Simplesmente Acontece escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 11
Capítulo 10 - Nossas mensagens secretas




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Como é que alguém surge na sua frente com uma proposta como a que Brigg me fez? Como é que alguém encontra uma solução tão inusitada para repetir um erro que claramente não tem como se tornar um acerto e ainda acha isso coerente? Bem, talvez eu deva perguntar a mim mesmo como é que alguém embarca nesse plano louco e ainda se diverte com ele. Não tenho como soar presunçoso e falar que previ aquela declaração nada clichê, ninguém normal preveria, mas não foi surpreendente, droga, não, Brigg com certeza seria o tipo de pessoa que se viraria para você em público e anunciaria que estava indo se mudar para o outro lado do mundo naquele dia e ainda agiria como se fosse simples.

Brigg, sim, estou pensando nela como Brigg. Porque Brigitte a valida como irmã de Nathaniel e Ambre e minha estúpida decisão de falar sim foi regada por outra de não lembrar dela por aquele sobrenome, se eu a beijasse de novo, se a tocasse tudo que eu lembraria seria da garota do bar que anunciou que queria me beijar e me beijou, da garota que não se envergonhou em me contar suas aventuras porque aquilo era ela e eu estava recebendo a oportunidade de conhecê-la por quem é de verdade, da garota que foi sincera comigo sobre como se sentia, sem ter medo do que viria depois da verdade falada.

Há algo em Brigg, correndo o risco de soar como um babaca a vejo como um daqueles produtos de supermercado que você nunca experimentou porque sempre achou que era uma porcaria, sem explicação aceitável, você só estipulou que era uma merda e torceu o nariz para todo mundo que o comprou uma vez e tentou te convencer que prestava. Até que você um dia desperta como uma sensação de que talvez não fosse tão horrível tentar gostar, pega um coloca no carrinho em seu íntimo ainda hesitante, consome e se pergunta como conseguiu viver sem aquilo até aquele instante.

E não, não estou dizendo que necessito dela para viver, só estou dizendo que o dia do bar inclinou o dia de tentar, e o último beijo deu a convicção de que eu poderia comprar aquele momento por muito tempo e o preço era não se envolver.

Nós estipulamos um combinado na sala de música; Ninguém poderia saber do trato inimigos coloridos, só ficaríamos nele pelo tempo que os dois quisessem, poderíamos ficar com outras pessoas e não daríamos na cara na frente dos outros.

Depois disso cada um foi fazer o que tinha que fazer. O problema é que nossa última aula acabou sendo juntos. Inglês. Me pergunto se antes de querer transar com ela tínhamos esses horários tão combinados ou se o destino só quis complicar meus hormônios adolescentes nos unindo a cada instante. 

O professor estava demorando para chegar, nesse momento por mais surpreendente que soe odeio esse fato porque me dá mais possibilidades de observar Brigg e intensificar aquela coisa que ela diz sentir por mim; a de querer muito que transemos porque enquanto conversa com Rosalya ela está sentada em cima da mesa e exibe sua pernas torneadas, ela inclina seu corpo para trás enquanto gargalha e eu franzo as sobrancelhas confuso.

— Ela não para. — falo baixo a observando, me referindo a seu êxito fenomenal ao me fazer não ser eu e ficar observado com a pele das cochas de alguém. Mas Lysandre entende isso de outra forma, porque sim meu melhor amigo brota ao meu lado e me ouve. Talvez ele estivesse aqui desde o começo e estava tão focado no bronzeado da loira que nem me toquei disso.

— Ela está fingindo. Ninguém é feliz cem por cento do tempo. — anuncia como se fosse obvio, se referindo ao fato de sempre a vermos rindo. Não entendo porque uma parte de mim se incomoda ao notar que ele também a olha o suficiente para avaliá-la.

