Simplesmente Acontece escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 8
Capítulo 7 - Castiel e suas verdades faladas


Notas iniciais do capítulo

Simplesmente Acontece voltou a programação normal de fanfics.
Por que deixei de postá-la? Perdi todos os capítulos e preciso de animar para recomeçar.
No mais esse recomeço me deu ideias de fazer algo que não planejada no primeiro plano da fanfic. Ela será dividida em duas partes e a segunda se passará no University Life.
Esse capítulo é só para saber se ainda tem alguém aqui



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Odeio como posso sentir que Castiel está aqui, odeio que nosso status de ignorantes quanto a presença um do outro tenha mudado. Não compreendo porque aquela força frenética e inalcançável dentro de mim é sugada por ele de forma que constantemente perco olhares em sua direção na aula de Faraize. Tampouco tenho o conhecimento exato da razão de ele ter se dar ao trabalho de vir e mais ainda de retribuir minhas fitadas durante a próxima hora. É como se até aquela noite fossemos desconhecidos mesmo que nos conheçamos a vida toda. Meu coração acelera enquanto tento me controlar para não virar e Castiel parece ciente disso porque também aperta seus dedos na borda da mesa como se exigisse de si mesmo a força de simplesmente me ignorar.

Quando o sinal toca o modo alarmado que me levanto esbarrando em minha própria cadeira chama a atenção dos outros que até ali não tinham notado meu incomodo. Não me importo, empurro alguns ombros de pessoas que ficaram de pé com mais calma e fujo daquela sala, fujo principalmente de Castiel que é uma das minhas vítimas durante o percurso até a saída.

Chegando ao corredor coloco todo empenho para alcançar a escadaria sem gritar. Ao me encontrar os degraus os subo com pressa e me encosto no corrimão, apoiando minhas mãos nele tentando voltar a mim. 

—  Foi só um beijo Brigg, não significou nada, você nem lembra direito se foi bom. Você não vai sentir nada por ele. Você não vai sentir nada por ninguém. Você não pode sentir nada por ninguém. —  estou suando enquanto passo a mão pelo pescoço tentando manter minha respiração controlada.

Falo comigo mesma porque nesse segundo sou a companhia mais segura. Ninguém mais pode saber o que aconteceu, afetaria mais gente do que posso contar, faria com que o caminho que montei fosse para o espaço.

—  Foi a bebida? Você parecia prestes a desmaiar lá dentro.  —  um pé se desequilibrou com o susto pela voz rouca que ouço, mas consigo não cair. Giro os calcanhares e observo Castiel, que não pergunta isso como se estivesse preocupado, era mais como se quisesse esfregar na minha cara algum erro meu.

—  O que mudou? Desde o...Você nunca falou comigo, para nada, nem um oi,  e agora você vem a mim, como ontem no bar... — indago porque sou eu que quero explicações.

Castiel sobe um pouco e também se acomoda de costas para o corrimão se colocando ao meu lado. Não olhamos um para o outro, focamos na parede e suspiramos.

—  Você começou... Quando me acusou de coisas naquela noite, quando me beijou, quando acordou no meu apartamento e exigiu um comportamento de mim... —  me lembra sem muita paciência.

—  Não planejei e em nenhum momento exigi que retribuísse. Você já demonstrou o que pensa sobre mim nessas poucas vezes que conversamos e eu já estipulei que o que sinto é recíproco. Então... Só precisamos voltar ao antes... Eu não existo para você e você não existe para mim. —  não quero me arrepiar com olhares, não quero te flashs do beijo, não quero ouvir sua música suave em minha cabeça só quero que ele simplesmente pare de falar comigo.

