Em seus olhos escrita por Hawtrey


Capítulo 5
Capítulo 5




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Dumbledore adentrou silenciosamente os aposentos de Severo Snape, não notou os frascos vazios sobre a mesa de seu escritório e nem deu atenção para a bandeja de comida abandonada pela metade sobre o sofá. Abriu a porta do quarto cautelosamente e entrou, procurando pelo dono de tudo aquilo.

Snape estava sentado em uma poltrona ao lado de sua cama, onde Amber dormia a pelo menos dois dias. Ele intercalava seu olhar concentrado entre o livro e o pergaminho que estavam em suas mãos, tão preso em seu raciocínio que nem notou a presença do diretor.

― Severo.

Os negros se encontraram com os azuis, então foi a vez de Dumbledore notar que havia algo errado.

― O que houve meu filho? ― questionou se aproximando.

Snape respirou fundo e abandonou o livro e o pergaminho no chão. Sabia o quanto Dumbledore conseguiria notar a enorme preocupação que tomava conta de si.

― Eu não sei o que aconteceu com ela Alvo... ― respondeu com um fio de desespero em sua voz ― E não consigo acordá-la.

― Tenha calma... você sempre encontra uma resposta ― reconfortou Dumbledore se aproximando.

Snape apoiou a cabeça nas mãos e permitiu que o desespero tomasse conta de sua mente pela primeira vez em quinze anos.

― Eu... não sei porque estou assim ― confessou entre dentes ― Parece que há algo tão errado que chega a ser cruel.

Dumbledore fitou a garota deitada sobre a cama e depois encarou o Mestre de Poções. Não havia semelhança física alguma entre ambos, mas então por que via ali uma família perfeita? Por que Snape parecia estar sofrendo tanto? Por que a preocupação parecia estar impregnada nos olhos negros?

― Tem algo que queira me contar Severo?

Snape levantou a cabeça e encarou o diretor, encontrando nos intensos olhos azuis uma pergunta que o perturbava desde que vira Amber pela primeira vez.

― Eu não sei Alvo... sinceramente não sei.

O diretor suspirou e sentou cautelosamente na cama, ao lado de Amber.

― Se essa menina for filha de Lilian...

― Então significa que falhamos com ela ― completou Snape em tom mórbido ― Significa que deixamos a filha dela nas mãos de Voldemort por muitos anos.

― De quantos anos estamos falando?

― O suficiente para o Lord das Trevas treinar e confiar cegamente nela ― Snape respondeu se levantando.

― Acha que ele a treinou? ― verificou Dumbledore o fitando.

― Parece meio obvio. Ela apareceu no sexto ano e sem nunca ter frequentado uma escola está se saindo melhor do que os finalistas, e ainda carrega a marca.

― Severo... se há alguém que pode ter certeza, esse alguém é você ― revelou Dumbledore.

Snape o fitou confuso. Do que aquele velho estava falando agora?

― Você conhece Lilian melhor do que qualquer um ― esclareceu Dumbledore esboçando um sorriso sereno ― Cada defeito, cada detalhe... por completo.

Ele revirou os olhos e decidiu cortar as esperanças do mais velho pela raiz:

― Há uma grande chance de Lilian ter mudado bastante em seus últimos anos de vida, sem mencionar que sendo filha dela, Amber pode ter herdado os malditos genes de Potter.

― Mas Lilian sabia dos riscos, que Voldemort poderia ir atrás de Harry ― Dumbledore insistiu se levantando e fitando os olhos negros ― Se ela teve outro filho não acha que contaria a alguém? Ou deixaria algo para trás contando tudo? Lilian não arriscaria deixar sua própria filha nas mãos de Voldemort mesmo estando morta. Deve ter feito algo.

― Ou Amber não é filha dela ― Snape retorquiu impaciente.

― Ou está na hora de pararmos de aceitar as coisas como são!

Snape virou-se lentamente para encarar Dumbledore, erguendo uma sobrancelha. Durante muitos anos e entre diversos assuntos o diretor sempre mantinha a calma e o mesmo tom de voz. Mas ali, naquela última frase, demonstrara tanto cansaço quanto... raiva.

