Irina colocava a sua pulseira com pedras vermelhas confeccionadas exclusivamente para ela quando um guarda real entrou em seus aposentos. Ela viu o seu reflexo pelo espelho e suspirou. Era a terceira vez que entravam sem bater na porta.

–Eu já disse que não deveriam entrar sem bater. – Ela disse olhando para imagem do guarda. – Mas já que entrou, pode avisar ao rei que já estou a caminho.

–Tenho ordens para não deixa-la sair. – Falou o homem trancando a porta.

–Como? Aleksei não muda de ideia tão depressa assim.

–Apenas obedeço a ordens senhora.

–Ordeno que me deixe sair daqui.

–Não posso senhora.

–Sou a rainha e eu ordeno que me deixe sair.

–Não posso deixar à senhora sair.

Irina apressou o passo e tentou ir em direção à porta, porém o homem a segurou e encostou um lenço próximo ao seu nariz a fazendo dormir. Ao acordar Irina viu Aleksei sentado diante dela com o rosto sério.

–O que aconteceu Aleksei?

–Acredito que você é a pessoa que pode me dizer o que aconteceu.

Ela se aproximou dele e abaixou a cabeça.

–Não lembro. A ultima coisa a qual me recordo é de um homem não me deixar sair do quarto.

–Não deixa-la sair?

–Sim. Ele disse que você havia mudado de ideia. - Aleksei se levantou e começou a rir sarcasticamente. – O que foi?

–Acreditei sinceramente que durante todos esses anos me conhecesse o suficiente para saber que não volto atrás com as minhas decisões.

–Eu tentei sair, mas não. – Aleksei levantou a mão para que ela parasse de falar.

–Chega Irina.

–O que irá fazer comigo?

–Será destituída.

–Não pode fazer isso comigo Aleksei. – Ela falou com os olhos cheios de lágrimas. – A culpa não foi minha.

–É difícil acreditar que a rainha de Scident ficou presa no quarto. – Ele andou até o criado mudo da cama e pegou uma taça com vinho. – Principalmente quando olho as circunstâncias em que te encontrei.

Irina viu a marca do seu batom na taça e o desespero tomou conta dela.

–Aleksei tem que acreditar em mim.

O rei parecia não ouvir nenhuma palavra que saia da boca de Irina e saiu do quarto.

–Faça o que tem que fazer Julian. – Ele disse ao seu oficial.

–Sim majestade.

Enquanto andava pelo corredor, Aleksei ouviu o ultimo grito de Irina. Aleksei não perdoava mentiras e muito menos traições. Ele já havia se decepcionado com seu pai nesses dois aspectos.