—  Você sabia que a sua irmã dá uma nota para todos os caras da escola, de 1 a 10 e é assim que ela escolhe alguém aceitável abaixo de mim? —  não entendo porque ele muda de assunto. E não, não sabia, porque não converso com Ambre sobre essas coisas, mas não me surpreende. —  Os caras também tem uma lista assim, você está no topo e não é porque tem atributos físicos atraentes, é porque já ficou com muitos e eles te acham fácil. —  não entendo porque saber o obvio mexe comigo naquele momento. Mas faço uma careta enquanto espero Castiel continuar. —  Na maioria da vezes sou um babaca de propósito para afastar as pessoas porque não gosto delas... Quando ouvi Dajan comentando como não teria dificuldades em ficar com você esse ano por causa da sua fama me lembrei de todas as piadinhas que fiz no apartamento e sobre como enfatizei sobre sua reputação, nessa vez fui babaca no automático não porque quis, escutei tudo isso ontem e no bar eu meio que...Sei lá se importa para você mas o que eu queria te dizer no bar é que... Não acho que nada disso te defina, você não é uma vadia se fica com 5 caras, não é uma vadia se beija eles sem que eles esperarem...Você só é humana. —  O que ele provavelmente esperava que falasse? Obrigada por fazer um mínimo? Porque entender isso era o básico para um homem de verdade. Me limitei a não me pronunciar.

Castiel ri de si próprio com escárnio.

—  Você só é vadia quando faz isso. —  voltamos para o começo. Olho para ele incrédula e ele parece irritado. —  Você sempre espera o pior das pessoas e quando recebe fica toda presunçosa como se qualquer pingo de admissão do erro do outro fosse a prova de que você está sempre certa. —  não, não sou assim, nem teria como ele saber que sou.

—  Sou eu que espero o pior das pessoas? Você se ouve as vezes ou até você não se suporta? — retruco com raiva.

—  Não espero nada de ninguém, como não quero que esperem de mim. E você só faz isso porque esse é o resumo da sua vida, fingir que não se importa com as expectativas que colocam em você e fazer merda por frustração quando não as atinge. — me ofende. —  Foi o que fez no bar, toda essa sua pose de diferente dos irmãozinhos metidos é para fingir que não liga que não consegue ser que nem eles, ferrou com tudo naquela noite porque provavelmente notou mais uma vez que nunca seria a Dilaurentis que esperam de você. —  meus olhos marejam com tantas verdades.

—  Para alguém que disse não me ver você nota bastante partes de mim. —  falo com o rosto levantado o desafiando a continuar.

—  Eu menti se quer saber, não faria o que fiz por qualquer um, só te salvei porque não era nenhum dos dois então da próxima vez que se olhar no espelho e não gostar de si mesma lembre-se que até mesmo eu que não ligo para você prefiro sua versão menos inferiorizada. —  nesse momento estou perto dele, não olho para a parede ou para qualquer outra coisa que não sejam seus olhos.

—  Seja o babaca de propósito agora, me dê um motivo para ficar tão brava com você por ser ele que não vou me perguntar de novo porque você veio até mim. —  peço em um sussurro.

—  Por que não podemos continuar aquele beijo e ir além dele? O que te impede? Realmente se importa tanto assim com Ambre e Nathaniel? Admita Brigg você quer mais, você sempre quis mais, não me notou naquela noite, você me notou antes...

Acordo arfando, meu corpo molhado pelo suor do despertar e pela excitação do sonho. Estou trêmula enquanto sinto a camisola colar na minha pele. Não acredito que sonhei com Castiel. Não acredito que criei em minha mente uma versão do dia de hoje em que nosso contato aumentou, em que Castiel quis ficar perto de mim quando na verdade depois do momento do pátio não o vi mais, ele não apareceu na aula, ele não me pressionou para falar, ele não estava lá.

Mas ele está agora. 

Em meu corpo. 

Na minha mente.

Toco meus lábios e solto um grunhido quando percebo que ele está nos meus desejos. Não preciso de muita coisa para interpretar meu sonho e saber o que quero.

Eu quero aquele beijo.

Eu quero mais dele.

Eu muito mais que ele.


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