— Ela é a pessoa mais honesta e no entanto a mais mentirosa que já conheci. — complemento e é a vez dele de ficar confuso. Coloco voz nas minhas reflexões. — Quando ela quer algo, ela diz, não tem enrolação sabe? Mas sei lá, não tem como realmente saber se aquilo é o que ela quer. Porque ela é como uma lâmpada velha daquelas de boa marca brilha o máximo que pode, e nesses momentos você acredita no que ela diz, só que ela falha as vezes, fica escura a sombra que paira nela fazem as risadas irem embora logo ela volta e parece que nunca apagou. — só noto o que fiz depois que fiz.

Lysandre me olha estranho e odeio ter pego um pouco da mania de Brigg de falar automaticamente o que sinto. Normalmente parece que falei o que penso, mas na maior parte do tempo cada resposta minha é proposital.

— Ela é legal. — o que? Não entendo a falta de questionamentos por um tempo, então lembro que é Lysandre, o cara mais discreto de todos, ele dá um sorrisinho misterioso e completa sua conversa. — Acho que você já sabe disso... Mas também acho que você tem mais informações do que eu, ou seja deve considerá-la mais do que legal. — suspiro.

— Ela é insuportável. — é instintivo falar. Lysandre ri.

— Bem o seu tipo. — o professor chega e a conversa acaba antes que eu fale que não tenho um tipo e que se tivesse não seria Brigg.

Só que se eu tivesse falado eu estaria sendo hipócrita, porque no segundo que vem a seguir Brigg olha para mim por cima do ombro de Rosalya e droga, eu realmente não sei mais o que fazer da minha vida antes de revirar os olhos por provocação, Brigg sibila um "vai se ferrar" sorrindo e eu direciono meu dedo do meio para ela que tampa uma risada com a mão. Tento prever sua própria ação mas realmente não consigo adivinhar que é me enviar uma mensagem.

Como é que ela conseguiu meu número?

Abro a mensagem sem me preocupar em ser visto e também me seguro para não rir.

Belo dedo, só acho que poderíamos arrumar uma utilidade melhor para ele

Cacete Brigg está me enviando mensagens safadas na aula.

Qual é sua coisa com o sexo? É uma obsessão?

Devolvo concentrado.

Não estava falando diretamente do sexo Castiel, mas se você precisa de explicações sobre as preliminares e não sabe que elas envolvem esse tipo de incentivo vou começar a reavaliar minha proposta de transar com você.

Ela realmente digita rápido e de forma secreta.

Sei o que você está fazendo. 

Aviso sem muita pressa.

Criando tensão sexual para que você sinta um orgasmo emocional antes mesmo de me tocar? 

Arrisca realmente ousada, sorrio.

Me tentando a agir como uma espécie no cio que dita ameaças de como o sexo vai derrubar os quadros da parede porque tem alguma tara por esse domínio.

Não sou idiota, até agora não retribui suas aspirações sexuais, ela apenas afirmou que eu as tinha.

Então nada de paredes? Droga isso está ficando horrível.

Sei que está se divertindo.

Minha resposta para ela é enviar uma foto que a faz simplesmente arfar alto, então se virar para mim chocada de um modo bom, morder os lábios e mandar um joinha.

— Wonderful. — ela chia completamente animada e o professor de inglês se vira para ela esperando uma explicações. — O modo como você dá aula. Wonderful. Muito melhor do que eu esperava, não que eu pensasse muito no assunto, mas caramba, vendo agora sua... Aula, realmente acho que todas as dificuldades valem a pena. — ele não entende, mas eu sim, e simplesmente aquele momento se torna um dos meus prediletos, principalmente quando Brigg me olha mais uma vez e pisca para mim.

...

Brigg está contra uma porta enquanto a beijo como se ela fosse uma jarra de água depois de dias no deserto, ela não fica atrás no entusiasmo, agarra meu pescoço como se eu fosse sua única maneira de não cair no precipício e cola em mim como se usássemos super bonder, nunca senti isso, essa necessidade extrema de mais que satisfazer meus desejos suprir os de outra pessoa, não é como se eu quisesse me autoprovar, só quero que ela aproveite mais do que eu nesse momento. Então enquanto a aperto na madeira, excitado pela ideia de alguém nos pegar no flagra por estarmos no lado de fora do corredor do meu apartamento aumento o perigo da situação finalmente agarrando as cochas pelas quais salivei causando um gemido em Brigg e subindo as mãos um pouco mais até apertar a polpa de sua bunda como se o alto mais me afetasse do que a própria.