― O que quer dizer com isso? ― questionou confuso com o que estava vendo.

Dumbledore suspirou e massageou o próprio cenho, estava na hora de deixar algumas coisas claras:

― Por quinze anos eu escondi seu segredo Severo, escondi de todos. Porque você pediu... e não me arrependo de ter respeitado sua decisão. Mas acho que está na hora de algumas conhecerem o melhor de você.

― Quer contar a todos eles? ― Snape desacreditou. Esse velho só pode ter enlouquecido!

― A todos não ― o diretor corrigiu ― Mas acho que tudo seria mais fácil se algumas pessoas soubessem...

― De quem estamos falando exatamente?

― Minerva, Harry... senhorita Granger e o senhor Weasley... Amber.

― Alvo você enlouqueceu de vez? ― Snape acusou entredentes.

― Eu não entendo sua negação, são pessoas leais e perfeitamente capazes de bloquear a própria mente.

― Mas eu não quero, você prometeu!

― Eu sei que prometi ― defendeu-se Dumbledore seriamente ― Mas infelizmente isso não se trata mais só de você, Severo. Se contar a eles significa facilitar as coisas então é o que devemos fazer! Acho que está na hora de você engolir esse orgulho, porque dezenas de pessoas estão morrendo nas mãos dos Comensais da Morte ou do próprio Voldemort. E não podemos esperar mais. Se não temos todas as informações, então vamos procura-las o quanto antes. Precisamos nos apressar e assumir riscos.

― Eu sempre assumi riscos!

― E eu não estou falando de você. Mas nós não fizemos nada além de coletar informações por anos e olha quem apareceu ― Dumbledore fitou o corpo inerte de Amber.

― Ela não fará nada contra nós.

― Então tivemos sorte... o que faríamos se fosse diferente?

***

Harry Potter corria pelos corredores de Hogwarts sem importar com as vozes ligeiramente baixas que o acompanhava. Ultrapassou cada aluno sem escutar os xingamentos que lhe lançavam ou o que derrubava pelo caminho. Precisava falar com Snape, urgentemente. Não lhe agradava contar algo assim a ele, mas se era justamente esse que estava cuidando de Amber, então não se oporia a abrir sua mente.

O sonho lhe mostrou muito. E apesar de Rony e Hermione insistirem que era apenas um sonho, não conseguia acreditar nisso. Parecia real demais, doloroso demais, horrível demais. E era pelo medo de aquele sonho ser real que ele corria desesperadamente por toda Hogwarts atrás do seu mais odiado professor.

Não havia ninguém na sala de aula, então decidiu o obvio e correu até a sala particular de Snape.

― Professor? ― chamou quando finalmente conseguiu chegar e bater repetidamente na porta ― Professor Snape?

Esperou por respostas, como nada surgiu, voltou a bater na mesma rapidez.

Finalmente a porta se abriu.

― O que foi Potter?

Em resposta Harry adentrou a sala sem permissão e mirou, sem folego, o professor furioso:

― O que pensa que está fazendo? Saia daqui imediatamente!

― Eu sei... eu sei o que aconteceu com ela ― balbuciou tentando respirar ― Eu sei o que Voldemort fez com ela.

Snape arregalou os olhos e rapidamente fechou a porta.

― Diga logo, Potter! ― exigiu ao se virar para o garoto.

Harry respirou fundo e tentou se lembrar das palavras exatas que ouvira no sonho.

― Voldemort usou alguns feitiços novos... er, Dolor, Timor... eu nunca ouvi esses feitiços!

Snape assumiu uma expressão irritada e agarrou Potter pelo braço, para em seguida arrastá-lo até seus aposentos. O garoto não reclamou, parecia estar imerso em seus próprios pensamentos. Mas o assunto já estava iniciado, agora Snape queria respostas.

O lugar estava exatamente como ele havia deixado, desarrumado e frio. Havia frascos vazios por todo lado, uma bacia com água sobre a mesa e um prato de comida ainda intocado. Não impediu quando Potter se adiantou para se aproximar da cama, ele precisava ver, entender a situação verdadeiramente.

