Contos Gaiden escrita por Tina Santos


Capítulo 6
Presente


Notas iniciais do capítulo

Para a Deusa Nariko, presentinho de Natal atrasado e niver! Espero que goste! Escrevi isso umas quatro vezes!



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Presente

~ & ~

Uchiha Sarada

Durante esses meses que se seguiram após a destruição da arena onde a última etapa do exame chunin ocorreu por um herdeiro do clã Ootsutsuki, chamado Momoshiki e seu guarda costas a vila estava toda animada para a continuação. Mas eu estava animada para chegar em casa, por isso quando o treinamento com Konohamuro-sensei terminou eu recusei nossa ida até o Ichiraku para comemorar. Esse sentimento de animação e medo parecia me acompanhar durante todos esses meses após aquela batalha. Meu pai estava em casa, depois de muito tempo fora atrás de Ootsutsuki Momoshiki e seu comparsa, finalmente ele havia voltado.

Os dias se seguiam assim, comigo correndo para casa para saber se ele não havia partido em outra missão sem data de regresso. Não havia porque agora, pelo o que eu entendi a ameaça que uma vez ele previra já havia sido descoberta e derrotado. Mas não era tão ruim assim, prevenir que ele estava mesmo em casa. Se ele tinha que partir algum dia novamente, eu queria ter estado o máximo com ele.

Demorei um pouco para entrar em casa, mas por fim e com um suspiro longo girei a maçaneta e abri a porta anunciando minha entrada. Enquanto eu descalçava o sapato meu pai apareceu na minha frente segurando uma vasilha, seu cabelo estava branco de farinha. Minha mãe apareceu logo em seguida, sorridente e também suja. Eu não demorei a ligar os pontos.

– Vocês... Sujos!

Enquanto minha mãe tentava explicar fazendo gestos e corando, meu pai estendeu a vasilha suja para mim.

– Estávamos fazendo bolo. – disse simplesmente e eu entendi que ele queria que eu raspasse a vasilha. Passei um dedo onde havia mais massa escura e doce e o levei a boca.

– Gostoso.

– Vá se limpar Sarada, vamos arrumar a cozinha. – pediu minha mãe.

– Hm – a respondi indo para meu quarto e de lá para o banheiro. Assim que acabei e estava vestida com minhas roupas de casa, fui até a cozinha onde minha mãe tirava o bolo do forno, meu pai estava recostado na pia com o pote de glacê na mão.

– Bem hora! – minha mãe saudou colocando o bolo em cima de uma tabua para o decorarmos.

Minha mãe e eu decorávamos os bolos desde que eu me lembre, papai não estava em nenhuma dessas lembranças. Mas estava ali agora, me obriguei a lembrar, o observando conversar com minha mãe sobre o melhor jeito de decora-lo. Eu entrei na conversa tomando da mão dele o glacê.

– Não precisa de estratégia para decorá-lo papai, apenas faça! – comecei fazendo com que o glacê pingasse duas vezes para marcar o meio do bolo e fiz a volta do leque.

Eu passei para minha mãe que fez um círculo branco onde o leque encontrava-se no meio, olhamos as duas para o meu pai que observava o que fazíamos. Quando ele nos olhou sorrimos, ele soltou alguma palavra que pela sua expressão e sorriso não precisei saber qual, mas minha mãe bufou de brincadeira. E continuamos decorando o bolo juntos até que no meio de glacê vermelho se encontrava um leque dentro de um circulo. Comemos o bolo logo depois do jantar.

No dia seguinte eu e papai fizemos um passeio pela vila enquanto minha mãe estava no hospital. Ele me levou até o terreno que antes pertencera ao clã Uchiha e onde estava a pedra e o memorial do nosso clã. Havia uma inquietação naquele lugar e também uma espécie tristeza e glória ao mesmo tempo. Meu pai estava muito sereno encarando a pedra onde o símbolo do leque que controla as chamas se encontrava. Logo abaixo dela uma pedra menor tinha dizeres.

– Papai, o que aquilo diz? – o perguntei e passados dois minutos ele me respondeu, totalmente vago.

– A seu tempo, você entenderá. E eu... – eu esperei – estarei aqui para você, Sarada.

Nem sempre eu entendia meu pai. Mas por mim, estava tudo bem era uma promessa, ele estaria ali para mim. Eu acabei tendo que voltar para casa sozinha, já que Boruto apareceu exigindo ser treinado. Não que eu estivesse pegando no pé dele, mas eu queria ficar com meu pai, Boruto bem que poderia ser sensível. Diferente do meu pai, o pai de Boruto estava de certa forma bem presente na vida dele, ele podia vê-lo todos os dias se quisesse, mas eu...