Posicionei os dedos contra a parte inferior de seus joelhos e a ergui com rapidez fazendo com que suas pernas rodeassem minha cintura e nossas intimidassem se juntassem, Brigg soltou minha boca de olhos fechados e sorriu enquanto os abria, como se precisasse de segundos para aceitar nossa pegação.

— Se isso foi um spoiler do que virá a seguir tenho certeza que vai ser fora do esperado. Melhor. —  anuncia rindo.

—  Cala a boca. —  peço mas sou eu que calo com mais um beijo intenso.

Com ela enroscada em mim como um bicho de pelúcia enfio a chave na fechadura e giro a maçaneta da porta entrando junto a ela sem separar minha língua da sua. Rimos em em meio a bagunça de gemidos e arranhões, a empurro contra as almofadas do sofá ficando por cima me cuidando para não colocar o peso sob ela. E enquanto ela agarra meus cabelos aumentando meu desejo aproveito a deixa e começo a abrir o ziper da minha calça.

Acontece que somos interrompidos.

Por Dragon que notando minha presença invade a sala aos latidos.

Brigg se assusta e força meus ombros para trás se soltando de mim. Confusa ela encara o enorme animal que salta sobre nós nos lambendo sem a mínima cerimônia. Caramba como ele pode não estranhá-la?

O cheiro.

O cheiro dela que ficou na última vez que ficou aqui. Seguro o animal para que não exagere cm Brigg e fico de pé, quase envergonhado pela ereção formada pelo que começamos e Dragon atrapalhou.

—  Você tem um cachorro. Por que você tem um cachorro? —  pergunta séria apoiando-se pelos cotovelos. Aliso os pelos de Dragon e a olho com escárnio.

—  Para que as pessoas tem cachorros? Ele faz meus serviços domésticos incluindo lavagem de roupa. —  debocho com uma careta. Brigg nem se preocupa em comentar sobre como estou animado lá embaixo ao simplesmente jogar uma almofada em mim.

—  Quero dizer que você é mais do tipo de ter um gato. —  fala antes de se sentar e para minha surpresa fazer carinho na orelha de Dragon sem temer em nenhum segundo.

—  Isso foi ofensivo. —  reclamo colocando a almofada em cima das minhas partes intimas.

—  Você é anti social por esporte, odeia que invadam seu espaço pessoal, acha contatos físicos em excesso uma merda a não ser que seja sexo consensual. Essa é uma pessoa que tem gatos. —  me desafia a negar enquanto meu cachorro ladrão de atenção ronrona pelas carícias dela.

—  Não sou anti social. Interajo com as pessoas. —  a única razão de ir contra é porque não vou a deixar vencer essa coisa. Brigg ri.

—  Qual é o nome do cara que senta atrás de você na aula de química? —  pergunta inocentemente.

—  Kennedy... Kile... Kohl... —  sei que tem essa letra.

—  Kevin. —  Brigg corrige com certeza.

—  Você provavelmente só sabe porque fez sexo com ele. —  não é uma acusação pela parte da transa mas sim porque Brigg também tem seu grupo intimo como eu.

—  Você interage tanto com as pessoas que não sabe que ele é gay. —  ironiza e eu fico chocado.

—  Ele não é. —  afirmo sério e ela espera minha teoria. —  Tivemos uma conversa com os caras no vestiário sobre os melhores jeitos de bater uma e o cara foi totalmente macho ao explicar como ele fazia. —  quando lhe conto Brigg gargalha alto.

—  Provavelmente porque ele pratica com outros caras. —  faz sentido. Droga, isso faz sentido. —  Vocês conversam uns com os outros sobre bater uma? Vocês tipo comparam os tamanhos? Não tem como o Dajan ser o maior, o cara que fala que é o maior nunca é o maior. —  agora minha excitação está indo embora.

