Simplesmente Acontece escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 2
Capitulo 1 - De Volta Ao "Lar"


Notas iniciais do capítulo

Oi gente !
Voltei com um capitulo novinho em folhas para vcs ,espero que gostem e por favor comentem,para que eu possa saber que vcs estão gostando ,esse capitulo em si ,é só uma introdução !
Boa Leitura !!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/648626/chapter/2

 

Me impuseram a seguir regras que limitaram quem eu queria ser e mesmo assim, nunca consegui ser bom o suficiente. Te exigem mais, sempre mais.

Amanda Dias

Ponto de vista : Brigitte.

Austrália esse nome era o sinônimo de perfeição para mim. Morar na beirada da praia, sentir a brisa da manhã, ver o pôr do sol de camarote,escutar o barulho do mar, enquanto se está dormindo... Aquilo tudo soava como a definição da vida que eu queria para mim. Mas uma hora a realidade tinha que me puxar de volta e para minha tristeza a realidade havia vindo rápido demais. Teria que voltar para França, para minha cidade pacata, por causa da volta das aulas. Qual é!Baseando-se na família que eu tenho, eu merecia muito mais tempo de férias.

Meu voo de volta a minha cidade, foi tedioso ao extremo. Tive que me distrair lendo um livro que eu havia ganhado de Nathaniel no natal.E sim para surpresa de todos no universo,era um romance policial, chamado:Ten Little Niggers, escrito por Agatha Christie. Okay! Tenho que admitir que não consegui chegar nem na metade. Digamos que aquele livro era bem chato.

Por isso, tive que me contentar apenas com meus fones de ouvidos,que liberavam pelas ondas sonoras,algumas músicas do Ed Sheeran, eu simplesmente amava tudo que saia da boca daquele homem. Ele sim sabia tocar o coração das pessoas, com aquelas letras perfeitas e aquelas melodias tão gostosas de serem ouvidas.

Dado certo momento, meus olhos se direcionaram a janela e eu pude observar as nuvens que pareciam estar tão próximas de mim e me permiti esboçar um sorriso,por que o azul do céu me lembrava o mar e o mar me lembrava o Dake. Como alguém podia ser tão...leve?C omo alguém podia nunca levar as coisas a sério?Foi isso que eu me perguntei desde a primeira vez que eu o vi.Se quer saber o que eu me perguntei,quando o beijei foi Será que existe alguém que beije tão bem quanto ele? Foram belas férias!Não é como se tivéssemos nos apaixonado um pelo outro,mas aproveitamos esse tempo juntos,sem cobranças,sem compromissos,sem brigas.Só com momentos e belas recordações .

Meu mundo era caótico demais,longe daquele pedaço de paraíso .Lá sozinha,somente acompanhada por meus sonhos,eu pude ser quem eu queria.Quem eu sou .Mas na minha casa,no meu próprio lar,eu tinha que ser algo que eu não era,tinha que ser o que meus pais queriam que eu fosse .Fugi daquele universo,que eu era submetida a viver foi a melhor parte da minha viagem .Por isso não hesitei,quando meu pai me perguntou o que eu queria de presente.Eu sou queria um vale,que me garantisse que eu poderia,somente por um tempo,agir como se não fosse controlada e julgada a todo instante.

Meu maior consolo ,era saber que daqui a alguns meses eu poderia ir para faculdade,poderia tomar as rédeas da minha vida .Minhas notas eram suficientemente boas a ponto de eu conseguir uma bolsa integral na faculdade de biologia marinha na Austrália .Eu não tinha duvidas,era ali que eu queria conquistar meu futuro.

Quando desembarquei no aeroporto Grenoble Isère,quase beijei o chão.Não me entendam mal,eu realmente amo viajar,mas ficar várias horas presa dentro de um avião,num completo tédio ,não era nem de perto algo que me agradava. Peguei minhas malas na esteira e caminhei em direção ao portão de desembarque.Várias pessoas estavam ao meu lado,famílias reunidas,daquelas de comercial de margarina,totalmente diferentes da minha.Casais felizes,crianças animadas,um misto de pessoas que realmente viviam,sem máscaras,sem julgamentos.Avistei várias placas,dos parentes daquelas pessoas suponho eu .Com coisas carinhosas escritas,do tipo "Seja bem vindo de volta" "Estávamos com saudades" Soltei um suspiro involuntário ao ver aquilo .Era bonito!

Logo as pessoas que estavam espalhadas pelo corredor,iam abraçar seus entes.

Procurei por cima dos ombros,algum conhecido meu,enquanto puxava a mala .Por que não era possível que ninguém tivesse tido a consideração de me buscar no aeroporto.Esbarrei em um senhor,enquanto caminhava em direção a cafeteria e pedi desculpas,pois havia feito ele derrubar alguns papeis .Me agachei,e juntei as pastas que ele carregava,que ficaram espalhadas pelo chão.E as entreguei,e sorri para ele,sorriso esse que foi retribuído,o mesmo agradeceu simpaticamente pelo meu gesto .Pelos trajes dele,posso afirmar que ele era um piloto .