Amber ainda estava dormindo, era a única coisa que fazia nos últimos dias. A cada dia parecia mais magra e mais pálida do que antes, seus cabelos possuíam um tom sem vida e suas mãos continuavam gélidas.

― Olhe bem para ela Potter ― ordenou conferindo os batimentos cardíacos dela pela terceira vez naquele dia ― Quero que se lembre exatamente o que viu.

― Eu não esqueceria ― o garoto garantiu com veemência.

Snape crispou os lábios e ergueu a varinha:

― Lembra-se do que lhe ensinei ano passado?

Potter finalmente o fitou, compreendendo a situação em que estava se metendo.

― Quero que derrube qualquer barreira agora ― Snape acrescentou ― Legilimens.

Antes mesmo que Harry pudesse pensar sobre o que estava prestes a acontecer, sentiu sua mente ser aberta e invadida por Snape. Sentiu-se caindo sobre os próprios joelhos enquanto as cenas voltavam a surgir com toda força. A Mansão dos Riddle, a pele excessivamente branca de Voldemort quase cintilando dentro da obscuridade do cômodo, Amber caída no chão agoniando-se em dor.

E a terrível sensação de que ele era o responsável por tudo aquilo.

Parece que ele confia bem mais em você do que o esperado...

Não era sua voz. Era gélida e levemente irônica. Voldemort. Mas uma vez ele se via no lugar de Voldemort.

Não ouse recuar diante de mim Amber!

Os gritos dela cortaram sua mente, podia sentir sua dor e seu desespero.

Vulnere!

Sua cabeça começou a latejar enquanto via vários cortes rasgarem a pele alva da garota. Sangue começando a escorrer lenta e livremente por ali, transformando a cena em um pesadelo.

Grite Amber!

Outro grito cortou sua mente, dessa vez mais amplo e forte, fazendo-o tremer sobre os calcanhares. Precisou de alguns segundos para perceber que o grito não estava em sua mente.

Snape abriu os olhos e se ergueu abruptamente ao notar que Amber estava sentada e gritava às cegas. Largou a varinha e rapidamente se aproximou dela para segurar seus braços, tentando mantê-la sob controle.

― Amber. Amber! Acorde!

Ofegante a ruiva abriu os olhos e imediatamente tentou se livrar das mãos rígidas do professor.

― Não ― Snape impediu inexpressivo ― Fique calma. Lembra-se de mim, certo? Snape.

― Como esquecer? ― ela cedeu, fechando os olhos e relaxando.

― Como se sente? ― Snape perguntou soltando-a.

― Como se tivesse acabado de sair de um limbo do inferno.

― Você tem a marca.

A conclusão veio através de uma voz baixa, porém assustada.

O coração de Amber saltou ao notar a presença de Harry ali, seu olhar saiu dele para o seu pulso livre de qualquer feitiço. Qualquer um podia ver a Marca agora.

― Harry...

O que dizer? Pedir desculpas? Contar tudo? Fechou os olhos e tentou respirar fundo. Não, de maneira alguma poderia contar. Até seria o momento perfeito, se não estivesse naquele estado pelo simples fato de a mente de Harry Potter ainda ser um livro aberto para seu pai.

Harry recuou, parecendo mortificado com a recém-descoberta. Amber fez menção de levantar e começar a explicar tudo, mas se impediu. Nada poderia ser dito por enquanto.

― Desde sempre? ― ele perguntou no mesmo tom.

Amber sacudiu a cabeça, tentando conter qualquer sinal de lamentação ou culpa.

― Não posso contar nada a você Harry.

― Por quê?

― Porque sua mente ainda é um livro aberto para ele.

Harry engoliu em seco, compreendendo o principal problema ali. Lançou um último olhar à Marca e em seguida saiu em passos largos. Amber não tinha certeza de que ele estava com raiva de sua ligação com Voldemort ou por descobrir que a mais nova amiga tinha uma Marca Negra no braço.

A ruiva suspirou de modo cansado e se deixou cair de volta na cama. Seu segredo estava vazando.

― Por quanto tempo dormi?

