Sinto pequenos e finos dedos me cutucando, imagino que sejam de Lúcia.

Eu – por sorte – consegui tirar um cochilo. Estava cansada demais. Hoje teve prova da senhorita Jenn. Estou muito curiosa para saber qual foi a minha nota, ela da aula de história. Digamos que talvez eu não seja muito boa em tal matéria.

Esfrego meus olhos e me sento, vejo que Harry e Lúcia já estão de pé. Pego meu celular que estava no bolso de minha calça e olho as horas, 18:00. Me espanto, dormi durante 20 minutos? tenho que chegar rápido em casa hoje, o namorado de minha mãe vai jantar lá.

– Bom dia bela adormecida!

– Você dormiu feito pedra - diz Lú pegando minha mochila, e dando na minha mão - deixamos você dormir por uns 20 minutos, sabemos que você estava bem cansada.

– Agradeço mas hoje o namorado da minha mãe vai jantar em casa - falo ainda um pouco sonolenta e pegando minha mochila.

– Deus, era hoje? - Lúcia da um mini grito

Balanço a cabeça em sim como resposta.

– Eu esqueci completamente - Lúcia olha para mim, percebo um olhar de desculpa.

– Então o que está fazendo ai sentada? - dou um tapa na cabeça de Harry que ri e me levanto.

– Bem não esqueçam de falar comigo hoje a noite ok? agora vou indo - digo abraçando os dois ao mesmo tempo.

– Até! - Eles dizem

Começo a caminhar, penso que minha mãe já devia estar de cabelos em pé, estragando todo penteado que deve ter feito para impressionar seu namorado.

Já estou até imaginado como ela deve estar, seus longos cabelos loiros em um coque bem arrumado, sua maquiagem em tons de dourado, com um pouco de delineador e lápis contornando seus olhos azuis, sua roupa, imagino estar usando um vestido azul não muito curto com altura mais ou menos um pouco acima do joelho, e nos pés, um lindo salto medio azul. Não importa como ela deve estar, só sei que deve estar uma diva arrasadora.

Então tenho um pequeno pressentimento de estar sendo observada, paro ali mesmo, dez passos para o portão, que já estão quase sendo fechado. Olho para trás mas não vejo ninguém me olhando. Olho para direita, e então vejo novamente Oliver me observando, encostado na parede com sua mochila nas costas. Já estou começando a ficar com medo desse rapaz, continuo encarando ele mas tal não desvia o olhar.

Decido continuar meu caminho, quando chego no portão olho para trás para ver se ele ainda me observava, mas ele não estava mais lá.

Olho para frente e vejo minha mãe do outro lado da rua com seu celular na mão, quando ela me encontra me lança um olhar de extremo odio. Imagino que ela devia estar ligando para mim, pego meu celular e encontro sete chamadas perdidas.

Minha mãe estava na frente do carro IX35 preto vestida como eu pensei – HAHA – seus cabelos loiros presos em um coque bem arrumado, sua franja que estava solta fazia uma leve dança com o vento, seus olhos azuis ganhavam um brilho a mais com os tons de dourado não muito escuros que cobriam suas pálpebras, seu vestido azul tinha um decote não muito vulgar, o tamanho do vestido azul não era muito curto, batia mais ou menos um pouco acima de seus joelhos. Na parte de baixo rosas azuis um pouco mais escuras que a cor do vestido aqui e ali. Ela estava deslumbrante.

Atravesso a rua ouvindo de alguns meninos idiotas coisas do tipo '' fiu fiu, que mãe gata essa sua '' por dentro estou me mordendo de raiva, mas prefiro ficar na minha.

Quando chego frente a frente da minha mãe eu escuto apenas um '' entre logo no carro ''. Pronto deu merda, eu já era.

Faço o que ela pede e me sento no banco do passageiro. Quando ela entra no carro me da um beijo na bochecha e diz.

– Por que a demora Meg?

– Desculpe mãe

– Não tem problema - diz ela ligando o carro - já liguei para o Jefferson dizendo que vamos ter que ir jantar em um restaurante.

– Quando chegarmos prometo ser rápida no banho.

– Mas você e Jack não vão.

Isso soou meio rude.

– A não querida, não entenda mal, é que você demorou demais - Penso '' então ta né '' - já deixei uma lasanha de micro-ondas para vocês dois em cima da mesa.

– Ótimo, perdi uma noite de poder comer fora, aposto que vocês dois vão comer um churrasco bem suculento ou uma pizza.

Me assusto, está é a voz de Jack meu irmão, ele tem 15, mas ele completou 15 mês passado, já eu, Lú e Harry estamos no segundo ano do ensino médio prestes a fazer 16.

Olho para o banco de trás e vejo Jack deitado.

Ele arqueia a sobrancelha e diz.

– Oi pra você também mana! - Jack meu irmão tem cabelos meio loiro meio castanho e olhos castanhos, ele puxou para o meu pai...

– Não tinha te visto ai Jack

– Legal agora sou invisível. Isso seria bom, ai eu poderia comer toda comida de casa e nunca saberiam que foi eu.

– Agora quando a comida de casa sumir, saberemos quem foi. - digo sorrindo

– Hum, é verdade, esperta você.

– Obrigado - falo jogando o cabelo para trás.

Sete minutos depois chegamos em casa, mais ou menos alguns quilômetros a frente fica uma ferrovia um pouco antiga. Meu pai costumava dizer que nossa vida é como um trem, pessoas e coisas embarcam e desembarcam.

Olho para a grande porta branca, minha casa não é uma mansão, pois nos não gostamos desse tipo de casa, me sinto mal, ela é bem chique e moderna.

Quando vejo que Jefferson já tinha chegado e estava dando um selinho em minha mãe. Ele nos da um tchauzinho e vejo os dois partirem.

– Bom jantar! - grito

Então abro a porta e eu e Jack entramos.