Peguei meu celular no bolso do meu casaco e disquei o número do meu irmão .Mas antes que eu ao menos pudesse completar a ligação.Avistei um loiro sério,perto da entrada.Sorri por isso.Ele sempre estaria ali,mesmo quando eu duvidasse disso.Assim que ele me viu,sorriu também,dele sim eu havia sentido falta.

Sem me importar com nada,larguei minhas malas e corri até ele,com um sorriso de orelha á orelha .Assim que cheguei a onde ele estava,o abracei com toda a força que eu podia e fui retribuída com a mesma intensidade .Meu irmão me girou no ar,enquanto eu gargalhava.Ele só era infantil,divertido e espontâneo assim,quando estava comigo .Para todas as outras pessoas no mundo ,Nathaniel era um cara discreto,sério e responsável.Mas para mim ,ele era só um garoto que merecia uma família melhor.Estar ali,sentindo seu cheiro,me fez me sentir em casa .Por que mesmo minha vida não sendo uma maravilha,tinha uma coisa que eu podia afirmar sem hesitar .Eu amava meu irmão,e eu não me perdoaria,se eu o magoasse algum dia.Por que ele ,é absolutamente a pessoa que eu mais amo nesse mundo.Meu anjo,meu melhor amigo .

Nos separamos em meio a toda aquela felicidade e encaramos um ao outro,ainda com as mãos unidas.

—Senti sua falta Briggi— ele disse carinhosamente,levando sua mão direita em direção ao meu rosto,acariciando minha bochecha delicadamente.Fechei meus olhos momentaneamente por conta do gesto,mas logo em seguida os abri,e coloquei em minha face,uma expressão divertida.

—Só foi um mês Nathaniel,não seja dramático — debochei rindo,e ele passou seu braço por minha cintura,enquanto caminhávamos em direção a onde eu havia deixado minha bagagem.

—Para mim pareceram séculos ...Olha só você,parece até que cresceu mais— ele retrucou e eu o olhei indignada,e esbarrei em seu ombro propositalmente,fingindo-me de ofendida .

—Você falando isso,faz parecer que eu sou uma anã,e eu devo citar que somos gêmeos — argumentei e ele me olhou com diversão.

—Qual é Briggitte,eu sou homem,sou mais alto — ele defendeu-se e eu estanquei no lugar,fazendo ele parar também e em seguida explodi em gargalhadas .

—Esse momento tem que ser gravado.Nathaniel DiLaurentis sendo machista,achei que defeitos sórdidos não fizessem parte da sua personalidade— afirmei,achando graça daquilo tudo .Voltamos a andar depois da minha reação exagerada,e alcançamos minhas malas .Nath cavalheiro como era,as pegou sem dificuldades.

—Não estou sendo machista,estou sendo realista — ele disse com um sorriso discreto nos lábios.

—E ele está negando .Ele não está admitindo suas falhas e tentando muda-las,para se tornar alguém melhor ,digno do orgulho dos pais — falei como se estivesse narrando um jogo e em seguida continuei — Espera,é você mesmo,tem certeza? O que você fez com meu irmão? — eu disse fingindo um tom sério e Nath balançou a cabeça negativamente,por conta da minha infantilidade,enquanto seguíamos rumo ao estacionamento.

—Não sou só eu que está diferente ,da ultima vez que eu te vi,você não estava com esse sorriso nos lábios,o que aconteceu nessa viagem ? — ele questionou,enquanto nos aproximávamos do seu carro .Olhei para ele,mordendo os lábios.

—Se você souber,isso acabará com a imagem inocente que você tem de mim— eu disse como se lamentasse,e ele me olhou ,como se perguntasse se aquilo era sério.O mesmo abriu o porta-malas e colocou minhas coisas,enquanto eu me encaminhava em direção ao banco do passageiro .Ele logo se acomodou ,no banco do motorista também.Colocamos nossos cintos de seguranças e ele ligou o carro.

—Só para constar ,eu nunca tive uma imagem inocente de você — ele comentou,sem me olhar,prestando atenção no transito .Sorri por seu comentário ,e me encostei na janela do carro.

—É claro,a irmã que interpreta esse papel é a Ambre — debochei,observando as paisagens pelas quais nós passávamos.

—Mas falando sério ,como foi a viagem ? — ele questionou ,enquanto meus dedos iam em direção ao rádio do veiculo,procurando por uma estação de rádio boa .Tive um flash back de todos os momentos da minha viagem,e respondi da maneira mais sincera que eu podia.

—Foi perfeita.Tudo lá é mágico,você não tem noção dos aquários que existem ,e as praias ... — Continuei a fazer relatos,sobre minhas experiências na Austrália,tentando me distrair do fato,de que logo,logo eu chegaria em casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e comentem !!