—  Por que estamos tendo essa conversa? O plano não era transarmos? —  questiono e Brigg faz uma cara decepcionada.

—  Não posso fazer isso na frente desse bebê, traumatizaríamos, seria tipo ver seus pais transando. —  murmura e frustrado me jogo no sofá ao seu lado tentado a gritar de raiva.

— Ele não é meu filho,  muito menos seu, ele é meu cachorro. — afirmo com calma querendo que ela acompanhe meu raciocínio.

—  Me diga bebê esse rude que nem me contou seu nome fala com você com a voz fofinha quando ninguém está olhando? Eu sei que fala. —  e brinca antes de beijar seu focinho de forma que Dragon adora.

— Odeio você. —  ela tem que saber disso.—  Dragon. —  falo o nome e Brigg olha fixamente para ele.

—  Combina com você Dragon, me chamo Brigg e não vou deflorar seu pai na sua frente, pode ficar calmo. —  olho para ela sem acreditar.

Enquanto ela escolhe ocupar seu tempo mimando Dragon, coloco meus pés sob a mesa de centro acolchoada e ligo a TV, começando a assistir um filme que passa lá. Finjo a todo momento não sentir seu braço roçando no meu enquanto se diverte conquistando  amor de Dragon. Finjo que não noto o momento que ela enrosca suas pernas nas minhas enquanto deixa ele saltar no meio de nós. Em algum momento sei que ela olha em volta.

—  Como é essa coisa de ser emancipado e não ver seus pais com frequência? —  não sei da onde tira sua pergunta. A encaro exausto.

—  Como é essa coisa de não ser emancipada e ver seus pais com frequência? —  devolvo sem realmente estar interessado nisso, Brigg me olha com deboche. Foi ela que desistiu do sexo. — Estamos trocando experiências baby, te falo das minhas e você das suas. —  falo com diversão.

—  Uma merda. —  resume sem preocupações.

—  Deve ser, lembro de seus pais, são uns estúpidos,  com ofensas. —  afirmo. Então conto. —  Já me acostumei, não tem nada de inédito em estar sozinho, amo minha própria companhia, quem não amaria? —  zapeio a Tv em busca de algo melhor e Brigg me avalia.

— Eu quero pizza. —  me surpreende com esse comentário e pega seu celular pronta para pedir uma. Olho ela sem entender.

—  O convite era para sexo não filme e pizzas. — ela não se importa, dá de ombros e mexe no aplicativo e faz seu pedido.

Simples assim uma hora depois desse momento Brigg está esparramada pelo meu carpete comendo a última fatia de sua pizza. Me deito ao seu lado agora que já prendi Dragon no quarto e passo a observar o teto que pareceu tão interessante para essa que o olhou por muito tempo.

—  Você acha que sou gostosa? —  que pergunta louca é essa?

—  Não. Aceitei transar com você porque adoro sua personalidade. —  debocho e ela ri.

—  Você é gostoso. Nós dois somos gostosos. Nossa transa será muito bonita. —  ela é sem noção. — Não acredito que me enviou um print do capítulo 55 de acomaf só para confirmar que saberia transar contra uma parede derrubando os quadros. Como sabia que li esse livro? —  nós dois rimos por isso então nos olhamos.

—  Rosalya as vezes se junta com nós e falou sobre seu gosto. E eu só li porque estava curioso sobre a razão das garotas amarem. —  explico e Brigg assente.

—  E você amou, claro que amou, você amou demais Castiel. —  estamos rindo de novo.

—  Cala a boca Brigg. —  continuamos a rir, e não me preocupo em ir contra quem sou ao rir dessa forma, porque acho que esse é um segredo que Brigg vai guardar.

Naquele dia fiz uma lista de coisas que nunca me imaginei fazendo com alguém.

Meses depois dele mal sabia eu que teria uma lista de coisas as quais não desejaria fazer nunca mais porque Brigg não estaria lá para fazer desses momentos os meus melhores.


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