Amigo estou aqui escrita por Saturno


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu estava ouvindo a música do Toy Story quando estava escrevendo, quando vi no que deu tive que postar por mais ridículo que possa ser.

É uma história que passa ligeiro, os acontecimentos são rápidos.

Boa leitura.



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Sam olhou fixamente para a janela do grande ônibus. Ao seu lado, uma criança chorava deixando todos desconfortáveis e incomodados, principalmente Sam.

A garota de cabelos até os ombros, da cor negra, fechou os olhos e viu um quarto amarelo, onde havia um lindo berço com vários brinquedos. Ela viu um sorriso e então aquele choro alto chegou, incomodando-a, retirando seu sono e toda a sua calmaria. Ela viu tudo o que não desejava.

Não estava pronta para ser mãe, talvez nunca estivesse. Por tais motivos tomou decisões que não agradaram sua família, deixando-a em uma situação pavorosa que no fim teve como consequência a expulsão de sua própria casa.

Sentia-se perdida, porém livre. Sentia-se triste, porém livre. Sentia-se odiada, porém livre. O que fazemos com a liberdade quando nada nos resta? Quando não temos o necessário para sobreviver?

O ser humano é feito de amor, ele não vive sem amar, se apaixonar, sentir coisas intensas. E com Sam Smith não seria diferente, ela é um ser humano, alguém que engravidou aos dezessete anos e simplesmente não queria ter engravidado. Mas o que ela podia fazer se estava bêbada e nem mesmo se lembrava que havia transado no outro dia? O que podia fazer se seus pais jogavam em sua cara que ela pediu por isso?

Nada. Sam não pode fazer nada. Exceto por abortar. Uma palavra realmente forte para uma família religiosa, mas para ela era um escape que gostaria. Afinal, aquele era seu corpo e era ela quem decidiria se queria ou não continuar grávida.

Com um mês e algumas semanas de gravidez, ela decidira ir a uma clínica clandestina, junto de sua amiga, por algum milagre ela sobreviveu. Não era o que queria. No fundo, confessava que desejava morrer na cirurgia, afinal, o que tinha ela pela frente? Não tinha casa, emprego, pessoas lhe apoiando, não tinha rumo e nem mesmo sonhos.

Sentia-se uma casca, pronta para quebrar. Inútil, descartável, vazia, sentia-se tudo que não gostaria. Cresceu com uma lista de traumas em sua vida e parecia que isso nunca acabaria.

Talvez sim, talvez não, o que podemos esperar da vida? Ela pode ser maldosa algumas vezes, bondosa em outras, brincalhona, triste e também feliz.

E a vida decidiu dar uma chance a Sam, uma chance de fazê-la feliz, talvez. Uma chance de mostrá-la como é se sentir feliz. Sam finalmente soube o que era sorrir novamente. Ela aprendeu aos poucos a repuxar os lábios e, ainda melhor, tornar aquele sorriso verdadeiro.

É claro que isso levou tempo, é claro que levou muitas lágrimas e várias tentativas de suicídio. Alex não estava disposto a deixá-la ir, talvez ele fosse ignorante, mas ele apenas queria mostrar a Sam que havia maneiras de lidar com os problemas e nenhuma delas envolvia o suicídio.

Era engraçado quando se ouvia isso de algumas pessoas que ao menos sabem tudo o que você passou. Mas, de certa forma, as palavras que Alex dizia a ela, sempre a ajudaram, sempre deram forças para que ela continuasse e enfim sonhasse.

Ela criou sonhos, criou expectativas e finalmente elas foram todas aceitas e correspondidas. Pois Alex estava ali para segurá-la, para levantá-la e, principalmente, para amá-la.

— Amigo estou aqui — disse Alex, enquanto observava Sam deitada em sua cama, depois de mais uma crise enorme de choro e angustia. — Amigo estou aqui. Se a fase é ruim e são tantos problemas que não tem fim, não se esqueça que ouviu de mim, amigo estou aqui.

Alex assoviou e sorriu, acariciando os cabelos da amante.

— Os seus problemas são meus também e isso eu faço por você e mais ninguém. O que eu quero é ver o seu bem, amigo estou aqui… O tempo vai passar, os anos vão confirmar às três palavras que eu proferi; amigo estou aqui — por fim, beijou a testa de Sam.

— Essa música… Não é do filme Toy Story, Alex?

— Talvez… — respondeu, mordendo a língua.

Sam olhou-o surpresa e em seguida gargalhou. Não esperava ouvir uma música de um filme qualquer. Mas eram essas pequenas coisas que a deixavam feliz. Era Alex que a deixava feliz.

Talvez aquela felicidade fosse momentânea, talvez a tristeza logo voltaria, mas ela viveria o agora. E agradecia Alex imensamente por afastar a tormenta da sua vida.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Amigo estou aqui.



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