Ao invés de ir para casa, fui até uma parte mais afastada do centro da vila onde tinha grandes rochedos e árvores para treinar. Não queria me gabar, mas quando não estava com os outros treinando eu vinha para esse lugar, mas além havia uma cachoeira. Como eu não poderia perder para Boruto e tendo observando seu treinamento com Konohamaru-sensei estava tentando fazer o rasengan, tirei uma sacola de trás de uma árvore onde vários balões d’água estavam e comecei a concentrar meu chakra para fazer a água girar.

O rasengan, era um esfera em seu total giratória. Era puro chakra. Eu tinha que fazer com que o balão d’água explodisse fazendo a água girar de tal forma para conseguir essa explosão. Era mais difícil do que se pode imaginar e o desgaste é tremendo, físico e mental. Eu não passava meu dia naquilo, treinava taijutsu e ninjutsu. Até porque eu achava que o rasengan como jutsu do Nanadaime que era o pai de Boruto, ele deveria fazê-lo. Era tipo uma herança. Meu pai usava um outro tipo de ninjutsu, ensinado pelo o Rikudaime, o tio Kakashi então eu estava cogitando a possibilidade de pedir ao meu padrinho para me ensinar. Seria um máximo aprender e mostrar para o meu pai que eu sabia fazer o Chidori!

Talvez ele nem mais partisse para me ver o usando, quem sabe? Dei um sorriso triste. Não podia me iludir com isso, além do mais era meu sonho tornar-se Hokage eu poderia aprender tanto o rasengan e chidori. Se era meu desejo superar meu pai e o Hokage que eu tanto admiro.

– Não posso ficar deprimida com essas coisas, shannaroo! – de um pulo me levantei e voltei a treinar o rasengan.

Eu provavelmente estava amargurada por Boruto ter participado de uma missão com meu pai, o Nanadaime e os Kages. Refletir indo para casa, o céu estava alaranjado e o movimento nas ruas estava ficando intenso. Meu corpo estava dolorido e minha mão esquerda tremia de leve e estava queimada de chakra.

– Eu estou toda quebrada... – sussurrei ao abrir a porta.

A casa estava silenciosa. Mamãe ainda não voltou?, talvez tenha surgido imprevistos no hospital, quando eles surgiam porém ela sempre ligava. Outra coisa que notei foi a ausência de meu pai. Fechei a porta de casa e sai correndo, ora pulando sobre os telhados das casas ora correndo entre as ruas movimentadas. Meu sharingan estava ativo. Um desespero se instalou no meu peito. Ele não pôde ir embora sem se despedir!, evitei ás lagrimas enquanto em cima de um prédio tentava achar o chakra de meu pai.

Subi até o monte dos Kages, era o ponto mais alto da vila. Tentei achar Boruto, o chakra vinha do leste, então ele estava em sua casa. Mamãe? Estava ainda no hospital. Papa...

– Sarada-chan, tudo bem? - a voz do Nanadaime veio de trás de mim me fazendo girar assustada.

– Nanadaime?

O sétimo Hokage estava parado ali me observando com preocupação. Corei um pouco, eu estava arfante pela a corrida, a subida e o desespero. Aliais, antes dele ser Hokage eu o chamava de tio Naruto.

– O que foi? – ele se agachou até meu nível, para me olhar já que eu havia baixado a cabeça.

– Nanadaime, meu pai saiu em missão? – embora eu estivesse tremendo, consegui que minha voz saísse direito.

– Não que eu saiba. – ele se levantou e colocou sua mão quente e grande na minha cabeça – Sarada, não tem porque ficar assim, seus laços estão conectados não estão?

– Sim. – eu o olhei, não sabia que ele havia ouvido aquilo que meu pai havia me dito, antes de eu me tornar genin.

– Então, mesmo que o Sasuke tenha que viajar novamente ele sempre estará aqui com você. Por causa de seus laços fortes.

Eu ri um pouco, algumas lagrimas descendo. O Nanadaime parecia saber sempre o que dizer, em todos os momentos. E eu acreditava nos laços e na promessa que meu pai havia feito mais cedo para mim.

– Sei que ele viaja para que tenha certeza que tudo está bem. Para proteger a mamãe e a mim, e a vila também. Mas ás vezes, eu só queria meu pai em casa...

O Nanadaime começou a fazer um pequeno carinho na minha cabeça, como que para me acalmar, o que estava funcionando.

– Eu sei como é. Você sempre compreendeu o Boruto por isso não foi? – eu virei um pouco minha cabeça para que ele não visse minhas bochechas vermelhas. – Obrigada, por não deixá-lo desistir e por animá-lo! – eu tive que olhá-lo, nunca passaria pela minha cabeça que o Nanadaime fosse reparar nisso – Sei que Boruto é um pouco insensível e não percebe isso, mas como o Sasuke ele vai perceber um dia, ou talvez já tenha notado mesmo que inconscientemente.

Ele riu. Um dos motivos por eu me inspirar tanto nele era aquele sorriso esperançoso. Eu queria ajudar alguém com um sorriso assim, queria ser forte ao ponto de ajudar a todos, como tio Naruto ajudava.