― Quase uma semana ― respondeu Snape, oferecendo um frasco de uma poção vermelha para ela ― Beba. A falta de alimentação está interferindo na sua recuperação.

Ela fez uma careta e bebeu o conteúdo sem reclamar. Snape estava certo, claro. Mas ela só estava seguindo ordens, não podia ser crucificada por isso.

Snape se afastou lentamente e se sentou na poltrona ao lado da cama, fitando-a com nítido interesse. Amber franziu o cenho, estranhando o ato.

― Algum problema professor?

― Eu não me considero um homem curioso, senhorita Evans ― Snape respondeu com a voz rouca.

― Não?

― Não.

― Mas está curioso agora ― ela concluiu, sentando-se novamente para fita-lo melhor.

― Como está se sentindo?

― Bem melhor depois da última poção, obrigada.

― Eu lhe dei muitas poções, senhorita Evans, tive bastante tempo para prepara-las já que não se movia ― Snape prosseguiu ― Bastante tempo para pensar na sua...situação também. E uma pergunta não saiu da minha cabeça... por que o Lord das Trevas fez isso com você?

Amber respirou fundo. Contar ou não contar? Pelo o que sabia, Snape era ótimo em manter a porcaria da mente fechada, portanto não haveria o risco de Voldemort descobrir nada que a colocasse em risco. Porque ela não queria simplesmente contar “Sou filha de Voldemort e uma espiã aqui dentro”, queria pedir ajuda, imploraria por uma fuga de tudo aquilo. Mas e se Snape estivesse enganando Dumbledore? E se ele apenas finge que é aliado do Diretor? Tudo estaria perdido, assim como sua vida.

Precisava ter certeza.

― Por que precisa saber? ― instigou tentando soar sarcástica ― Para sair correndo e contar tudo a Dumbledore?

Snape arregalou os olhos e empalideceu ainda mais. Com certeza não esperava que ela soubesse de algo desse tipo.

― É um espião duplo, não é? ― ela completou assistindo-o ficar paralisado ― Serve a ambos os lados. Por isso não confio em você.

― Não confia em mim? ― ele questionou acordando do transe.

Amber o analisou mais uma vez, procurando desesperadamente por qualquer vestígio que indicasse que sua verdadeira lealdade estava ali, com Dumbledore. Mas Snape era ótimo em manter máscaras, ela já tinha notado.

― Onde, de fato, está sua lealdade senhor Snape?

― Onde está a sua senhorita Evans? ― ele devolveu no mesmo tom.

Ela esboçou um calmo e sugestivo sorriso, lançando um olhar digno de atenção. Quase malicioso.

― Essa é a questão, não é? A pergunta de ouro. Mas o que diria se eu admitisse que minha lealdade depende da sua?

E era verdade. Se Snape dissesse que era leal a Dumbledore ela não pensaria duas vezes antes de explicar toda a situação a ele, com detalhes. Mas se ouvisse que a lealdade pertencia a Voldemort... sua chance de conseguir apoio para fugir daquele circo de horrores se tornava nula, então não teria outra escolha senão obedecer seu pai pelo resto da vida.

Mas Snape a surpreendeu ao se inclinar em sua direção e responder:

― Eu diria que temos sérios problemas em nossas mãos.

― Por quê?

― Porque no momento é a minha lealdade que depende da sua.

Em seguida ele apenas se levantou e saiu, deixando-a sozinha com suas dúvidas. Por que ele simplesmente não respondia direito?

***

As férias de natal chegaram tão rápido que por um momento ela se perguntou se dormira toda a sua estadia em Hogwarts. Nunca se sentira tão inútil em toda a sua vida. Seu futuro na escola dependia dos deveres que o Diretor fizera a gentileza em lhe entregar, para que ela tivesse alguma chance de passar nas matérias. Harry a estava evitando desde o dia em que descobrira sobre a Marca, claro que não podia culpa-lo, mas temia que seu pai notasse que havia algo errado.

