meu cabelo, minha manta, eu me ajoelhei, e uma voz grave veio a dizer:

– Minha filha, o que fizeste? Porque fizeste? - Aquela voz atingiu-me profundamente, eu me entreguei em prantos, e respondi.

– Senhor, meu pai, perdoe-me. Te peço teu perdão e tua misericórdia, não sabia exatamente o que estava fazendo, o porque eu fiz. Te peço perdão, mesmo sabendo que não sou digna dele.

– Você não é digna de tal coisa. Eu te perdoarei, tudo tem perdão. Mas antes, quero que você tenha a experiencia no mundo dos humanos. Que aprenda e mude para sempre. Lá existem pessoas boas, mas existem pessoas com inveja, ódio, cobiça. Quero que melhore. Se conseguir ajudar algumas pessoas, muda-las, será perdoada. Caso não, você queimará, terá asas negras para o resto de sua vida na terra de Lúcifer.

Ele não me deu vez para falar, mas eu realmente não tinha nada para falar. Então, mais uma vez ele continuou:

– Não tente voar, não tente resistir. Agora, assumirá estas asas negras, mais um castigo.

Subitamente minhas asas mudaram, estavam negras. Eu não tinha mais a luminosidade dos anjos. Um portal se abriu no ar, e por ele fui engolida. Tudo estava negro, eu gritava. De repente, eu estava em meio a nuvens, em um céu cinza e raios, minha manta estava desintegrando-se, aos poucos eu havia ficado nua. O vento era forte. A sensação de estar caindo parecia ser infinita, eu não conseguia ver o chão. Eu gritei, chorei. Percebi uma luz ao meu redor, e colidi com o chão, com um estrondo enorme, uma grande cratera se formou atrás de mim. Consegui perceber que era uma campina. Eu estava quase inconsciente, minhas asas cobriam meu corpo nu, e me refugiaram do frio.

Novamente eu senti dor, mas Deus ainda me permitiu viver, claro, e ainda tinha uma missão. Eu ouvi um barulho, depois, umas luzes vermelhas e azuis, e uma voz sublime me disse "fuja deste lugar". Eu tive de encontrar abrigo na floresta, minhas asas estavam tão pesadas, não consegui voar, arrastei-me no chão, dolorosamente consegui encontrar abrigo atrás de uma pedra, antes que qualquer um me visse. Eu escutei vozes, daquelas pessoas, pela primeira vez eu sabia como era ser humano, essa pequena amostra foi muito ruim.

Começou a chover, me abriguei debaixo de uma árvore, nenhum raio me atingiria. Meu corpo estava tão sujo, eu me senti nojenta, por estar sem roupa. Bem, logo eu adormeci.


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