– Está tudo bem. Afinal o Hokage é alguém que ajuda as pessoas a nunca desistirem. – disse-lhe sorrindo.

– Ah por falar nisso, como Boruto está sendo treinado pelo o Sasuke e eu não posso deixá-lo ganhar! – Nanadaime levantou-se e me olhou sorrindo – Sarada, eu irei lhe treinar!

– Eh?!

Segui para casa com o coração mais leve e uma esperança queimando em meu peito. Não hesitei na porta, e quando eu entrei minha mãe veio para cima de mim como um furacão furioso meu pai também, com uma expressão nada boa.

– Sarada! Onde estava?? Quer que me matar menina?? – minha mãe gritava.

– Sarada estávamos preocupados, está tarde.

Eu estava tão aliviada por ter mais um dia com meu pai e tão feliz pelo o que o Nanadaime havia me dito que apenas sorri, o que os deixou perplexos e meu pai teve que acalmar minha mãe para ela não partir para cima de mim.

– Desculpe mamãe, papai. – tirei o livro que tio Naruto havia me dado e mostrei para eles – Eu estava com o Nanadaime!

– Naruto? – confirmei para minha mãe.

– E ele vai me treinar! – minha mãe fez uma careta e meu pai bufou meio rindo. – E me deu esse livro como parte do treinamento!

– Livro? – minha mãe perguntou o pegando de mim e mostrando para meu pai que leu.

– Dokonjou Ninden*?

~ & ~

Enquanto seguíamos os três lado a lado até os portões da vila, para novamente nos despedirmos, meu pai ia em silencio e minha mãe trazia consigo o obentō. Assim que estávamos fora dos portões e Boruto despedira-se de meu pai, ele olhou para mim antes de dizer algo.

– Sarada...

– Tudo bem papai. – aquilo o surpreendeu e eu sorri – Eu sei que você tem que ir, tem que garantir que o mundo está seguro para mim e mamãe não é?

– Sim.

– Além do mais, eu vou estar ocupada treinando com o Nanadaime! – levantei o punho em sua direção com uma determinação queimando e uma imensa vontade de chorar – Quando o senhor voltar, lute comigo! Porque quem irá te superar serei eu, sua filha!

– Prometo. – ouvi a emoção na voz dele.

– E não esqueça de escrever e ligar, mamãe morre de preocupação! – prossegui. – E...

– Coma direito e se agasalhe. – minha mãe completou por mim. Eu já não o conseguia fazer por causa das lágrimas, senti sua mão me meu ombro e um aperto confortador.

– Eu não estou chorando de tristeza! Mas bem que poderia deixar um irmãozinho! – minha mãe engasgou e meu pai ficou surpreso, quando o encarei. – Agora que faço missões mamãe vai ficar muito sozinha!

– Veremos. – papai falou com tanta calma e tocou minha testa com os dois dedos.

– Shannaro – eu levantei minha mão e o toquei na testa com dois dedos também. Eu ainda não sabia o que isso significava de fato, mas era algo apenas nosso, da família Uchiha. Minha mãe juntou os seus com o meu, sorrindo.

– Volte logo!

Meu pai só concordou com um maneio da cabeça e se levantou. Antes de se virar pegou seu obentō, e observou a mim e mamãe, como se quisesse gravar nossa imagem. Assim que se virou e prosseguiu, me apareceu que ele estava de longe chorava. Mas isso seria uma coisa que eu nunca veria Uchiha Sasuke fazer.

~ & ~

Uchiha Sasuke

Algum lugar do deserto de Suna

Tirei do casaco a mão apenas para olhar para a imagem sobre a luz da lua. Era uma foto alegre, cheia de paz e que me trazia uma saudade esmagadora. Eu e Sakura sujos de farinha e Sarada no meio de nós dois, rindo com o bolo que enfeitamos ao lado,o leque dentro do círculo.

Quando eu voltasse deveria agradecer ao Naruto por ter levado a sério nossa disputa. Afinal agora Sarada estava treinando com ele, dando tudo de si para tornar-se Hokage. Independente de toda a história de nosso clã, todos os olhares que ela receberá por ter esse sonho, vindo de pessoas que ainda se ressentem do clã Uchiha, ela nunca desistirá. Itachi, cuide dela. E Sarada, obrigada pelo presente.

*atrás da foto*

Papai, para você lembrar dá gente em lugares muito distantes.

Dê o seu melhor, e volte logo!

Com amor Sarada e Sakura Uchiha


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado

Obentō: uma espécie de marmita japonesa.

Dokonjou Ninden: “O Conto do Shinobi Totalmente Corajoso” essa é uma das traduções que se encontra ao jogar no Google “ O primeiro livro de Jiraya”. É aquele livro que Minato lê e dá o nome do protagonista ao seu filho, o qual Naruto também lê enquanto está treinando o modo sannin.



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