Ah, seu pai. Não conseguia parar de pensar em Lord Voldemort e no que a esperava quando chegasse em casa. Não se falavam desde o ocorrido na Mansão dos Riddle e nada havia mudado, de qualquer forma. Amber nem havia decidido o que fazer em relação a Snape que parecia estar fugindo dela, não houve mais respostas ou certezas, ainda não sabia de que lado ele estava, apesar de já ter decidido o seu. Depois de tanto correr atrás de Harry, observar o trio de ouro e pensar sobre assunto, havia confirmado sua lealdade a eles, a Harry. Era um risco e provavelmente morreria no final de tudo, mas tinha que dar uma chance realmente útil a ele.

Manteria seu plano.

Apertou ainda mais sobretudo em volta do corpo e lutou para manter a mala na outra mão, arrastando-a com dificuldade pelos corredores. O trem sairia em algumas horas e nele iria Hermione Granger, sua única esperança naquele Trio.

― Hermione?

A castanha estava saindo da biblioteca e estancou ao ouvir a voz da outra, virando-se lentamente em sua direção.

― Amber ― saudou com um sorriso forçado.

― Preciso conversar com você ― a ruiva revelou se aproximando.

― Acho melhor não... Harry...

― Por favor, Hermione ― Amber insistiu veementemente ― Rony é explosivo e Harry tem a mente ligada a Voldemort, se eu posso explicar algo a alguém do trio... esse alguém é você.

Hermione arregalou os olhos e suspirou exasperada. Obviamente estava tentada a ignorar o pedido, mas o argumento havia chamado sua atenção.

― Tudo bem ― cedeu ― Mas seja rápida.

Amber a acompanhou até a parte mais reservada da biblioteca e sentou-se a frente dela com dificuldades devido a alguns cortes que teimavam em não cicatrizar.

― Provavelmente Harry contou sobre a marca ― começou indo direto ao ponto.

Hermione concordou, parecendo desconfortável.           

― O que mais ele contou?

― Nada além disso ― ela respondeu rapidamente ― Acho que ficou muito confuso sobre o que pensar... de você.

Amber suspirou, já esperava por isso. Na verdade já esperava o ódio dele. Analisou Hermione mais uma vez, pensando se realmente deveria revelar algo, temia sua reação mais do que tudo no momento.

― Amber se vai dizer algo...

― Eu sou filha de Voldemort.

Hermione se inclinou de olhos arregalados e exclamou:

― Você o quê?!

A ruiva pediu silêncio diante da reação exasperada dela.

― De sangue? ― certificou-se Hermione ainda assustada, mas abaixando o tom.

― Aparentemente sim.

Hermione arfou e se levantou, começando a andar um lado para o outro enquanto tagarelava.

― Isso não é possível! Nunca ouvimos falar de ninguém ligado a ele. Muito menos pelo sangue! Uma filha! Tem certeza de que sabe o que está falando? Pode ser uma informação falsa.

― Hermione ― Amber a interrompeu ― Eu convivo com ele há quinze anos, sei do que estou falando. Não é uma informação falsa.

Ela paralisou e Amber percebeu que a mesma tremia levemente.

― Você trabalhava mesmo pra ele...

― Ele me deu ordens para ser seus olhos e ouvidos em Hogwarts, espionar o trio de ouro.

― E por que está me contando isso?

― Porque quando cheguei aqui vi que havia uma saída, uma chance de fugir dele. Eu não quero matar ninguém, nem machucar. Muito menos um de vocês, que me aceitaram tão facilmente.

― Como posso confiar em você? ― Hermione questionou desconfiada.

― Não precisa confiar em mim, tem todo o direito de se afastar ― Amber garantiu se levantando ― Mas eu quero minha liberdade, quero ajudar, mas enquanto Harry não conseguir fechar a mente dele serei obrigada a passar informações verídicas para o meu pai ou serei castigada novamente.

Hermione permaneceu em silêncio, atordoada com o que tinha acabado de ouvir. Mas Amber tinha mais pressa que ela e deu um passo a frente, colocando mais firmeza em suas palavras:

― Apenas mantenha essa conversa entre nós e faça Harry treinar até conseguir. Se Voldemort descobrir que Harry sabe sobre essa Marca eu estarei morta no dia seguinte.


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